SINOPSE DAS 15 LEIS NATURAIS DA FATALIDADE SUPREMA ou UNIVERSAIS ou
FILOSOFIA PRIMEIRA.
As Leis Filosóficas Naturais
da Filosofia Primeira (F1) são universais, aplicáveis a
todas as categorias de
fenômenos, quer do Mundo ou do Homem,
desde os
mais simples ou dos mais
complexos da Matemática, até os mais complicados
e simples da Moral; os dois
elementos, dependendo da forma objetiva ou
subjetiva que o assunto é enfocado,
só variam de intensidade dando lugar
aos agrupamentos que vamos
agora apreciar.
INTRODUÇÃO:
A Formação da
Filosofia Primeira. A Filosofia Primeira foi antevista por Francis Bacon (1561-1626) preparada por muitos dos
maiores cérebros produzidos pela Humanidade e finalmente instituída por Augusto
Comte (1798 – 1857), depois de conhecidas todas as categorias especiais com
suas leis naturais, referente a Filosofia Segunda (Matemática, Astronomia,
Física, Química, Biologia, Sociologia e Moral).
A Filosofia Primeira é produto do esforço de muitos séculos da evolução
intelectual da Humanidade e foi aos poucos formada, para tal desenvolvimento
concorrendo os maiores gênios que nossa espécie tem gerado.
Desde a Antiguidade grega os conhecimentos são acumulados para formação
do conjunto dos princípios universais.
Aristóteles 365 aC., com sua
lei de que “nada existe na inteligência que não provenha dos sentidos” trouxe uma das primeiras
contribuições para a construção da Filosofia Primeira. Depois o concurso de Hipócrates (460 a.C. – 370 a.C.), Johannes Kepler (1571 – 1630), Galileu Galilei (1564 – 1642), Christiaan Huygens (1629
– 1695),
Isaac Newton
(1642 – 1727), Jean Le Rond d'Alembert (1717 – 1783), Immanuel Kant (1724 – 1804), Gottfried
Wilhelm von Leibniz (
1646 – 1716), David Hume
( 1711 – 1776), François-Joseph-Victor Broussais (1772 –
1838), Georges-Louis Leclerc, Comte de Buffon (1707-1788) e tantos outros que vieram completar o acúmulo empírico de dados
necessários para a sistematização do todo, que viria constituir a Filosofia
Primeira. Cada um desses grandes filósofos, sem poder ainda apreciar em seu
conjunto a totalidade dos conhecimentos científicos, não estavam em condições
de poder compreender as leis que regem a formação e sistematização da ciência. No
entanto concorre empiricamente, cada um
deles em determinado setor, com esclarecimentos valiosos para a formação
de cada uma das quinze leis.
Bacon o grande filósofo inglês, foi o primeiro a sentir a necessidade de
leis gerais que presidissem à formação das teorias científicas. Seu trabalho
filosófico, longe de poder apreciar o conjunto científico dos conhecimentos
humanos, limitou-se a prever, ainda vagamente, a necessidade da Filosofia
Primeira; por isso que nossos conhecimentos estavam em sua maioria, nos estados
preparatórios, metafísicos e mesmo fictícios (fetichistas e teológicos).
As leis universais, entretanto, verificavam-se em toda a plenitude nos
trabalhos de elaboração de nossos conhecimentos abstratos. Somente depois
destes completados, isto é, de atingidos todos os graus enciclopédicos com a
fundação da Ciência Sociologia e da Ciência
Moral positivas ou científicas por Augusto
Comte, pode o gênio incomparável deste filósofo, descobrir, ordenar e
sistematizar as quinze leis universais da Fatalidade Suprema. A análise da
formação de cada uma das teorias científicas levaria Augusto Comte à indução
das leis que presidem a essa formação.
Tornava-se, pois, necessária previamente à conclusão dos sete graus da
Filosofia Segunda, isto é, a construção e a sistematização filosófica de todas
as teorias abstratas dos sete graus enciclopédicos, da Lógica ou Matemática à
Moral, para que depois pudesse a Filosofia Primeira tornar-se conhecida.
Vamos analisar o problema através das Leis
Universais da Fatalidade Suprema, por Grupos (A, B, C e D), pertinente à
questão:
A - Leis da Racionalidade (1,14,15) ;
B - Leis da Modificabilidade (3, 12,13) e as
C - Leis da Estabilidade da Ordem Universal
(2,10,11),
D- GRUPO DE LEIS SUBJETIVAS EXCLUSIVAMENTE RELATIVAS AO ENTENDIMENTO
HUMANO, referentes não só ao
(D-1) Estado Estático do Entendimento ou
Leis da Subjetividade (4,5,6), como ao
(D-2) Estado Dinâmico do Entendimento ou
Leis da Evolução (7,8,9).
1/14/15 - Leis
da Racionalidade 7/8/9 - Leis da
Evolução 3/12/13 - Leis da Modificabilidade 4/5/6 - Leis
da Subjetividade 2/10/11 - Leis da Estabilidade da Ordem Universal
aplicáveis ao caso em questão, meditado sob a ótica das Ciências Sociologia e Moral Positivas.
Agradecemos ao Positivista Augusto Beltrão Pernetta (1902-1968), que nasceu em Curitiba,
tendo feito aí todos os seus estudos fundamentais, preparatórios, e superiores.
Formou-se em engenharia e em direito pela Universidade do Paraná, onde se
diplomou engenheiro em 1927, e advogado em 1937. Com o falecimento de seu pai,
em 1933, assumiu as explicações públicas da Doutrina Positivista no Centro de
Propaganda do Positivismo no Paraná, que manteve, juntamente com David Carneiro,
até se transferir para o Rio de Janeiro em 1941. Na Igreja Positivista do Rio
de Janeiro permaneceu como oficiante das sessões religiosas e culturais
dominicais pelo período de sete anos. Em 1957 publicou sua única, mas,
substanciosa obra escrita: o livro intitulado "Filosofia Primeira",
no qual revela seu profundo conhecimento da Doutrina Positivista e com o qual
enriqueceu sobremaneira a divulgação de seus princípios. Costumava oferecer
cursos públicos e gratuitos de ciências, principalmente de matemática, em
locais centrais da cidade. Nomeado Professor Adjunto para as cadeiras de
Estatística e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, prestou aí
sua colaboração até seu falecimento, bem como aos positivistas PIERRE LAFFITTE, REIS CARVALHO, AGLIBERTO
TEMÍSTOCLES XAVIER,
MAJOR M. ALMEIDA CAVALCANTI, HERNANI GOMES DA COSTA e Paulo Augusto Lacaz que
enriqueceram este documento, com base nos 4 Volumes de Sociologia Positiva de
Augusto Comte.
A) Leis da Racionalidade (1,14,15)
I – Sociologia:
I – 1ª - Lei das Hipóteses ou Lei da
Relatividade- Formar a Hipótese mais simples, mais simpática e mais
estética que comporta o conjunto dos
dados a representar .( Augusto Comte)
I – 14ª - Lei das Classificações
“Toda classificação positiva procede segundo a generalidade crescente ou
decrescente, tanto objetiva como subjetiva” (
Augusto Comte)
I – 15ª - Lei do Intermediário ou da
Continuidade - “Todo intermediário deve ser subordinado a dois extremos,
cuja ligação opera”. (Augusto Comte / Buffon )
II – Moral
II – 1ª
II – 14ª
II – 15ª
------------------------------------------------------------------------------------------------------------
B) Leis da Modificabilidade (3, 12,13)
I –
Sociologia:
I – 3ª Lei da Modificabilidade propriamente dita - Todas as
modificações da Ordem Universal limitam-se
à intensidade dos atributos, cujo
arranjo permanece inalterável.
I – 12ª Lei da Mutabilidade ou Lei da
Equivalência ou ainda Lei da Ação e Reação. - Existe sempre equivalência entre a reação e a ação, se a intensidade de ambas
for medida de acordo com a natureza de cada conflito.
I – 13ª - Lei da Conciliação ou Lei da
Conversão - Subordinar a teoria do Movimento à Teoria da Existência,
concebendo qualquer progresso como o desenvolvimento da ordem correspondente,
de cujo arranjo derivam as alterações
que constituem a evolução.
II – Moral
II – 3ª
II – 12ª
II – 13ª
------------------------------------------------------------------------------------------------------------
C) - Leis da Estabilidade da Ordem Universal (2,10,11),
I – Sociologia:
I – 2ª Lei
da Imutabilidade - Conceber como imutáveis as Leis Quaisquer que regem os
Seres, mediante os fenômenos respectivos, abstratamente apreciados.
I – 10ª Lei
da Persistência. Qualquer estado, estático ou dinâmico, tende a persistir
espontaneamente sem alteração alguma,
resistindo às perturbações
exteriores.
I – 11ª Lei
da Coexistência ou Lei da Independência de Movimentos. Qualquer sistema
conserva a sua constituição, ativa ou passiva, quando seus elementos experimentam modificações
simultâneas, contanto que
lhe sejam exatamente comuns.
II –
Moral
II – 2ª
II – 10ª
II – 11ª
D- GRUPO DE LEIS SUBJETIVAS EXCLUSIVAMENTE RELATIVAS AO ENTENDIMENTO HUMANO, referentes não só ao
(D-1) Estado
Estático do Entendimento ou Leis da Subjetividade (4,5,6), como ao
(D-2) Estado
Dinâmico do Entendimento ou Leis da Evolução (7,8,9).
Nota: (1) O culto de adoração à "Trindade Positivista", que é composta por:
- "Grande Ser" ( Família – Pátria e Humanidade)
( Humanidade é a entidade coletiva, real e abstrata, formada pelo conjunto de
seres humanos convergentes do passado que contribuíram para o progresso da civilização, do futuro e do ajuste
do presente),
- "Grande
Fetiche" (o planeta Terra com todos os elementos que o compõe: vegetais, animais,
água, terra etc.) e a atimosfera e os
atros do universo.
- "Grande
Meio" (o Espaço Cerebral)
Esses três grandes Seres são objetos de culto juntamente com as
"leis naturais ou científicas" que os regem e regulam, compondo assim
a "Ordem Universal" que se
constitui do conjunto formado pela "ordem natural – Leis Naturais
Científicas" e pela "ordem humana*".
*O Fetichismo lançou espontaneamente os
fundamentos da ordem humana,
estabelecendo a preponderância do sentimento sobre a inteligência e sobre a atividade;
subordinou o homem ao Mundo, e
abriu caminho para a evolução social da Humanidade, instituindo a vida sedentária, fundando
definitivamente a família, e lançando as
bases da ordem futura, pela instituição do sacerdócio. A Sociologia" Esta ciência que estuda a
existência Social, as Leis Naturais dos fenômenos Religiosos, Políticos e
Científicos, onde o homem vivendo em sociedade, vive em uma ordem humana coletiva" . Augusto Come – Filosofia Positiva – Vol.
IV,V e VI; Política Positiva Vol. II, III e IV; Catecismo Positivista.
O culto positivista muito tem
em comum com o culto fetichista, com a diferença de que os positivistas sabem
que os fetiches não possuem "inteligência", sendo percebidos como
dotados apenas de "vontade" e "sentimento" que estão por
sua vez regulados e subordinados às leis naturais (isto é, científicas).
Os positivistas religiosos acreditam na imortalidade subjetiva da alma, cultuando a memória dos mortos pelo
legado que deixaram para a cultura humana: "Os vivos são sempre e cada vez mais governados necessariamente pelos
mortos" é a máxima de Auguste
Comte que se refere a "ordem humana" formulada por Auguste Comte,
o criador do Positivismo.
Vamos as aplicações destas Leis Naturais da Fatalidade Suprema nas
Ciências Sociologia e Moral.
A)
Leis da Racionalidade (1,14,15)
I – Sociologia:
I
– 1ª - Lei
das Hipóteses ou Lei da Relatividade- Formar a Hipótese mais
simples, mais simpática e mais estética que comporta o conjunto dos dados a representar .( Augusto Comte)
Para
apreciar a lei das hipóteses em sua aplicação sociológica tomamos um dentre os
elementos da sociedade, a família. ( Família , Pátria e Humanidade)
Sobre a constituição normal da família, uma série de hipóteses cada vez
mais aperfeiçoadas, que conduzem á lei científica da monogamia subjetiva, pode
exemplificar a aplicação da primeira lei de Filosofia Primeira ao domínio da
Sociologia.
E’ a família a célula fundamental da sociedade, a estrutura
indecomponível da existência coletiva.
Socialmente apreciada a família deve ser considerada como o elemento no
qual os três sentimentos altruístas — apego, veneração e bondade — atingem ao
seu Máximo de intensidade embora com o mínimo de extensão. A existência dos
três instintos simpáticos é observada em conjunto ao examinarmos a constituição
do par fundamental da organização doméstica.
As hipóteses formuladas sucessivamente sobre a natureza e a constituição
desse par serão objeto da análise a que estamos procedendo, de verificação da
primeira lei universal.
Partindo das eras anteriores a origem da sociabilidade, na espécie
humana vemos a constituição do casal de duração efêmera, tendo por móvel único
o instinto sexual. Está o homem então no mesmo nível que as outras espécies
animais. O desenvolvimento da sociabilidade, as continuidades em todas as
instituições da vida coletiva passam, entretanto, gradativamente a estabelecer
a distinção entre a espécie sociável e as outras onde o grau rudimentar no
espírito coletivo e caracterizado apenas pela solidariedade.
Sob a inspiração do fetichismo, a forma primitiva e espontânea de
religião, e constituída a família.
«Embora a energia primitiva do
instinto sexual tenha por toda parte estabelecida a poligamia, não se deve
julgar esta instituição inicial, segundo
a cega reprovação que ela inspira aos modernos ocidentais. “Apesar de sua dupla
imperfeição conjugal e materna, ela constitui sempre o primeiro modo de
casamento humano, de que realizam em certos graus, as propriedades gerais.”
Augusto Comte Síntese de Politique Positive, 4e ed. Paris, , vol. I., pág. 110.
Há um enorme progresso no conceito da formação do laço fundamental
quando se passa da forma animal primitiva para o casamento instituído pelo
fetichismo. Essa modalidade primitiva de família é explicada formulando-se, com
os conhecimentos adquiridos, a hipótese mais simples e mais simpática.
A teocracia, em seguida, estendendo mais a sociabilidade, reage indiretamente
para o aperfeiçoamento da constituição doméstica. A forma poligâmica de
casamento continua; é, porém, regulada de modo a impedir as uniões dentro da
mesma família.
Ainda na idade politeica sob o politeísmo progressivo opera-se a
passagem da poligamia para a monogamia. A evolução intelectual grega apenas
esboça essa passagem, melhor desenvolvida durante a evolução social romana.
A monogamia, entretanto, só é plenamente instituída na idade média, de
acordo com o sentimento feudal.
A anarquia moderna vem perturbar a instituição monogâmica da existência
doméstica, principalmente com a retrogradação protestante do divórcio.
Embora não se trate da substituição da hipótese anterior por outra mais
aperfeiçoada, há, entretanto, novos dados, produzidos pela anarquia moderna,
que influem para que mais perturbada seja a hipótese preponderante.
A poligamia é, pois, a principio completa, depois regulada, e a
monogamia dissolúvel pelo divórcio ou objetivamente indissolúvel.
Há um gradual e duplo aperfeiçoamento do sentimento, pois ao mesmo tempo
em que decresce a intensidade dos instintos egoístas da conservação da espécie,
os do altruísmo desenvolvem-se melhorando cada vez mais as condições da
existência doméstica.
Na série constituída pelas várias formas de poligamia e de monogamia
pode notar-se uma sucessão de hipóteses todas provisórias, sobre a verdadeira
instituição do laço fundamental do organismo doméstica, e que conduzem a
construção definitiva, à relação científica, á lei da monogamia tanto objetiva
quanto subjetiva, isto é, a monogamia objetiva completada pela viuvez eterna.
Outras instituições sociais que, em seu conjunto ou em quaisquer de seus
elementos, analisássemos sob o aspecto dinâmico em sua evolução através dos
séculos, encontraríamos nelas sempre uma sucessão de conceitos, de maneiras de
apreciar e interpretar, cada vez mais aperfeiçoadas, formando a escala
preparatória para a instituição sistemática positiva, isto é, a estrutura
baseada em relações científicas. Cada uma dessas formas preparatórias nada mais
é de que uma hipótese provisória, uma antecipação da lei abstrata, que explica
o fenômeno social correspondente.
Na dinâmica social, da mesma forma, as leis da evolução instituídas por
Augusto Comte, foram preparadas por uma série de hipóteses, de antecipações
cada vez mais aproximadas dessas leis científicas - Somente percebidos na idade
moderna pelos fenômenos dinâmicos da sociedade constituíram preocupação
profunda dos filósofos mais eminentes que antecederam à fundação do
positivismo. As tentativas para explicar a evolução humana realizadas por Giovanni Battista Vico ( 1668 – 1744), Johann Gottfried von Herder (1744
– 1803) , Marie Jean
Antoine Nicolas Caritat - marquês de Condorcet (1743 – 1794) e outros não são mais do que hipóteses formuladas com dados então
insuficientes, e que convergiram para a instituição, por Augusto Comte, das
leis dinâmicas da sociedade.
I – 14ª - Lei das Classificações “Toda classificação
positiva procede segundo a generalidade crescente ou decrescente, tanto
objetiva como subjetiva” ( Augusto Comte)
Na estática social. Á Sociologia Estática apresenta-nos exemplos
bem característicos de aplicação do princípio das classificações na
sistematização dos elementos da ordem social e na estrutura interna de cada uma
de suas partes.
Se examinarmos a constituição geral dos estudos
de estática social vemos nesses estudos as teorias estáticas sucederem-se na
ordem de complexidade crescente e de generalidade objetiva decrescente e
subjetiva crescente.
A sucessão das teorias da propriedade material,
da família, da linguagem, do organismo social e da sua existência, revela esse
gradual acréscimo de especialização e de complexidade.
Qualquer elemento estático da sociedade,
examinado separadamente, mostra a aplicação sempre observada do principio do
classamento.
Na hierarquia das atividades materiais, por
exemplo, observamos na serie — agricultura, fabricação, comércio e banco — um gradual
aumento de complexidade e diminuição de generalidade objetiva, assim como um
aumento na dignidade respectiva.
Na dinâmica social. A dinâmica social obedece também à lei
universal do classamento, evidenciada quando examinamos o estudo das diversas fases
da evolução humana. Partindo dos estados mais primitivos da civilização
fetichista até a transição revolucionária moderna, observamos estados cada vez
mais especiais e ao mesmo tempo mais complexos. O estado fetichista primitivo é
o mais geral por isso que foi o único verificado em todos os povos na Terra.
Enquanto alguns povos ainda se conservam nessa forma primitiva de existência
social, outros progrediram com maior ou menor rapidez de modo que se foi aos
poucos restringindo e complicando o núcleo mais adiantado de civilização. Tal
marcha seguida naturalmente e
empiricamente pela evolução da Humanidade.
Observando na evolução de nossa espécie as
formas do fetichismo nômade, do sedentário e do Astrolátrico, depois
do politeísmo conservador, do progressivo intelectual e do social, a seguir do
monoteísmo e da transição moderna, observamos que todos esses estados ainda
subsistem até hoje em muitos povos que progridem com velocidade variável,
sempre menor que o núcleo ocidental constitutivo da vanguarda da civilização.
Essa diferença de velocidade é a causa principal das sucessivas restrições
sofridas pela porção mais adiantada da civilização humana.
Os diversos estados de evolução, observáveis
ainda hoje, desde os graus mais rudimentares dos povos mais atrazados,
classificam-se segundo a ordem de generalidade decrescente e de complexidade
crescente. O fetichismo e o estado mais geral porque foi comum a todos os povos
da Terra e conservou-se durante longo período de nossa evolução. A transição
moderna preparatória para o estado positivo futuro da civilização humana é, ao
contrário, a mais restrita de todas, limitada aos povos ocidentais na idade
moderna. E ainda o estado fetichista o mais simples e mais espontâneo. Durante
o longo período de transição os conhecimentos adquiridos e acumulados, o
desenvolvimento gradual de tríplice existência humana, os fatores de
ordem material instituído pela Humanidade, tornam a civilização cada vez mais
complexa.
Observa-se, portanto, em sua plenitude, a
aplicação do princípio do classamento à evolução humana.
I – 15ª Lei do
Intermediário ou da Continuidade - “Todo intermediário deve ser
subordinado a dois extremos, cuja ligação opera”. (Augusto Comte / Buffon )
Na estática social, Na Estática Social diversos agrupamentos ternários dos elementos sociais caracterizam bem a última lei universal.
São os
elementos necessários da existência social em primeiro lugar a propriedade, seguindo
sê-lhe a família, a linguagem e o governo temporal e espiritual.
Considerando os
três elementos fundamentais — a propriedade, a família e a linguagem — temos aí
representados. na existência coletiva, respectivamente a atividade, o
sentimento e a inteligência. Nessa progressão representa a linguagem o
intermediário entre a propriedade e a família e dessa forma está subordinada
aos dois extremos. A sociedade, assim representada por esses três elementos
fundamentais, evidencia a lei do intermediário, que melhor os coordena e liga
entre si.
Apreciados em
conjunto os cinco elementos da estática social, podemos verificar ainda a
posição da linguagem como intermediário entre os dois outros elementos
fundamentais e o governo, tanto temporal corno espiritual. Temos assim a
progressão cujos três termos são; o primeiro formado pelos elementos fundamentais
— propriedade e família — o segundo central, a linguagem, e o terceiro final,
de coordenação geral, o governo.
A Pátria como intermediário. Na organização social a Pátria ocupa a posição de intermediário entre
a Família e a Humanidade.
Três graus sucessivos oferecem a vida coletiva: a Família, a Pátria e a
Humanidade.
A primeira é a
célula social, o elemento indecomponível, cuja estrutura contém em máxima
intensidade e mínima extensão os três laços sociais — o apego, a veneração e a
bondade.
A Humanidade
representa a existência coletiva em sou máximo de extensão, no tempo e no
espaço, permitindo a apreciação conjunta e sintética de todo o organismo
social. E’ a Humanidade por Augusto Comte definida como “o conjunto dos seres humanos,
passados, futuros e presentes”. Augusto Comte, Catecismo Positivista,
pag. 72; Explicando a acepção em que toma a palavra conjunto diz logo a seguir
Augusto Comte: “Esta palavra conjunto indica-vos bastante que não se deve compreender
aí todos os homens, mas só aqueles que são realmente assimiláveis, por efeito
de uma verdadeira cooperação na existência comum”. Augusto Comte,
Catecismo Positivista, pag. 72.
A séria
dificuldade de passagem do primeiro para o último desses graus exigiu como
intermediário a Pátria, ser coletivo que participa da natureza dos dois
extremos, cuja ligação opera, e aos quais está objetiva e subjetivamente
subordinado. Adquirem na Pátria os laços sociais maior extensão que na Família,
sem atingirem ao máximo verificado na Humanidade, enquanto a intensidade é
menor que na primeira e maior que na última dessas existências coletivas.
A formação da
Pátria torna-se por esse motivo necessária à verdadeira compreensão da
Humanidade e á extensão dos sentimentos sociais da existência doméstica para o
conjunto da espécie humana.
Na dinâmica social os exemplos de intermediários são numerosos e
claros, principalmente quando se consideram as diversas modalidades com que se
apresentam os três estados gerais da evolução humana.
Apreciemos em
primeiro lugar a evolução geral da espécie humana, e nesta evolução o aspecto
intelectual. Já vimos no estudo da sétima lei (A Sétima Lei Universal) que cada
entendimento oferece a sucessão de três estados — fictício, abstrato e positivo
— em relação As nossas concepções quaisquer. E’ o estado fictício aquele de que
necessita nossa inteligência durante toda a fase preliminar de sua evolução,
quando não conhece ainda as leis reguladoras dos fenômenos. O estado positivo
representa a forma definitiva de nossas concepções, quando já estão
estabelecidas todas as leis ou relações abstratas que nos ensinam a prever os
acontecimentos. A passagem do primeiro para o último desses estados,
entretanto, não poderia realizar-se diretamente, devendo o estado abstrato ou
metafísico representar o intermediário, para tal fim subordinado aos dois
extremos, e: participando da natureza de ambos. Tal subordinação é objetiva ao
estado fictício e subjetivo ao positivo.
Examinemos
agora em separado o primeiro dos graus de evolução intelectual, o estado fictício.
Como sabemos é este naturalmente decomposto entre o fetichismo e o teologismo.
Se dividirmos o primeiro desses dois graus de evolução entre o fetichismo
primitivo e a astrolatria, teremos o estado fictício decomposto em três graus —
fetichismo, astrolatria e teologismo — onde a astrolatria oferece todas as
condições necessárias de intermediário.
Na divisão
entre o fetichismo e o teologismo, se em vez de realizarmos a decomposição do
primeiro em seus dois elementos, o fizermos em relação ao segundo, teremos a
progressão fictícia constituída pelo fetichismo, pelo politeísmo o pelo
monoteísmo. E neste caso o politeísmo que representa o papel de intermediário
entre o fetichismo e o monoteísmo, satisfazendo perfeitamente às condições da
décima quinta lei de Filosofia Primeira.
Observaríamos
da mesma forma as condições de intermediário se examinássemos na evolução
ocidental a fase monoteica decomposta nos três graus — catolicismo,
protestantismo e deísmo.
Muitos outros
exemplos de intermediário poderíamos ir Buscar ainda na evolução intelectual da
Humanidade.
Não é só a
marcha do entendimento, entretanto, que oferece exemplos evidentes de aplicação
da lei do intermediário. Também os outros dois aspectos, prático e afetivo,
mostram sempre o intermediário estabelecendo a ligação entre os dois extremos e
para isso subordinando-se a estes a participando da natureza deles.
Na evolução
prática o estado militar defensivo é a ligação entre o militar conquistador e o
industrial. Na marcha social a evolução cívica une entre si a doméstica e a
universal, pelos mesmos motivos por que a Pátria é, como vimos, intermediários
entre a Família e a Humanidade.
II – Moral
II – 1ª A Lei das Hipóteses ou da Relatividade no domínio da Moral. As hipóteses
sobre a constituição da alma ou psique ou mente humana e a formação da unidade religiosa exemplifica a primeira
lei no domínio o mais elevado da Moral.
A alma humana
conhecida hoje positivamente resultante de um conjunto de funções que têm por
sede o cérebro, ou melhor, o Encéfalo, obedecendo às leis cientificas,
positivas, subjetivamente induzidas e deduzidas, chegou a ser assim concebida
depois dos trabalhos de Joseph Gall ( )
haverem sido completados, sintetizados e sistematizados por Augusto Comte.
Anteriormente
inúmeras foram as hipóteses sempre mais ou menos fictícias ou abstratas, em
geral baseadas em concepções vagas e até incoerentes, inspiradas pelas sínteses
provisórias, teológicas e metafísicas.
Para finalizar
este estudo analisaremos a evolução das hipóteses sobre a síntese na espécie
humana, a unidade especialmente sob o aspecto intelectual, a constituição
dogmática das formas religiosas.
O homem teve
sempre necessidade de dar uma explicação qualquer para a realização de todos os
fenômenos que o rodeiam, explicações essas, de acordo com os dados possuídos em
cada época. À medida que novos esclarecimentos são obtidos a hipótese sofre
transformações sucessivas, aperfeiçoando-se e adaptando-se ás novas condições.
Assim o homem
primitivo, sem conhecimento nenhum da ordem abstrata e sem o desenvolvimento
necessário dos seus órgãos intelectuais para que pudesse realizar abstrações,
foi levado a formular a hipótese mais simples, mais simpática e mais estética,
transportando ao mundo exterior as mesmas faculdades da alma e fundando assim
um primeiro sistema de unidade puramente concreta. Com essa primeira hipótese
estava inaugurada a síntese subjetiva absoluta, que devia prevalecer
espontaneamente em toda a fase fetichista da evolução humana.
O
desenvolvimento gradual da Humanidade, devido ao estabelecimento da
continuidade social e, em seguida, a passagem do estado nômade para o
sedentário, trouxeram novos conhecimentos, de modo que se foi gradativamente
aperfeiçoando essa hipótese, atribuindo-se primeiro aos astros e depois aos
deuses no regime politeísta e a um deus único das formas monoteístas, a
realização de todos os fenômenos, quer do mundo quer do homem.
Com a passagem
do centro da unidade para os astros e depois para os deuses, a síntese se
transforma de subjetiva em objetiva, guardando, porém o caráter absoluto.
Os deuses são posteriormente substituídos pelas entidades abstratas, no
regime metafísico.
Essas hipóteses
provisórias preponderaram durante toda a fase preparatória da Humanidade, sendo substituídas somente depois de construída toda a ciência. Passa então a unidade
intelectual a basear-se no conhecimento das relações abstratas e a síntese
absoluta é substituída pela síntese subjetiva relativa.
Para enriquecer este tópico no domínio Moral, vamos demonstrar outra
prova da lei das hipóteses que é a hierarquia dos sexos.
A princípio, na
fase inicial da conquista da Terra pelo Homem, a preponderância da força física
colocou o sexo masculino no primeiro plano. A própria maternidade deixou de ser
preponderante na união conjugal; os filhos são então considerados mais filhos
do pai do que da mãe. Segundo a Bíblia, o primeiro filho teve pai e não teve
mãe: Eva nasceu da costela de Adão; a mulher, do homem na mitologia grega
concebe-se também filha sem mãe: Minerva nasceu de Júpiter.
Nas cortes celestes os deuses dominam as deusas. Júpiter supera Juno.
No, céu de
todas as religiões a divindade suprema é sempre masculina. Só depois de uma
longa evolução começou um movimento favorável ao sexo feminino, especialmente
quando o Catolicismo veio mostrar a necessidade de desenvolver as forças
Morais. A mulher deixou então de ser animal irracional dos tempos primitivos
para se tornar a mãe de um Deus: Jesus é filho de Maria. Ainda assim a
preponderância cabe ao homem; Jesus precede a Maria na hierarquia celeste.
Ademais, embora o desenvolvimento da Humanidade tenha subordinado a força bruta
às forças Moraes, isso não bastou para deslocar a posição do sexo masculino,
porquanto continuou este a manter o cetro do espírito: o desenvolvimento
intelectual é diretamente a obra do homem, no que esta apresenta de mais
sensacional, através das criações cientificas, estéticas e industriais. Foi
preciso o advento do gênio de Augusto Comte para demonstrar que toda a evolução
Espiritual se liga ao predomínio do coração, do coração altruísta; e que à
mulher se devem indiretamente as produções do espírito humano: o homem faz as
Grandes Obras e a mulher os Grandes Homens. Disso, as obras intelectuais
oriundas diretamente de mulheres excepcionais e a revelação pública de talentos
femininos cada vez mais numerosos em todos os ramos do espírito ou
inteligência, levaram à fórmula hoje dotada pela maioria letrada, que a mulher
é igual ao homem. Mas o estudo aprofundado do cérebro feminino no tempo e no
espaço, revelando irrefutavelmente que os dois sexos não são iguais, mas
diferentes e complementares, que a mulher tem menos qualidades práticas que o
homem, mais qualidades afetivas que este, e força intelectual semelhante em sua
intensidade, embora de natureza diversa, mostra afinal - dada à preponderância
afetiva - a superioridade do sexo da graça, ao sexo da força, mostra que a
Mulher é superior ao homem.
Em todas as
três hipóteses - a Mulher é inferior ao homem, à Mulher é igual ao homem - a
Mulher é Superior ao homem — destaca-se não só a simplicidade, mas ainda a
simpatia e a beleza com que são constituídas, de acordo com os dados de cada
momento histórico.
A mulher
primitiva, como a fêmea de todos os animais, era um ser sem atrativos, e incapaz
de defender a coletividade pela única força útil preponderante na época, a
força física; era um animal feio e fraco; ao passo que o homem era ao contrário
belo e forte. Daí a hipótese mais simples, mais simpática e mais bela a mulher
é inferior ao homem.
Com o correr
dos tempos, adquire a Mulher qualidades físicas capazes de aproximá-la mais do
companheiro, senão em força, em beleza, e mostra aptidão mental que dele a
tornam rival. Esse movimento de dignificação da Mulher, que se prolonga pelos
nossos dias, determinou a segunda hipótese, a da igualdade dos dois sexos: a
Mulher é igual ao Homem. O feminismo contemporâneo não defende outro aforismo.
Mas a ciência positiva já demonstrou, há mais de meio século, que em nossos
dias, de acordo com os dados adquiridos, mediante a contemplação sistemática do
espetáculo histórico e a análise da psique ou mente feminina, o sexo da beleza
e do amor, o que representa melhor as qualidades estéticas e simpáticas, é o
sexo feminino; de sorte que a hipótese mais simples, mais simpática e mais
estética sobre a hierarquia dos sexos é - a Mulher é superior ao homem.
Percorrendo
toda a escala dos fenômenos, apreciando todos os fatos cósmicos, Sociais e
Moraes, a vida doméstica e a vida cívica, os acontecimentos elementares como o
mais transcendente, sempre se verifica á veracidade da lei:
“A inteligência
tende sempre espontaneamente a fazer a hipótese mais simples, mais estética e
mais simpática de acordo com os dados adquiridos”
Induzida da
contemplação do mundo no tempo e no espaço, constituindo um princípio geral,
base fundamental e eterna de todos os conhecimentos, pode ser enunciada essa
lei como preceito, como regra, porque, conhecida a inclinação do espírito ou
inteligência, a tendência segundo a qual se raciocina ligando o objetivo ao
subjetivo; natural é que se constitua uma norma a seguir para guiar
ordinariamente a formação dos nossos juízos, sistematizando a espontaneidade
inicial por uma fórmula que a exprima e a prescreva. Daí o enunciado que muda a
lei em regra:
Formar a
hipótese mais simples, mais estética e mais simpática que comporte o conjunto
dos dados a representar, segundo as expressões textuais de Augusto Comte - ou -
Fazer a hipótese mais simples, mais estética e mais simpática, de acordo com os
dados adquiridos - conforme o testo do primeiro enunciado.
Comentando a grande lei que Augusto Comte descobriu:
“As nossas sãs teorias não podendo e não
devendo oferecer senão aproximações constantemente imperfeitas do espetáculo
exterior, a sua natureza e o seu destino deixam à nossa inteligência certa
liberdade, que convém aplicar em satisfazer melhor as nossas boas inclinações.
Convém, antes de tudo, empregar essa faculdade para simplificar mais as nossas
hipóteses, a fim de facilitar seu uso especulativo. Somos em seguida
autorizados, e mesmo convidados, a embelezá-las tanto quanto o permite a
indeterminação que nelas ainda se acha, ~1á que se tornam assim mais favoráveis
às nossas meditações. Enfim, devemos também aperfeiçoar lhes o caráter moral,
como podendo influir muito sobre as reações afetivas, que se ligam - a todo
exercício intelectual. Tal é o tríplice complemento, científico, estético e
simpático, que exige o princípio fundamental da sã lógica sobre a construção de
quaisquer hipóteses, concebidas primeiro objetivamente, depois subjetivamente”.
(Política Positiva, III pág. 96-97).
Regulando a
formação das hipóteses, a lei da relatividade regula todas as nossas concepções
reais ou fictícias. Daí a distinção a fazer entre as hipóteses verificáveis e
hipóteses inverificáveis. Estas concernem às criações puramente subjetivas, que
podem ser puras quimeras, como ás deuses e as entidades, ou artifícios lógicos,
como o espaço e a inércia. Aquelas compreendem as leis naturais, as hipóteses
propriamente ditas, isto é, as leis efetivas achadas entre fenômenos, e as leis
antecipadas supostas entre eles; as primeiras são hipóteses verificáveis e
verificadas; as segundas verificáveis, mas não verificadas. Assim a proposição
- a soma dos ângulos de um triângulo plano retilíneo é igual a dois ângulos
retos - e uma hipótese verificável e verificada; é uma lei natural. A
proposição -- certos cometas descrevem parábolas cujo foco é o sol - é uma
hipótese verificável, mas não verificada.
Além dos
artifícios lógicos ou hipóteses lógicas e das hipóteses científicas, há que
considerar também os ideais estéticos e os planos técnicos, isto é, as
hipóteses afetivas e as hipóteses práticas. Os seres e os fatos imaginados pela
poesia verbal, sonora ou plástica são hipóteses afetivas, artifícios estáticos;
e os projetos de uma máquina ou de uma usina, os planos industriais, hipóteses práticas, artifícios técnicos.
Em resumo,
abstraindo-se das inverificáveis, puramente quiméricas, e bipartindo-se as
científicas em verificadas e inverificadas, que classificam as hipóteses em
lógicas, estéticas ou afetivas, científicas e práticas ou técnicas, o que tudo
se vê desta sinopse:
HIPÓTESES
LÓGICAS.
HIPÓTESES
ESTÉTICAS OU AFETIVAS.
Verificadas (Leis Naturaes)
HIPÓTESES
CIENTÍFICAS
Inverifícadas (Hipóteses propriamente ditas),
Inverifícadas (Hipóteses propriamente ditas),
PRÁTICAS
ou
TÉCNICAS
ou
TÉCNICAS
Todas essas hipóteses devem obedecer invariavelmente à lei da relatividade.
Como nossas leis não passam de hipóteses
aproximadas da realidade, a lei da relatividade pode ser chamada também de lei
das hipóteses.
A construção das teorias positivas. Os exemplos apreciados tornam clara a
necessidade da sucessão de hipóteses para a instituição das teorias positivas
Examinadas várias aplicação direta da primeira lei da Filosofia Primeira na
formação de teorias científicas dos domínios da Física, celeste e terrestre, da
Biologia, da Sociologia e da Moral, verifica-se facialmente que esta lei não só
é universal, aplica-se a qualquer categoria abstrata, como também é a lei que
regula a formação de todas as ciências positivas.
II –14ª Lei das Classificações na Moral
Na Moral a classificação das três partes da natureza humana, e em
separado as das funções do sentimento, da inteligência e do caráter, demonstram
a aplicabilidade da lei do classamento ao domínio abstrato mais elevado.
O estudo sistemático da Moral Teórica ou
Educação é procedido em perfeita obediência à lei universal das classificações.
Estudamos em tal domínio sucessivamente as Teorias: Cerebral, do Gran-Ser, da Unidade, Vital, do
Sentimento, da Inteligência e da Atividade - Tais estudos são dessa
forma sistematizados obedecendo àquela lei universal.
E ainda no domínio mais elevado da Moral a lei
do classamento aplicada ao estabelecimento das escalas dentro de cada um dos
estudos acima enumerados.
Tanto na teoria cerebral, como em qualquer das
demais, podemos observar a sucessão de assuntos cada vez mais especiais, mais
dignos e mais complexos.
Tomemos para exemplo, nesse domínio da moral, a
classificação das nossas funções simples do sentimento - E a escala afetiva
constituída dos sete instintos egoístas e dos três altruístas dispostos na
seguinte ordem: instintos nutritivo, sexual, materno, destruidor, construtor,
do orgulho e da vaidade, no egoísmo, e apego, veneração e bondade, no altruísmo
- As dez funções afetivas estão nessa ordem classificadas segundo a
generalidade objetiva decrescente e subjetiva crescente, ao mesmo tempo em que
na ordem de dignidade e de complexidade crescentes. E cada vez menor a
generalidade objetiva, por isso que encontramos o primeiro da série, o instinto
nutritivo, em todos os seres da escala zoológica, desde os animais mais
rudimentares, quando ainda não estão separados os sexos, até o homem, enquanto
que os últimos elementos daquela série afetiva, os sentimentos altruístas
somente começam a aparecer nos graus mais elevados da escala zoológica.
A hierarquia das classes sociais. Encerraremos a série de exemplificações da
décima quarta lei da Filosofia Primeira com o exame da instituição hierárquica
das classes sociais no estado normal positivo. A constituição normal da sociedade exige classes especiais
destinadas aos trabalhos relativos às três partes da natureza humana —
sentimento inteligência e atividade. Deveríamos, pois, conceber em toda a
sociedade normal a existência de três classes encarregadas respectivamente do
desenvolvimento do sentimento, da inteligência e da atividade. Os trabalhos
materiais, entretanto. pela sua própria natureza exigem a divisão da classe
respectiva em duas, destinadas a primeira á direção e orientação desses
trabalhos, e a segunda a execução.
Haverá, pois, na sociedade normal quatro classes ou providências sociais que são: a moral, representada pela Mulher, a intelectual, pelo Sacerdócio, que representa a execução de
todos os trabalhos espirituais da sociedade, a material pelo Patriciado, que dirige, e a geral, pelo Proletariado, que
executa todos os trabalhos materiais. Essas quatro classes, na ordem em que as
enumeramos, obedecem ao princípio do classamento positivo.
Os exemplos apreciados, em todos os domínios
científicos, desde a matemática até á moral: demonstram a aplicabilidade do
princípio do classamento universalmente a todos os nossos conhecimentos
abstratos. Sua perfeita aplicabilidade também, como vimos, às séries concretas
e estéticas, demonstra a universalidade da lei estudada.
II – 15ª Lei do
Intermediário ou da Continuidade Na Moral. Na Moral para exemplo da lei do intermediário
pode ser tomada qualquer das suas decomposições ternárias.
O estudo da
Moral teórica abrange as Teorias: Cerebral, da Humanidade, da unidade, vital,
do sentimento, da inteligência e da atividade. Essas sete teorias, na ordem
acima enumerada, obedecem ao principio do classamento. Se examinarmos as
combinações que podemos realizar para a concentração em três graus obteremos, diversas
modalidades de decomposição ternária dos assuntos próprios ao estudo da moral
teórica e em cada uma delas observarão sempre a aplicabilidade da lei do
intermediário.
A apreciação em
separado, por exemplo, das três teorias da alma humana — as do sentimento, da
inteligência e da atividade — evidencia desde logo a posição da teoria da
inteligência como intermediário e a inteira subordinação à décima quinta lei
universal.
Também dentro
da estrutura de qualquer dessas teorias podemos verificar a lei do
intermediário. No exame do trabalho intelectual; o raciocínio obedece ao
princípio: “Induzir para deduzir a fim de construir”. Temos aí expressos os
três elementos do raciocínio — a indução a dedução e a construção. E’ a
dedução; o elemento coordenador, que une os outros dois e confirma nesse
domínio a décima quinta lei.
Na escala das belas-artes. Na hierarquia das belas artes também se pode apreciar a aplicação da
lei do intermediário.
A classificação
das belas artes mostra-nos o domínio estético distribuído pelos cinco graus
sucessivos — poesia, musica, pintura, escultura e arquitetura.
Consideremos
previamente a reunião das três últimas sob a denominação geral de artes da
forma. Teremos constituído a progressão: poesia musica e artes da forma. E’
evidente, nesse caso, a condição da música, de intermediário, subordinada
objetiva e subjetivamente ás outras duas e participando da natureza de ambas.
Se examinarmos
em separado as artes da forma, verificaremos que a escultura satisfaz as
condições normais de intermediário entre a pintura e a arquitetura.
Nas artes
especiais é a pintura o intermediário entre. a musica e as outras artes da
forma.
O Espaço Cerebral como intermediário. O Espaço apresenta os característicos
fundamentais de intermediário entre a Terra e a Humanidade.
E’ o Espaço o
meio subjetivo onde colocamos todos os fenômenos abstratos. Constitui, pois, a
sede universal para a qual são transportados todos os elementos teóricos
retirados dos seres por abstração, e ai estudados e comparados. A Terra é o
teatro objetivo das ações humanas, o meio do qual retiramos todos os elementos
materiais, e para nossa existência. A Humanidade, como vimos, é constituída
pelo conjunto dos seres humanos passados, futuros e presentes.
Correspondem ——
Espaço Cerebral, Terra e Humanidade —— a constituição cerebral humana, pois
representam respectivamente a inteligência, a atividade e o sentimento.
A indução e a
dedução das leis pela inteligência humana exigindo a menos do Espaço como o
meio subjetivo em que são colocados os fenômenos abstratos, caracteriza-o como
intermediário. Tal meio é a sede subjetiva de todas as abstrações
necessariamente retiradas da realidade concreta para que possuiu ser elaborada
por nossa inteligência.
E, pois, o Espaço Cerebral o intermediário entre a Terra e a Humanidade.
A lei do intermediário nas classes sociais. Em qualquer sociedade bem organizada a classe
intelectual ou Sacerdócio (Fetichista, Teologista, Metafísico e Cientista) é o
intermediário entre as outras duas, a afetiva constituída pela Mulher e a ativa
ou material, que deveria ser predominante pelo homem.
Assim como a
natureza humana individual é dotada de sentimento, inteligência e atividade,
também a existência coletiva apresenta os mesmos três atributos. Existem no
cérebro humano os órgãos das funções afetivas. intelectuais e práticas. Da
mesma forma deve a sociedade apresentar órgãos coletivos destinados ao
exercício de tais funções. São esses órgãos constituídos pela classe feminina,
que exerce na vida coletiva a função moral, pela classe sacerdotal, encarregada
das funções intelectuais da sociedade, e
pela classe dos práticos, subdividida entre
a dos dirigentes e a dos executores dos trabalhos materiais.
Como no indivíduo é a inteligência o
intermediário esclarecedor entre o sentimento, que põe os problemas, e a
atividade que executa; assim também na sociedade a classe intelectual
representa o intermediário entre a afetiva e a pratica.
Na Religião ou Doutrina, qualquer que seja a sua forma; o Dogma ou esclarecimento intelectual é o intermediário entre o Culto, que sistematiza o sentimento, e o Regime, que fixa a conduta.
A religião ou Doutrina Positivista foi, por
Augusto Comte definida como “o estado de completa a Unidade, que distingue nossa
existência, há um tempo pessoal e social, quando todas as suas partes, tanto
morais como físicas, convergem habitualmente para um destino comum”.
Augusto Comte, Catecismo Positivista, pag. 42.
Tal definição independe da forma pela qual possa
ser obtida essa dupla unidade e é aplicável a todas as variedades de religião
que o passado humano apresenta, fetichistas, teológicas ou metafísicas,
compreendendo ainda a forma positiva do futuro em qualquer religião há sempre o
dogma, destinado a sistematização intelectual, o culto ou a parte
correspondente ao sentimento, o regime que prescreve as normas de conduta.
Examinadas essas partes da Religião ou Doutrina,
que correspondem, portanto aos três atributos da alma humana — sentimento,
inteligência e atividade — vêm que o dogma é o intermediário natural entre o
culto e o regime, satisfazendo todas as condições estabelecidas pela lei
universal, em causa.
Examinamos, dessa forma, a aplicação da lei do
intermediário a diversos exemplos da escala dos conhecimentos humanos
verificando a sua completa aplicabilidade a todos os casos apreciados, o que
vem mostrar a universalidade da lei.
B)
Leis da Modificabilidade (3, 12,13)
A MODIFICABILIDADE torna-se cada vez maior à medida que os fenômenos se complicam.
O exame da aplicação da terceira lei aos fenômenos matemáticos,
astronômicos, físicos, químicos e biológicos demonstram o acréscimo sucessivo
no grau de MODIFICABILIDADE, á medida que subimos a escala dos acontecimentos.
A ação modificadora, entretanto, torna-se cada vez mais trabalhosa e
complicada quando seguimos aquela marcha ascendente. Os fenômenos de
modificação mais difícil e complexa são os sociais e os morais, que ocupam a
posição principalmente, os mais elevados da escala, mas por isso mesmo são os
mais modificáveis.
O Ser estudado na Moral é o Homem, isto é: a psique, ou mente ou alma do
Homem; o mais complexo para conhecer e modificar e também o mais suscetível de
sofrer modificações intensas.
I – Sociologia e Moral:
I – 3ª Lei da
Modificabilidade em Sociologia e na Moral -
Todas as modificações da Ordem Universal
limitam-se à intensidade dos atributos, cujo arranjo
permanece inalterável.
A Modificabilidade
nos domínio da Sociologia e da Moral.
A apreciação geral da ordem social apresenta-nos seu domínio como formado
sempre por um conjunto de instituições fundamentais, imprescindíveis para que
exista a sociedade. São, tais instituições: a propriedade
material, a família, a linguagem, o governo
espiritual (Moral), o governo temporal ($).
Não se pode compreender a existência social onde falte qualquer desses
elementos enumerados. Se compararmos, entretanto, varias sociedades antigas e
modernas em graus diversos de evolução, observamos diferenças fundamentais na
estrutura de tais instituições, cujos graus de intensidade no total ou em seus
elementos componentes, variam muito; podendo essa variação chegar como veremos
adiante a causar o desequilíbrio na própria organização social, caracterizando
se assim, um estado anormal dessa existência.
Uma das instituições sociais, por exemplo, a família; revela sempre em
sua maior intensidade os três laços sociais resultantes do apego, da veneração e da bondade; isto é, os sentimentos
que respectivamente consolidam a formação do par andrógeno fundamental; e os
dois que unem cada indivíduo aos pais e aos filhos. Comparando o tipo médio de
família em virias fases na antiguidade; na idade média, no período moderno,
estudando ainda a família em diversos lugares, onde as influências dos meios
físico e social, que são diferentes; observamos sempre a permanência dos três
laços altruístas (veneração, apego e bondade), porém sujeitos as maiores
variações de intensidade. Da mesma forma, se estudarmos em determinada
sociedade e em certo momento da evolução, isto é, fixadas e igualadas às duas
coordenadas sociais — tempo e espaço — encontraremos também enorme variação de
intensidade dos três laços altruístas, devido às diferenças próprias às reações
naturais dos sentimentos altruístas e a Educação dos Sentimentos e da Instrução
Científica.
Como as leis sociais, e também as Morais confirmam plenamente a lei da
Modificabilidade.
Sendo, por exemplo, a Veneração um sentimento altruísta inato na Alma ou
psique ou mente humana, encontra-se infalivelmente em todos os indivíduos. Não
quer isso dizer, entretanto, que a veneração seja igual para todos; ao
contrário, as diferenças são enormes de individuo para individuo e residem
exclusivamente no seu grau de intensidade. Há indivíduos em que são frágeis; é
a veneração que passa quase despercebida; outros, ao contrário, apresentam-na
em grau de intensidade muito elevado. Inúmeras e complexas são as causas de
variação de intensidade da veneração e resultam quer das condições peculiares
ao próprio Individuo, quer do meio em que este vive. Em época de anarquia
intensa como na atualidade, esse sentimento fica tão depauperado que parece inexistente,
na maioria dos indivíduos. Nos períodos normais ao contrário a unidade religiosa; isto é, doutrinária,
e a individual e coletiva, é mais
desenvolvida e adquire a veneração, com maior intensidade, desenvolve-se
assim, o respeito à admiração pelo superior e pelos antepassados.
Exemplifiquemos ainda mais uma vez a lei da Modificabilidade no domínio
da Moral Positiva.
A inteligência está sujeita a uma série de leis invariáveis, sempre
verificáveis exatamente. A observação concreta dos seres humanos revela um
numero indefinido dos aspectos intelectuais diferentes, dando lugar às
tendências mentais das mais variadas. Essa diversidade que vai quase ao
infinito, resulta apenas nas diferenças de intensidade de desenvolvimento das
funções de Contemplação, de Meditação e da Expressão; do aparelho sensorial, de
cada um dos sentidos, e etc.
Extensão
da Modificabilidade a todo o domínio teórico.
A lei da MODIFICABILIDADE regula como vimos nossa ação modificadora sobre
o mundo e o homem, É esta lei que permite, pois a sistematização de nossa
atividade.
Na ação que exercemos sobre os fenômenos materiais, vitais, sociais e
morais, procuramos sempre aumentar ou diminuir sua intensidade, porque a esta
se limita todas as variações. A ação pode ser direta sobre o fenômeno a
modificar; ou indireta para que se obtenha o resultado desejado em consequência
da modificação de outro fenômeno que possua, com a primeira relação
conhecida. Duas são, pois as espécies de modificação que se operam não só nos
seres vivos e na alma ou psique humana, como também na existência inorgânica e
na sociedade: umas diretas, que resultam da realização espontânea dos fenômenos
que lhes são próprios; outras indiretas, que decorrem das reações devidas ao
resíduo da reserva natural.
Quer as modificações diretas quer as indiretas, podem atingir graus
variáveis de intensidade. Normalmente essa intensidade varia entre dois
limites, uma inferior, outro superior, fora dos quais se rompe o equilíbrio nos
fenômenos que caracterizam cada existência.
Verificado o desequilíbrio no arranjo do Ser correspondente devido ao
acréscimo ou ao decréscimo exagerado de intensidade de certo fenômeno, este
atinge a um estado anormal de variação.
Amplitude
crescente de intensidade dos fenômenos ao subir da escala abstrata.
A diferença entre os limites, superior e inferior, de variação normal
de intensidade de um fenômeno, constitui a amplitude dessa variação.
Tal amplitude é crescente à medida que se sobe a escala enciclopédica
(da Matemática até a Moral).
Há, pois, correspondência entre o acréscimo de complexidade e dignidade
(alinhamento) de um fenômeno e seu grau de Modificabilidade.
Os tipos abstratos, criações subjetivas, e que constituem a base das
construções científicas, são concebidos como tipos médios de variação normal
de intensidade dos respectivos fenômenos.
A determinação dos limites de variação de intensidade normal de um
fenômeno baseia-se no exame de numerosas observações desse fenômeno. Exige, portanto, um trabalho
intelectual de abstração a fim de
que o acontecimento seja apreciado em grande número de seres, da comparação
dos quais resulta não só a fixação dos limites considerados como também a
criação dos tipos abstratos que servem de base ao estabelecimento das relações abstratas e das leis
científicas. Esses tipos abstratos apresentam normalmente uma intensidade no
fenômeno considerado representada pela média de variação normal – Há, pois,
necessidade da determinação dos limites de variação normal para que sejam
adquiridos os elementos para a própria construção da lei teórica.
E’ no domínio da Moral, que a lei da Modificabilidade adquire seu máximo
de importância e distinção porque o aperfeiçoamento da natureza humana está
limitado também às variações normais, a imprimir aos graus de intensidade dos
fenômenos afetivos ou sentimentais, intelectuais e práticos.
Extensiva a todo o domínio teórico a lei da Modificabilidade encontra na
Moral Teórica Positiva ou Ciência da Construção ou ainda Psicologia Científica,
sua verificação mais nobre e mais completa. Constituindo a Moral Teórica
Positiva, a ciência mais elevada porque estuda diretamente a natureza humana e
a verificação da lei de Modificabilidade também no seu máximo de extensão nesse domínio, a eleva e enobrece.
Verificada como vimos em todo o domínio teórico, é na Moral Positiva que
a terceira lei universal se torna mais aplicável devido à natureza
eminentemente modificável dos fenômenos morais positivos.
AS VARIAÇÕES ANORMAIS
Perturbações, moléstias, revoluções e desequilíbrios.
As perturbações no domínio inorgânico, as moléstias nos seres vivos, as
revoluções no organismo social, os desequilíbrios cerebrais na alma ou psique
humana, são estados causados pelas variações anormais, devido às intensidades
dos respectivos fenômenos.
As duas espécies de modificações habituais, diretas e indiretas, que se
operam nos Seres quaisquer, dão lugar a duas fontes de variações excepcionais,
das quais pode resultar, como ficou dito, o desequilíbrio nas funções
correspondentes.
Estas variações excepcionais, fora dos limites normais, passando do
superior ou conservando-se aquém do inferior, apresentam formas diferentes de
acordo com o domínio correspondente. Assim as perturbações no mundo inorgânico,
as moléstias nos seres vivos, as revoluções na existência social, os estados de
desequilíbrio cerebral loucura ou idiotia — no domínio da Moral Teórica
Positiva, que não são mais do que resultados dos desequilíbrios que se operam
nos fenômenos próprios a cada uma dessas existências.
Verificação das leis abstratas nos casos
anormais.
Nas variações
anormais, com intensidade muito enfraquecida ou demasiadamente exagerada a
ponto de modificar de modo anormal a natureza do Ser correspondente, os
fenômenos obedecem, entretanto, rigorosamente as mesmas leis, que são
imutáveis.
Quanto mais
modificável é um fenômeno, tanto mais suscetível de variações anormais.
Á medida que
subimos à escala dos acontecimentos nós notamos como acabamos de expor um
gradual aumento na amplitude de variação. A esse aumento corresponde também
uma capacidade cada vez maior de perturbação, isto é, de variação, fora dos
limites normais, da amplitude considerada. Por esse motivo as perturbações no
domínio inorgânico são muito menos frequentes e intensas que no mundo vivo ou
na existência humana e, ainda apresentam um modo de variação devida sempre a
outros fenômenos, não considerados normais.
Se percorrermos
a escala enciclopédica, desde a astronomia até a moral positiva, encontramos
colateralmente às leis naturais, fenômenos com tais características, que parece
obedecerem a leis diferentes Em mecânica celeste, se a terra se movesse
isoladamente em torno do sol, verificaríamos nitidamente a execução da lei da
gravitação universal, sem nenhuma consideração particular. Mas, se admitirmos
outro planeta com a terra, já o movimento se altera em virtude da mesma lei,
porque os dois planetas exercem ações recíprocas, modificando os respectivos
movimentos. A lei não varia, e pode ser sempre verificada, a intensidade dos
fenômenos é que sofre alteração. Se, ao invés de dois planetas, supusermos um
planeta e um satélite, já as alterações recíprocas serão outras, mas a lei da
gravitação persiste sempre. O estudo das perturbações planetárias é, aliás, dos
mais extensos da mecânica celeste.
No domínio
astronômico, por exemplo, quando são estudados o equilíbrio ou o movimento de
determinado astro, são consideradas as influencias principais abstraindo-se
aquelas que, muito diminutas ou não permanentes alteram o resultado geral.
Determina-se assim a lei abstrata. Na realidade prática, porém, quando se
procede a uma previsão, é muitas vezes necessária, a consideração dessas
influências ocasionais ou secundárias, que alteram a verdadeira situação, e que
não existem na ordem abstrata. Tais influências constituem as perturbações.
Se passarmos da
astronomia para a física, encontramos na queda dos corpos perturbações que, à
primeira vista, parece invalidarem as leis de Galileu, mas que bem interpretadas
às confirmam.
Quando
resolvemos problemas atinentes à queda dos corpos, perturbada de qualquer
forma, vale dizer, sobre um plano inclinado, ou sujeito a um ponto de
suspensão, como no caso do pêndulo, as leis se verificam igualmente. Para
resolver tais problemas, é necessário recorrer às leis de Galileu, e
acrescentar as perturbações decorrentes desses obstáculos.
Da mesma forma
no domínio da FÍSICA TERRESTRE, tanto da Física propriamente dita, quanto da
Química, as perturbações são constituídas pelos elementos que normalmente não
são levados em consideração na ordem abstrata; porque, para incorporá-los a
essa ordem seriam tais as dificuldades que se tornaria impossível a separação
entre o abstrato e o concreto; e consequentemente, também impossível a
construção das leis. Teríamos para cada caso concreto uma lei diferente, o que
impossibilitaria qualquer previsão.
Há, pois,
necessidade, quando se constrói a ordem abstrata, de afastar uma serie de
elementos que atuam depois ocasionalmente como perturbadores, provocando as
variações anormais no domínio inorgânico.
Os químicos,
por outro lado, a guisa dos antigos fisiologistas procuraram erigir uma
química especial para os fenômenos de composição e de decomposição, dentro dos
organismos vivos, a que denominariam química orgânica. O eminente Jöns Jacob Berzelius (1779 – 1848), não obstante o
atributo de judicioso que lhe deu Augusto Comte, dizia que, nos organismos
vivos, os fenômenos químicos pareciam sujeitos a outras leis. Foi necessário
que Friedrich Wöhler (1800 – 1882), em 1828,
fizesse a síntese da ureia, e que Berthelot iniciasse a série de sínteses de
compostos orgânicos, para que os químicos se dissuadissem da ideia dessa
química especial.
No domínio da
química, além das leis de composição e de decomposição das substâncias, devemos
levar em conta, em se tratando de organismos vivos, as perturbações que os
fenômenos psicológicos produzem no meio interno do Ser. Os fenômenos vitais,
mormente os de nutrição das células e de outros elementos vivos, alteram a
composição do meio e perturbam, assim, as combinações químicas. As fermentações
fisiológicas, assaz conhecidas, entram no número dessas alterações; e são
processadas por reações bioquímicas, na presença de catalisadores enzimáticos.
Mas as leis da química são as mesmas, dentro e fora dos organismos vivos.
Os próprios
elementos químicos, que entram nos organismos vivos, têm a mesma natureza
mineral. O carbono dos organismos vegetais e animais são os mesmos que se
encontra no dióxido carbônico do mundo exterior, nos carbonatos que formam as
pedras, o mesmo que, em palhetas hexagonais, constitui o grafite, ou
cristalizado no sistema cúbico, forma o diamante. O oxigênio dos tecidos é o
mesmo que compõe invólucro fluídico da terra, o mesmo que, ao combinar-se com o
hidrogênio, produz a água, e com o silício e outro metal forma as pedras. Mas,
penetrando no organismo, esses elementos, combinados segundo as leis químicas
e sujeitos às leis fisiológicas - bioquímicas, vivificam-se, formando elementos
vivos, a que chamamos micro-organismos, células e tecidos. As partes constitutivas
dos organismos vivos não são inertes, como as de uma máquina: independentemente
da vida de conjunto existe a vida desses elementos vivos.
Passemos ao Ser
vivo. Neste, quando todos os fenômenos se realizam dentro dos limites normais
de variação; quando todas as leis se verificam também normalmente de modo que
tal Ser se aproxime do tipo abstrato; ele está no seu estado de saúde.
O estado de
saúde é, portanto, o de equilíbrio de todas as funções orgânicas, que se realizam
sem perturbação.
Quando, por
influências exteriores, do meio em que vive, ou interiores originadas da
própria realização dos fenômenos vitais, uma ou mais funções orgânicas
alteram-se, provocando o desequilíbrio geral do organismo; e assim, o Ser vivo
passa para o estado de moléstia ou patológico.
A moléstia é
resultante, portanto do desequilíbrio das funções orgânicas, em consequência da
realização, fora dos limites normais de variação de uma ou de diversas das
funções vitais.
“A saúde supõe
o exercício regular das funções: a moléstia resulta de sua irregularidade. - a
morte de sua cessação”.
“As funções são
irregulares quando uma ou diversas delas se exercem com excesso ou falta de
energia”.
“A energia de
uma função é excessivo quando precipita, suspende ou desnatura outras; de modo
que um ou diversos dos órgãos que são encarregados da função exagerada, e os
das que perturbou, sejam ameaçados de destruição”
“A energia de
uma função é enfraquecida quando uni ou diversos dos órgãos dela encarregados
não atingem ao grau de vitalidade necessário para bem executar a função”,
A perturbação
de urna ou mais funções vitais, causadora do estado de moléstia, rompe o
equilíbrio geral do organismo refletindo-se sobre o encéfalo, que é também
perturbado, deixando de coordenar o conjunto das funções.
Em Sociologia, encontramos também
fenômenos anormais, parecendo alterar as leis naturais, estáticas e dinâmicas,
que regem a ordem e a evolução: a revolução, a guerra e as outras perturbações
sociais. Para quem considera leis naturais às regulamentações dos governos e
das assembleias, estas perturbações alteram e, por vezes, até invalidam essas
leis. Mas, para quem só considera leis as relações naturais e invariáveis,
referentes à ordem e à evolução, nenhuma alteração haveria, quer na fase
pacífica, quer nos períodos revolucionários.
Os
fenômenos sociais, como os biológicos, e ainda em maior grau, são suscetíveis
de perturbações originadas pelo exagero ou deficiência de intensidade com que
se realizam observadas sempre as leis abstratas que os dirigem.
As
perturbações no domínio social constituem as revoluções, verdadeiros estados
patológicos na estrutura de uma sociedade. Um estado revolucionário,
entretanto, qualquer que seja a natureza da revolução, é caracterizado sempre
pela existência de todos os elementos componentes da sociedade, com exagero ou
deficiência de energia funcional de um ou de diversos desses elementos.
.
Qualquer das instituições da ordem social propriedade, família, linguagem, governo material e
governo espiritual — pode ser atingida pelo excesso ou falta de ação de
um ou mais de seus elementos. Essa modificação acarreta o desequilíbrio geral
do organismo social atingindo a todas as instituições, que são mais ou menos
perturbadas.
A
sociedade ocidental, por exemplo, atravessou durante toda a idade média, até ao
século XIII um estado normal, com o predomínio do sistema católico-feudal, que
organizou urna ordem de acordo com as necessidades da época. Todas as
instituições sociais tinham suas oscilações de intensidade variando dentro dos
limites das respectivas amplitudes normais.
O
progresso humano, os conhecimentos, os esclarecimentos de ordem intelectual
adquiridos do século XIII em diante, incompatíveis com a ordem medieval, provocaram
um desequilíbrio de natureza espiritual. Atingindo assim um dos mais importantes elementos da
estrutura social, o desequilíbrio verificado estendeu-se logo a todos os
outros, originando-se a intensa e extensa revolução
moderna, que se prolonga até nossos dias, agravando-se cada vez mais, e que
somente poderá terminar com o advento de nova
ordem social. A reforma
completa da sociedade deverá modificar todas as instituições fundamentais,
agindo sistematicamente sobre cada uma delas, a fim de que voltem ao equilíbrio
normal. Essa ação sistemática não poderá ser obtida senão com base científica,
com o estudo e a aplicação das leis da Sociologia e da Moral, descobertas e
sistematizadas na primeira metade do século XIX por Augusto Comte.
A
sociedade retomará, entretanto, todas as verdadeiras conquistas medievais,
assim como as anteriores acumuladas pela Humanidade desde as eras mais
primitivas da civilização, colocando os diversos elementos de novo dentro de
sua amplitude normal.
A
mesma observação se pode fazer quanto às leis naturais, atinentes à ciência
moral. As mesmas leis que regem os fenômenos morais do
santo presidem às do criminoso. Entre um e outro a diferença está nos
motivos que determinam os atos: no primeiro é o mais eminente altruísmo, no
segundo é o mais degradante egoísmo. Entre o gênio e a imbecilidade, também se
observa a mesma coisa: no gênio, encontra-se a coexistência do objetivismo e do
subjetivismo; na cretinice, a mais inerte e exclusiva objetividade.
Entre
a razão e a loucura, observa-se o predomínio das mesmas leis naturais. No
estado de razão, o subjetivo subordina-se ao objetivo; na loucura, ao invés, a
subjetividade desconhece completamente as indicações da objetividade. Em todos
esses fenômenos, notamos constantemente, o equilíbrio ou a harmonia, em graus
diversos, da meditação e da contemplação, da ficção e da realidade.
Os
fenômenos morais, finalmente, os mais modificáveis e mais complexos de todos,
são aqueles onde maiores perturbações se verificam.
As
funções afetivas, intelectuais e práticas da alma ou psique humana, apresentam
também variações normais e anormais.
As
perturbações cerebrais são suscetíveis de enumeras variedades devido à
natureza da função alterada inicialmente, causadora do desequilíbrio geral.
Podem tais perturbações produzir estados cerebrais patológicos, de loucura ou
de idiotia. Como o louco e o idiota, é também o criminoso um indivíduo cujo
cérebro está perturbado pela variação anormal de funções afetivas, intelectuais
e práticas.
Os
exemplos que figuramos para ilustrar a exposição dos estados de variação
anormal dos acontecimentos são suficientes para mostrar como conservada a ordem
universal, sempre imutável, pode a simples variação de intensidade provocar os
desequilíbrios em fenômenos de qualquer espécie.
Resumidamente
ao percorrermos a escala enciclopédica encontramos, pois, uma sucessão de casos
anômalos, formando escala tão extensa quanto à da sucessão das ciências. Em
astronomia, as perturbações planetárias formam longo capítulo, confirmativo
das leis de Kepler e de Newton. Em física aplicada, as explicações, longe de
invalidarem as leis da dilatação e da resistência das substâncias, vêm
confirmá-las. Em química, observamos modificações na formação das substâncias
dentro dos organismos vivos, por ação enzimática, em presença muitas das vezes
de hormônios, metabolizados, por determinadas glândulas. Na biologia, os
importantíssimos fenômenos que constituem a doença, dão lugar a estudos tão
profundos, que parece formarem outra ciência, a patologia, independente da
biologia, mas que o espírito filosófico prova ser a confirmação perfeita das
leis fisiológicas. No domínio da sociologia, as
revoluções e as guerras, parece invalidar as leis da evolução social, mas, bem
apreciadas, revelam apenas a incapacidade
dos governantes. Finalmente, na moral
aparecem fenômenos que se qualificam de crimes, quando contrários à ordem
temporal, e pecados quando opostos à ordem espiritual. Uns e outros, porém,
confirmam brilhantemente o império das leis, que regem os fenômenos morais.
Considerando
simultaneamente os três princípios iniciais da Filosofia Primeira, vemos que
todos eles resultam de igual concurso do mundo e do Homem, do objeto e do
sujeito, donde serem considerados o grupo tanto objetivo como subjetivo dessa
filosofia.
A lei da relatividade, regulando a formação das hipóteses, incorpora os
dados adquiridos no mundo pela experiência universal dos séculos e manifesta a
tendência da inteligência à simplicidade, à beleza e à simpatia.
A lei da imutabilidade, regulando o modo de variação dos fenômenos e dos
seres, combina os dados fornecidos pela observação do mundo, com a propensão
da inteligência em ligar os resultados dessa observação.
A lei da Modificabilidade, regulando a natureza das variações dos fenômenos
e dos seres, combina também a objetividade dessas variações com a subjetividade
das relações que comprova.
Em todos os
três casos, os elementos constantes de todas as nossas concepções - o mundo
exterior e o mundo interior; o mundo objetivo e o mundo subjetivo - entram em
quantidade igual na constituição dos três teoremas fundamentais da ciência
universal, que é a Filosofia Primeira. Em nenhum deles, nenhum desses mundos
prepondera mais do que outro. Em todos três, o objetivo e o subjetivo
contribuem com o mesmo contingente. O que os distingue logo dos outros
princípios, em que há maior ou menor preponderância da objetividade ou da
subjetividade.
Vide à
apreciação desta parte de Leis no Item D- GRUPO DE LEIS SUBJETIVAS EXCLUSIVAMENTE RELATIVAS AO ENTENDIMENTO
HUMANO, referentes não só ao: (D-1) Estado
Estático do Entendimento ou Leis da Subjetividade (4,5,6), como ao (D-2) Estado Dinâmico do Entendimento ou Leis da Evolução
(7,8,9), no final deste item.
Aplicados a Sociologia e a Moral.
I – 12ª Lei da
Mutabilidade ou Lei da Equivalência e ainda Lei da Ação e Reação. -
Existe sempre equivalência entre a reação e a ação,
se a intensidade de ambas for medida de acordo
com a natureza de cada conflito.
Na Sociologia, estática ou dinâmica, também são em grande numero os
exemplos que podemos utilizar para a demonstração desta lei.
A ação da
sociedade sobre a família, por exemplo, quando anormalmente concorre para
diminuir o poder material do homem ou o espiritual da mulher, desenvolve como
reação imediata o enfraquecimento dos laços domésticos.
Se
considerarmos, a influência da coletividade geral sobre o elemento fundamental
da sociedade, que é a família, notou que em época de transição anárquica, como
o da atualidade, tal influência constitui geralmente ação perturbadora da
existência doméstica. A sociedade mal organizada de nossos dias não permite, na
maioria dos casos, que o homem possa prover às necessidades materiais de sua
família; assim como, exigindo por parte da mulher trabalhos de ordena material,
impede que ela exerça normalmente sua função espiritual. Há, portanto, uma
dupla ação perturbadora, por parte da sociedade sobre a família, impedindo o
livre exercício dos poderes material e espiritual no elemento básico da
existência coletiva. Tal ação provoca uma reação equivalente representada pela
diminuição dos laços de apego, veneração e bondade, que se devem normalmente
desenvolver na família como conseqüência de sua própria formação.
Assim como por
esse exemplo percebemos claramente a aplicação da lei da ação e da reação ao
domínio da estática social, assim também muitos outros fenômenos na própria
existência doméstica: ou na estrutura material da sociedade ou ainda na
formação da linguagem, etc., poderiam servir para o exame da aplicação da lei.
Ações
perturbadoras na estática social. Uma análise na existência política das nações
modernas mostraria como a lei da ação e da reação explica perfeitamente todas
as perturbações geralmente provocadas pelos próprios governos em suas ações
empíricas, realizadas sem nenhuma previsão, sem atingir aos verdadeiros
interesses da coletividade.
Os governantes,
muitas vezes dominados pelo orgulho supracitado como conseqüência do próprio
exercício do poder, sem as luzes científicas necessárias para a ação
sistemática, tendem logo, não somente a invadir atribuições espirituais como
também a desrespeitar as maiores conquistas sociais realizadas pela espécie
humana, principalmente em relação ás liberdades públicas.
Ação de tal
ordem é a causa de graves perturbações.
Examinemos como
exemplo, a invasão, pelo governo temporal, de atribuições de natureza
espiritual. A ordem social, para manter seu equilíbrio normal e a harmonia
necessária entre todos os seus órgãos, exige completa separação entre o
espiritual e o temporal.
Ao governo
temporal cabem unicamente atribuições de ordem material, a fim de que sejam,
nessa esfera de ação, atendidas todas as necessidades da coletividade.
“... a
liberdade espiritual exige duas sortes de medidas urnas fundamentais que
consistem na plena liberdade de comunicações escritas e verbais, outras,
complementares constituídas pela supressão do tríplice orçamento, teológico,
metafísico e científico; bem como pela abolição da pretendida propriedade
literária”. João Pernetta, Os Dais Apóstolos, Curitiba, 1929, vol. III, pag.
16.
No meio da
anarquia atual, entretanto, a ação dos governos materiais são geralmente
conduzidas no sentido de desrespeitar essa separação imprescindível â harmonia
social. De acordo com a lei de Newton a ação opressora de imposição de
princípios, retrógrados ou anárquicos, de supressão da liberdade da propaganda
espiritual de quaisquer doutrinas, provoca uma reação equivalente, que se
manifesta em geral pelo descrédito do tal governo, pelo enfraquecimento de sua
autoridade, pela perda da forca que deveria conservar e desenvolver. Agindo
empiricamente, sem compreender as verdadeiras causas do seu descrédito,
procuram os governantes, por meio de medidas violentas, aumentando a opressão e
a tirania, compensar a perda de poder. Há, entretanto, em tal atitude apenas um
acréscimo na ação perturbada e consequentemente nas reações que podem acarretar
muitas vezes a destruição do próprio governo, órgão social que está agindo fora
das verdadeiras normas que exige a harmonia coletiva.
São, pois, não
somente os interesses elevados da coletividade, mas também os próprios
Interesses de conservação de um governo, que devem concorrer para que este
procure manter-se dentro dos limites prescritos pelas leis científicas, desde
meados do século XIX estabelecidas por Augusto Comte, que fundou a Sociologia e
a Moral positivas. Reduzida a variação dos fenômenos sociológicos aos limites
normais, é mantida a harmonia social; transpostos aqueles limites, as ações
tornam-se perturbadoras e provocam reações também intensas, que podem concorrer
para a modificação da ordem social.
I – 13ª - Lei da
Conciliação ou Lei da Conversão - Subordinar a teoria do Movimento à
Teoria da Existência, concebendo qualquer progresso como o desenvolvimento da
ordem correspondente, de cujo arranjo derivam as alterações que constituem a
evolução.
Na Sociologia a
evolução de qualquer dos elementos estáticos da sociedade, a propriedade
material, a família a linguagem e o governo, material e espiritual, pode
claramente exemplificar o progresso como constituído por uma sucessão dos
estados de ordem.
E’ no domínio
da Sociologia que as noções da ordem e de progresso apresentam-se com maior
clareza e precisão, comparáveis à ideia mecânica de equilíbrio e do movimento.
O fetichismo
instituiu a família. Existe, pois, a família como elemento estático da
sociedade desde a mais remota antiguidade. Se analisarmos, entretanto, sua
constituição, as reações morais, intelectuais e materiais que produz a
intensidade dos laços que a constituem, o grau de duração e a estabilidade com
que se forma e subsiste, a influência que. exerce sobre as associações mais
extensas como sobre o aperfeiçoamento do indivíduo, verificamos a
multiplicidade enorme de aspectos os mais variados que assume a célula
fundamental da sociedade humana, embora guardando sempre a mesma estrutura
característica. Em cada momento da existência da família temos um aspecto
estático, de ordem, dessa instituição social, O conjunto desses estados
sucessivos de ordem; isto é, a sua variação no tempo, representa o progresso.
Não é somente a
família que pode evidenciar assim com tanta simplicidade e clareza a harmonia
entre a ordem e o progresso pela subordinação desta aquela. Analise semelhante
poderíamos executar relativamente à propriedade, à linguagem, ao governo, quer
temporal ou espiritual. Em todos esses elementos observamos sempre o progresso
como resultante de uma série de estados sucessivos conduzindo para um
aperfeiçoamento cada vez maior.
II – Moral
I – 3ª Lei da
Modificabilidade - Todas as modificações da Ordem Universal limitam-se à
intensidade dos atributos, cujo arranjo
permanece inalterável. ( Veja o
estudo acima 3ª Lei da Modificabilidade em Sociologia e na Moral)
I – 12ª Lei da
Mutabilidade ou Lei da Equivalência ou ainda Lei da Ação e Reação. -
Existe sempre equivalência entre a reação e a ação, se a
intensidade de ambas for medida
de acordo com a natureza de cada
conflito.
Na Moral, à principal ação exercida pelo homem, aquela que se realiza
pela educação, corresponde como reação o aperfeiçoamento da natureza humana, no
seu tríplice aspecto, prático, intelectual e afetivo.
E’ a educação
uma ação modificadora que se exerce sobre nossa natureza moral, intelectual e prática —; como toda a
ação provoca urna reação equivalente. Tal reação, que se manifesta por
modificações mais ou menos profundas da natureza humana, deve ser
convenientemente prevista em seus resultados, o que constitui a máxima
dificuldade no trabalho humano.
As artes formam
como vimos o domínio da atividade e têm por objetivo a modificação do mundo e
do homem de acordo com as necessidades humanas. Apresentam correspondência com
os nossos conhecimentos abstratos, e como estas são classificadas nas sete
categorias, da matemática à moral. Quanto mais subimos à escala tanto mais
difíceis e complexos são os fenômenos correspondentes e sendo cada vez mais
modificáveis, torna-se também cada vez mais difícil à modificação de acordo com
os objetivos visados. Modificar a alma humana, aperfeiçoar o coração diminuindo
o egoísmo, desenvolvendo o altruísmo, estabelecendo uma conveniente harmonia
nas funções afetivas, melhorar a inteligência tornando-a mais sintética e mais
penetrante, desenvolver o caráter, constituem os trabalhos mais difíceis e
complicados, exigindo um grande preparo moral e intelectual para poderem ser
realizados sistematicamente e com resultados favoráveis.
Todo esse
trabalho de educação, como em geral todos os de modificação do mundo e do
homem, baseia-se fundamentalmente na lei da ação e da reação.
Os meios de que
dispomos para a educação dão lugar à ação; os resultados a que devemos atingir,
e que são devidamente previstos, constituem a reação. Prever exatamente em cada
caso concreto a reação que produz determinada ação e ainda qual a ação quem
determinadas circunstâncias deve ser empregada para atingir-se a um resultado
que se deseja; que são os problemas de maior dificuldade que se apresentam à
inteligência humana para resolver.
Ações e reações cerebrais - O trabalho cerebral é sempre sustentado pela
existência corporal; há entre as funções cerebrais e as da vida vegetativa estreita
interdependência; as ações cerebrais provocam reações corporais e
reciprocamente.
Inúmeras são as
ações corporais que se refletem sobre as funções cerebrais. E’ permanente e
intensa a influência do corpo sobre o cérebro, concorrendo para modificar o
funcionamento deste.
A constituição
corporal, o estado de equilíbrio das funções vegetativas a idade do individuo,
ele são elementos que contribuem para alterar o estado cerebral — afetivo,
intelectual ou ativo.
Da mesma forma
o cérebro age sobre o corpo, dando lugar a que este modifique suas funções. A
reciprocidade de influências entre o cérebro e o corpo obedece à lei da ação e
da reação. Dificilmente podemos, entretanto, apreciar separadamente uma dessas
ações e a consequente reação, devido à complexidade do assunto e às múltiplas
ações e reações permanentemente realizadas.
As ações e
reações mútuas estão sendo continuamente verificadas não só entre o cérebro e o
corpo, mas também nas funções cerebrais entre si, pois todo o trabalho do
cérebro resulta do conjunto de funções simples que agem e reagem umas sobre as
outras.
Dessa
interdependência das funções cerebrais e corporais e das funções cerebrais
entre si, resulta a possibilidade da previsão das modificações em nossa
natureza. Toda a moral prática está baseada, consequentemente, no conhecimento
da moral teórica, isto é, das leis das funções cerebrais e das influências do
meio exterior e do corpo, a fina de que possamos dirigir e graduar as ações
modificadoras pela educação, como vimos anteriormente.
Os melhores
preceitos de moral prática baseiam-se sistemática ou mesmo empiricamente no
conhecimento da equivalência entre a ação e a reação. É assim, por exemplo, o
verso da Imitação: ‘Frena gulam et omnen carnis inclinationem facilus
frenabís’. (Refreia a gula com certeza mais facilmente refrearás qualquer outra
tendência egoísta).[T. de Kempis, A Imitação de Cristo, ed. Garnier, Rio de
janeiro, 1910, liv. I, Cap. XIX, pág. 62.] Tal preceito estabelece uma ação
determinada, o refrear da gula, para que a reação equivalente se verifique, a
diminuição de intensidade de todas as funções egoístas do coração humano.
Ações perturbadoras entre o físico e o moral. Não é só no estado normal do cérebro que observamos as influências recíprocas entre este e o corpo, mas também nos estados patológicos. A loucura e a idiotia, por exemplo, estados de desequilíbrio mental que se caracterizam por excesso ou falta de intensidade nas imagens trazem perturbações nas relações entre o corpo e o cérebro, mas não impedem que essas relações continuem a verificar-se, embora com intensidade também fora dos limites normais de variação.
Da mesma forma
as perturbações do corpo influem sobre as relações desta com o cérebro,
aumentando ou diminuindo a intensidade dessas relações e consequentemente das
imagens cerebrais, Há sempre, entretanto, quer no primeiro caso como na segunda
lei universal.
A virtude. A virtude é uma ação diretamente destinada a
provocar uma reação em favor de outrem.
Como a definiu Charles
Duclus (1704-1772): é a virtude um esforço que o indivíduo exerce sobre si
mesmo em favor dos outros.
Está a moral
prática fundada especialmente no exercício da virtude, que aperfeiçoa o coração
humano, por meio de atos de altruísmo, isto é, de atos inspirados pelos mais nobres
sentimentos sociais, aqueles que levam a viver para outrem.
Quer o esforço
realizado venha beneficiar diretamente a determinado individuo ou venha a
diluir-se de modo geral, para que possa ser aproveitado, com maior ou menor
intensidade e precisão por uma sociedade mais ou menos extensa, em qualquer
desses casos há sempre uma ação representada pelo esforço individual visando o
benefício de outrem, e uma reação equivalente representada por esse próprio
beneficio.
Vimos dessa
forma, por uma série de exemplos colhidos na matemática, na astronomia, na
física, na química, na biologia, na sociologia e na moral, teórica e prática, a
extensão universal da lei da ação e da reação, que constitui a décima segunda
lei de Filosofia Primeira.
I – 13ª - Lei
da Conciliação ou Lei da Conversão - Subordinar a Teoria do Movimento à
Teoria da Existência, concebendo qualquer progresso como o desenvolvimento da
ordem correspondente, de cujo arranjo derivam as alterações que
constituem a evolução.
Na Moral, os
fenômenos Morais, analisamos e apreciamos a evolução da inteligência, do
sentimento e da atividade, desde os tempos primitivos, mostram, em cada um
desses elementos da alma humana, uma sucessão de estados estáticos da
apreciação de cujo conjunto resulta a ideia de progresso.
Em todas as
épocas da evolução humana nossa inteligência apresentou sempre a mesma
constituição, resultante das funções de cinco órgãos elementares, dois de
contemplação concreta e abstrata; dois de meditação, indutiva e dedutiva, e um
de expressão. A comparação do trabalho intelectual em cada uma das fases da
evolução humana, entretanto, mostra-nos desde logo a grande diferença não
somente de intensidade geral desse trabalho como também de sua natureza, consequente
do predomínio ora de uma ora de outra daquelas cinco funções elementares. A
inteligência humana apresenta, pois, inúmeros estados estáticos diferentes,
cujo conjunto sucessivo forma o progresso intelectual.
Não é somente a
consideração das fases intelectuais do passado que permite o exame do progresso
naquele setor; também o estudo, pelo conjunto do passado, permite prever para o
futuro as tendências da inteligência, de modo a conhecermos as possibilidades
que o progresso intelectual apresenta o aperfeiçoamento intenso que ainda pode
adquirir a inteligência humana, a idênticos raciocínios levar-nos-iam a
reconhecer a ordem e o progresso nos outros dois departamentos da alma humana —
o sentimento e a atividade.
Na evolução humana. Em cada um dos estados preparatórios fictício e abstrato, da evolução humana, podemos apreciar, na inteligência, no coração (sentimentos) ou no caráter, uma série indefinida de formas estáticas que constituem essas evoluções provisórias e representam consequentemente o progresso.
E o progresso
intelectual representado pelas variadas modalidades que adquirem sucessivamente
as concepções humanas nos estados fictícios e teológicos e no abstrato ou
metafísico. Cada uma das modalidades provisórias que adquirem nossas concepções
intelectuais nas fases fictícia e metafísica constitui estados estáticos, de
cuja sucessão resulta o progresso. (Há ainda progresso quando passam as
concepções do último estado metafísico para o positivo (Ver Leis Dinâmicas do
Entendimento)).
O progresso da
sociabilidade nos dois estados em que é ela primeiro doméstica e depois cívica,
apresenta também inúmeros aspectos sucessivos, havendo ainda um novo progresso
quando adquire a sociabilidade sua máxima extensão, tornando-se universal. Cada
um desses estados, sucessivos representa um aspecto da ordem, de cujo conjunto
resulta o progresso (Ver Evolução Prática – Oitava Lei da Filosofia Primeira).
No domínio da
atividade também o passado humano fornece uma serie numerosa de estados
sucessivos enquanto prevaleceram as duas primeiras formas de atividade; a
militar conquistadora e a militar defensiva. Houve ainda progresso ao
transformar-se a atividade de militar em industrial. (Ver Lei da evolução do
Sentimento).
São esses
estados sucessivos os elementos de ordem a que está assim subordinado o progresso.
O aperfeiçoamento No terceiro estado, no positivo, a noção de
progresso adquire em Sociologia e Moral um aspecto diferente, pois as
modificações deixam de se realizar na estrutura para se transformarem o
aperfeiçoamento gradual, cada vez com menor velocidade, e tendendo para um
limite, representado por uma organização social e moral perfeita.
Depois de
atingirem ao terceiro estado as evoluções social e moral, esta sob o seu
tríplice aspecto — afetivo, intelectual e prático —, adquirem estrutura definitiva,
não havendo daí por diante nenhuma nova modificação que atinja à forma das
organizações correspondentes.
O progresso
passa então a ser representado pelo aperfeiçoamento e as mutações vão se
processando a princípio com maior velocidade para corrigir todos os defeitos
originados do estado de transição revolucionária, para em seguida verificar o
gradual decréscimo dessa velocidade.
Tal aperfeiçoamento prolonga-se indefinidamente
tendendo para a instituição de ordens social e moral perfeitas, o que constitui
o limite de toda a evolução humana, o estado ideal do qual a Humanidade se
aproximará cada vez mais sem nunca atingi-lo.
C) - Leis da Estabilidade da Ordem Universal
(2,10,11),
I – Sociologia
I – 2ª Lei da Imutabilidade - Conceber como imutáveis as
Leis Quaisquer que regem os Seres, pelos acontecimentos, mediante os fenômenos respectivos, abstratamente
apreciados.
Chama-se imutabilidade a propriedade do que é imutável. Imutável é tudo
que não muda; é constante; não sofre variações.
Ora a contemplação do mundo e do homem dá-nos impressão diversa. Em
torno de nós tudo varia. O espetáculo celeste, os acontecimentos terrestres, os
fatos saciais são múltiplos e variados. Para a criança e para o selvagem, para
os indivíduos como para a espécie, no princípio da sua evolução, essa impressão
imediata de mutabilidade (mudança), toma o aspeto de verdadeira confusão. No início
segundo a ativa expressão bíblica, “tudo é caos”.
Entretanto, à medida que a criança e o silvícola crescem e se desenvolvem,
o Homem e a Humanidade infantes evoluem; vai pouco a pouco desaparecendo a
confusão inicial, o caos primitivo.
No meio da variedade confusa de entes e de atributos, começa a notar-se
algum evento de imutável ou constante. Volvendo os olhos ao céu, se as nuvens
permanecem obscuras e multiformes; se às vezes encobrem totalmente a abóbada
azulada e outras desaparecem de todo, o mesmo não sucede com o Sol e a Lua.
Descobre-se que o primeiro desses “astros” nasce e renasce periodicamente; que
o segundo muda de forma também em períodos regulares; que o movimento diurno e
as fases da Lua seguem certa ordem; que um e outras estão sujeitos a relações
determinadas; de modo tal, que se pode antecipar a posição de cada um desses
astros na esfera celeste para períodos longínquos, séculos e milênios além de
nós.
O que se descobre assim entre os fenômenos celestes vai pouco a pouco se
descobrindo entre os outros fenômenos: os físicos, os químicos, os vitais, os
sociológicos e os Morais ou Psicológicos. Mas, assim como na contemplação do
céu achamos ordem, constância, imutabilidade, apreciando o movimento diurno e
as fases da lua; e a desordem, instabilidade, mutabilidade, no movimento das
nuvens, assim também no que concerne a todas as outras propriedades dos seres.
Em todas há as que estão subordinadas a relações fixas, de modo a poderem ser
feitas previsões mais ou menos precisas, conforme o grau de complexidade delas,
e as que nenhuma relação nos apresenta, que por isso mesmo escapam às nossas
previsões.
As relações constantes existentes entre os fenômenos, descobertas pelo
génio da nossa espécie, representada em cada momento histórico por grandes
individualidades, tendo sido plenamente verificadas às mais das vezes, pela
previsão dos respectivos fenômenos e pelas aplicações industriais
(tecnológicas), Políticas e Morais, e tendo aumentado dia a dia o número dos
atributos que, a princípio independentes entre si, se reconhece afinal estarem
também sujeitos as relações constantes, e como essas relações são sensivelmente
as mesmas em todos os lugares e em todos os tempos - isso levou o gênio de
Augusto Comte a concluir, por indução, que tudo está sujeito às relações, que
não variam nunca; tudo está sujeito a leis naturais. Cessa assim o governar da
confusão e do arbítrio. Mas, como tudo é relativo, salvo a verdade deste
principio, a legislação dos fenômenos biparte-se, em legislação conhecida e
legislação desconhecida; compreende o Destino, que é o conjunto das
leis conhecidas, e o Acaso, que é o conjunto das leis desconhecidas. E
como as leis são hipóteses variáveis com os dados adquiridos, a sua
invariabilidade experimenta a exceção correspondente à variação dos dados. De
sorte que a grande indução nada tem de absoluta. E, pois relativa como qualquer
outra, a lei de Augusto Comte: “Conceber
como imutáveis as leis quaisquer que regem os seres segundo os acontecimentos”.
O trabalho
de Abstração necessário à construção das Leis Naturais está explicado em:
Devemos procurar entender esta evolução no Livro “AUGUSTO COMTE PARA
TODOS” , no Capítulo que trata deste
assunto. Para se chegar ao conhecimento positivo de cada lei científica que foi
necessário passar por uma série de hipóteses provisórias, cada vez mais
aperfeiçoadas, desde as Leis Científicas da Antiguidade = Tales de Mileto
(640-550 a.C.); os trabalhos dosa filósofos gregos; depois o início da Formação
das Ciências; a Ciência na Idade Média; Ciência Moderna e finalmente, de acordo com a primeira lei da Filosofia
Primeira, até se atingir o conhecimento das relações definitivas de sucessão e
de semelhança, com a Sistematização Científica da Ciência, por Augusto Comte,
que no século XIX, é concluído o edifício enciclopédico pela fundação da
Ciência Sociologia e da Ciência Moral Positiva ou Ciência da Construção ou a
Psicologia Científica, e assim é realizada a sistematização final positiva de
todos os conhecimentos humanos.
Em 1822 Augusto Comte descobre as primeiras leis sociológicas,
Inaugurando o início da apreciação positiva das concepções mais elevadas,
aquelas que estudam a existência humana coletiva e individual.
Somente depois de desenvolver convenientemente as teorias sociológicas,
consegue separar os dois domínios; o da Sociologia e o da Moral Positiva, de
forma a poder sistematizar inteiramente as duas ciências.
Concluída a escala geral dos fenômenos abstratos e os sete graus enciclopédicos
convenientemente desenvolvidos ( Matemática, a Astronomia, a Física, a Química,
a Biologia, a Sociologia e a Moral) passa Augusto Comte a realizar a segunda
parte da sua imensa obra, a sistematização filosófica definitiva de todos os
conhecimentos humanos. Descobre então as leis Universais, isto é, os princípios
que regulam a formação da ciência e que são incorporados ao domínio da
Filosofia Primeira.
Complementando, convém lembrar, que, enunciada como norma, Augusto Comte
o fez precisamente nestes termos: “O segundo princípio (lei da imutabilidade),
ordinariamente considerado como superior ao primeiro (lei da relatividade),
consiste na imutabilidade das leis quaisquer, que regem os seres segundo os acontecimentos,
embora só a ordem abstrata, permita apreciá-las”. (Política, IV, 174.)
Parece-nos, porém, que, se o Filósofo destacasse a norma como princípio
a parte, numa enumeração de princípios congêneres, excluiria a proposição
subordinada do teorema filosófico, porque está implícita na proposição
principal. E’ o que ora fazemos e já fez também Pierre Laffitte, no seu Cours
de Philosophie Premiere.
Como se viu, da imutabilidade verificada na variação regular dos
fenômenos, nasceu à indução de que todas as leis são imutáveis. E, como os
seres são conjuntos de propriedades, as leis dos seres derivam das leis das
suas propriedades. A imutabilidade rege também os seres como os fenômenos. Se
esta não existisse, aquela não existiria. Em quaisquer dos casos, porém,
verifica-se um arranjo real, no meio da aparente confusão; comprova-se, em vez
da desordem, a ordem universal.
Sistematizados todos os conhecimentos humanos está a inteligência
convenientemente preparada para o esclarecimento destinado à formação da
unidade cerebral individual e coletiva. Há o correspondente desenvolvimento
sistemático do sentimento para que possa constituir-se a verdadeira unidade
religiosa positiva (doutrina), independente de quaisquer seres fictícios —
fetiches, deuses ou entidades abstratas.
Constituída e sistematizada a ciência humana, colocada sob o domínio
imediato do sentimento para que possa ter aplicação elevada, social e
altruísta, o homem está de posse de todos os elementos para o aperfeiçoamento
de sua existência individual e social.
E’ preciso que esse saber, essa sistematização digna e elevada, que nos
legou o gênio de Augusto Comte, sejam bem conhecidas e utilizadas pela
Humanidade em seu beneficio, para que melhorem quanto antes às condições
morais, intelectuais e materiais de existência da espécie humana.
O Amor
(Altruísmo) é o fator imutável que
provoca , mantém e desenvolve
a instituição da Família, da
Pátria e da Humanidade
I – 10ª Lei da
Persistência. Qualquer estado, estático ou dinâmico, tende a persistir
espontaneamente sem alteração alguma, resistindo às perturbações exteriores.
Chama-se
persistência a propriedade do que persiste; do que permanece, do que subsiste,
do que dura sempre. A lei da persistência é, pois a que regula o modo de ser
dos corpos brutos e organizados, constatando possuir esses corpos o atributo de
ficar, no estado estático ou dinâmico de equilíbrio ou de movimento, sob os
quais se apresentam todos os corpos, regidos por isso, por uma Lei
Natural.
Como todos os
princípios da ciência universal, é uma lei indutiva, nascida da observação.
Demonstrá-la é Examinar as alterações em todos os fenômenos: Físicos
(Matemática, Física propriamente dita e Química), Vitais ou Biológicos, Sociais ou Sociológicos e Morais Positivos ou
Psicológicos Científicos, este último também conhecido também dos positivista como Ciência da Construção. Aqui
vamos nos dedicar somente sobre a Sociologia
e abaixo na Moral.
Com relação aos
fenômenos sociais – isto é, com a Ciência Sociologia, a verificação da lei da
Persistência, principalmente na permanência
das Instituições fundamentais, da existência social: a propriedade, a família,
a linguagem, o sacerdócio ou governo espiritual e o governo temporal. Por
mais variadas que sejam e tenham sido as modificações experimentadas por cada
uma dessas verdadeiras células do organismo social, elas persistem em sua
estrutura fundamental no meio de todas as alterações.
E’ a lei da Persistência
que garante o prevalecimento das instituições sociais nas épocas de transição
anárquica.
A evolução humana
apresenta-nos uma série de estados preparatórios cada vez mais aperfeiçoados,
tendendo para um estado final definitivo no qual todas as nossas concepções
morais, intelectuais e práticas estejam em plena harmonia com a natureza
humana. A falta do conhecimento das leis morais não nos permitiu desde o início
instituir o regime mais conveniente à existência humana e daí resultou a
necessidade da passagem por uma serie de estados preparatórios conforme os
conhecimentos de cada fase de evolução.
Formulada pela
inteligência humana uma serie de hipóteses de acordo com os conhecimentos da
época sobre todos os fenômenos observáveis, adquire a sociedade um conjunto de
dados que satisfaz perfeitamente as necessidades daquele momento e, com base
nesses conhecimentos institui uma ordem abrangendo todos os assuntos
suscetíveis de sistematização. Tais concepções provisórias tendem a -
predominar completamente até que novos esclarecimentos venham impor a
necessidade de modificá-las. Forma-se assim uma ordem provisória na qual são
baseadas todas as instituições sociais. Essa ordem social domina uma fase de
transição, até que novas conquistas intelectuais venham trazer aperfeiçoamentos
sobre as concepções dos fenômenos e por esse motivo destruir a estrutura
intelectual anterior, em que se baseia a ordem social dominante. Há então um
desequilíbrio entre as concepções intelectuais o a ordem social, dai resultando
um estado de dissolução das instituições. São em tais períodos de transição
revolucionária que se observam as maiores perturbações na vida social. As
instituições, em desacordo com as novas concepções intelectuais deveriam ser
logo afastadas, porém, a tendência a persistir permite a continuação dessa
estrutura, embora retrógrada, durante a fase de transição revolucionária, sem
que a sociedade entre em completa dissolução. E’ a verificação da lei da
persistência, portanto, que garante a continuidade social, prolongando a
existência da ordem retrógrada e evitando assim que a sociedade seja dissolvida.
A lei da Persistência
explica ainda a continuação de um sistema político que se tornou retrógrado.
Essa lei, em
suas aplicações ao domínio da dinâmica social, explica dessa forma o prevalecimento
de instituições retrógradas que, mantendo a continuidade social até certo
ponto, dificultam depois a implantação da nova ordem que deva substituí-la.
Examinemos como
exemplo de tal persistência em primeiro lugar a passagem da ordem antiga para a
medieval. Estava o catolicismo já convenientemente preparado para assumir a presidência
da evolução humana e a história mostra-nos ainda as instituições retrógradas,
os restos do politeísmo romano, persistindo na existência social e perturbando
a marcha normal da Humanidade. O mesmo ocorrendo hoje em dia quando se fala em
propagar a Nova Ordem Mundial com ideias mais avançadas de um Regime
Societocrático Republicano em substituição do Anárquico sistema Democrático
Republicano, ainda vigente. O estado de desordem revolucionária de nossos dias
não é mais uma necessidade nem uma fatalidade inevitável como foi até dois
séculos, mas um resultado da tendência natural de todo o estado estático e
dinâmico da sociedade a persistir espontaneamente, resistindo às perturbações
exteriores. A lei da persistência explica, pois, na Ciência Sociologia Positiva
em sua Dinâmica os estados retrógrados nas fases de transição e a defesa
natural e espontânea da sociedade contra sua própria dissolução pela anarquia
revolucionária.
O estado de
moléstia no Organismo Social é aquele em que a perturbação que sempre retorna, no
estrutural ou funcional de um ou mais órgãos sociais (a propriedade, a família, a linguagem, o sacerdócio ou governo
espiritual e o governo temporal) com o desequilíbrio no Capital Material
($) ( Propriedade e no Governo Temporal)
O estado de moléstia no
organismo social é aquele em que a perturbação estrutural ou funcional de um ou
mais órgãos ocasiona uma reação sobre o Governo e seus líderes e consequentemente
um estado geral de desequilíbrio em todas as funções do organismo. As íntimas
ligações entre os órgãos e as ações e reações mútuas de umas funções políticas
sobre outras, que concorrem poderosamente para que uma função perturbada
provoque o estado geral de moléstia social, gerando o conflito social.
O Organismo
Social é suscetível de cair com a maior facilidade no estado patológico se não
houvesse por parte das funções uma tendência a persistir no estado de sua
atual existência, resistindo às perturbações exteriores e interiores de sua
Nação. O organismo social reage, portanto, contra a perturbação da função,
procurando fazê-la voltar ao estado dito normal e evitando dessa forma que se
estabeleça a moléstia, guerra civil, muitas das vezes pela força das armas,
somente verificando-se esta quando a intensidade da perturbação é bastante
pronunciada para vencer as resistências de sua estrutura organizacional.
Uma vez
adquirida a enfermidade social (jogo, miséria, doenças humanas, guerra civil, índice
elevado de criminalidade e roubo - corrupção),
esse estado patológico é agora o que tende a persistir, resistindo
espontaneamente aos esforços dos órgãos sociais para restabelecer o
funcionamento normal. Muitas vezes persiste o estado patológico, embora a
intensidade da função perturbada não seja mais suficiente por si para causar o
desequilíbrio. E, a tendência a persistir que mantém a patologia até que sejam
vencidas todas as resistências opostas pelo estado doentio da sociedade.
Baseia-se na Lei
da Persistência toda a “medicação” destinada a restabelecer o equilíbrio na
Sociedade. Os “medicamentos” funcionam como elementos destinados a intervir no
estado de “moléstia social” para romper a ordem prejudicial. E’ a “medicação”
muitas vezes perigosa, quando mal aplicada, por isso que sobrecarrega o
organismo com a ingestão de ações militares que, nem sempre são indicadas para
os efeitos que se pretende obter. A função da “medicação” é provocar reações
que venham romper a ordem patológica implantada e persistente no organismo
social, levando-a para o estado de saúde social.
I – 11ª Lei da
Coexistência ou Lei da Independência de Movimentos. Qualquer sistema
conserva a sua constituição, ativa ou passiva, quando seus elementos experimentam
modificações simultâneas,
contanto que lhe sejam
exatamente comuns.
A Décima lei
que acabamos de apreciar, chamada da persistência,
refere-se ao movimento isolado. A que vai nos ocupar agora e que se denomina de
coexistência, diz respeito à combinação
dos movimentos. Tendo-se em vista o surto histórico da dinâmica, esta lei deve
ser atribuída a Galileu, completada e generalizada, por Augusto Comte.
Assim podem os
fenômenos ser encarados sob dois aspetos: O da sucessão
e o da simultaneidade; ora como efeitos
que se passam uns após outros, ora como atributos que se realizam ao mesmo
tempo. A queda de um corpo é um fenômeno de sucessão, caracterizada pelas
varias posições do corpo em cada momento da queda. A forma do corpo que se
mantém a mesma, durante o movimento descensional, senão em seu todo, em seus
elementos, é um fenômeno de simultaneidade ou coexistência.
São essas duas
manifestações da matéria, que nos levam as concepções de tempo e de espaço,
assim definidos: tempo - é o conjunto das relações de sucessão; espaço – é o
conjunto das relações de coexistência. E como a sucessão supõe a simultaneidade,
pois para variar sucessivamente é preciso que alguma coisa exista mesmo sem
variar, o conceito de tempo entra no de espaço. Podem, pois ambos são definidos
um pelo outro: tempo é o espaço móvel; espaço é o tempo fixo. Por isso, é que
Diderot já se referia ao tempo como elemento espacial, a 4ª dimensão do espaço; ideia que esteve muito em
voga nos meios científicos, principalmente depois dos trabalhos de Einstein,
mas desnaturada pelas concepções metafísicas desse e de outros cientistas, que
pretendem transformar em fatos concretos, simples abstrações.
Mas, se o
movimento e a forma, ou extensão, são dois tipos característicos dos fenômenos
de sucessão e simultaneidade, não é menos certo que se pode achar a
simultaneidade na sucessão; quando se encara um conjunto de corpos ligados de
tal modo que, a par do movimento geral do todo, existam os movimentos parciais
dos elementos. De sorte que, em quanto se dá o percurso do sistema em relação a
um ponto de referencia, deslocam-se os elementos do sistema com relação a este.
Há assim, por um lado, a mudança sucessiva de posições do sistema, e do outro,
a mudança simultânea dos elementos do sistema.
Generalizando-a,
de acordo com o pensamento do Renovador Moderno, seu enunciado deve ser o que
apresentamos em epígrafe.
Neste
enunciado, sistema quer dizer um conjunto de partes ligadas
formando um todo; e constituição ativa, a de um sistema cujas
partes estão em movimento; e constituição passiva, a de um
sistema cujas partes se acham imóveis.
Afirmando a
inalterabilidade do sistema apesar das mutações, a lei supõe a independência
delas, pois só assim ela fica inalterável. De sorte que 11º Principio da
Filosofia Primeira regula não só a coexistência como a independência.
Daí podermos chamá-lo também lei da independência.
Realmente não
existe a independência absoluta das mutações, mas a independência relativa; as
ações e reações entre as partes são mínimas de sorte a se poder abstrair delas.
Só assim se pode induzir a lei, que, como toda verdadeira lei cientifica, é uma
lei abstrata.
Para provar-lhe
a veracidade, apreciem-se a verificação nos três domínios da fenomenalidade
universal: o Físico (Matemático; Astronomia; Física propriamente dita e a
Química), o Vital ou Biológico, o Social ou Sociológico e a Moral Positivo
ou Psicológico Científico.
Para facilitar
seu estudo nas diversas ciências que sucedem à matemática, devemos antes fazer
algumas reflexões sobre sua aplicação na mecânica geral, que consiste na
coexistência de quaisquer translações, efetuando-se cada uma como se as outras
não existissem.
Suponhamos que
duas ações instantâneas atuem sobre o mesmo ponto a. Para que possamos
entender o movimento desse ponto, sua direção imaginou, primeiramente, que ele
se move apenas sob a ação de uma das duas ações; nessas condições, move-se na
direção de uma linha reta, cujo sentido é o da ação, e cuja velocidade é
representada, em escala, pelo comprimento de um segmento da mesma linha. Se
materializarmos essa linha, e concebermos, então, que a segunda ação, atua
sobre ela, deslocando-a paralelamente a si mesma, temos a imagem clara do
movimento do ponto sobre a linha; à proporção que a linha se desloca paralelamente
a si mesma. Esse duplo movimento dá a imagem geométrica de um paralelogramo, em
que o ponto dado se desloca no sentido da diagonal. Se imaginarmos, agora, três
ações atuando sobre o ponto a, em
planos diferentes; consideramos primeiramente duas, formando o paralelogramo a
que nos referimos; materializando o plano desse paralelogramo, e imaginando que
a terceira ação atue sobre ele, fazendo-o deslocar-se paralelamente a si mesmo,
teremos assim a Imagem geométrica de um paralelepípedo retangular, ou oblíquo,
em que o ponto se desloca, segundo a sua diagonal.
No entanto, segundo a lei lógica da combinação, conceber duas ações,
produzindo um paralelogramo imaginário, dando como resultado o movimento do
ponto segundo sua diagonal, e, em seguida, combinar essa diagonal com a direção
da terceira ação, formando um novo paralelogramo, cuja diagonal coincidiria com
a diagonal do paralelepípedo primitivamente concebido. Essas considerações de
atuação das ações, independentemente umas das outras, fazem compreender
facilmente a combinação de fenômenos diversos, físicos, químicos, biológicos,
etc., sem se perturbarem, cada qual se produzindo como se outros não
existissem, e dando um resultado de conjunto.
Na mecânica
aplicada, essa lei é imediatamente posta em uso para obter o resultado final da
atuação de qualquer numero de ações instantâneas sobre o mesmo ponto, ou sobre
pontos diferentes, no mesmo corpo. Também fornece as alterações dos movimentos
dentro de um sistema, quando o conjunto sofre qualquer deslocamento. Se o
deslocamento se faz por translação, todos os pontos fixos descrevem retas
paralelas, e os movimentos, dentro do sistema, não sofrem alteração.
Assim, um
cronômetro, ou qualquer maquinismo não sofre modificação no seu funcionamento,
quando os seus pontos fixos descrevem retas paralelas. Se, porém, imprimirmos
movimento de rotação a esse maquinismo; rotação com pequeno raio e grande
velocidade onde verificaremos perturbação sensível nos movimentos internos. Se
o raio de rotação for muito grande, ou se a velocidade angular for pequena, a
alteração é imperceptível, ou mesmo não se dará, em consequência das
resistências passivas do maquinismo.
Daí as
perturbações fisiológicas que os homens e os outros animais experimentam, ao
executarem movimentos circulares com o corpo, descrevendo circunferências de
raio curto e a grande velocidade. Essa é a razão, também, por que o movimento
de rotação da terra não altera sensivelmente os outros movimentos que sobre
ela se operam. Essa rotação se faz com o raio demasiado grande e velocidade
angular de 360º em 24 horas. Semelhante
rotação quase equivale a uma simples translação. Compreende-se, pois, que o Homem haja vivido tantos milênios sem perceber
que seu corpo sofre rotação diária.
No domínio da
física, compreendemos, então, como se exercem, sem se perturbarem, e sem se
combinarem os diversos gêneros de atividade da matéria, produzindo atividades
compostas, em que os elementos simples atuam individualmente, sem alteração.
Assim, em um
navio em movimento, desloca-se não só a
embarcação em relação à água onde flutua, mas também se deslocam os passageiros
em relação ao navio. Há ao mesmo tempo,
sucessão e simultaneidade. Coexistem dois movimentos: O do navio, e o dos
passageiros. Em geral acontece o mesmo em casos análogos: coexiste o movimento
do todo e o das partes, o do sistema e o dos seus elementos.
Imaginando um
navio em movimento e passageiros movendo-se no navio, verifica-se que a
deslocação daquele em nada perturba a dos últimos, salvo se, como se diz, o
navio joga, isto é, se a par do movimento no sentido horizontal,
o movimento de translação, existe o movimento no sentido vertical, o movimento
de rotação. Por isso os fenômenos de naupatia nunca aparecem mesmo nas pessoas
sujeitas ao enjoo, nas viagens fluviais, em que é nulo ou quase nulo o jogo do
navio.
Observando tais
fatos e sobre eles refletindo, conclui-se que existe uma independência completa
entre movimentos coexistentes, quando a deslocação das partes se faz do mesmo
modo que a deslocação do conjunto. No caso do navio, em viagem fluvial, sem
jogo, todas as suas partes deslocam-se segundo retas paralelas; os movimentos
dos corpos interiores que se operam com relação a ele, realizam-se sem nenhuma
alteração, como se o navio estivesse parado. Havendo, porem, o jogo,
isto é, o roulis e o tangage; o balanço de popa a proa
e de bordo a estibordo ou vice-versa, que
constituem o movimento de rotação; esses movimentos, variando com a distância
ao centro rotatório, perturbam os movimentos dos passageiros: ou melhor,
perturbam os passageiros, estejam ,estes em movimento ou parados com relação ao
navio.
Eterno e
continuo exemplo da independência e coexistência dos movimentos é o da Terra em
torno do Sol, realizado simultaneamente com os múltiplos movimentos que se
verificam na superfície do nosso planeta. As únicas alterações que se notam são
devidas à rotação terrestre. E, dada à grandeza do sistema - que e a Terra - e
a pequenez dos seres que o habitam, a própria rotação não os altera de modo
sensível: na sua viagem pelo espaço na superfície da Terra nenhum passageiro
enjoa...
Também compreendemos a associação dos
fenômenos químicos, e a combinação das várias substâncias, em graus diversos,
formando os numerosos compostos naturais ou artificiais, produzidos pelo
engenho humano.
Se dos
fenômenos físicos propriamente ditos passamos aos fenômenos vitais ou
biológicos, verifica-se a mesma independência.
Considerando o
corpo vivo, vegetal ou animal, vemos o mundo exterior agir múltipla e
diversamente sobre ele, sem que as ações parciais alterem pela influencia de
uma sobre as outras, a ação do conjunto.
A atração dos corpos pela Terra, o calor, a luz, o som, a eletricidade e outros
agentes físicos exercem a sua atividade sobre os fatos elementares da vida, sem
que a ação de um perturbe a dos outros. O fato de modificar-se, por exemplo, a temperatura
de uma roseira ou de uma abelha com saúde, pode modificar seu peso ou seu
estado elétrico. As ações são independentes umas das outras, mas são relativas
entre si.
E' segundo esse
principio que se percebem ao mesmo tempo sensações auditivas e visuais sem confundi-las,
que nas audições e visões simultâneas se distinguem as inúmeras variedades de
sons e as infinitas espécies de cores. Ouvindo uma orquestra e a contemplação
um painel; o ouvido e a vista percebem distintamente os sons da flauta e do
violino, a azul do céu e o verde da folhagem; no entanto a ação de conjunto
produzida pela orquestra ou pelo quadro pode alterar pelas ações parciais de
cada elemento do sistema sonoro ou ótico; pois tudo é relativo. Para melhor nos
concentramos ao escutar uma música fechamos os olhos.
A mais
interessante explicação que essa lei faculta é a do desenvolvimento de um
microrganismo e a sua evolução, perfeitamente compatível com a vida de
conjunto. Consideremos a semente de urna planta, ou o ovo de um animal, que
contêm, em porções extremamente diminutas, os elementos sólidos, líquidos e
pastosos do ser, que vai surgir e desenvolver-se, crescendo até determinado
limite, sem alteração da vida de conjunto.
Os diversos
elementos constitutivos desse Ser, sofrem modificações, que se percebem pela
vista, no próprio crescimento, e outras que só se verificam pelo exame mais
profundo e detalhado. Mas, nenhuma dessas modificações ocorre isoladamente, de
modo que as mutações se tornam comuns e o sistema não sofre alteração. Casos
há, porém, em que circunstâncias estranhas impedem as modificações em comum.
Nesse caso, a existência do conjunto é perturbada, podendo até cessar quando a
perturbação se torna assaz intensa. Por isto vemos perecerem os seres vivos,
nos quais a evolução se torna desarmônica.
Essas
observações podem e devem ser feitas, também, no domínio sociológico e moral ou
psíquica, para esclarecer a evolução coletiva e individual, respectivamente, de
modo a compreendermos sua simultaneidade.
Exemplo típico
da lei da coexistência ou do principio da independência nos fatos saciais, é a
fenômeno da cooperação.
Numa fabrica,
vários operários incumbem-se de preparar as peças diferentes de uma maquina; e
a sua ação independente converge afinal constituição da máquina, não
perturbando assim a atividade de cada cooperador; o resultado da cooperação; os
setores são independentes, mas estão relacionados por um planejamento global e
os componentes produzidos em cada seção estão relacionados entre si, ao fazer
parte da máquina.
Não só o
maquinismo industrial, mas também as máquinas políticas
obedecem à lei da coexistência ao teorema da simultaneidade, que em Sociologia
constitui o princípio da cooperação ou princípio de Aristóteles: separação
dos ofícios e convergências dos esforços. E' da independência de cada
oficio que resulta o concurso eficaz de todos.
É
a demonstração do acerto, a coexistência das paixões egoístas e altruístas nos
movimentos da alma ou psique humana. Agindo cada uma no
seu campo próprio, dentro de limites normais, não perturbam a ação integral do
sistema afetivo, constituído por umas e outras. E' assim que a circunstancia de
tal individuo; as necessidades simultâneas de comer e de amar não alteram o
resultado geral dos dois instintos viver feliz - desde que o individuo coma
para amar e não viva para comer; desde que subordine o egoísmo ao altruísmo e
não o altruísmo ao egoísmo. Na ultima hipótese, o sistema moral se altera, como
o mecânico também quando o movimento total é de rotação e não de translação.
O
progresso moral, por exemplo, acompanha o desenvolvimento material nas
sociedades, porque a cultura moral do homem exige lazer, e este decorre das
condições materiais da sociedade. Por sua vez, a melhoria das condições
materiais, resultante do progresso industrial, promana inicialmente da evolução
intelectual. Sentimos, portanto, a solidariedade do desenvolvimento
intelectual, prático, e moral da sociedade.
Quando
um dos elementos é perturbado e não acompanha o desenvolvimento dos outros a
que se acha ligado, nasce o mal estar que verificamos em diversas épocas da
vida social.
O progresso intelectual, prático e moral da Humanidade
tem sido coerente, se o apreciamos, não na sociedade de agora, mas na
Humanidade em conjunto. Nas épocas conturbadas da história, pode parecer que os
acontecimentos invalidam o nosso raciocínio, mas, refletindo bem, eles se
explicam por esse mesmo raciocínio, decorrente da lei natural. Os povos, neste
momento, estão em graus diferentes da evolução humana. Alguns, embora em atraso
por circunstâncias especiais e favoráveis, conseguiram assimilar bastante a
evolução prática ou intelectual da Humanidade, sem acompanhar, todavia, o
progresso moral delas resultantes. Estes estão intelectualmente preparados para
produzir engenhos materiais notáveis, mas em desarmonia com a ordem social
hodierna. Tornaram-se, portanto, bárbaros armados dos requintes da indústria
moderna, para perturbarem a ordem e a evolução dos povos atuais, realmente
civilizados.
Há, em sentido contrário,
exemplo curiosíssimo de desenvolvimento insólito de um dos elementos do
sistema, exemplo que se torna ainda mais interessante, porque ocorre na
evolução de um povo. Circunstâncias especiais fizeram desenvolver-se
extraordinàriamente o estado fetichista do povo chinês, conservando-o até hoje.
Esse estranho
desenvolvimento cultivou no mais alto grau, as aptidões morais, intelectuais e
sociais do fetichismo. A positividade, que lhe é peculiar, em virtude do
contato constante com a realidade exterior, manteve-se até hoje.
Pode parecer, à
primeira vista, que semelhante situação haja favorecido o desenvolvimento
teórico desse povo, mas, dependendo o desenvolvimento teórico do surto da razão
abstrata, a falta de abstração entravou necessariamente, essa evolução.
Entretanto, sem as reações próprias da razão abstrata, tudo o que a razão
concreta e empírica pode produzir foi magnificamente aproveitado nessa
evolução. Mas como é mais fácil um fetichista passar a cientista, que um
teologista passar a cientista, a China de hoje por vários fatores, entre
estes assimilou rapidamente as ciências
desenvolvidas pelos ocidentais teologistas e está ai, com crescendo material
bárbaro, e criando mais um problema para eles e para nós no futuro; pois
escolheram um modelo capitalista de mercado que é retrógrado.
No ponto de
vista prático, o progresso industrial foi tão longe quanto seria possível, sem
o recurso da razão teórica, isto é, sem o auxilio poderosíssimo do conhecimento
das leis naturais e da ciência. Sob o aspecto moral, o fetichismo chinês
desenvolveu, tanto quanto possível, sentimentos inerentes ao estado inicial,
da evolução humana.
Socialmente,
esse povo, preso ao prolongado fetichismo, não caminhou para o politeísmo
teocrático, nem militar, Os seus fetiches terrestres não foram transformados em
Deuses abstratos; foram apenas acrescidos dos fetiches celestes, sem que se
criasse uma casta especial para interpretar-lhe as vontades, isto é, sem criar
a casta sacerdotal. Uma classe de letrados, não uma casta, foi suficiente
para observar e interpretar as vontades desses fetiches, lançando assim os
fundamentos concretos da astronomia. Na China, só existiu uma casta — a casta
real. Foi o exemplo mais claro do fetichismo, em estado social, na história dos
povos. Nele se encontram os elementos instrutivos para a exata apreciação do
estado inicial da evolução humana. A China é exemplo magnífico para o estudo da
civilização fetichista, servindo maravilhosamente para o conhecimento desse
estado, no tocante ao individuo.
A Humanidade
não podia conservar-se indefinidamente no estado fetichista, isto é, sob a
influência única da concreção; precisava passar ao domínio da abstração. Mas a
abstração não pode ser inicialmente teórica e positiva; tem de ser necessariamente
fictícia. Entre a observação exterior e as concepções teóricas está à
imaginação, que, de inicio, não se submete sistematicamente às sensações,
subordinando-se às indicações do mundo exterior. Por isto mesmo, a positividade
abstrata é fatalmente precedida pela imaginação teológica e metafísica.
Entregue a si
mesmo, sem contato com povos que levaram mais longe a sua evolução, o povo
chinês deveria atravessar toda a fase imaginativa, representada pela teologia e
pela metafísica, antes de chegar à positividade definitiva. Mas, em contubérnio
com os povos ocidentais, atravessou rapidamente a fase que medeia entre a
positividade concreta, peculiar ao fetichismo, e a positividade abstrata,
inerente ao estado normal.
Seria de
desejar que os elementos ilustres da sociedade chinesa, que se deixaram levar
pelos planos de Globalização, e ai assimilaram a ciência e a indústria dos
povos ocidentais, infiltrassem na sua grande pátria tais conhecimentos; como
vem ocorrendo, sem arrastá-la para monstruosas aberrações, isto é, sem
utilizá-los para realizar as aspirações dos povos primitivos (principalmente os
do ocidente) que tiveram de ser dissipados pela natureza incoercível da
evolução humana. Queremos referir-nos aos recursos materiais que a indústria
moderna fornece para um povo dominar materialmente os outros, pela ação
guerreira (USA; União Europeia, ou melhor, dizendo o Grupo dos 8 (Menos a
China, ainda....). Esperamos que os mais eminentes desses homens chineses, que
pertençam a Academia de Ciências Sociais da China, façam compreender que,
entre os indivíduos, bem como entre os povos, há sem dúvida uma gradação, que
resulta naturalmente de seu desenvolvimento moral, depois intelectual, e por
fim prático. A civilização não é produto exclusivo de um indivíduo, ou de uma
nação, nem de uma sociedade, mas da Humanidade. “ O Homem agita e a Humanidade
Conduz” – Humanidade é o conjunto dos seres convergentes, do passado, do futuro
e do presente; que concorreram, concorrerão e concorrem, para a melhoria o Bem
Estar Social do Ser Humano, na Mãe Terra.
Uma das grandes
concepções mecânicas na apreciação do movimento dos sistemas, e que se torna
extremamente útil em sociologia dinâmica, é a de ação viva.
Semelhante
aplicação não escapou ao gênio arguto e eminentemente social do geômetra Lázaro
Carnot, que nas suas conversas, sempre fez alusão às consequências, em mecânica
e em sociologia, das perdas bruscas da ação viva. Vivendo numa época
profundamente revolucionária, sentia bem quanto o sistema social, constituído
pelos povos modernos sofre com as revoluções.
Essa conclusão
empírica do seu espírito, eminentemente teórico, não logrou, entretanto, o
desenvolvimento que lhe seria peculiar. Todavia, a situação revolucionária da
época em que viveu não conseguiu alterar seu espírito orgânico por educação,
graças a essa intuição, decorrente da mecânica geral.
O
desenvolvimento de semelhante concepção encontra-se inteiramente realizado na
sociologia do Renovador Moderno. Os conhecimentos das leis da evolução humana
deram-lhe a visão nítida da ordem futura, mas não o arrastaram a imaginar
processos violentos para projetar instantaneamente a Sociedade atual na ordem
prevista. Pelo contrário, o conhecimento dessa evolução fê-lo prever a marcha
sucessiva da transformação social, decompondo-a, como acontece a qualquer
evolução, em três fases, genialmente expostas; em resumo muito bem documentado,
no seu Apelo aos Conservadores. Sob
esse ponto de vista, há esta grande diferença entre o Aristóteles Moderno e os
agitadores políticos, mesmo os mais estimáveis: o primeiro reconhece que as
grandes mutações, na ordem social, são incoercíveis, mas realizam-se lenta e
progressivamente, sob o impulso de ações que atuam sobre o sistema; os
segundos, desconhecendo essa marcha natural, empenham esforços para um salto
repentino, incompatível com as ligações do sistema.
Eis
por que o Positivismo é contrário às revoluções,
considerando-as perturbações passageiras, mais ou menos nocivas à marcha da
evolução humana. Reconhece, porém, que há revoltas inevitáveis, e algumas
até necessárias para conter os abusos políticos dos aventureiros incompetentes,
empolgados pelo mais monstruoso egoísmo pessoais. Os conhecedores, da
sociologia realmente positiva, isto é, os de Augusto Comte, devem prestar o relevante
serviço de esclarecer o público e os governantes sobre a marcha progressiva da
transição moderna, indicando os óbices, que devem ser afastados para não
perturbarem essa transformação natural.
No domínio da
moral, a lei da coexistência explica o desenvolvimento espontâneo da moral,
intelectual e mesmo prático, a despeito das perturbações sociais que o
indivíduo atravessa. Assim, por exemplo, todos reconhecem que a revolução
moderna, alterando os próprios costumes, não consegue conter os sentimentos
altruístas, mormente aqueles que se referem à liberdade e à dignidade cívica do
homem. As monstruosas tentativas de conter a liberdade espiritual, de inibir a
comunicação dos ideais cívicos, morais e políticos, não conseguiram transformar
a ordem política dos povos modernos, conforme os projetos fascistas, nazistas e comunistas, já suficientemente
desacreditados. A política moderna funda-se, como é do conhecimento de todos,
na separação sistemática entre o poder que manda apoiado na ação material, e o poder que
aconselha, no campo sentimental. Por este
motivo, Frederico II da Prússia, justamente chamado O Grande, se tornou
representante da política moderna. Qualquer política, baseada na confusão
destes dois poderes Temporal e Espiritual, respectivamente, tirando do cidadão
a liberdade de pensar e transmitir a outrem suas ideias e pensamentos são
criminosos e como tal condenáveis, porque se torna perturbadora da evolução
social.
Assim, como
todos os teoremas de Filosofia Primeira, a lei da coexistência preside a
fenomenalidade universal: é tão verdadeira em matemática como em moral; só que
a diferença, é que perdem simplicidade e generalidade à medida que se
relaciona com fenômenos mais complexos e menos gerais.
Como a lei da
coexistência preside a compatibilidade dos fenômenos coexistentes; pode
chamar-se também lei da compatibilidade.
Limitada aos
simples fenômenos mecânicos, podemos chamar ainda de lei do movimento relativo,
ou lei da relatividade.
Donde a
confusão deste com a 1° Principio da Filosofia Primeira, a lei das hipóteses,
que é a verdadeira lei da relatividade, E' dessa confusão que resulta a
pretensão de proclamar-se o algebrista Albert Einstein como o sábio que
descobriu a lei da relatividade, quando a descoberta dessa lei das leis cabe a
Augusto Comte. Einstein pretende apenas ter modificado a lei mecânica do
movimento relativo, a qual ele, como os autores alemães, denominam - lei da
relatividade. A noção relativa de espaço e de tempo, que se atribui ao
cientista germânico, há muito está contida no principio universal de Augusto
Comte, proclamado em 1817- tudo é relativo; eis o único principio
absoluto - tornado a lei das hipóteses, a lei-mãe da Filosofia
Primeira. O espaço e o tempo absoluto, depois de Augusto Comte, só continuaram
a ser admitidos pelos cientistas eivados de espírito metafísico.
E
como formam estes a grande maioria, que não conhece ou não querem conhecer
Augusto Comte - tal o próprio Einstein - a eles e a toda gente parece que foi o
algebrista germânico quem realizou a derrocada das duas concepções absolutas,
quando alias as cogitações espaciais e temporais de Einstein estão ainda
mescladas do espírito absoluto, revelado especialmente na confusão que faz
entre o objetivo e o subjetivo, O concreto e O abstrato. Como quer que seja o
que importa ao nosso estudo é assinalar que são princípios distintos da lei da
coexistência, que acabamos de estudar, e a lei da relatividade, que primeiro
estudamos.
Vamos às aplicações práticas na Sociologia
Na estática social. A constituição normal da família em Sociologia Positiva
Estática , e as funções elementares de cada um de seus
componentes é exemplo claro da lei de coexistência. Esse exemplo pode ser
generalizado, de modo que a lei de Aristóteles, da divisão dos ofícios e convergência
dos esforços pode ser considerada como aplicação da lei da coexistência.
E' de grande
importância à aplicação da lei da coexistência
ao domínio da Sociologia, não só
pelo alto valor desse domínio como também pelo fato de haver sido a extensão à
Sociologia que conduziu a generalização de Augusto Comte a consequente
construção desta lei universal.
Já apreciamos
anteriormente, no começo deste capitulo a aplicação da coexistência a estrutura
da família, onde seus elementos constitutivos formam um sistema, cujas ligações
morais, intelectuais e materiais, exigem todas as mutações simultâneas sejam
exatamente comuns para que o sistema não sofra alteração. Vimos a seguir, por
idêntico raciocínio, a extensão que se
podem dar as sociedades mais vastas, como a Pátria.
Em toda a
estrutura da sociedade a divisão dos ofícios e a convergência dos esforços, de
acordo com a lei de Aristóteles, determinam invariavelmente formação de sistemas onde as constituições
ativas ou passivas requerem, para que não sejam perturbadas, ações
equivalentes em todos seus elementos.
Nos estados de
perturbação social há sempre um desequilíbrio nessas mutações provocando, como
conseqüência, as alterações do sistema. Uma revolução social, por exemplo, e
sempre provocada por modificação ou mutação mais tensa sobre um ou mais dos
elementos da sociedade, de forma a romper-se a estrutura fundamental, estática
ou dinâmica do organismo social.
Na dinâmica social. Apreciaremos na dinâmica social as
modificações próprias à marcha normal da evolução humana e as perturbações
consequentes aos estados de transição revolucionarias.
Se
considerarmos o sistema social em seu estado dinâmico, vemos a evolução
coletiva resultar de mutações simultâneas produzidas em cada um dos elementos
desse sistema. Quando tais mutações conservam a devida proporcionalidade de
modo a se tornarem exatamente comuns a todo sistema, a evolução realiza-se
normalmente e o resultado dessas mutações e o aperfeiçoamento, dentro de um dos
estados provisórios de transição, ou a passagem de um para outro estado de
evolução coletiva. Quando, ao contrario, nota-se um desequilíbrio nessas
mutações, a sociedade entra logo em período de transição revolucionaria; as
intensidades com que se manifestam os diversos fenômenos sociais deixam guardar
a necessária proporção e o resultado vem imediatamente refletir-se na estrutura
da própria sociedade.
A lei da
coexistência em sociologia dinâmica é, pois, sempre aplicável e caracteriza bem
a distinção entre a evolução normal da Humanidade e a sua marcha
revolucionaria.
II – Moral
II – 2ª Lei da Imutabilidade:
Aplicadas na Ciência
da Construção ou Moral Teórica Positiva ou Ciência da Construção, que é última ciência da cadeia enciclopédica onde as
leis indutivas e dedutivas concorrem para a construção definitiva; um trabalho
cerebral de alta dedução, que realiza as construções teóricas.
Na Moral, o raciocínio é ao mesmo tempo mais completo e mais complexo,
que nas outras ciências. A indução e a dedução concorrem para um trabalho mais difícil
da inteligência, destinado á construção das teorias próprias a uma ação
sistemática de modificação da existência humana, coletiva e individual. Essa
elaboração mental mais importante executa-se pela combinação das duas funções
da meditação (indutiva e dedutiva), principalmente a dedutiva, que dessa forma
eleva no mais alto grau o trabalho de concepção intelectual.
A Matemática e a Física são, portanto, também sob o aspecto do método,
ciências preparatórias, que desenvolvem respectivamente a dedução e a indução
no raciocínio humano.
A Moral, além de combinar os dois modos de raciocinar, completa-os e os
desenvolve, dando-lhes nova forma, principalmente à dedução, para construir as
teorias definitivas e aplicá-las no aperfeiçoamento humano.
Está assim resumido o trabalho do raciocínio, por Augusto Conte
sintetizado na formula:
“Induzir para deduzir a fim de
construir”
Nas três formas de raciocínio — indutivo, dedutivo e a final construtivo
- aparecem sucessivamente os três meios lógicos: sinais, imagens e sentimentos.
Vide Teoria Cerebral de Augusto Comte e a Teoria da Abstração.
Sobre as três modalidades
do método positivo, diz Augusto Conte:
“Ampliando tanto quanto o exige
sua universalidade, o método positivo é primeiro dedutivo, depois indutivo, e
afinal construtivo; fora o criar o estado intermédio segundo as necessidades
teóricas; o que no estado normal, só é conveniente a idade escolar. Sob este
aspecto, os três graus essenciais da elaboração mental, se acham em exata
harmonia com os seus três meios gerais. Enquanto prevalece a dedução, a
assistência lógica deve emanar diretamente dos sinais, por meio dos quais a
expressão facilita a concepção. Uma indução difícil precisa sobretudo das
imagens, das quais os sinais tornam-se meros auxiliares. Desde que a construção
venha suceder a dupla preparação dos materiais; o sentimento deve abertamente
desenvolver a sua supremacia antes latente, pois que só ele é apto para
coordenar’. Auguste Comte, Synthése Subiective, pag. 4&47
N nossos atos
e as nossas concepções estão sempre sob a influência dos
nossos sentimentos(altruístas
ou/e egoístas). Este é um fato imutável
do nosso psiquismo: podemos ter sempre a
certeza de que ao depararmo-nos,
com qualquer ação ou pensamento nosso ou de terceiro, verifica-se de maneira
Clara (explícita) ou Velada (implicitamente)
a presença dos
impulsionadores afetivos isto é, dos
Sentimentos.
VIVER
PARA OUTREM e NÃO MENTIR
II – 10ª Lei
da Persistência
O
estado de moléstia no organismo humano é aquele em que a perturbação
estrutural ou funcional de um ou mais órgãos ocasiona uma reação sobre o encéfalo
e consequentemente um estado geral de desequilíbrio em todas as funções do
organismo. As íntimas ligações entre os órgãos e as ações e reações mútuas de
umas funções orgânicas sobre outras, quer as da vida vegetativa quer as da
existência cerebral, concorrem poderosamente para que uma função perturbada
provoque o estado geral de moléstia.
Nosso organismo seria suscetível de cair com a maior facilidade no estado
patológico se não houvesse por parte das funções uma tendência a persistir no
estado normal, resistindo às perturbações exteriores. O organismo reage,
portanto, contra a perturbação da função, procurando fazê-la voltar ao estado
normal e evitando dessa forma que se estabeleça a moléstia, somente
verificando-se esta quando a intensidade da perturbação é bastante pronunciada
para vencer as resistências orgânicas.
Uma vez adquirida a moléstia, entretanto, esse estado patológico é agora
o que tende a persistir, resistindo espontaneamente aos esforços do organismo
para restabelecer o funcionamento normal. Muitas vezes persiste o estado
patológico, embora a intensidade da função perturbada não seja mais suficiente
por si para causar o desequilíbrio. E, a tendência a persistir que mantém a
moléstia até que sejam vencidas todas as resistências opostas pelo estado
patológico.
Baseia-se na persistência toda a medicação destinada a restabelecer o
equilíbrio orgânico. Os medicamentos funcionam como elementos destinados a
intervir no estado de moléstia para romper a ordem prejudicial. E’ a medicação
muitas vezes perigosa, quando mal aplicada, por isso que sobrecarrega o
organismo com a ingestão de drogas, nem sempre indicado para os efeitos que se
pretende obter. A função da medicação é provocar reações que venham romper a
ordem patológica implantada e persistente no organismo.
Á persistência e o
aperfeiçoamento moral - Na moral o aperfeiçoamento da natureza humana
pela educação é possível devido à lei de persistência.
A natureza humana é suscetível de aperfeiçoamentos e nossos maiores
esforços devem convergir sempre para nosso melhoramento moral, intelectual e
prático devido ao grau elevado de Modificabilidade das nossas funções
cerebrais.
E’ a educação a arte mais nobre e mais difícil, por ser aquela que tem
por objetivo a modificação mais complexa, a da alma ou psique humana; melhorar nosso sentimentos (coração),
nossa Inteligência (espírito) e nosso caráter é a tríplice finalidade educacional.
A educação, baseada sempre no conhecimento teórico das leis referentes
às funções da alma ou psique humana, tem, entretanto, sua posição especial no
domínio prático, por isso que se destina à modificação direta do coração
(sentimento), da inteligência e do caráter. Tal modificação realiza-se
procurando previamente o conhecimento, em cada caso particular, dos defeitos
próprios ao indivíduo e em seguida estimulando convenientemente as melhores
tendências, atenuando tanto quanto possível os exageros da personalidade e
finalmente procurando um justo equilíbrio para harmonia de conjunto de todas as
funções cerebrais. A repetição continuada do uso das funções que se pretende
desenvolver e a compressão daquelas que se deseja atenuar, criam um estado
cerebral cuja tendência a persistir espontaneamente imprime modificações mais
ou menos profundas na natureza submetida a tais cuidados.
Dessa forma a tendência natural à persistência concorre para facilitar o
trabalho de EDUCAÇÃO e INSTRUÇÃO CIENTÍFICA para melhorar e aperfeiçoar a
natureza humana.
A persistência e a unidade
religiosa. Todo o indivíduo que adquiriu a disciplina religiosa
ou doutrinária quer sob a forma normal positiva quer mesmo sob uma das
modalidades provisórias de religião ( fetichista, , resiste muito melhor às
influências perturbadoras do meio anarquizado. O espírito religioso tende a
persistir espontaneamente resistindo a todas as perturbações morais,
intelectuais e materiais do meio social, e mantendo a unidade que concorre para
o equilíbrio moral do indivíduo.
Os exemplos, sinteticamente apreciados nos domínios dos diversos graus
enciclopédicos, da matemática à moral, demonstram a universalidade da lei de
persistência e, portanto, justifica plenamente sua colocação entre os
princípios universais da Filosofia Primeira aplicáveis a sociologia.
Dos estudos procedidos por
nossa inteligência os mais complexos e difíceis são os representados pelo
domínio da Moral.
II – 11ª
Lei da Coexistência Ao analisar o Primeiro
Teorema, dos Sete existentes, percebidos por Augusto Comte, referentes a
Ciência Moral Positiva encontramos o Teorema
Cerebral de Augusto Comte.
Composto de 18 Funções
Cerebrais - 10 do Sentimento, 5 da Inteligência e 3 do Caráter.
Nas funções intelectuais. A
função intelectual realiza-se normalmente com o concurso dos cinco órgãos da
inteligência, cada um deles funcionando com independência, porem
correlacionados para um objetivo comum, donde resulta a composição dos esforços
parciais de cada um.
A inteligência humana pode ser considerada como constituindo um sistema
cujos elementos são as funções simples, especificas de cada um dos cinco órgãos
intelectuais. Estas não se manifestam em caso algum independente; o trabalho
intelectual quer de contemplação, de meditação ou de expressão, resulta sempre
do concurso do conjunto das cinco funções simples. Cada uma destas, entretanto
é coexistente e independente, sendo o trabalho intelectual uma resultante
obtida pela composição das funções elementares nos graus e nas disposições
especiais a cada caso concreto examinado. O trabalho intelectual realiza-se
normalmente, sem alteração, sempre que para ele convergem as cinco funções
simples, e quando as mutações simultâneas forem exatamente comuns a todos os
elementos do sistema constituído pelos órgãos correspondentes a essas cinco
funções simples.
Verificam-se os estados patológicos da inteligência, quer por excesso de
intensidade, o que caracteriza a loucura, ou por falta, dando lugar a idiotia,
quando há desequilíbrio nas mutações do sistema intelectual.
Nas funções do sentimento. As funções elementares do sentimento, em numero de dez, formam entre todos os estados afetivos.
Já tivemos ocasião de examinar a aplicação da lei da coexistência ao
sistema formado pela inteligência humana. Apreciemo-la agora em relação ao
sentimento.
O coração ou sentimento humano é
móvel de todas as nossas ações, o impulsionador, por isso mesmo, de todo
o nosso trabalho cerebral. Do coração partem primeiro sob a forma de desejo,
depois de vontade, os estímulos à nossa atividade.
As dez funções simples do sentimento, três sociais ou altruístas e sete
pessoais ou egoístas, formam a estrutura em que se apoiam nossas manifestações
afetivas. As múltiplas combinações possíveis com esses dez elementos
fundamentais, as grandes variações de intensidade suscetíveis de apresentar os
desenvolvimentos tão variados, que podem adquirir em cada caso individual, fazem do nosso coração, e domínio dificílimo
e complexo. Os dez órgãos cerebrais dos sentimentos constituem os elementos de
um sistema que funciona sempre como um todo único, as variações, em numero
quase indefinido, resultando as inúmeras mutações de que é susceptível esse
sistema, que alia a máxima Modificabilidade. Essas modificações, entretanto,
obedecem completamente à lei da coexistência.
Há sempre, em qualquer
manifestação afetiva, o concurso das dez funções elementares. Cada uma - destas
apresenta-se como se independesse de todas as outras; as reações mútuas, porém,
resultam sempre das estreitas ligações que esses elementos apresentam para
constituir único sistema o estado afetivo é sempre a resultante, em cada caso,
da composição das dez funções elementares. As variações de intensidade de cada
um dos elementos e as reações que se
produzem dão lugar a mutações simultâneas; o estado afetivo é principal na
manutenção da harmonia cerebral, devendo haver, pois, uma variação de
intensidade de suas funções elementares, dentro de limites normais. Se
qualquer variação passar desses limites necessários ao equilíbrio cerebral, a
ação predominantemente exagerada de uma ou mais funções elementares pode dar
lugar a uma perturbação. Verifica-se, no caso de uma perturbação dessa
natureza, a hipótese das mutações simultâneas não serem exatamente comuns, o
que provoca um desequilíbrio no sistema afetivo e a consequente alteração na
sua constituição ativa ou passiva, de acordo com a lei da coexistência.
Se analisarmos a evolução de um sentimento qualquer, notamos seu gradual
aperfeiçoamento, apresentando também essa evolução uma serie de mutações. E',
pois, aplicável à lei não somente aos estados estáticos, mas também aos
dinâmicos do coração humano.
Apreciada a aplicabilidade da lei da
coexistência a todos os graus enciclopédicos verificamos assim a sua
universalidade.
D) Grupo de
Leis Subjetivas
exclusivamente relativas ao Entendimento
Humano, aplicados a Sociologia e a Moral, referentes não só ao:
(D-1) Estado Estático do
Entendimento ou Leis da Subjetividade (4,5,6),
SOCIOLOGIA
4ª Lei da Construção Subjetiva - Subordinar as
construções subjetivas aos materiais objetivos.
5ª Lei da Imagem
- As imagens interiores são
sempre menos vivas e menos nítidas que as impressões exteriores.
6ª Lei da Imagem Normal - A
imagem normal deve ser preponderante sobre as que a agitação cerebral faz
simultaneamente surgir
MORAL
4ª Lei da Construção Subjetiva
5ª Lei da Imagem
6ª Lei da Imagem Normal
(D-2) Estado Dinâmico do
Entendimento ou Leis da Evolução (7,8,9).
SOCIOLOGIA
7ª Lei da Evolução Intelectual - Cada entendimento oferece a sucessão dos três
estados, fictício, abstrato e positivo, em relação às nossas
concepções
quaisquer, mas com uma velocidade proporcional à generalidade dos fenômenos
correspondentes.
8ª Lei da Evolução Ativa - A
atividade é primeiro, conquistadora, em seguida defensiva e
finalmente industrial.
finalmente industrial.
9ª Lei da Evolução
Afetiva - A sociabilidade é primeiro,
doméstica, em seguida cívica e enfim
universal; segundo a natureza peculiar de cada um dos três instintos simpáticos.
universal; segundo a natureza peculiar de cada um dos três instintos simpáticos.
MORAL
7ª Lei da Evolução Intelectual
8ª Lei da Evolução Ativa
9ª Lei da Evolução Afetiva
Introdução Leis do 2º Grupo
·
O 2º
Grupo da Filosofia Primeira é essencialmente subjetivo por isso que é formado
das leis reguladoras do próprio trabalho interior do cérebro, na fixação das
relações abstratas. Dividisse em dois sub-grupos, um referente às leis
estáticas e outro às dinâmicas do Entendimento.
As LEIS ESTÁTICAS em número de três, presidem
ao trabalho intelectual, e se referem cada urna respectivamente à alimentação
cerebral, à contemplação e à meditação.
A Construção
subjetiva é o que o nosso encéfalo elabora. Tudo o que pensamos , partindo de nós , provindo do sujeito, é por isso
criação nossa, criação subjetiva. Mas tal construção não surge espontaneamente;
não é inata. Resulta de elementos que ao Homem fornece o Mundo; provém de
objetos introjetados, pelo sujeito;
nasce de materiais objetivos. De
sorte que toda construção subjetiva promana de uma correspondência entre
dois mundos: o exterior objetivo
, e o interior e subjetivo.
Toda concepção depende
do Homem e do Mundo , do sujeito e do objeto.
Devemos ao criar, criar explicitamente com base
nas informações exteriores, regulando a alimentação cerebral, subordina as construções subjetivas
aos materiais objetivos. O cérebro comunica-se com o exterior por intermédio de
dois aparelhos, o sensorial e o motor, o primeiro dos quais permite à
inteligência receber as impressões exteriores. E’ o aparelho sensorial constituído de três partes que São: os
órgãos as nervosas e os sensitivos, dos sentidos, redes gânglios ou córtex.
Oito são os sentidos: tacto, musculação, gustação, calorição, olfação audição,
visão e eletrição. A cada um deles corresponde uma rede nervosa e um gânglio
sensitivo especial, o que impede que se confundam imagens de um sentido com as
dos outros. O funcionamento do aparelho sensorial caracteriza-se: 1º pela
impressão na periferia dos órgãos do sentido; 2º pela transmissão
através da rede nervosa correspondente; 3º Pela formação da imagem depositada
no gânglio sensitivo ou neurônio. A sensação completa compreende os três
elementos seguintes: a impressão na periferia do órgão do sentido; a
consciência da impressão quando esta chega ao cérebro; e a percepção, quando a
imagem é relacionada ao ser que a produziu. As imagens, depositadas nos gânglios sensitivos,
diferem das impressões apenas em intensidade e servem de elementos fundamentais
de todo o trabalho intelectual. A evocação de uma imagem, referida ao tempo e
ao espaço, e sob a influência de um sentimento constitui a lembrança.
As sensações incompletas, isto é, aquelas em que
faltam um ou dois dos três
elementos, começam a esboçar os estados patológicos da inteligência,
caracterizados pelas duas outras leis estáticas.
A terceira lei estática do entendimento, a da
imagem normal, regula o trabalho intelectual da meditação. As duas anteriores
estão ligadas respectivamente à alimentação cerebral e ao trabalho de
contemplação.
A meditação, indutiva ou dedutiva. baseia-se na
contemplação, que prepara convenientemente as imagens para os racionais. No
trabalho de meditação é primeiro a indutiva, que atua por aproximação, e em
seguida a dedutiva, que desenvolve as consequências e realiza as construções. O
predomínio da imagem normal é necessário para o trabalho de meditação. A
agitação cerebral caracteriza-se pelo luxo
simultâneo de imagens novas, secundárias, e afastamento daquelas que não são
mais necessárias em cada fase do raciocínio. As intensidades relativas da
imagem normal e das secundárias apresentam grandes variações. Tais variações
servem não só para definir o estado de equilíbrio cerebral como para
caracterizar as perturbações. Três estados patológicos são caracterizados pelas
variações anormais de intensidade relativa das imagens: 1º a idéia fixa,
resultante da diminuição excessiva de intensidade das imagens secundárias ou do
aumento da principal; 2º a agitação, produzida pelo aumento de
intensidade das imagens secundárias que se pode confundir com a principal; 3º a
incoerência, quando há diminuição de intensidade da imagem normal, que desce a
se confundir com as secundárias.
O entendimento humano atravessa duas fases,
urna preparatória de sua formação e outra definitiva. Na primeira estão
compreendidos os dois primeiros estados, o fictício e o abstrato, e na segunda
o estado positivo.
O estado fictício compreende uma longa série
sucessiva de formas provisórias de unidade mental, cada vez mais adiantada
tendendo sempre para o estado final positivo. Nessa série observamos em
primeiro lugar as formas fetichistas — o fetichismo primitivo e o Astrolátrico.
E durante o fetichismo, na fase mais adiantada, a da existência sedentária, que
os primeiros progressos intelectuais são verificados, quando é fundada a
lógica. A astrolatria começa o preparo dos primeiros materiais para a
construção da ciência. Inicia-se a formação da linguagem e das primeiras
concepções numéricas, O homem faz a distinção entre a vitalidade e a
materialidade. À fase fetichista segue-se a teológica, primeiro política e
depois monoteica. O politeísmo apresenta ainda diversas modalidades, começando
conservador ou teocrático, para transformar-se em progressivo, primeiro
intelectual, na Grécia, e depois social, em Roma.
A atividade pode ser teórica ou pratica - No
primeiro caso manifestasse pelas ações musculares destinadas à formação dos
sinais que exprimem estados interiores e. no segundo, pelos movimentos que
provocam modificações exteriores.
A atividade prática é exercida sob o impulso
direto dos instintos do aperfeiçoamento. Há, portanto, duas espécies
de atividade prática, a militar e a industrial, conforme predomine o instinto
destruidor ou o construtor.
A intensidade da atividade militar tende
gradualmente a decrescer com o desenvolvimento da sociabilidade, enquanto a da
industrial, ao contrário, aumenta com o progresso.
A evolução militar conquistadora passa por duas
etapas, na primeira das quais a luta do homem é dirigida principalmente contra
o meio exterior, realizando-se as grandes destruições animais e vegetais
necessários para a espécie humana dominar a Terra. Na segunda etapa da evolução
militar conquistadora as lutas realizam-se entre homens, passando por uma
sucessão gradativa de fases cada vez mais tendentes para um aspecto social.
Na fase militar defensiva os dois instintos do
aperfeiçoamento, destruidor e construtor, equilibram-se em intensidade,
passando a prevalecer o segundo sobre o primeiro na fase de evolução
industrial.
As três formas de evolução da atividade são
correlatas com os três estados de evolução mental - Enquanto a atividade
militar primeiro conquistadora, depois defensiva, corresponde aos estados
preparatórios, fictício e metafísico, da evolução intelectual, a atividade
industrial acompanha o estado positivo de nossas concepções.
No estado positivo ou científico a atividade é,
pois, pacífico-industrial, constituindo, as guerras modernas, monstruosidades,
produzidas pelo estado transitório de desequilíbrio social.
A 3ª lei dinâmica do entendimento explica a evolução da
sociabilidade que ê primeiro doméstica, depois cívica e finalmente universal,
de acordo com a natureza de cada um dos três instintos altruístas ( Veneração,
Apego e Bondade). Há o predomínio sucessivo na evolução humana dos instintos
sociais — (Veneração, o Apego e a Bondade) — donde resultam os três graus de sociabilidade doméstica, cívica e
universal. Nessas fases de evolução social formasse e se desenvolvem
respectivamente os três graus da existência coletiva — a Família, a Pátria e a Humanidade.
Entre as três leis da evolução — mental, prática e social — há completa correlação,
correspondendo os dois primeiros estados preparatórios da inteligência às fases
provisórias de atividade e de sociabilidade. O estado positivo das concepções humanas tem como correspondentes
não só a atividade pacífico-industrial como também a sociabilidade universal.
(D-1) Estado Estático do
Entendimento ou Leis da Subjetividade (4,5,6),
SOCIOLOGIA
4ª Lei da Construção Subjetiva - Subordinar as construções subjetivas aos
materiais objetivos.
As observações Objetivas da Condições Morais, Geológicas,
Geográficas, Econômicas, Culturais, de Fé, de Linguagem e de Educação,
dependendo de suas intensidades e
correlações, apontam a resultante , por
análise Subjetiva, do encaminhamento, isto é, da tendência de uma
sociedade, indicando os fatos futuros
que poderão ocorrer, desde que não
hajam significativas oscilações nos
fatores anteriormente observados; esta perspectiva uma vez dada vem regular-se
por sua vez com o próprio encadeamento dos fatos.
5ª Lei
da Imagem - As imagens interiores são sempre menos vivas e menos
nítidas que as impressões exteriores.
A quinta Lei da Filosofia Primeira, segunda lei estática do entendimento, regula a diferença
de intensidade entre as
impressões exteriores e as
imagens interiores. Como explica Reis
Carvalho, para melhor entender a
diferença entre impressões e imagem: “
Assim olhando a Lua tem-se
a impressão do astro; fechando os olhos , a sua Imagem” .
A Vivência de uma Solidariedade
Social como por exemplo, os Anjos do Asfalto, é muito mais nítida quando
estamos envolvidos no fato objetivamente, do que quando subjetivamente o construímos, com base em informações indiretas .
6ª Lei da Imagem Normal - A imagem normal deve ser preponderante sobre as
que a agitação cerebral faz simultaneamente surgir
Quando
se contempla o mundo, recebemos múltiplas
impressões, que são as sensações, que se transformam em outras tantas imagens . O trabalho
interior da elaboração destas imagens, resultantes
da contemplação e da meditação ,é o que
constitui a agitação cerebral . Dentre
estas imagens criadas, uma delas predomina, esta que predominou, a eleita,
recebe o nome de Imagem Normal,
antes de ocorrer a abstração.
Como foi dito, o cérebro recebe
das impressões, por meio dos sentidos, através das sensações, estas se transformam
em Imagens e no meio das imagens uma predomina sobre as outras . Todo este
trabalho de entendimento se fez, se fará, e se faz, sempre assim; é comum a
todas as épocas. É um trabalho subjetivo e representa a estrutura fundamental
do entendimento.
Ora quem regula a primeira
operação, isto é, recebimento da impressão - é a lei das Construções; a
segunda, a formação das imagens - é a lei das Imagens; e a terceira, a
preponderância de uma imagem - é a lei
da Imagem Normal; logo todas estas leis são realmente subjetivas e estáticas; são chamadas leis estáticas do
entendimento.
MORAL
4ª Lei da Construção Subjetiva
As observações
sobre as ações de um determinado indivíduo ( objetiva), nos
leva subjetivamente a indicar a
resultante do seu futuro
comportamento, em casos em que
não foram observados anteriormente
sob forma objetiva. Extrapolando
inclusive para grupos de indivíduos de moral semelhante; e o acompanhamento da
sua evolução pessoal vem, por sua vez regular a hipótese primordialmente formulada.
Tomemos um
Exemplo em que São Paulo teve no caminho para Damasco, uma grande
Comoção Cerebral. Ele ouviu exteriormente
mais forte, imagens auditivas nítidas
de Cristo, que já estava morto ;
a imagem auditiva de Cristo era tão
nítida como a dos que o cercavam
realmente .Chegou a "escutar"
o que Cristo lhe disse ; isto se chama
Alucinação -(no caso uma
alucinação auditiva).Ele foi levado a um estado de excitação
das imagens interiores (Subjetivas ), ficando até cego.
Se Você imagina que está conversando com alguém
; vendo alguém exteriormente , e na
verdade esta pessoa não está
presente , você está com
seu sistema nervoso excitado , exaltado , alterado .
Isto torna-se um fato criativo se não
existe nada no exterior, e ao mesmo
tempo você sabe que aquela imagem é
criada por você mesmo , no interior do seu encéfalo .
Acaba o assim
risco de loucura ; então você pode
cultivar livremente aquelas imagens, pois sabemos, com toda certeza, que
elas vem de nós mesmos, e não de fora como creem os teologistas
espiritualistas.
Augusto Comte
aconselhava , para exercitarmos , procurar conversar subjetivamente com
os nossos entes queridos que já morreram , ( e com os que estão vivos) ,
como uma prática do culto individual a
estas pessoas .Principalmente com
aqueles que nos trouxeram ou nos
trazem o amor , nos ensinaram e nos
ensinam o altruísmo etc. .
Cabe aqui uma
explicação:
O idiota não é louco; com o idiota ocorre o
contrário da loucura, ou seja, a falta de subjetividade; ele não raciocina nada; não cria nada , ele
vê mas não "observa", houve mas não escuta, cheira mas não distingue e etc., e nada acontece - Não raciocina nada
,não conclui nada .O estado mais grave de idiotia é o autismo
.
Quando a imagem subjetiva se iguala em
nitidez à da imagem objetiva ,
atingiu-se o estágio de alucinação e pode
entrar-se ou não no estado de
loucura , dependendo principalmente
se tal alucinação , é oriunda de um
sentimento de maldade (egoísmo = vaidade
, orgulho etc ) ou se, ao contrario a
imagem teve origem em um sentimento de Amor (Altruísmo = Humildade etc), neste último caso nada acontece de mal.
De um modo geral , é esta mesma Hipersensibilidade que preserva o Místico da loucura ; reduzindo seu erro à crença
de que as aparições estariam
provindo do mundo exterior(Objetivo) .
Quando, contudo o excesso de Egoísmo,
determinando a complicação das hipóteses, atua diretamente sobre o conjunto do
aparelho Cerebral, então sim; há um grande risco de se adquirir este
estado Mórbido , denominado Loucura .
Por sua vez , a
Concepção Positivista da vida
Subjetiva, consiste na plena
satisfação das nossas recordações
queridas, avivadas pela imaginação, ao ponto de figurarem como que exteriormente . A Doutrina
Positivista, longe em ver em tais
fenômenos um sintoma
de Loucura; convida-nos diretamente a cultivá-los, e em um grau que nenhum teologismo poderia conceber; visto como o medo impede o Amor .
Nada do que acabamos de descrever acima sobre o processo alucinatório , confunde-se
com loucura ou mesmo é
diferente do que nós estamos
acostumados a fazer na vida de nosso cotidiano. Exemplo: Um Arquiteto vai
até um
terreno e lá, antes de fazer
qualquer coisa , fica
projetando na sua mente, com a
sua imaginação criativa, as concepções do prédio a ser ali construído;
ei-lo já realizando uma parte da fase alucinativa; e conforme seja a sua
capacidade alucinativa pode até, conceber "visualmente-subjetivamente
" o prédio na forma
arquitetônica a ser no futuro objetivado.
Hoje em dia, na falta destes "Pré-dotados
Arquitetos da Mente ",e com a tecnologia
computadorizada , através da
Realidade Virtual , muitos não dotados,
passaram a fazer com o computador o que
todos nós precisamos aprender a fazer com nossa
própria Mente.
Hoje o estado
mental médio das pessoas está muito
mais próximo da Idiotia, pois tem medo
de mergulhar nas imagens interiores geradas
pelo seus encéfalos ,e não
tendo coragem de cultivar este grande instrumento de competência do Ser
Humano, pensado que estes fenômenos sejam
sobrenaturais , descambam para o
extremo oposto, bem mais “seguro”: o
excesso de objetividade. E ai
ficam até o fim da vida,
todos sem imaginação, sem
criatividade sentimental, com a tendência a se tornarem altamente
materialistas, egoístas etc., por falta
deste encantamento que só o cultivo consciente
das imagens subjetivas pode
proporcionar.
O que pode ocorrer é que está sendo dado àqueles
que não têm base Moral, uma extraordinária
ferramenta de criatividade, deixando um terreno fértil para que estes
venham a colocar os seus absurdos não
éticos , ao nível de uma maioria às vezes totalmente ignorante ,
provocando a maximização do egoísmo e desta forma criando obstáculos à implantação do " Viver para Outrem "-
.Outro Exemplo: A Hipnose
Coletiva.
Não confundir com Hipnose, que é a baixa taxa de
fibrina no sangue.
Na Hipnose Coletiva, seguida
de alucinação coletiva, isto é, uma
sugestão dada a um certo número de pessoas , que se
encontrem em um estado de alta
receptividade, à comandos ou
à aceitação e de pleno relaxamento, pode determinar simultaneamente para todos os
envolvidos, Imagens , de vários tipos,
com alto grau de nitidez; mas o caráter subjetivo destas alucinações coletivas,
patenteia-se inequivocamente pela quase
total incapacidade das pessoas envolvidas, chegarem a um comum acordo,
sobre a sequência dos
supostos acontecimentos que,
experimentaram, bem como, a igualdade nas Imagens, por elas criadas subjetivamente.
6ª Lei a Imagem Normal
O
Exemplo a seguir em um baile, onde estão várias moças solteiras a escolha dos
seus pares; o do sexo complementar, no mesmo estado de sentimento , para
encontrar um amor . Dentre todas selecionamos uma. Esta selecionada é dita de
maior Sentimento, a Normal.
Outro
Exemplo é a escolha espontânea ou sistemática de determinadas palavras
que nos servem para transmitir um
pensamento deve preponderar, como Imagem Normal
sobre as palavras que a agitação
cerebral faz simultaneamente surgir associando tais palavras a outras definições,
tornado vago nosso discurso.
Por
isto, Augusto Comte, afirma que devemos dosar os detalhes, para melhor conceber o conjunto . Qualquer orador, ou
escritor, que desejar ser sintético, ou pelo menos não ser prolixo, faz por
conservar os Pensamentos fundamentais do
que pretende expor, utilizando-se apenas , acessoriamente, dos Pensamentos esclarecedores do assunto principal .
Essas
disposições, próprias das concepções e da expressão do pensamento, caracterizam o estado normal da razão humana . A prolixidade, a princípio,
e a preponderância das imagens acessórias, caracterizam finalmente
o estado de loucura . Mas, a plena continuidade existente entre a razão
e a loucura, exige grande ponderação para distinguir um estado do outro.
Olhamos
passivamente para tudo, mas só vemos aquilo que nos despertou a atenção; da
a diferença caracterizada pelos
verbos olhar e ver , ouvir e escutar, indicando
o estado passivo e ativo dessas sensações, conforme assinalou Joseph Gall.
Tais
considerações servem de fundamento a este princípio, que permite tornar sintético
o pensamento. É a sistematização do que a sensação e a percepção nos transmitem
espontaneamente.
(D-2) Estado Dinâmico do Entendimento ou Leis da Evolução (7,8,9).
SOCIOLOGIA
7ª Lei – Lei d a Evolução Intelectual - Cada entendimento oferece a sucessão dos três
estados, fictício, abstrato e positivo, em relação às nossas
concepções
quaisquer, mas com uma velocidade proporcional à generalidade dos fenômenos
correspondentes.
Resulta a demonstração dessa lei, da contemplação do espetáculo
histórico e do exame da psique ou alma ou mente humana.
Quando se estudam as origens dos povos, verifica-se que todos eles
começam explicando o mundo e o homem por meio de vontades inerentes a todos os seres.Conhecendo-se apenas, sabendo pela experiência diária que cada um quer os atos que pratica, e ignorando tudo o mais, os humanos primitivos são levados a assimilar todos os fenômenos a atos e todos os seres, a seres dotados de vontade.
·
Da Matemática para a Moral aumenta a complexidade
Objetiva e ao mesmo tempo diminui a
generalidade
Subjetiva.
·
Da Matemática para a Moral diminui a complexidade
Subjetiva e aumenta a generalidade
Objetiva.
Existem
os seguintes Estados:
Fictício : é o Estado onde
se explica a Natureza mediante a concepção
de vontades arbitrárias dos corpos ou da influência
de deuses e mais adiante, da
influência de um Deus concebidos como existindo Objetivamente .
{fetichismo
e teologismo (politeísmo e monoteísmo)}correspondem ao Estado FictícioFetichismo = Feitiços = Feiticismo
Abstrato ou
Metafísico: É o Estado intermediário
,conhecido como Regime das Entidades,
onde a causa dos acontecimentos é atribuída
a forças , fluidos, energias ou
vibrações.
Positivo ou Científico : É o Estado
onde se percebe a tautologia das
questões causais e essenciais, operando
assim a inteligência uma transformação geral , pela qual ela procura única e conscientemente constatar a existência
de Leis Cientificas Gerais
,coordenando-as em seguida, para formar com seu conjunto um sistema filosófico,
e considerando estas leis, como a expressão
de uma vontade não
arbitrária e imanente, peculiar aos
corpos.
Quanto mais gerais
forem os fenômenos, mais rápido se passa
do Estado Fictício para o Estado Positivo , fluindo pelo estado transitório ou
dito Metafísico ou Abstrato.
Quando se
estuda a origem dos povos, verifica-se
que todos eles começam explicando
o Mundo e o próprio Homem por
meio de vontades arbitrárias, inerentes a todos estes Seres;
concebendo-se que cada um quer os atos que pratica , bem como podendo praticar todos os atos que deseja , com base em experiências diárias
ainda insuficientes, e ignorando a regularidade profunda que preside aos
menores fenômenos (ou atributos); os homens primitivos são levados a assimilar todos os fenômenos como atos ; e todos os seres, a seres dotados de vontades Arbitrárias ou Caprichosas, independente de tudo mais, sem
considerar qualquer circunstância
.
Fictício
Fetichismo
: Se o homem bebe , é porque tem vontade de beber ,não bebendo caso não deseje,
então; se a pedra cai, é porque tem vontade cair,
não caindo se não desejar. Tudo o que
sucede , parta de onde partir, resulta
da vontade arbitrárias dos
seres , das coisas, das plantas ou dos
animais. E como muitas destas vontades
são úteis ou nocivas ; muitas boas, ou
muitas ruins; os seres correspondentes,
adquirem supremacia uns sobre os outros, e tornam-se alvo do respeito, da
admiração, e do Culto dos Homens.
Tudo é então Fetiche ou feitiço.
Adoram-se, animais, plantas, pedras
e astros, como seres dotados de vontades inteligentes e arbitrárias, é sem dúvida
o período de maior comunhão religiosa do homem com o mundo que o cerca.
Teologismo (Politeísmo/Monoteísmo) - Depois, a proporção que os primitivos começam a contemplar
melhor a si mesmo e ao mundo,
depois que uma longa observação lhes ensina
que o homem dormindo não tem
vontade, e que durante os sonos revelam,
nascer-lhes a ideia de que a
vontade não é inerente aos seres, mas se
encontra em alguma coisa,
que os acompanha na vigília e dele se afasta quando dormem. É essa alguma coisa que se chama de
ALMA, num estado físico subjetivo volátil -
Assim cada Ser possuiria uma alma :
existem as almas das coisas, das plantas
, como as almas dos homens. São elas que
têm vontades. De modo que as vontades manifestadas pelos seres superiores assumem a função de alma, de espírito
superiores, pairando acima das almas , das entidades inferiores. São aquelas almas, aquelas entidades
superiores que governariam o homem e o mundo. Cada grupo de atributos
cósmicos e humanos estaria
sob a dependência dessas entidades , dessas almas. E como na
vida social são homens os que
governam , aquelas almas ,aquelas
entidades assumiriam forma humana
, constituiriam uma plêiade de super-homens, sobrenaturais , conhecidos por
deuses. Além disso,
paralelamente, a comunhão humana
com o mundo no fetichismo se fazendo
mediante a identificação do exterior ao interior, o Homem tendeu a representar
graficamente os fenômenos que o cercavam sob forma humana. Com o correr
do tempo, sua atenção foi se voltando
cada vez mais para seus
desenhos e para as suas esculturas, invocando-os de preferência, mais que diretamente ao próprio fenômeno que estas obras de arte
primordialmente representaram; este processo
contínuo determinou a gradual dissociação destas imagens humanizadas, do fenômeno correspondente; é quando então,
se estabelece o Politeísmo.
Agora as vontades já não são mais
interiores , mas exteriores aos
seres, permanecendo, contudo, inteligentes e arbitrárias .
Não são mais fetiches, são
deuses que dirigem os homens e o mundo.
Então não se adoram mais o sol, a lua, os
planetas , as plantas , os animais , os homens, mas o deus do sol , o deus da lua , os deuses dos vários planetas e os deuses que regem as diversas
manifestações da vida dos
Homens.
Mas como
nas assembleias humanas há sempre um chefe, nas divinas ocorre o mesmo; de modo que com o passar dos
tempos, esse chefe dos deuses,
passa a ser o único deus. Em vez de o governo do mundo
e do homem depender da vontade
arbitrária de muitos deuses , gora dependerá da de
um só deus; exemplo Jeová, Alá, Jesus.
Em todo este
regime de vontades arbitrárias (
interiores ou exteriores) aos seres, destaca-se o caráter comum a todos eles : a ficção .Nem
os fetiches nem os deuses, e nem o deu; são seres
reais, todos eles provém como não podiam deixar de provir, da realidade, mas
não a efletem com grau de exatidão necessária
para expressá-la. São seres fictícios. Ficção Religiosa.
Mas a
medida que a sociedade evolui , passando de uma a outra fase teológica ,
observa-se que certos atributos são
explicados sem a colaboração dos
deuses.
Assim, enquanto
a vida e a morte, a guerra e a moléstia eram fatos sujeitos ao arbítrio das divindades , as
primeiras combinações numéricas já eram independente delas.
Na China
fetichista, como na Grécia
politeísta, e na Judéia
monoteísta, não se recorria ao Céu ,a Zeus ou a Jeová para somar, diminuir e multiplicar ou para
saber que, independente das
vontades do fetiche chinês, e dos deuses
gregos e judaico , dois mais dois são
quatro e a ordem dos fatores não altera
o produto.
Isto quer dizer que, se estudando as propriedades a mais elementares dos seres
, comparando- as entre si
,combinando-as , abandonou-se a preocupação
de as explicar por vontades
arbitrárias interiores ou exteriores , e se começou apenas a determinar as relações que entre elas existem , isto é, achar as suas leis. Assim se ficou
sabendo que sem a intervenção de vontades arbitrárias, os atributos
numéricos mais simples podiam ser explicados. Graças as essas
explicações , podiam ser previstos e modificados .Assim conhecidas
as parcelas podiam- se determinar a totalidade delas, como conhecida a
soma de duas parcelas,
e conhecendo-se uma delas, podia-se
conhecer a outra. E como esses e outros casos, outros casos
semelhantes começaram a surgir ,onde se tornava inútil a intervenção
dos seres Fictícios ou Teológicos.
Continuando a evolui, novas relações foram achadas.
Às relações numéricas, juntaram-se
as geométricas e mecânicas . Apreciando a extensão
e o movimento, respectivamente,
foi-se achando as primeiras leis que os comandam.
Comparando os
ângulos de um triângulo ao ângulo reto , Tales de Mileto , achou a
relação constante que os liga : a soma dos primeiros é sempre igual ao dobro
do último . É o teorema angular , base da geometria .
Arquimedes apreciando o efeito de pesos nas extremidades de barras, constatou que para equilibrar um deles,
era preciso que o outro fosse tanto maior ou menor quanto menor
ou maior era a distância deste ponto ao ponto fixo da barra; de sorte que se
lhe desse um ponto
de apoio, o grande geômetra
poderia suspender o mundo. É o
princípio da alavanca; um dos teoremas fundamentais da mecânica.
Hiparco,
por uma série de observações do espetáculo celeste, notou que a volta do
Sol à mesma estrela variava
entre dois equinócios de uma quantidade constante , isto é ,
que, partindo do Sol e a estrela
de um mesmo ponto do céu , o chamado ponto veral , depois; do
aparente movimento anual o Sol precedia a estrela de 50”, 3 , de sorte que só no
fim de vinte e cinco séculos se repetia
a coincidência inicial .É a
grande Lei da Coincidência dos Equinócios, é a
consequência e o fundamento das outras leis da astronomia , que Hiparco assim fundava.
Continuando a evolução , novas relações matemático-astronômicas são descobertas e começam
a aparecer também as
reguladoras dos fenômenos
físico-químicos . Galileu, 14 séculos depois de Hiparco , estudando o
movimento dos corpos sobre o plano inclinado , verifica as distâncias percorridas , como a série dos números
ímpares ou que os
espaços percorridos são
proporcionais ao quadrado dos tempos. É a lei da queda dos corpos , início da Física. Vem Lavoisier dois Séculos mais tarde , operando
composições e decomposições de corpos , e descobre a lei da conservação dos pesos: o peso do
composto é sempre igual à soma
dos pesos dos componentes.
Bichat, pouco depois, proclama a vida física,
vegetativa e animal , como propriedade inerente aos tecidos dos corpos
organizados , independente de
almas e de fluidos.
Gall, demonstra na mesma época que a vida moral ou psíquica
(afetiva, intelectual e prática) , é um conjunto de simples atributos, isto é, funções do
cérebro ou melhor dizendo, do encéfalo.
Finalmente, Augusto Comte, descobre as
relações mais transcendentais, e
demonstra que os fatos
históricos, os fenômenos políticos, como
todos os outros, são regidos por leis
naturais, sem a necessidade de
recorre-se a fluidos e nem a
vontades arbitrárias.
Assim a medida que o tempo passa vão os fenômenos se desprendendo da tutela dos deuses e caindo
sob o caminho das relações
imutáveis. Não são os deuses,
mas as leis Naturais, que melhor representam os atributos
de todos os corpos , brutos ou organizados , mortos ou vivos, individuais
ou coletivos. É este regime das leis Naturais, que constitui o Estado
Científico, isto á, Positivo da Humanidade.
Mas
do regime provisório das vontades arbitrárias, a Humanidade não passou logo
para o regime positivo das Leis
Naturais. Houve um período Intermediário, um estado transitório, o Regime
das Entidades. Então, os fenômenos não se explicam por
vontades fictícias e nem são simplesmente descritos abstratamente em termos de
leis Naturais, mas por Abstrações Materializadas.
Assim, a queda dos Corpos não resulta
teologicamente da vontade dos
deuses, mas da ação de uma suposta
entidade que o arrasta para
o centro da terra: a gravidade.
Os corpos são quentes, luminosos ou
elétricos , não mais porque os
deuses lhes dão calor , luz,
eletricidade, mas porque há fluidos imaginários
que os produzem , como o calórico,
ou
resultam das vibrações de um meio ideal , o éter. Os corpos vivos não são dotados de fenômenos que os caracterizam, senão porque o fluido
vital os anima . O homem ama, pensa e age porque há nele uma substância , a
alma , dotada dos atributos
intelectuais e morais .
Este estado de transição entre
o estado Fictício e o Científico ou Positivo , é conhecido como
Estado Metafísico ou Estado Abstrato da
razão humana.
É o estado metafísico, um estado Equívoco, porque as entidades
são abstrações , que podem ser
consideradas, ora como imagens das vontades fictícias ou Teológicas, ora como simples
enunciados dos fenômenos, equivocadamente utilizados para explicar a
produção destes mesmos fenômenos,
conforme o espírito humano estiver respectivamente mais próximo
do estado Fictício ou do estado Científico(Positivo). Assim a
gravidade é uma
pura ficção Fictícia, se
considerada como a imagem materializada de uma vontade exterior dos corpos, e uma abstração científica se tomada
como o enunciado do fenômeno real
da queda dos corpos ; e a alma
outra ficção fictícia,
entendida como a substância imaterial, dotada de vontade,
que anima o homem e o faz amar, pensar e agir, ou, abstração científica, designando o conjunto
das funções do encéfalo.
Em resumo, o espetáculo histórico revela-nos a passagem sucessiva
das concepções humanas por três estados
; fictício ou teológico , metafísico ou abstrato e científico
ou positivo.
Isto não quer dizer , que essa evolução se verifica
simultaneamente em relação a todos os fenômenos ; não. Primeiro dá-se apenas quanto aos fenômenos mais gerais
e depois aos mais especiais , de
maneira que na mesma época
da história, bem como num mesmo
encéfalo, apresenta-se ao mesmo
tempo concepções Fictícias , metafísicas ou abstratas e científicas ou positivas, relativamente a
diferentes fenômenos.
Hoje por exemplo
os povos modernos , especialmente os do ocidente ou ocidentalizados , pensam em grande parte cientificamente em relação aos fatos astronômicos , físicos, químicos e teológica e
metafisicamente, em relação aos fatos
Sociais e Morais. Ninguém acredita
mais que os deuses ou Deus façam de um círculo um quadrado, ou que evitem a ocorrência do eclipse, mas uma grande
maioria , letrada ou não, acredita que Deus possa evitar ou atenuar as guerras e as moléstias e que a alma
imaterial e a soberania popular
regem ou comandam o Homem e a Sociedade. É pois alarmante ainda existirem
Intelectuais, que acreditam ser a atual
Política Econômica uma Ciência - É uma bela Metafísica, e nem com muito
esforço, se tornará uma ciência. Com
muito favor já é uma arte do bom, acoplada a uma aplicação prática com base no egoísmo. A Economia-Politica,
quando se tornar uma Sã-Política com
base na Moral Positiva e a Economia for
considerada uma aplicação pratica da Ciência Sociologia Positiva,
ocorrendo ai sim, a Economia - Moral
Positiva . Esta sim será uma aplicação tecnológica com Base em ciência
estruturada em Leis Naturais. Desta forma, a economia colaborará como uma
tecnologia, descrevendo e caracterizando o destino social do capital.
Contemplando o espetáculo histórico observa-se
que o regime das leis, surgiu primeiro
entre as propriedades numéricas , para
ir pouco a pouco penetrando entre os outros atributos menos
gerais: a extensão, o movimento
, os fatos astronômicos e físicos, fenômenos químicos, os vitais , os
fatos políticos e morais.
Não é só o espetáculo histórico que nos demonstra a lei dos três estados, ela também se
verifica na evolução individual .
A criança é fetichista. Tudo, para ela é animado
de vontades arbitrárias, assim como ela própria supostamente
o seria. Quando ela cai, e sofre uma
contusão batendo em um objeto, procura castigar o objeto que o contundiu , pois supõe , que
as coisas são dotadas de vontade , foi o
objeto que a feriu, que desejou feri-la. Mais tarde, são as vontades arbitrárias exteriores que a guiam. Acredita
em anjos, fadas, demônios, almas do
outro mundo, em deuses e deus; todas estas
crenças se fortalecem e continuam mais ou menos durante na adolescência , e na juventude,
se para tal, a educação doméstica e
cívica para isto colaborarem. Só
muito mais tarde , pelo meio em que se
desenvolve , começa a criança a
substituir a razão teológica e
metafísica , pela positiva; em alguns
casos passando ou ficando da fase da sua própria consciência , isto é, na fase de plena metafísica e consequente democracia e liberalismo
individualista.
E se não se liberta plenamente das crenças
primitivas em relação a
sociedade e ao homem ,fica livre delas, no que se refere aos fatos
de ordem mais geral (matemática,
astronomia, física e química) , e
com tendência cada vez mais
acentuada para atingir a completa
libertação.
Assim a evolução individual reproduz
a evolução coletiva; e em ambos os casos se chega
à mesma lei da evolução. Tanto o espetáculo
histórico como a análise da alma , demonstram que a razão humana apresenta três estados , que se sucedem, com velocidade proporcional `a generalidade dos fenômenos .
Os fenômenos matemáticos são objetivamente os
mais gerais, depois vem os fenômenos
astronômicos, depois os físicos, os químicos, biológicos, sociológicos e finalmente
os Morais .
A matemática se tornou positiva , muito antes da Moral
Positiva , que já é uma Ciência
Positiva , no entanto só agora, que a
sua existência está sendo propagada e por alguns entendida.
·
A velocidade na dinâmica do
Entendimento: A
velocidade proporcional à generalidade dos fenômenos. O final do enunciado da lei dos três estados
refere-se à velocidade com que os acontecimentos atingem o grau positivo ou
científico, a qual é proporcional à generalidade desses fenômenos - Quanto
maior o grau de generalidade tanto maior a velocidade na passagem pelos três
estados e, portanto, maior a rapidez com que atinge ao positivo ou científico. A
velocidade na evolução de determinado fenômeno reflete-se no tempo necessário
para a passagem sucessiva pelos estados cada vez mais aperfeiçoados, variando
na razão inversa do tempo.
Aplicada na Sociologia
Sociologia
Fictícia.
Sociologia
Fictícia Fetichista: No fetichismo a organização familiar liga-se ao Culto Fetichista, a certos
fetiches particulares , que
passam a representar o laço que une as pessoas à uma
mesma família ou clã; as leis naturais da
organização social no
fetichismo são desconhecidas, o que não dificulta a que tenham sido empiricamente pressentidas. O arbítrio com que se concebia
a vontade humana foi sendo no
fetichismo gradualmente disciplinado pelo
culto dos fetiches domésticos, representados por objetos
pertencentes a um membro
memorável, ou a objetos diretamente
evocativos da situação doméstica.
Exemplo: Os homens vivem em Família porque eles tem vontade, isto é, querem viver
em Família , por isso amam a Família. Os
homens vivem em Família porque se sentem
protegidos pela hierarquia de um Clã que impõem a ordem para ocorrer um
progresso das melhores formas de sobrevivência, cultuando os objetos caseiros,
a natureza e depois os astros.
Sociologia Fictícia Teológica: Organiza-se a
Família em torno do Culto Teológico, do sobre Natural – DEUS ou os Deuses, As
preces anestesiam os pleitos e acredita-se na vida do além tumulo. Quem ganha a
guerra está com DEUS. Deus é que cura.
Sociologia Abstrata: Período das Entidades.
Os homens vivem em Família por que um
Fluido mais que Vital predomina catalisando e Amalgamando esta
Célula Social . Um interessante exemplo desta concepção é a suposição de
que os gêmeos sofrem, um, a dor do outro. A sociologia
metafísica se caracteriza mais pela
tautologia com que explica seus conceitos. Exemplo: Os Judeus
tornaram-se monoteístas por serem de raça monoteica Vide semelhante tipo de
raciocínio da propaganda de um biscoito, ( por que vende mais - porque está
sempre fresquinho - por que está fresquinho ; por que vende mais.) com a vantagem de que neste caso
conseguiu-se evidenciar o sentido de duplo fluxo da explicação causal,
que é exatamente uma das razões pelas
quais a ideia de causa, pode ser
superada pela inteligência
humana; Se uma coisa é explicada por outra , e esta
outra é explicável pela primeira,
chega-se a conclusão de que o que
está revelando, é na verdade, uma relação constatada e não uma explicação. A metafísica
é a adolescência da Inteligência.
Sociologia Positiva ou Científica: Na Sociologia Positiva o aspecto constante
que subsiste sempre em meio a todas as variações secundarias pelas quais passou e passa a instituição da Família, por exemplo: pode ser descrito, abstratamente, em termos de
Leis Naturais, que uma vez conhecidas, tornam-se o modelo em torno do qual são edificados os
costumes do estado Normal. Tendo os Humanos, sentimentos que os levam a viver
para outrem, a Família, se estabelece tanto mais solidamente quanto mais
intensos forem tais sentimentos altruístas; e uma vez que esta situação espontânea seja uniformemente
reconhecida, torna-se possível unificar a Educação fazendo-a convergir, mediante o conhecimento do Dogma Positivista- Ciências
- para os
princípios de ação que melhor exercitem
este altruísmo.
8ª Lei a Evolução Ativa - A
atividade é primeiro, conquistadora, em seguida defensiva e finalmente
industrial.
Esta é a
Segunda Lei Dinâmica do Entendimento, que regula individual ou coletivamente a evolução
da atividade humana. Examinando a ação coletiva
e individual do homem sobre o mundo, o que constitui a atividade prática ou de
ação; a atividade propriamente dita - descobriu lhe Augusto Comte, o princípio
de variação, da lei filosófica da evolução ativa, a lei dos três estados práticos, semelhante
à da evolução intelectual, mostra, em resumo anteriormente, que a atividade
humana é, de início, Guerreira ou Conquistadora;
Defensiva ou de Alerta e finalmente Industrial ou Pacifica. Esses três estados
correspondem plenamente aos estudos mentais da humanidade: fictício (fetichista
e teológico), metafísico e positivo.
O enunciado da lei da evolução prática ou ativa mostra-nos como nossa
atividade no seu progresso também passa pela sucessão de três estados; dois
preparatórios e consequentemente provisórios, o militar conquistador, o militar
defensivo e finalmente o estado pacífico industrial.
Para podermos melhor entender as influências sociais e morais que deram
lugar à formação de cada um desses estados necessários de nossa evolução
pratica, entre no link a seguir que nos leva ao Livro “Augusto Comte para
Todos”, http://www.doutrinadahumanidade.com/livros/augusto_comte_para_todos_viii.pdf
na pag. 261 A descoberta da lei da evolução prática.
Pag. Manifestações da Atividade; A Atividade Teórica, As três Modalidades de
Atividade; A Atividade e os Instintos de Aperfeiçoamento; Atividade Militar e
Industrial; Instinto Construtor melhor subordinado ao Altruísmo; A Atividade Militar e o seu Decréscimo com o Desenvolvimento da
Sociabilidade; A evolução das Atividades Militar e Industrial; A Evolução
Individual da Atividade ; pag. 267 A
atividade militar conquistadora. Pag. 270; Conquista do Mundo; As Guerras
de Conquista; A atividade militar
defensiva.; Pag.271 Á atividade
industrial.
Com base nas informações acima, qualquer
evolução passa por três fases , sendo a segunda de transição
entre a primeira e a
terceira , a atividade é em princípio
Guerreira e Conquistadora,
passando depois a Defensiva , antes de
se tornar inteiramente Pacífica .Deste
modo a guerra defensiva é estado transitório da atividade guerreira para a atividade industrial. Estes três
estados correspondem plenamente aos Estados Mentais da
Humanidade : Fictício ,Metafísico
e Positivo.
A Guerra só se harmoniza
plenamente com o estado
Teológico, assim como a Indústria
exige o estado Positivo ou Científico e pacífico. Entre o regime Guerreiro e o Industrial, há uma situação instável, em
que a guerra é apenas defensiva , porque
desejamos atingir o
estado Pacífico .
Nesta
situação da atividade , a
inteligência também flutua entre a ficção e a plena positividade ou cientificidade.
Desconhecendo ainda o suficiente a realidade do
Mundo, o homem primitivo só encontra um
gênero de atividade coletiva : A Guerra
; guerra contra os animais ferozes, guerra
contra tribos que disputam igualmente as
condições favoráveis da mesma região do meio cósmico, e finalmente guerra pela
preponderância de uma tribo sobre as
outras.
O Passado
Histórico revela ,
perfeitamente , os três estados , nas três partes sucessivas em que se divide a História Geral :
História Antiga
História
da Idade Média e
História Moderna
Militar
ou Preparatória
Militar Conquistadora: O homem
começou com a atividade militar
conquistadora - Os Romanos –
Antiguidade
Militar Defensiva: Carlos Magno ,
construiu castelos ,para se defender dos germânicos - Idade
Média
Industrial ou Definitivo
Industrial Pacifista: A sociabilidade surgiu com a industrialização, com todos os seus problemas , ainda árduos . Idade Moderna
No Ocidente, a antiguidade foi preenchida pelas guerras de conquista , que terminaram na preponderância do povo
mais apto para assimilar os
outros, manter a Paz e divulgar os resultados
sociais da evolução comum; este o povo foi o romano.
Na Idade Média, manifesta-se claramente
a transformação da guerra de conquista
em pura defesa. Aliás, no final
da antiguidade Romana já os grandes Chefes Guerreiros sentiam e
prenunciavam o regime final da paz e da
atividade Industrial. As nações conquistadas pelo povo romano formaram o cenário político onde se
desenvolveram, duas culturas preparatórias da civilização Final - O Catolicismo e o Feudalismo .
O
Catolicismo cultivou extensivamente os sentimentos relacionados à Pureza; já o Feudalismo desenvolveu o mais alto grau de Ternura
, através dos sentimentos
cavalheirosos.
Com efeito, a civilização antiga formou o cidadão, dando-lhe civismo
e bravura, mas deixou graves
lacunas no que se
refere a Pureza e a Ternura.
A antiguidade instituiu a escravidão
para o serviço da terra, tendo como consequências , morais e
sociais, evitar a matança dos
prisioneiros de guerra, e tirar a mulher
do mais pesado serviço da vida doméstica . A escravidão foi a
regra normal da primitiva
base da Economia Social; hoje trata-se de uma
anomalia monstruosa, que vai sendo gradativamente expurgada, em vista dos
ideais espontâneos de cooperação humana.
A Idade Média transformou a escravatura em
servidão da gleba, e terminou extinguindo-a
lentamente e preparando o
regime industrial moderno, com a instituição das cidades livres
.
No fim da Idade Média, terminou o Regime
Guerreiro, (a guerra era parte da vida social, a palavra BELLUM , que definia
Guerra hoje etimologicamente evoluiu e expressa BELO) e deixou para os tempos modernos a solução de um problema que tem
conturbado a Ordem Social , e que no momento , preocupa as
mais eminentes inteligências, servidas pelos melhores
corações: A Incorporação
do Proletariado à Sociedade .
É o desenlace
da evolução, que transformou o
Prisioneiro de guerra em Escravo; o
Escravo em Servo da Gleba; Servo da Gleba em Mercenário, e o Mercenário
(Hoje) em Trabalhador Livre.
Todos os elementos ativos da sociedade devem
colaborar para a sua felicidade Material, organizados tão sistematicamente,
como fazem hoje para a guerra.
Assim a
sociedade futura, ficará composta de
três elementos :
Elemento
Ativo : Constituído de pelo Proletariado , tendo a frente o
Patriciado;
Elemento Afetivo : Representado pela Mulher
Esta
transição tem sido retardada
pelos elementos de desordem e
retrógrados , que agem sobre o meio social
influindo para mudar o rumo natural da evolução, ou fazê-la voltar a um dos estados anteriores , ou finalmente
, permanecer no estado atual .
“O Homem
se agita e a Humanidade o conduz” ,visto como a Humanidade é um conjunto que
vive segundo Leis Naturais , que atuam sobre o Indivíduo. Por isto nessas condições, está sujeita, como qualquer sistema, à Lei de Galileu,
generalizada por Augusto Comte.
Ecológica-Informacional : Agora
no Século - XX , iniciamos a era
“Ecológica- INFORMACIONAL
" , provocando um novo humanismo, que aglutina pela globalização, a
aceleração para o bem estar social, tão
preconizado por Augusto Comte . É bom
lembrar que antes que o Industrialismo desenfreado houvesse
produzido quaisquer danos Ambientais, o
nosso Mestre já falava no IMPÉRIO
BIOCRÁTICO , é o que chamamos hoje de " Ecossistema ".
A Concepção
Religiosa da Terra , hoje esboçada na
Hipótese Gaia, de James Lovelock (1919 - , teve origem de forma sistemática em Augusto Comte ,correspondendo tal
concepção a primeira formulação
Ecológica. Cumpre lembrar aqui, que Ernst Heinrich Philipp August Haecke (1834 – 1919) (criador da
palavra Ecologia , leu a Filosofia
Positiva de Augusto Comte
e recebeu de Juan Enrique Lagarrigue - Chileno, uma carta sobre a Doutrina
Positivista, onde já havia uma expressão – BIOCRACIA – Bio = Vida e Cracia
= Governo. Governo da Vida.
Entende-se por
hipótese Gaia, a tentativa moderna, baseada nas próprias necessidades humanas
afetivas, de um retorno ao Fetichismo,
ou de uma tentativa de incorporar o sentimento
fetichista, em relação à Terra,
por intermédio de uma nova interpretação dos fenômenos que se passam
em nosso Planeta. Considerando o nosso Planeta dotado de uma vida
própria ,semelhante a dos seus habitantes . É preciso notar que existe uma diferença entre esta concepção e
a concepção religiosa da Terra,
segundo a incorporação do Fetichismo ao
Positivismo. Os Positivistas não concebem
a Terra dotada de inteligência, do
contrário, nós não teríamos como explicar que, um Ser ou melhor um corpo
tão poderoso e inteligente,
criasse e sustentasse tantas
dificuldades, à sobrevivência não só
da Humanidade - Isto tudo começaria a
entrar em choque, com o próprio desenvolvimento da Afetividade - Se nós tivéssemos que conceber
a Inteligência Atual do Nosso Planeta,
haveria naturalmente uma revolta , pois se ela fosse inteligente
deveria nos proteger muito mais do que faz . É preciso pois que a atividade da Terra e os
Sentimentos que nós concebemos que ela tenha, sejam destituídos atualmente de
inteligência. http://pt.wikipedia.org/wiki/Hip%C3%B3tese_de_Gaia
9ª Lei da Evolução, a Lei Afetiva - A sociabilidade é primeiro, doméstica, em seguida
cívica e enfim universal; segundo a natureza peculiar de cada
um dos
três instintos simpáticos.
Para melhor entendimento sobre esta lei, procure se inteirar da Introdução
no link a baixo:
http://www.doutrinadahumanidade.com/livros/augusto_comte_para_todos_viii.pdf
onde informações de sua lógica poderão
esclarecer suas dúvidas iniciais.
Assim
como a inteligência e a atividade, também o sentimento oferece a sucessão de
três estados A evolução afetiva, a mais
importante das três, resulta das duas primeiras, que se combinam para tal fim,
de modo a constituírem a base, material e intelectual, de cada um dos estados
sucessivos da existência social. Diz Augusto Comte referindo-se à evolução da
sociabilidade:
“o movimento afetivo, sem admitir nenhum impulso direto, constitui a
resultante necessária das duas progressões da inteligência e da atividade”. Augusto Comte, Système de Politique Positive, vol. IV, pag. 21.
Os três termos do progresso afetivo são objetivados no grau cada vez
mais aperfeiçoado, mais complexo e mais extenso da sociabilidade, devido ao
prevalecimento, em cada um de um dos três sentimentos altruístas (veneração,
apego e bondade). O apego em primeiro lugar, depois a veneração e finalmente a
bondade, presidem respectivamente aos três estados de evolução da
sociabilidade.
E’ a sociabilidade revelada por um conjunto de atos convergentes da
existência coletiva. Tais atos são impulsionados pelos instintos simpáticos,
com o predomínio de cada um deles — apego, veneração e bondade em cada uma das
fases da evolução afetiva.
A principio mesclada de egoísmo,
que concorre para estimular o altruísmo, vai aos poucos a sociabilidade
perdendo esse caráter inicial grosseiro. Quanto mais adiantada é uma sociedade
tanto mais predominam os três instintos simpáticos. Nas sociedades primitivas
verifica-se inicialmente uma união, mais ou menos estável, para melhor defesa e
ataque, para mas fácil conquista de uma presa animal, que sirva à alimentação,
o para a mais segura realização dos outros atos simples e grosseiros. Mais
tarde o raciocínio intelectual pela
colaboração adquire melhor desenvolvimento; a sociedade crescente institui a
divisão dos ofícios para aperfeiçoamento dos resultados.
A sociabilidade, à medida que se desenvolve e aperfeiçoa, adquire maior
extensão. A princípio limitada quase exclusivamente à organização doméstica,
que atinge seu máximo de extensão nas uniões de várias famílias só um chefe
comum, a sociedade tende em seguida para a constituição das pátrias, estado
intermediário e que prevalece na maior parte da grande evolução preparatória da
Humanidade.
A Família, a Pátria e a Humanidade constituem, pois, os três graus de
sociabilidade onde predominam respectivamente o apego. a veneração e a bondade,
e que representam os três estados sucessivos de aperfeiçoamento Social.
Cada um desses três órgãos coletivos aperfeiçoa-se continuamente e
concorre para a formação do seu sucessor.
A FAMÍLIA, A
PÁTRIA e A
HUMANIDADE
Apego Veneração Bondade
Doméstica Cívica Universal
OS CINCO LAÇOS AFETIVOS que reúnem os
Seres Humanos em torno da Família, da Pátria e da Humanidade, são:
APEGO - Fraternidade - Sentimentos entre amigos e irmãos
VENERAÇÃO - Filiação - Sentimentos dos filhos para com os pais
BONDADE - Paternidade - Sentimento dos Pais para com os filhos.
- Domesticidade - Sentimento de parentesco por
consideração
- Matrimônio - Sentimento entre homem & mulher e
vice-versa
O APEGO, a
VENERAÇÃO e a BONDADE formam o AMOR, que participa como AMALGAMA da existência
da harmonia DOMÉSTICA e MATRIMONIAL.
A VENERAÇÃO
aos grandes vultos morais, intelectuais e artísticos do Planeta Terra, da
Pátria, do Estado, do Município, da
Cidade e do Bairro, isto é, da Humanidade
que consolidam sua necessária
existência.
A VENERAÇÃO,
aos grandes vultos morais, intelectuais e artísticos da HUMANIDADE, consolidam
a fraternidade entre as pátrias, atingindo a globalização tão almejada pelos
atuais governantes, que mesmo por um
esforço sobre-humano jamais atingirão, esta fase, se não for pela via da
“economia – política positiva”, isto
é, pela “introdução do Capitalismo
Policiado’ onde ocorrerá uma predominância do comportamento Moral nas
operações comerciais e financeiras, consorciada com as Leis das Sete Ciências e
das 15 leis da Fatalidade Suprema; ”, e que no “futuro dos futuros”, o
Capital($) terá sua Origem no Social e sua aplicação no Social. A previsão
para que isto possa ocorrer, será quando faltarem às matérias primas devido ao
consumismo em excesso e a poluição chegar a um nível insustentável da vida dos
seres vivos no Planeta Mãe Terra. A não ser que pela Educação conseguirmos
subordinar os egoísmos aos Altruísmos humanos, salvaremos a nossa morada.
No segundo estado a evolução
cívica exige como base fundamental a organização doméstica, pois as pátrias
formam-se de famílias, que por sua vez constituem o elemento simples
indecomponível de toda a existência social. E’, nesse segundo estado,
sentimento dominante a veneração.
O terceiro estado de
sociabilidade é o mais complexo de todos e o mais difícil de atingir-se por
isso que exige muito maior pureza de sentimento. Para que seja alcançada essa
terceira fase de modo que toda a espécie humana forme como que uma só pátria,
um todo coletivo e homogêneo é preciso grande aperfeiçoamento de sentimentos e
alto grau de moralidade. O sentimento
dominante é a bondade, ou amor universal. Os outros dois sentimentos
altruístas, porém, devem ter chegado já a um elevado grau, para completarem a
unidade afetiva constituída em torno da bondade.
Todo homem desenvolve primeiro o apego, gostando da Família
em que nasce. A Família é um conjunto de pessoas, em torno de uma mulher
- A Mãe - A Mulher deveria dirigir a Família e o Pai dirigir a Pátria. A Pátria
é um conjunto de Famílias e a Humanidade que é um conjunto de seres
convergentes dinâmicos de todas as Pátrias; hoje já temos os Grandes Blocos, um conjunto de algumas Pátrias, União Europeia, Mercosul e etc. , e
bem logo teremos a Globalização, ainda com o cunho predominantemente econômico
de início, com o enfoque ecológico e por fim pela grandeza
da Fraternidade Humana.
Não devemos nunca esquecer a Veneração pela Nossa
Pátria e o sentimento de Bondade pela
Humanidade ou Globalização ,no entanto uma globalização que forme uma amálgama onde o “Mercúrio” desta “liga” seja a Fraternidade . Doméstica: AMOR à FAMÍLIA -
APEGO - amor entre os que estão no mesmo plano não são iguais. Não existe
ninguém igual a ninguém.
A Família,
a primeira agremiação humana, foi a mais restrita, porém a mais enérgica,
porque teve como base um dos mais fortes instintos
animais - o da conservação da espécie , que em intensidade, só é
superado pelo instinto da conservação individual. Sob a preponderância do instinto
sexual , associado ao instinto materno, formou-se a família das outras
espécies animais , que dura, normalmente, apenas o tempo necessário para a criação da prole, dissolvendo-se logo
após. Na espécie humana, os instintos altruístas criam a sociabilidade
dilatando e prolongando essa instituição, que se tornou permanente. Iniciada
com o par fundamental prolonga-se através dos filhos, netos, bisnetos, etc., e
dilata-se colateralmente pelos tios , cunhados, primos, etc.,
levando-se em conta , as condições
características da vida primitiva.
Esta simples consideração, não só distingue a família das espécies homo , das demais famílias do reino animal, mas
caracteriza o desenvolvimento crescente
da sociabilidade humana.. Em breve outra associação mais extensa e também mais
forte naturalmente aparece
: a Pátria
É de a observação cotidiana assistir o afeto das
crianças pelas pessoas que imediatamente a cercam : os pais, os
irmãos , os parentes.
Os estranhos
tende as lhes dar medo e repulsa. Só quando percebem a acolhida
que os seres
caros , a esses estranhos
dispensam , é que as
crianças a eles estendem
o seu afeto , amando-os como os pais , a irmãos e parentes . As afeiçoes das crianças
se limitam à família.
Na
infância o homem ama sobretudo
a Casa e a Família .
Com o decorrer da idade, aumentam os círculos das
afeições, e chegando à idade adulta, começa a ter o sentimento de seres
coletivos superiores à família :
são a terra em que nasceu
e vive , gente que fala a mesma língua
e habita o mesmo solo ; ama então a cidade e a Pátria , como amava a casa e a família ,
às afeições domésticas juntam-se as
afeições cívicas .
Mas é bom lembrar
, que se formaram outras
agremiações , entre a Família e a
Pátria, cada vez mais extensas ,
preparando a Pátria.
Cívica : AMOR A PÁTRIA - VENERAÇÃO
- Amor dos inferiores aos Superiores
Na Mocidade o Homem ama sobretudo
a Cidade e a Pátria .
Durante muitos séculos, a sociabilidade humana
não ultrapassou os limites da Pátria. Os Povos, em geral não conseguem
levar mais longe os seus sentimentos, considerando os povos vizinhos como
inimigos, cada qual procurando dominar pela força .Infelizmente, neste particular, a situação hodierna
pouco se alterou, apesar das iniciativas generosas, que se vão se sistematizando cada vez mais e infelizmente
o ser humano ainda não registrou, por mutação genética, estes
padrões básicos de comportamento de
sentimento, pensamento e de caráter, que melhor asseguram a harmonia
social e que só tem ficado em nível de cultura.
Mesmo com algumas grandes barbaridades,
com os espíritos de escol, podemos dizer que começam
desde cedo, a sentir a necessidade
da associação dos povos, para formar
a unidade da espécie humana.
Universal: AMOR À
HUMANIDADE - BONDADE - AMOR
DOS SUPERIORES AOS INFERIORES –
Na madureza, o Homem Ama a Humanidade, a Terra e o Espaço Sideral.
A princípio, pensava-se que esta unidade se
obteria pela conquista de todos os
povos, subordinando-os à preponderância de um só. Essa foi a opinião de vários guerreiros da antiguidade, como
por exemplo, Ciro, no Oriente , Alexandre
no Ocidente Grego , e muitos
outros conquistadores romanos.
O apogeu do altruísmo será quando o homem, isto é, quando a população da Terra estiver realmente controlada , e ao mesmo
tempo, se estenderem às afeições, às seres
coletivos mais complexos , isto é , além
da cidade e da pátria, o
adulto se afeiçoa às Párias de mesma língua, onde existam instituições similares , e assim de grau em grau, se
chegará a abrange , no seu afeto , a Terra inteira e ao
Espaço, considerando
todos os povos, como uma só família , uma só pátria, todos os homens como irmãos: será apogeu
do Altruísmo, assim o indivíduo atingirá o grau máximo da Sociabilidade: a Sociabilidade
Universal.
Contemplando o espetáculo histórico, verifica-se evolução análoga .
Os povos primitivos , ainda imersos no fetichismo, limitam os afetos a família , o único ser coletivo que realmente conhecem:
A sociedade por eles constituídas é essencialmente uma sociedade
familiar, fundada no Apego. Como podemos ver na Civilização Chinesa, onde
o fetichismo, perdurando
excepcionalmente, organizou uma sociedade política e religiosa,
baseada exclusivamente nos sentimentos domésticos. As relações
existentes dirigentes e dirigidos, tem o mesmo caráter das que existem
entre pais e filhos, antes da revolução de 1911 , que acabou com o regime monárquico e instituiu
a República da China , o Chefe do
Estado o Imperador , era considerado o pai e
a mãe de seu povo. Amor de
Apego.
Estendendo as afetividades, das famílias, à
tribos, às castas, nas sociedades teocráticas , formaram-se por fim as grandes aglomerações de povos incorporados por meios militares. Surgiu a noção de
Pátria: isto é, conjunto de famílias, ligadas por um mesmo governo político,
em torno de uma cidade preponderante . O
Império Romano é o tipo de novo ser coletivo:
conjunto de povos congregados
em torno de Roma, sob o ascendente
de um mesmo governo. Nascido na Espanha, na Itália e na
Gália, os habitantes do Império Romano,
quando adquiriam a qualidade de cidadãos, não o eram
como espanhóis , italianos ou gauleses mas como romanos,
filhos da cidade de Roma. Civis
romanaus sum, era o grande título
de glória para o habitante
do Império, que o possuísse. Desta forma assistimos à expansão
extraordinária de um sentimento mais elevado, mais extenso, mais cívico,
ancorado na Veneração.
Finalmente, com o advento do Monoteísmo Cristão, ligado por uma crença comum , as pátrias oriundas da fragmentação do Império
Romano , aparece um novo sentimento social ainda
mais elevado, extenso e nobre -
a Cristandade . Com Saulo de Tarso,
genial pensador, de profundo espírito Social, hoje conhecido, como São Paulo.
Ao analisar o problema religioso, viu desde logo, que pela ciência,
propriamente dita, não poderia alcançar o intento: haja vista como a ciência se
limitava, então, à parte elementar da matemática, da astronomia, e aos princípios
da biologia, que tinham origem na obra de
Aristóteles. O Objetivo seria, contudo, alcançado pela teologia, não
politeica, porque esta estava inteiramente gasta e
desprestigiada, no entanto o caminho seria pelo monoteísmo.
Sendo judeu, suas ideias eram naturalmente voltadas para
o monoteísmo judaico, mas este se
afigurava impróprio para os povos de
origens e crenças diversas, geralmente politeicas. Além disto, a concepção judaica
estabelecia, entre a divindade e o homem
, relações demasiado grotescas ,
pois algumas lendas bíblicas já eram assunto de motejo , para os espíritos meditativos .
Pensou, São Paulo então, associar o monoteísmo à filosofia grega.
E, sem desprezar totalmente a origem judaica do monoteísmo, dirigiu a atenção para o pensamento aristotélico.
Aristóteles, embora emancipado da teologia , reconheceu que a evolução natural , levava os povos para o monoteísmo, antes de serem completamente
empolgados pelo espírito positivo , mas receava que as construções monoteicas , embora emanadas
de pensamentos individuais , ( ao contrário das politeicas , que
eram de origem popular), ainda tivessem
caráter politeico. Receava que a divindade, posta em
contato demasiado íntimo com os homens, como acontecia no politeísmo, tornasse assaz ridículo esse conchavo. Nessas
condições, concebeu a divindade em situação tão elevada, que nenhum contato houvesse com os homens; submeteu
o mundo e o homem às leis
naturais, e entregou o seu governo a dois ministros metafísicos, o Destino, já muito familiar aos politeístas, representando o conjunto das
leis conhecidas, e a
Fortuna, compreendendo as
leis desconhecidas.
Em tais condições, o espírito positivo
, ficou inteiramente livre para
a pesquisa das leis naturais , porque,
longe de
contradizer a existência de
Deus , procurava apenas a legislação
por Ele dada ao Mundo e ao Homem.
Mas ainda tirava de Deus a responsabilidade dos
males que frequentemente ocorrem
, quer dos homens com a Natureza
quer dos homens entre si. São Paulo aceitou essa concepção, modificando-a ligeiramente , no que era
indispensável para a sua construção religiosa.
Atribuiu à Deus a faculdade
de suspender, ocasionalmente , o domínio
das leis naturais e o governo perpétuo do homens; daí a ideia de milagre , introduzida no
catolicismo.
O próprio Aristóteles, reconheceu a contradição
existente entre a sua teoria do
entendimento humano, inteiramente
positiva , que não dava
existência exterior às
concepções puramente espirituais
, e a concepção de um Deus material
, existindo realmente fora de nós.
Esta ideia contraditória, que não escapou á
sua eminente inteligência, patenteou-se,
mais tarde, ao pensamento dos próprio
católicos, quando, um tanto arrefecidos
, do instinto social , começaram a
meditar profundamente sobre tais assuntos. Daí as graves
discordância sob as
denominações de realismo
e nominalismo, iniciadas na
Idade Média.
Os realistas colocados no ponto de vista de Pitágoras e de Platão,
que propositadamente haviam dado realidade objetiva às concepções
do espírito, afirmavam a
existência , no mundo exterior, de tudo
quanto o espírito religioso havia concebido.
Os
nominalistas, porém, convictos de que
tais ideias, não passavam de concepções do espírito, isto é, de simples nomes, sustentavam que nenhuma realidade
exterior podiam ter. Deste modo,
solapavam completamente todas as lendas , todos os mitos e
ficções, em suma todo o apoio
de qualquer teologia, mesmo monoteísta
, dando origem à contradição irremediável, que cada
vês mais se acentua, entre a teologia e a positividade.
Os pensadores católicos, que negavam
a realidade exterior das
ficções e concepções subjetivas , davam à sua
teoria do entendimento humano, isto é, a
teoria aristotélica, a
denominação de conceptualismo, de meros conceitos.
Tal foi a discussão sustentada entre Abelardo e
São Bernardo. Este compreendeu que o conceptualismo ou nominalismo solapava
inteiramente o teologismo é por conseguinte, o catolicismo.
Subordinando a Inteligência à Fé, e adaptando a
crença às necessidades morais e sociais do momento, condenou
irrevogavelmente a concepção positiva do
pensamento humano.
Embora
construindo de acordo com a
filosofia grega , ensinada por Aristóteles, exceto neste particular , o Catolicismo entrou
em conflito com a ciência moderna
, logo que pensamento
dos filósofos retomou o
caminho aberto pelos gregos; eis como , o Clero Católico, pioneiro da Positividade na Idade Média, tornou-se opositor
pertinaz , nos tempos modernos.
Esta discordância tão prejudicial no Catolicismo
- a tendência de dar realidade objetiva as meras concepções subjetivas - se
observa , também, nos cientistas
modernos, que confundem
artifícios lógicos com leis
naturais. Confundem, assim na Ciência ,
os andaimes com o edifício em construção .
Enquanto o
Amor da Pátria
reunia famílias diferentes, a Cristandade congregava
pátrias diversas.
Foi este novo afeto coletivo, que superando as
divergências posteriores do Monoteísmo Cristão, bipartido em
Catolicismo e Protestantismo , se mudou
da Ocidentalidade , e estendido do Ocidente para o Oriente, abrangendo todos os
povos da Terra , constitui o sentimento
de união Internacional, que hoje se
apregoa e é o precursor da Sociedade
Universal do Futuro, com base na
Bondade.
MORAL
7ª Lei da Evolução Intelectual na
Moral
Moral Fictícia: Concebe-se a influência objetiva dos
fetiches sobre a mente Humana; que passa
a sentir, pensar e agir de acordo
com o Feitiço - A bruxaria não é outra
coisa se não o acordo do feiticeiro com o
fetiche para produzir sobre outrem , um determinado efeito benéfico ou não. (magia negra ou magia
branca; a Umbanda e a Quimbanda) . Na verdade o que ocorre é que
o outrem no estado de ignorância em que está se auto sugestiona e admite
está sendo influenciado e na verdade é
ele mesmo, que se auto
condiciona. Achando que tudo vem do Feiticeiro. O Homem pré-histórico e
o silvícola atual, caçavam , levavam a caça para a tribo, já sabendo que esta
seria dividida por todas as famílias. Era um,
fazendo o bem de todos. Agradecem e amam a Natureza pela a sorte de poder levar a caça
aos seus pares, que estão em outra atividade, sem cobrar nada por
isto.(Comunismo Primitivo); Atitude de querer bem a todos, para que todos façam o seu bem.
Moral Politeísta e Monoteísta: A influência sobre a subjetividade humana era concebida como a ação
dos deuses, de demônios ou de Deus
sobre a Alma; a revelação e a
possessão explicavam por exemplo,
a inspiração artística, o êxtase, as intuições da inteligência, e os
entusiasmos oriundos dos sentimentos,
expressos pelo caráter. Com o passar do tempo, por exemplo,
os índios brasileiros, tinham a mesma atitude dos fetichistas, a vontade de
ajudar aos demais, para poder se usufruir do que os demais lhe davam em troca; só que em vez de , agradecer a Natureza, agradeciam
aos espíritos do Bem , ou ao deus Tupã. A Moral estava ligada, as normas religiosas,
aos Mandamentos das leis de Deus, no Catolicismo. Graças a DEUS!
Moral Abstrata ou Metafísica: Os fenômenos de sentimento, pensamento e
ação são explicados na metafísica como
sendo o efeito de fluidos, forças , energias, vibrações da alma ou sobre a Alma. E Esta é concebida
como um ser à parte, cuja existência objetiva
não dependeria da existência do Corpo. Exemplo de atitudes de Moral
Metafísica: Cada um por si e Deus por todos, oscila entre os estremos. Cada um
faz a sua moral de acordo com a sua consciência. Moral democrática. O grande
absurdo em que vivemos. Parentes, parentes, negócios à parte. Não
preservam nem os familiares - são
altamente egoístas .
Moral Positiva: Os fenômenos de sentimento, pensamento e ação, são concebidos, na Moral
Teórica, como funções do Encéfalo; e os fenômenos de Santidade, Genialidade e
Heroísmo são concebidos na Moral Prática como o
resultado do exercício dos órgãos
correspondentes a tais funções. O Positivista desenvolve a sua vida
afetiva de sentimento resultante de emoções; de inteligência e de ação em
torno, respectivamente do Culto ( pelas Artes do Belo e do Bom) do Dogma (
pelas 15 Leis Naturais e pelas Leis Naturais das 7 ciências)
e do Regime (pelas Disciplinas),
do Gran- Ser: Família , Pátria e Humanidade, sustentada pela Terra e Envolvida pelo Espaço. “Amar, Conhecer e
Servir ao Gran Ser Social eis o destino da Vida Humana”.
8ª Lei da Evolução Ativa na Moral
Podemos dividir a Evolução da Moral em :
Teórica
·
Moral Preparatória ou Conquistadora ou
Guerreira..........................................................EGOÍSTA
Moral Fictícia Prática
Teórica
·
Moral Transitória ou Em Curso ou
Estado de
Alerta...............................................“EQUÍVOCA”
Moral Metafísica - Ou da consciência de cada Um. (Egoísta/Altruísmo)
Prática
Teórica
·
Moral Cooperativista ou Pacífica ou
Industrial...............................................ALTRUÍSTICA
Moral Científica ou Prática
Moral Definitiva
Caso venhamos acompanhar as ações
de cada Ser Humano, desde a
Infância à Madureza(21 anos) , notam-se diversas formas de comportamento, e aí
entra a
Educação , para moldar as atitudes,
e exercitando primeiramente os bons sentimentos, nutrindo a inteligência
, para ações altruístas; e depois nutrindo de
alfabetização. Até a instrução científica e tecnológica. Na fase
transitória em que nos encontramos será necessário ainda complementar tal
educação por meio do aprendizado
concreto ,isto é, teatrinho, dos
maus exemplos e comportamentos amorais, que os Seres Humanos , na fase 0-14 anos de idade, poderão se deparar, afim de saber distinguir os Verdadeiros Altruístas, os que estão no caminho do altruísmo
e dos falsos altruístas. Educar, para que aqueles que estão em treinamento
possam também distinguir os Egoístas dos Altruístas.
A criança quando já é capaz de agir
por si mesma , normalmente age
com mais ou menos violência , contra tudo que a contraria; quer satisfeitos
todos seus caprichos
sob pena de chorar, gritar e esbravejar, de destruir as coisas e até bater nas pessoas. Para acalmá-la é necessário ceder com educação, convencendo
ou reprimindo , mostrando as consequências , ou se nada disto der resultado
reprimir com penalidade, estes acessos de cólera. Isto tudo
resulta do desejo de posse não satisfeito.
É um brinquedo que não lhe pertence
e que quer possuir . É um
bombom que deseja
comer e não lhe
deixam. Se não o impede , apossam-se
deles à força , pensando que
procedem muito bem. Se não os educamos, ele , o garoto ou garota,
opera assim uma posse
forçada; faz uma Conquista
Egoística, com base em uma Moral Individualista
ou Preparatória.
Mais tarde, ao chegar a mocidade
, suas atitudes serão menos agressivas, devido a uma educação recebida , ou
lapidado pela suas atitudes na vida, no entanto guardam ainda violências . Sem querer usufruir exclusivamente pela força
o que é de outrem , como tendem a fazer
as crianças , procura o moço
defender-se do que dele
querem tomar, o que julga ser seu. Assim por exemplo , se
os objetos que aos falecidos pais emprestaram
lhe reclamam , nega entregá-los
apesar de não serem seus. Inventa
ardis para o fazer e chega a ameaçar com atos
de força ao reclamante cujo direito por falta de provas só se baseia
em razões de ordem Moral
Transitória ou Equívoca. Essa Atitude é um processo Militar embora menos enérgico ; não é mais conquista
, não é mais ataque; é
defesa.
Chegando
ao maior grau de desenvolvimento, reconhece que sua ação sobre o mundo
deve ser praticada sem violência para obter
o que não possui ou
conservar o que lhe pertence.
A dádiva e a troca, são meios
rudimentares de transmissão,
anteriores à própria conquista ou com ela
concomitantes, tornam-se, em plena Madureza, exclusivamente usados . É a atividade puramente Pacifica, sem emprego da força e da fraude, para adquirir ou conservar ; não há mais luta ativa ou
passiva , ataque ou defesa; há paz , há
trabalho, com base na Moral Positiva
ou Moral Definitiva ou Moral Científica - Cooperação Pacífica Industrial ,
de cunho Altruísta . A Força não se
exerce diretamente ou indiretamente,
sobre as pessoas em favor de outras ,
mas sobre algumas coisas em favor das pessoas. O Homem na Maturidade dá ou troca
pacificamente os bens , sem violência
e sem fraude , ocorrem as parcerias. Isso porem não quer dizer que
anormalmente não haja crianças pacíficas
e adultos belicosos. Mas num e
noutro caso, confirma-se a lei, porque se trata de exceções, isto é, de
anomalias.
É certo também que nos meios civilizados, dada a influência secular
da educação, essas fases são bem pouco diferenciadas nos
indivíduos; de sorte que muito
antes da madureza , ainda na adolescência, o homem já atingiu
o último grau da atividade
prática, salvo os remanescentes das fases anteriores, que aparecem muitas vezes
entre as manifestações
do estado final .
9ª Lei da Evolução Afetiva na Moral
Onde analisamos o comportamento individual do ser humano fora da
sociedade.
Para analisarmos o comportamento individual do Ser
humano a Ciência Moral Teórica Positiva ou Ciência da Construção ou ainda conhecida
por Psicologia Científica, com seus Sete Teoremas; onde o primeiro é composto da análise da Alma ou Psique ou Mente Humana com seus órgãos afetivos (Sentimentos), faculdades
intelectuais( Inteligência) e qualidades práticas (Caráter) nos apresentam solução
para muitos dos problemas humanos. Todas tem por sede o encéfalo, de sorte que,
sem discutir a natureza da alma , sem
indagar se é apenas uma propriedade do encéfalo, como nos ensina a ciência , ou
uma entidade estranha que o toma por
instrumento , como pensam os metafísicos; o certo é que sem o encéfalo não há
alma ou psique; donde temos a definição
positiva ou científica : “alma ou psique ou mente”, que é o conjunto
de 18 funções do encéfalo – se existe funções existe órgãos. Vide detalhes sobre este tema em: Teoria
Positiva da Abstração e Quadro Sistemático da Psique ou Alma Humana. http://sccbesme-humanidade.blogspot.com.br/2012/12/teoria-positiva-da-abstracao.html http://sccbesme-humanidade.blogspot.com.br/2012/12/blog-post_4278.html
Dos três grupos de funções psíquicas, que são a
fonte de nossos afetos , dos nossos pensamentos, e de nossas ações , as primeiras , isto é , as funções afetivas , não tem
relação direta com o mundo exterior -- a
paixão é cega , já diz a sabedoria
popular --- e determinam o impulso que
estimula o pensamento , produto das
funções intelectuais e provocam
os atos , produzidos pelas
funções práticas . Não há dúvida que
toda nossa vida psíquica depende
fundamentalmente dos nossos sentimentos .
Para
Pensar e Agir é preciso Sentir” . Augusto Comte
No entanto os sentimentos emanados dos nossos
órgãos afetivos são de duas categorias: uns nos levam a amar a nós
mesmos e outros a
amar a outrem . Por uns vivemos
para nós, por outros vivemos para outrem. Constituem os primeiros os egoísmos e
os segundos os Altruísmos .
Dependendo
dos sentimentos , todas as nossas ideias
e todas os nossos atos , serão alguns mais ou menos egoístas e outros mais ou menos altruístas, conforme predominarem os instintos
pessoais ou os móveis
da
Sociedade.
Quando predomina
o excesso de egoísmo temos a existência puramente de um homem hiper-doentio, isolado, altamente
problemático, revoltado, mal caráter,
muitas vezes canalha , etc. , mas quando
predomina o altruísmo, a
tendência para a existência humana é de um homem , de grande sociabilidade ,
passa a ser um Ser Coletivo.
A vida plenamente social, só é compatível com
subordinação do egoísmo ao altruísmo.
Tende a perturbar-se ou extinguir-se, quando esta subordinação desaparece
pela igualdade da colaboração
, ou pela preponderância do egoísmo.
Para demonstrá-la basta contemplar o espetáculo
histórico e apreciar o desenvolvimento
dos indivíduos, desde a
infância à madureza, do seio da família
- Doméstica até a fase Universal , por meio das
disciplinas a serem atingidas .
Doméstica - Moral
Doméstica Positiva – A Moral Social desenvolve o homem formado pela
Família.
Cívica -
Moral Cívica Positiva – Educar o Homem
para a Pátria.
Universal -
Moral Positiva do Ocidente &
Moral Planetária Positiva -
A Moral Positiva
do Ocidente tem por fim dirigir
a existência de suas diversas populações , solidárias
desde Carlos Magno, e que compõem a República Ocidental , imaginada por Augusto Comte e hoje
iniciada com a União Europeia .
A Moral Planetária Positiva, tem por
finalidade consolidar sistematicamente as tendências universais
para a unidade terrestre.
Vamos aqui abrir um parêntese e
tecer comentários sobre a:
Relação entre as três Leis da
Evolução Humana : Afetiva
,Intelectual e Ativa ou Prática.
Depois
desta visão das três leis da
evolução individual e coletiva , vejamos as suas principais correlações .
O Fetichismo lançou espontaneamente os fundamentos da ordem humana, estabelecendo a
preponderância do sentimento sobre a inteligência e sobre a atividade;
subordinou o homem ao Mundo , e abriu caminho para a evolução social da
Humanidade , instituindo a vida
sedentária, fundando definitivamente a família,
e lançando as bases da ordem futura, pela instituição do sacerdócio.
O Fictício, harmoniza-se
melhor com a guerra do que com a Indústria, porque
aquele regime é mais espontâneo que o Industrial, e também a guerra
é a maneira mais natural de congregar os homens , no começo de sua evolução.
O
regime politeico apresenta duas
formas características :
Politeísmo
Conservador Teocrático e Politeísmo Progressivo ou Militar.
Somente
a fase politeica do teologismo se harmoniza com a guerra de conquista, sendo o
politeísmo uma concepção de origem popular, não provoca a incompatibilidade que
se observa nas diferentes formas do monoteísmo, provenientes , cada uma, de um
pensador. O Politeísta adora os Deuses , conhecidos ou desconhecidos, ao
passo que o monoteísta adora
um só Deus, aquele que
conhece e admite, com exclusão dos demais, que
despreza. Esta adoração ao seu próprio Deus, só é admitida segundo a
forma instituída pelo filosofante. Dessa discordância surgiram as guerras e
ainda surgem, entre os monoteístas católicos,
maometanos, protestantes e judeus.
Essa
observação mostra a priori, que o
politeísmo se harmoniza melhor com
a guerra de conquista, enquanto o
monoteísmo se torna impróprio para a assimilação
dos povos conquistados, destruindo-os completamente ,
quando não alcança
a conservação pela Fé , geralmente impossível , dada a situação mental dos povos vencidos. A confirmação do que
acabamos de expor , está
no empate irrevogável ,do monoteísmo
Islâmico e Católico. E o conflito de hoje em dia entre o monoteísmo
maometano e o monoteísmo judaico. Estas
aberrações ainda existentes ,
provam o desconhecimento dos dirigentes
políticos e religiosos , para pôr fim a estas
loucuras, de incompreensão que o Ser Humano ainda em certas áreas do
globo terrestre , procura pela guerra resolver o problema, que por este caminho
jamais terá solução. Nenhum nem outro, se subordinará ao outro. A região da
Palestina no Oriente Médio se comporta no estado de evolução Humana , violentamente
atrasado, já superado por muitos
povos no Mundo.
O Positivismo
considera a batalha de Lepanto (07-10-1571 Turcos e Cristãos) , como sendo o termino
final do verdadeiro
regime guerreiro, pelo combate
dos dois monoteísmos, cuja
irredutibilidade nenhum
deles poderia então compreender.
O
regime Industrial, exigindo, cada vez mais, o conhecimento da ciência, só se
pode harmonizar com o espírito positivo
. Por outro lado, esse gênero de
atividades ultrapassa hoje
os limites das antigas castas ,
alcançando todos os povos e todas as pátrias. Exige colaboração tão extensa
e intensa , que só a sociabilidade
final , isto é , a
confraternização universal
pode conseguir.
Já
utilizamos, hoje em dia, intensamente, para as necessidades pessoais,
domésticas e das pátrias, os
produtos elaborados em todas as partes
do Mundo. As Indústrias nacionais, carecem de matéria prima de todos os
continentes, e muitas vezes ainda recorre
as experiências e
aptidões especiais, estranhas as nacionalidades. A felicidade de cada povo depende, sempre mais, da colaboração de
todos os povos, e as aptidões, cada vez mais, decorrem do passado. Nenhum regime Social caracteriza melhor a íntima
ligação com o conjunto dos povos que
o regime Industrial, mas que já está em crise hoje em dia. Como pode ser
visto no livro “The Crisis of
Industrial Civilization”- The Early Essays
of Auguste Comte ( Edited and
Introduced by Ronald Fletcher)- 1974 .
A
evolução ativa, portanto, não se prende, apenas, à evolução intelectual, mas
também a evolução afetiva. Se o regime industrial moderno se relaciona, intimamente,
com a confraternização dos povos, o estado mental, que se estende do monoteísmo
à metafísica, harmoniza-se com o regime militar defensivo, conservando, entretanto,
o núcleo, que traz consigo os mais
seguros elementos de progresso.
As
considerações que acabamos de fazer, não se deve inferir, que a sociedade moderna,
mais avançada, a sociedade ocidental, ou
sequer os povos que
atualmente se reputam
supercivilizações, hajam
percorrido todos os degraus
sucessivos da evolução intelectual, ativa e afetiva
da humanidade. Esse percurso foi feito, apenas, por alguns
espíritos de escol destes povos.
Isto
quer dizer, que o mesmo pensador, o mesmo cientista, podem estar atualmente, em
graus diversos da evolução intelectual, conforme o assunto que
está se tratando . No estado
positivo, quando cuida da matemática, da
astronomia , ou até da
biologia; no estado
metafísico em Sociologia, sendo teologista em Moral. Esse mesmo cientista,
em matéria de sociabilidade,
geralmente, não atravessa as fronteiras
da Pátria, considera inimiga as outras Pátrias, e aspira preponderância universal de sua nacionalidade. Quanto a afetividade, vai pouco além da própria família, cujo número
muitas vezes restringe, cedendo ao egoísmo pessoal. Os
admiráveis surtos, de sensibilidade de
afetividade, que observamos na sociedade
moderna, resultam da atuação de espírito de Escol (Elite). A demonstração irrecusável dos instintos
altruístas, inatos ao homem, está
na liderança, sobre as naturezas vulgares
desses elementos excepcionalmente
avançados da sociedade Moderna.
Abordemos
agora, sumariamente os transtornos , ou melhor as dificuldades, que
se opõem à massa popular , para seguir
os impulsos dessas naturezas excepcionais .
Como
anteriormente abordamos, a evolução humana
decorre muito da evolução
intelectual, porque esta faz
conhecer o Mundo e a Sociedade,
modulando as Suas Afeições.
As
grandes dificuldades opostas à mentalidade , no passado, e até mesmo no presente , para compreender
a teoria do entendimento
humano de Aristóteles, emancipando-se das ficções teológicas , do domínio da Moral
e da Religião , impedem , ainda hoje , a
plena aceitação das concepções Morais
e Sociológicas Positivistas deixada por Augusto Comte .
A
este obstáculo intelectual, hoje superável,
juntam-se outros de natureza
ética, criados pelo orgulho e pela
vaidade individual , ou nacional , sem
falar na ação da Lei da Persistência ,
generalizada a todos os fenômenos.
É
muito penoso para o Orgulho e Vaidade do Cientista moderno,
que se presume omnisciente,
reconhecer o atraso de sua evolução intelectual. Também é
irritante, para o Orgulho Nacional ,reconhecer
que outra nação , de menor
potencial militar e pequeno
desenvolvimento industrial , assimilou
os elementos intelectuais , mais adiantados da
Civilização Moderna .
Para
o espírito humano é mais difícil de corrigir
erros inveterado, do que descobrir verdades novas , e ainda mais dificultoso modificar sentimentos e costumes apoiados em ideias antigas , adaptando-os a novas
concepções .Dai os enormes
embaraços encontrados pela grande renovação contida
na Obra de Augusto Comte.Não é de se estranhar, que justamente, no mundo intelectual, se originasse a maior oposição ao surto e ao desenvolvimento desta obra incomparável.
O Elemento Científico, mais que o teológico, tem colaborado para estagnar esta evolução.
O Fato não é de se estranhar.
Embora fictício, o elemento teológico visa principalmente a manter a ordem humana, no que diz respeito à moral e ao bem social , ao passo que o elemento intelectual , quase sempre divorciado da moral , não hesita em afastar-se , também , da razão , sob o intenso impulso da vaidade e do orgulho.
A Instituição da Ciência Sociológica, em condições inteiramente Positivas, como fez Augusto Comte, deu aos governantes luz tão intensa, isto é, bases sólidas e científicas, como a astronomia ao navegante, e a biologia ao médico .Tão complicadas são as relações sociais e tão difíceis os problemas modernos, que não basta o simples empirismo inteligente para dirigi-los; são necessários os esclarecimentos sistemáticos, as luzes teóricas , para resolver os seus intrincados problemas. O resultado desta situação, reforçada pela ignorância do público. Que desconhece existir para os fenômenos Sociais , uma ciência tão positiva , como as outras , e por conseguinte, os princípios básicos dessa própria ciência - é que os povos modernos ficam inteiramente expostos à ação de Políticos Aventureiros, como tem ocorrido e ocorre em nações , que se presumem Supercivilizadas . Essa nações são hoje o maior flagelo da Humanidade.
Os principais causadores da calamidade em que vivemos , os principais responsáveis pelos seus crimes , são os representantes da Ciência Acadêmica , que se esforçaram , a princípio , por morrer de fome o Renovador Moderno , e acabaram abafando, na conspiração do silêncio, sua obra regeneradora, para que as gerações presentes e vindouras , por muitos séculos , ignorassem sua existência , de modo que a anarquia e a Retrogradação caminhassem livremente, satisfazendo os seus caprichos e apetites individuais. Nestas condições os povos modernos se acham expostos à exploração de qualquer aventureiro, mais ou menos hábil, mais ou menos paranoico, criadores de ideologias obscuras e fantaziantes , os meros gozadores do poder, incultos e sem Moral Positiva. No entanto agora com a Internet, será possível alimentar a obra de Augusto Comte , este será o grande trabalho, para o bem da Humanidade, em conjunto com muitos colaboradores.
Resumindo, podemos afirmar, que as operações encefálicas realizam-se invariavelmente segundo as leis Estáticas do Entendimento . No entanto seus resultados, variam com o tempo , tanto no Indivíduo como na Espécie, isto é na Sociedade .
Sentimos, Pensamos e Agimos; observando a subordinação do subjetivo ao objetivo; a vivacidade e nitidez das impressões relativa às Imagens e a preponderância da Imagem Normal.
Mas
as Ideias, os Atos, e os Sentimentos que daí provê:
·
Ora são Ficções,
Conquistas ou Afetos Domésticos ;
·
Ora são Entidades,
Ações de Defesa e Afeições
Cívicas ;
·
Ora, finalmente,
Verdades Positivas ou científicas, Trabalho e Amor Universal.
De
sorte que, a par das leis que
regulam o equilíbrio, existem as leis
que regem o movimento do aparelho encefálico ; a par das Leis Estáticas , há as Leis Dinâmicas do Entendimento. São as Leis da Evolução, em
número de três: A Lei Intelectual, a Lei Ativa e a Lei Afetiva. Todas as Três Leis podem ser codificadas
harmonicamente, segundo a designação consagrada à primeira delas, chamando-lhes de Leis dos Três Estados :
a) Leis dos Três
Estados Mentais
b) Leis dos Três
Estados Ativos
c) Leis dos Três
Estados Afetivos.
Estas
três Leis constituem a Lei Universal da Evolução Individual
e Coletiva do Ser Humano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário