sábado, 19 de janeiro de 2013

SYNOPSIS of 15 PHILOSOPHIC NATURAL LAWS OF SUPREME FATALITY or FIRST PHILOSOPHY


        SINOPSE DAS 15 LEIS NATURAIS DA FATALIDADE SUPREMA ou UNIVERSAIS ou
                                           
     FILOSOFIA PRIMEIRA.

As Leis Filosóficas Naturais da Filosofia Primeira (F1) são universais, aplicáveis a
todas as categorias de fenômenos, quer do Mundo ou do Homem, desde os
mais simples ou dos mais complexos da Matemática, até os mais complicados
e simples da Moral; os dois elementos, dependendo da forma objetiva ou
sub­jetiva que o assunto é enfocado, só variam de intensidade dando lugar
aos agrupamentos que vamos agora apreciar.

INTRODUÇÃO:

A Formação da Filosofia Primeira. A Filosofia Primeira foi antevista por Francis Bacon (1561-1626) preparada por muitos dos maiores cérebros produzidos pela Humanidade e finalmente instituída por Augusto Comte (1798 – 1857), depois de conhecidas todas as categorias especiais com suas leis naturais, referente a Filosofia Segunda (Matemática, Astronomia, Física, Química, Biologia, Sociologia e Moral).

A Filosofia Primeira é produto do esforço de muitos séculos da evolução intelectual da Humanidade e foi aos poucos formada, para tal desenvolvimento concorrendo os maiores gênios que nossa espécie tem gerado.

Desde a Antiguidade grega os conhecimentos são acumulados para formação do conjunto dos princípios universais.

Aristóteles 365 aC., com sua lei de que “nada existe na inteligência que não provenha dos sentidos” trouxe uma das primeiras contribuições para a construção da Filosofia Primeira. Depois o concurso de Hipócrates (460 a.C. – 370 a.C.), Johannes Kepler (1571 – 1630), Galileu Galilei (1564 – 1642), Christiaan Huygens (1629 – 1695), Isaac Newton (1642 – 1727), Jean Le Rond d'Alembert (1717 – 1783), Immanuel Kant (1724 – 1804), Gottfried Wilhelm von Leibniz ( 1646 – 1716), David Hume ( 1711 – 1776), François-Joseph-Victor Broussais (1772 – 1838), Georges-Louis Leclerc, Comte de Buffon (1707-1788) e tantos outros que vieram completar o acúmulo empírico de dados necessários para a sistematização do todo, que  viria constituir a Filosofia Primeira. Cada um desses grandes filósofos, sem poder ainda apreciar em seu conjunto a totalidade dos conhecimentos científicos, não estavam em condições de poder compreender as leis que regem a formação e sistematização da ciência. No entanto concorre empiricamente, cada um deles em determinado setor, com esclarecimentos valiosos para a formação de cada uma das quinze leis.
Bacon o grande filósofo inglês, foi o primeiro a sentir a necessidade de leis gerais que presidissem à formação das teorias científicas. Seu trabalho filosófico, longe de poder apreciar o conjunto científico dos conhecimentos humanos, limitou-se a prever, ainda vagamente, a necessidade da Filosofia Primeira; por isso que nossos conhecimentos estavam em sua maioria, nos estados preparatórios, metafísicos e mesmo fictícios (fetichistas e teológicos).
As leis universais, entretanto, verificavam-se em toda a plenitude nos trabalhos de elaboração de nossos conhecimentos abstratos. Somente depois destes completados, isto é, de atingidos todos os graus enciclopédicos com a fundação da Ciência  Sociologia e da Ciência Moral positivas ou científicas por Augusto Comte, pode o gênio incomparável deste filósofo, descobrir, ordenar e sistematizar as quinze leis universais da Fatalidade Suprema. A análise da formação de cada uma das teorias científicas levaria Augusto Comte à indução das leis que presidem a essa formação.

Tornava-se, pois, necessária previamente à conclusão dos sete graus da Filosofia Segunda, isto é, a construção e a sistematização filosófica de todas as teorias abstratas dos sete graus enciclopédicos, da Lógica ou Matemática à Moral, para que depois pudesse a Filosofia Primeira tornar-se conhecida.
Vamos analisar o problema através das Leis Universais da Fatalidade Suprema, por Grupos (A, B, C e D), pertinente à questão:


A - Leis da Racionalidade (1,14,15) ;
B - Leis da Modificabilidade (3, 12,13) e as
C - Leis da Estabilidade da Ordem Universal (2,10,11),
D- GRUPO DE LEIS SUBJETIVAS EXCLUSIVAMENTE RELATIVAS AO ENTENDIMENTO HUMANO, referen­tes não só ao
      
          (D-1) Estado Estático do Entendimento ou Leis da Subjetividade (4,5,6), como ao
            (D-2) Estado Dinâmico do Entendimento ou Leis da Evolução (7,8,9).

1/14/15 - Leis da Racionalidade   7/8/9 - Leis da Evolução  3/12/13 - Leis da Modificabilidade 4/5/6  - Leis  da Subjetividade 2/10/11 - Leis da Estabilidade da Ordem Universal   

aplicáveis ao caso em questão, meditado sob a ótica das Ciências Sociologia e Moral Positivas.

Agradecemos ao Positivista Augusto Beltrão Pernetta (1902-1968), que nasceu em Curitiba, tendo feito aí todos os seus estudos fundamentais, preparatórios, e superiores. Formou-se em engenharia e em direito pela Universidade do Paraná, onde se diplomou engenheiro em 1927, e advogado em 1937. Com o falecimento de seu pai, em 1933, assumiu as explicações públicas da Doutrina Positivista no Centro de Propaganda do Positivismo no Paraná, que manteve, juntamente com David Carneiro, até se transferir para o Rio de Janeiro em 1941. Na Igreja Positivista do Rio de Janeiro permaneceu como oficiante das sessões religiosas e culturais dominicais pelo período de sete anos. Em 1957 publicou sua única, mas, substanciosa obra escrita: o livro intitulado "Filosofia Primeira", no qual revela seu profundo conhecimento da Doutrina Positivista e com o qual enriqueceu sobremaneira a divulgação de seus princípios. Costumava oferecer cursos públicos e gratuitos de ciências, principalmente de matemática, em locais centrais da cidade. Nomeado Professor Adjunto para as cadeiras de Estatística e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, prestou aí sua colaboração até seu falecimento, bem como aos positivistas PIERRE LAFFITTEREIS CARVALHO, AGLIBERTO TEMÍSTOCLES XAVIER, MAJOR M. ALMEIDA CAVALCANTI, HERNANI GOMES DA COSTA e Paulo Augusto Lacaz que enriqueceram este documento, com base nos 4 Volumes de Sociologia Positiva de Augusto Comte.  

A) Leis da Racionalidade (1,14,15)
I – Sociologia:
I – 1ª - Lei das Hipóteses ou Lei da Relatividade- Formar a Hipótese mais simples, mais simpática e mais estética que comporta o conjunto  dos dados a representar .( Augusto Comte)
I – 14ª - Lei das Classificações “Toda classificação positiva procede segundo a generalidade crescente ou decrescente, tanto objetiva como subjetiva” (  Augusto Comte)
I – 15ª - Lei do Intermediário ou da Continuidade - “Todo intermediário deve ser subordinado a dois extremos, cuja ligação opera”. (Augusto Comte / Buffon )

II – Moral
              II – 1ª
              II – 14ª
              II – 15ª
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B) Leis da Modificabilidade (3, 12,13)
     I – Sociologia:

I – Lei da Modificabilidade propriamente dita - Todas as modificações da Ordem Universal limitam-se  à  intensidade dos atributos, cujo arranjo permanece  inalterável.
I – 12ª Lei da Mutabilidade ou Lei da Equivalência ou ainda Lei da Ação e Reação. - Existe sempre  equivalência entre  a reação e a ação, se  a   intensidade  de ambas  for medida  de acordo  com a natureza de cada conflito.
I – 13ª - Lei da Conciliação ou Lei da Conversão - Subordinar a teoria do Movimento à Teoria da Existência, concebendo qualquer progresso como o desenvolvimento da ordem correspondente, de cujo arranjo derivam as alterações  que  constituem a evolução.

    II – Moral
         II – 3ª
         II – 12ª
         II – 13ª
------------------------------------------------------------------------------------------------------------

C) - Leis da Estabilidade da Ordem Universal (2,10,11),

    I Sociologia:

I – 2ª Lei da Imutabilidade - Conceber como imutáveis as Leis Quaisquer que regem os Seres, mediante os fenômenos respectivos,  abstratamente apreciados.
I – 10ª Lei da Persistência. Qualquer estado, estático ou dinâmico, tende a persistir espontaneamente sem alteração alguma,  resistindo  às perturbações exteriores.
I – 11ª Lei da Coexistência ou Lei da Independência de Movimentos. Qualquer sistema conserva a sua constituição, ativa ou passiva, quando seus elementos experimentam  modificações  simultâneas, contanto que  lhe  sejam  exatamente comuns.

    II – Moral
           II – 2ª
           II – 10ª
           II – 11ª

D- GRUPO DE LEIS SUBJETIVAS EXCLUSIVAMENTE RELATIVAS AO ENTENDIMENTO HUMANOreferentes não só ao
                 (D-1) Estado Estático do Entendimento ou Leis da Subjetividade (4,5,6), como ao
                 (D-2) Estado Dinâmico do Entendimento ou Leis da Evolução (7,8,9).

Nota: (1) O culto de adoração à "Trindade Positivista", que é composta por:

-  "Grande Ser" ( Família – Pátria e Humanidade) ( Humanidade é a entidade coletiva, real e abstrata, formada pelo conjunto de seres humanos convergentes do passado que contribuíram para o progresso da civilização, do futuro e do ajuste do presente),
- "Grande Fetiche" (o planeta Terra com todos os elementos que o compõe: vegetais, animais, água, terra etc.)  e a atimosfera e os atros do universo.
- "Grande Meio" (o Espaço Cerebral)

Esses três grandes Seres são objetos de culto juntamente com as "leis naturais ou científicas" que os regem e regulam, compondo assim a "Ordem Universal" que se constitui do conjunto formado pela "ordem natural – Leis Naturais Científicas" e pela "ordem humana*".
 *O Fetichismo lançou espontaneamente os fundamentos da ordem humana, estabelecendo a preponderância do sentimento sobre a inteligência e sobre  a atividade;  subordinou o homem ao Mundo, e  abriu caminho para a evolução social da Humanidade,  instituindo a vida sedentária, fundando definitivamente a família,  e lançando as bases  da ordem  futura, pela instituição do sacerdócio.  A Sociologia" Esta ciência que  estuda a existência Social, as Leis Naturais dos fenômenos Religiosos, Políticos e Científicos, onde o homem vivendo em sociedade, vive em uma ordem humana coletiva" . Augusto Come – Filosofia Positiva – Vol. IV,V e VI; Política Positiva Vol. II, III e IV; Catecismo Positivista.
O culto positivista muito tem em comum com o culto fetichista, com a diferença de que os positivistas sabem que os fetiches não possuem "inteligência", sendo percebidos como dotados apenas de "vontade" e "sentimento" que estão por sua vez regulados e subordinados às leis naturais (isto é, científicas). Os positivistas religiosos acreditam na imortalidade subjetiva da alma, cultuando a memória dos mortos pelo legado que deixaram para a cultura humana: "Os vivos são sempre e cada vez mais governados necessariamente pelos mortos" é a máxima de Auguste Comte que se refere a "ordem humana" formulada por Auguste Comte, o criador do Positivismo.

Vamos as aplicações destas Leis Naturais da Fatalidade Suprema nas Ciências Sociologia e  Moral. 

A) Leis da Racionalidade (1,14,15)
I – Sociologia:

I – 1ª - Lei das Hipóteses ou Lei da Relatividade- Formar a Hipótese mais simples, mais simpática e mais estética que comporta o conjunto  dos dados a representar .( Augusto Comte)

Para apreciar a lei das hipóteses em sua aplicação sociológica tomamos um dentre os elementos da sociedade, a família. ( Família , Pátria e Humanidade)

Sobre a constituição normal da família, uma série de hipóteses cada vez mais aperfeiçoadas, que conduzem á lei científica da monogamia subjetiva, pode exemplificar a aplicação da primeira lei de Filosofia Primeira ao domínio da Sociologia.

E’ a família a célula fundamental da sociedade, a estrutura indecomponível da existência coletiva.

Socialmente apreciada a família deve ser considerada como o elemento no qual os três sentimentos altruístas — apego, veneração e bondade — atingem ao seu Máximo de intensidade embora com o mínimo de extensão. A existência dos três instintos simpáticos é observada em conjunto ao examinarmos a constituição do par fundamental da organização doméstica.

As hipóteses formuladas sucessivamente sobre a natureza e a constituição desse par serão objeto da análise a que estamos procedendo, de verificação da primeira lei universal.

Partindo das eras anteriores a origem da sociabilidade, na espécie humana vemos a constituição do casal de duração efêmera, tendo por móvel único o instinto sexual. Está o homem então no mesmo nível que as outras espécies animais. O desenvolvimento da sociabilidade, as continuidades em todas as instituições da vida coletiva passam, entretanto, gradativamente a estabelecer a distinção entre a espécie sociável e as outras onde o grau rudimentar no espírito coletivo e caracterizado apenas pela solidariedade.

Sob a inspiração do fetichismo, a forma primitiva e espontânea de religião, e constituída a família.

«Embora a energia primitiva do instinto sexual tenha por toda parte estabelecida a poligamia, não se deve julgar esta instituição inicial,  segundo a cega reprovação que ela inspira aos modernos ocidentais. “Apesar de sua dupla imperfeição conjugal e materna, ela constitui sempre o primeiro modo de casamento humano, de que realizam em certos graus, as propriedades gerais.” Augusto Comte Síntese de Politique Positive, 4e ed. Paris, , vol. I., pág. 110.

Há um enorme progresso no conceito da formação do laço fundamental quando se passa da forma animal primitiva para o casamento instituído pelo fetichismo. Essa modalidade primitiva de família é explicada formulando-se, com os conhecimentos adquiridos, a hipótese mais simples e mais simpática.

A teocracia, em seguida, estendendo mais a sociabilidade, reage indi­retamente para o aperfeiçoamento da constituição doméstica. A forma poligâmica de casamento continua; é, porém, regulada de modo a impedir as uniões dentro da mesma família.

Ainda na idade politeica sob o politeísmo progressivo opera-se a passagem da poligamia para a monogamia. A evolução intelectual grega apenas esboça essa passagem, melhor desenvolvida durante a evolução social romana.

A monogamia, entretanto, só é plenamente instituída na idade média, de acordo com o sentimento feudal.

A anarquia moderna vem perturbar a instituição monogâmica da existência doméstica, principalmente com a retrogradação protestante do divórcio. Embora não se trate da substituição da hipótese anterior por outra mais aperfeiçoada, há, entretanto, novos dados, produzidos pela anarquia moderna, que influem para que mais perturbada seja a hipótese preponderante.

A poligamia é, pois, a principio completa, depois regulada, e a monogamia dissolúvel pelo divórcio ou objetivamente indissolúvel.

Há um gradual e duplo aperfeiçoamento do sentimento, pois ao mesmo tempo em que decresce a intensidade dos instintos egoístas da conservação da espécie, os do altruísmo desenvolvem-se melhorando cada vez mais as condições da existência doméstica.

Na série constituída pelas várias formas de poligamia e de monogamia pode notar-se uma sucessão de hipóteses todas provisórias, sobre a verdadeira instituição do laço fundamental do organismo doméstica, e que conduzem a construção definitiva, à relação científica, á lei da monogamia tanto objetiva quanto subjetiva, isto é, a monogamia objetiva completada pela viuvez eterna.

Outras instituições sociais que, em seu conjunto ou em quaisquer de seus elementos, analisássemos sob o aspecto dinâmico em sua evolução através dos séculos, encontraríamos nelas sempre uma sucessão de conceitos, de maneiras de apreciar e interpretar, cada vez mais aperfeiçoadas, formando a escala preparatória para a instituição sistemática positiva, isto é, a estrutura baseada em relações científicas. Cada uma dessas formas preparatórias nada mais é de que uma hipótese provisória, uma antecipação da lei abstrata, que explica o fenômeno social correspondente.
Na dinâmica social, da mesma forma, as leis da evolução instituídas por Augusto Comte, foram preparadas por uma série de hipóteses, de antecipações cada vez mais aproximadas dessas leis científicas - Somente percebidos na idade moderna pelos fenômenos dinâmicos da sociedade constituíram preocupação profunda dos filósofos mais eminentes que antecederam à fundação do positivismo. As tentativas para explicar a evolução humana realizadas por Giovanni Battista Vico ( 1668 – 1744), Johann Gottfried von Herder (1744 – 1803) , Marie Jean Antoine Nicolas Caritat - marquês de Condorcet (1743 – 1794) e outros não são mais do que hipóteses formuladas com dados então insuficientes, e que convergiram para a instituição, por Augusto Comte, das leis dinâmicas da sociedade.

I – 14ª - Lei das Classificações “Toda classificação positiva procede segundo a generalidade crescente ou decrescente, tanto objetiva como subjetiva” ( Augusto Comte)

       Na estática social. Á Sociologia Estática apresenta-nos exemplos bem característicos de aplicação do princípio das classificações na sistematização dos elementos da ordem social e na estrutura interna de cada uma de suas partes.
Se examinarmos a constituição geral dos estudos de estática social vemos nesses estudos as teorias estáticas sucederem-se na ordem de complexidade crescente e de generalidade objetiva decrescente e subjetiva crescente.
A sucessão das teorias da propriedade material, da família, da linguagem, do organismo social e da sua existência, revela esse gradual acréscimo de especialização e de complexidade.
Qualquer elemento estático da sociedade, examinado separadamente, mostra a aplicação sempre observada do principio do classamento.
Na hierarquia das atividades materiais, por exemplo, observamos na serie — agricultura, fabricação, comércio e banco — um gradual aumento de complexidade e diminuição de generalidade objetiva, assim como um aumento na dignidade respectiva.

       Na dinâmica social. A dinâmica social obedece também à lei universal do classamento, evidenciada quando examinamos o estudo das diversas fases da evolução humana. Partindo dos estados mais primitivos da civilização fetichista até a transição revolucionária moderna, observamos estados cada vez mais especiais e ao mesmo tempo mais complexos. O estado fetichista primitivo é o mais geral por isso que foi o único verificado em todos os povos na Terra. Enquanto alguns povos ainda se conservam nessa forma primitiva de existência social, outros progrediram com maior ou menor rapidez de modo que se foi aos poucos restringindo e complicando o núcleo mais adiantado de civilização. Tal marcha seguida naturalmente  e empiricamente pela  evolução da Humanidade.
Observando na evolução de nossa espécie as formas do fetichismo nômade, do sedentário e do Astrolátrico, depois do politeísmo conservador, do progressivo intelectual e do social, a seguir do monoteísmo e da transição moderna, observamos que todos esses estados ainda subsistem até hoje em muitos povos que progridem com velocidade variável, sempre menor que o núcleo ocidental constitutivo da vanguarda da civilização. Essa diferença de velocidade é a causa principal das sucessivas restrições sofridas pela porção mais adiantada da civilização humana.

Os diversos estados de evolução, observáveis ainda hoje, desde os graus mais rudimentares dos povos mais atrazados, classificam-se segundo a ordem de generalidade decrescente e de complexidade crescente. O fetichismo e o estado mais geral porque foi comum a todos os povos da Terra e conservou-se durante longo período de nossa evolução. A transição moderna preparatória para o estado positivo futuro da civilização humana é, ao contrário, a mais restrita de todas, limitada aos povos ocidentais na idade moderna. E ainda o estado fetichista o mais simples e mais espontâneo. Durante o longo período de transição os conhecimentos adquiridos e acumulados, o desenvolvimento gradual de tríplice existência humana, os fatores de ordem material instituído pela Humanidade, tornam a civilização cada vez mais complexa.
Observa-se, portanto, em sua plenitude, a aplicação do princípio do classamento à evolução humana.

I – 15ª Lei do Intermediário ou da Continuidade - “Todo intermediário deve ser subordinado a dois extremos, cuja ligação opera”. (Augusto Comte / Buffon )

Na estática social, Na Estática Social diversos agrupamentos ternários dos elementos sociais caracterizam bem a última lei universal.

São os elementos necessários da existência social em primeiro lugar a propriedade, seguindo sê-lhe a família, a linguagem e o governo temporal e espiritual.

Considerando os três elementos fundamentais — a propriedade, a família e a linguagem — temos aí representados. na existência coletiva, respectivamente a atividade, o sentimento e a inteligência. Nessa progressão representa a linguagem o intermediário entre a propriedade e a família e dessa forma está subordinada aos dois extremos. A sociedade, assim representada por esses três elementos fundamentais, evidencia a lei do intermediário, que melhor os coordena e liga entre si.

Apreciados em conjunto os cinco elementos da estática social, podemos verificar ainda a posição da linguagem como intermediário entre os dois outros elementos fundamentais e o governo, tanto temporal corno espiritual. Temos assim a progressão cujos três termos são; o primeiro formado pelos elementos fundamentais — propriedade e família — o segundo central, a linguagem, e o terceiro final, de coordenação geral, o governo.

A Pátria como intermediário. Na organização social a Pátria ocupa a posição de intermediário entre a Família e a Humanidade.

Três graus sucessivos oferecem a vida coletiva: a Família, a Pátria e a Humanidade.

A primeira é a célula social, o elemento indecomponível, cuja estrutura contém em máxima intensidade e mínima extensão os três laços sociais — o apego, a veneração e a bondade.

A Humanidade representa a existência coletiva em sou máximo de extensão, no tempo e no espaço, permitindo a apreciação conjunta e sintética de todo o organismo social. E’ a Humanidade por Augusto Comte definida como “o conjunto dos seres humanos, passados, futuros e presentes”. Augusto Comte, Catecismo Positivista, pag. 72; Explicando a acepção em que toma a palavra conjunto diz logo a seguir Augusto Comte: “Esta palavra conjunto indica-vos bastante que não se deve compreender aí todos os homens, mas só aqueles que são realmente assimiláveis, por efeito de uma verdadeira cooperação na existência comum”. Augusto Comte, Catecismo Positivista, pag. 72.

A séria dificuldade de passagem do primeiro para o último desses graus exigiu como intermediário a Pátria, ser coletivo que participa da natureza dos dois extremos, cuja ligação opera, e aos quais está objetiva e subjetivamente subordinado. Adquirem na Pátria os laços sociais maior extensão que na Família, sem atingirem ao máximo verificado na Humanidade, enquanto a intensidade é menor que na primeira e maior que na última dessas existências coletivas.

A formação da Pátria torna-se por esse motivo necessária à verdadeira compreensão da Humanidade e á extensão dos sentimentos sociais da existência doméstica para o conjunto da espécie humana.

Na dinâmica social os exemplos de intermediários são numerosos e claros, principalmente quando se consideram as diversas modalidades com que se apresentam os três estados gerais da evolução humana.

Apreciemos em primeiro lugar a evolução geral da espécie humana, e nesta evolução o aspecto intelectual. Já vimos no estudo da sétima lei (A Sétima Lei Universal) que cada entendimento oferece a sucessão de três estados — fictício, abstrato e positivo — em relação As nossas concepções quaisquer. E’ o estado fictício aquele de que necessita nossa inteligência durante toda a fase preliminar de sua evolução, quando não conhece ainda as leis reguladoras dos fenômenos. O estado positivo representa a forma definitiva de nossas concepções, quando já estão estabelecidas todas as leis ou relações abstratas que nos ensinam a prever os acontecimentos. A passagem do primeiro para o último desses estados, entretanto, não poderia realizar-se diretamente, devendo o estado abstrato ou metafísico representar o intermediário, para tal fim subordinado aos dois extremos, e: participando da natureza de ambos. Tal subordinação é objetiva ao estado fictício e subjetivo ao positivo.

Examinemos agora em separado o primeiro dos graus de evolução intelectual, o estado fictício. Como sabemos é este naturalmente decomposto entre o fetichismo e o teologismo. Se dividirmos o primeiro desses dois graus de evolução entre o fetichismo primitivo e a astrolatria, teremos o estado fictício decomposto em três graus — fetichismo, astrolatria e teologismo — onde a astrolatria oferece todas as condições necessárias de intermediário.

Na divisão entre o fetichismo e o teologismo, se em vez de realizarmos a decomposição do primeiro em seus dois elementos, o fizermos em relação ao segundo, teremos a progressão fictícia constituída pelo fetichismo, pelo politeísmo o pelo monoteísmo. E neste caso o politeísmo que representa o papel de intermediário entre o fetichismo e o monoteísmo, satisfazendo perfeitamente às condições da décima quinta lei de Filosofia Primeira.

Observaríamos da mesma forma as condições de intermediário se examinássemos na evolução ocidental a fase monoteica decomposta nos três graus — catolicismo, protestantismo e deísmo.

Muitos outros exemplos de intermediário poderíamos ir Buscar ainda na evolução intelectual da Humanidade.

Não é só a marcha do entendimento, entretanto, que oferece exemplos evidentes de aplicação da lei do intermediário. Também os outros dois aspectos, prático e afetivo, mostram sempre o intermediário estabelecendo a ligação entre os dois extremos e para isso subordinando-se a estes a participando da natureza deles.

Na evolução prática o estado militar defensivo é a ligação entre o militar conquistador e o industrial. Na marcha social a evolução cívica une entre si a doméstica e a universal, pelos mesmos motivos por que a Pátria é, como vimos, intermediários entre a Família e a Humanidade.
II – Moral
II – A Lei das Hipóteses ou da Relatividade no domínio da Moral. As hipóteses sobre a constituição da alma ou psique ou mente humana e a formação  da unidade religiosa exemplifica a primeira lei no domínio o mais elevado da Moral.

A alma humana conhecida hoje positivamente resultante de um conjunto de funções que têm por sede o cérebro, ou melhor, o Encéfalo, obedecendo às leis cientificas, positivas, subjetivamente induzidas e deduzidas, chegou a ser assim concebida depois dos trabalhos de Joseph Gall (  ) haverem sido completados, sintetizados e sistematizados por Augusto Comte.

Anteriormente inúmeras foram as hipóteses sempre mais ou menos fictícias ou abstratas, em geral baseadas em concepções vagas e até incoerentes, inspiradas pelas sínteses provisórias, teológicas e metafísicas.

Para finalizar este estudo analisaremos a evolução das hipóteses sobre a síntese na espécie humana, a unidade especialmente sob o aspecto intelectual, a constituição dogmática das formas religiosas.

O homem teve sempre necessidade de dar uma explicação qualquer para a realização de todos os fenômenos que o rodeiam, explicações essas, de acordo com os dados possuídos em cada época. À medida que novos esclarecimentos são obtidos a hipótese sofre transformações sucessivas, aperfeiçoando-se e adaptando-se ás novas condições.

Assim o homem primitivo, sem conhecimento nenhum da ordem abstrata e sem o desenvolvimento necessário dos seus órgãos intelectuais para que pudesse realizar abstrações, foi levado a formular a hipótese mais simples, mais simpática e mais estética, transportando ao mundo exterior as mesmas faculdades da alma e fundando assim um primeiro sistema de unidade puramente concreta. Com essa primeira hipótese estava inaugurada a síntese subjetiva absoluta, que devia prevalecer espontaneamente em toda a fase fetichista da evolução humana.

O desenvolvimento gradual da Humanidade, devido ao estabelecimento da continuidade social e, em seguida, a passagem do estado nômade para o sedentário, trouxeram novos conhecimentos, de modo que se foi gradativamente aperfeiçoando essa hipótese, atribuindo-se primeiro aos astros e depois aos deuses no regime politeísta e a um deus único das formas monoteístas, a realização de todos os fenômenos, quer do mundo quer do homem.

Com a passagem do centro da unidade para os astros e depois para os deuses, a síntese se transforma de subjetiva em objetiva, guardando, porém o caráter absoluto.

Os deuses são posteriormente substituídos pelas entidades abstratas, no regime metafísico.

Essas hipóteses provisórias preponderaram durante toda a fase preparatória da Humanidade, sendo substituídas somente depois de construída toda a ciência. Passa então a unidade intelectual a basear-se no conhecimento das relações abstratas e a síntese absoluta é substituída pela síntese subjetiva relativa.

Para enriquecer este tópico no domínio Moral, vamos demonstrar outra prova da lei das hipóteses que é a hierarquia dos       sexos.
A princípio, na fase inicial da conquista da Terra pelo Homem, a preponderância da força física colocou o sexo masculino no primeiro plano. A própria maternidade deixou de ser preponderante na união conjugal; os filhos são então considerados mais filhos do pai do que da mãe. Segundo a Bíblia, o primeiro filho teve pai e não teve mãe: Eva nasceu da costela de Adão; a mulher, do homem na mitologia grega concebe-se também filha sem mãe: Minerva nasceu de Júpiter.

Nas cortes celestes os deuses dominam as deusas. Júpiter supera Juno.

No, céu de todas as religiões a divindade suprema é sempre masculina. Só depois de uma longa evolução começou um movimento favorável ao sexo feminino, especialmente quando o Catolicismo veio mostrar a necessidade de desenvolver as forças Morais. A mulher deixou então de ser animal irracional dos tempos primitivos para se tornar a mãe de um Deus: Jesus é filho de Maria. Ainda assim a preponderância cabe ao homem; Jesus precede a Maria na hierarquia celeste. Ademais, embora o desenvolvimento da Humanidade tenha subordinado a força bruta às forças Moraes, isso não bastou para deslocar a posição do sexo masculino, porquanto continuou este a manter o cetro do espírito: o desenvolvimento intelectual é diretamente a obra do homem, no que esta apresenta de mais sensacional, através das criações cientificas, estéticas e industriais. Foi preciso o advento do gênio de Augusto Comte para demonstrar que toda a evolução Espiritual se liga ao predomínio do coração, do coração altruísta; e que à mulher se devem indireta­mente as produções do espírito humano: o homem faz as Grandes Obras e a mulher os Grandes Homens. Disso, as obras intelectuais oriundas diretamente de mulheres excepcionais e a revelação pública de talentos femininos cada vez mais numerosos em todos os ramos do espírito ou inteligência, levaram à fórmula hoje dotada pela maioria letrada, que a mulher é igual ao homem. Mas o estudo apro­fundado do cérebro feminino no tempo e no espaço, revelando irrefutavelmente que os dois sexos não são iguais, mas diferentes e complementares, que a mulher tem menos qualidades práticas que o homem, mais qualidades afetivas que este, e força intelectual semelhante em sua intensidade, embora de natureza diversa, mostra afinal - dada à preponderância afetiva - a superioridade do sexo da graça, ao sexo da força, mostra que a Mulher é superior ao homem.

Em todas as três hipóteses - a Mulher é inferior ao homem, à Mulher é igual ao homem - a Mulher é Superior ao homem — destaca-se não só a simplicidade, mas ainda a simpatia e a beleza com que são constituídas, de acordo com os dados de cada momento histórico.

A mulher primitiva, como a fêmea de todos os animais, era um ser sem atrativos, e incapaz de defender a coletividade pela única força útil preponderante na época, a força física; era um animal feio e fraco; ao passo que o homem era ao contrário belo e forte. Daí a hipótese mais simples, mais simpática e mais bela a mulher é inferior ao homem.

Com o correr dos tempos, adquire a Mulher qualidades físicas capazes de aproximá-la mais do companheiro, senão em força, em beleza, e mostra aptidão mental que dele a tornam rival. Esse movimento de dignificação da Mulher, que se prolonga pelos nossos dias, determinou a segunda hipótese, a da igualdade dos dois sexos: a Mulher é igual ao Homem. O feminismo contemporâneo não defende outro aforismo. Mas a ciência positiva já demonstrou, há mais de meio século, que em nossos dias, de acordo com os dados adquiridos, mediante a contemplação sistemática do espetáculo histórico e a análise da psique ou mente feminina, o sexo da beleza e do amor, o que representa melhor as qualidades estéticas e simpáticas, é o sexo feminino; de sorte que a hipótese mais simples, mais simpática e mais estética sobre a hierarquia dos sexos é - a Mulher é superior ao homem.

Percorrendo toda a escala dos fenômenos, apreciando todos os fatos cósmicos, Sociais e Moraes, a vida doméstica e a vida cívica, os acontecimentos elementares como o mais transcendente, sempre se verifica á veracidade da lei:

“A inteligência tende sempre espontaneamente a fazer a hipótese mais simples, mais estética e mais simpática de acordo com os dados adquiridos”

Induzida da contemplação do mundo no tempo e no espaço, constituindo um princípio geral, base fundamental e eterna de todos os conhecimentos, pode ser enunciada essa lei como preceito, como regra, porque, conhecida a inclinação do espírito ou inteligência, a tendência segundo a qual se raciocina ligando o objetivo ao subjetivo; natural é que se constitua uma norma a seguir para guiar ordinariamente a formação dos nossos juízos, sistematizando a espontaneidade inicial por uma fórmula que a exprima e a prescreva. Daí o enunciado que muda a lei em regra:

Formar a hipótese mais simples, mais estética e mais simpática que comporte o conjunto dos dados a representar, segundo as expressões textuais de Augusto Comte - ou - Fazer a hipótese mais simples, mais estética e mais simpática, de acordo com os dados adquiridos - conforme o testo do primeiro enunciado.

Comentando a grande lei que Augusto Comte descobriu:

As nossas sãs teorias não podendo e não devendo oferecer senão aproximações constantemente imperfeitas do espetáculo exterior, a sua natureza e o seu destino deixam à nossa inteligência certa liberdade, que convém aplicar em satisfazer melhor as nossas boas inclinações. Convém, antes de tudo, empregar essa faculdade para simplificar mais as nossas hipóteses, a fim de facilitar seu uso especulativo. Somos em seguida autorizados, e mesmo convidados, a embelezá-las tanto quanto o permite a indeterminação que nelas ainda se acha, ~1á que se tornam assim mais favoráveis às nossas meditações. Enfim, devemos também aperfeiçoar lhes o caráter moral, como podendo influir muito sobre as reações afetivas, que se ligam - a todo exercício intelectual. Tal é o tríplice complemento, científico, estético e simpático, que exige o princípio fundamental da sã lógica sobre a construção de quaisquer hipóteses, concebidas primeiro objetivamente, depois subjetivamente”. (Política Positiva, III pág. 96-97).

Regulando a formação das hipóteses, a lei da relatividade regula todas as nossas concepções reais ou fictícias. Daí a distinção a fazer entre as hipóteses verificáveis e hipóteses inverificáveis. Estas concernem às criações puramente subjetivas, que podem ser puras quimeras, como ás deuses e as entidades, ou artifícios lógicos, como o espaço e a inércia. Aquelas compreendem as leis naturais, as hipóteses propriamente ditas, isto é, as leis efetivas achadas entre fenômenos, e as leis antecipadas supostas entre eles; as primeiras são hipóteses verificáveis e verificadas; as segundas verificáveis, mas não verificadas. Assim a proposição - a soma dos ângulos de um triângulo plano retilíneo é igual a dois ângulos retos - e uma hipótese verificável e verificada; é uma lei natural. A proposição -- certos cometas descrevem parábolas cujo foco é o sol - é uma hipótese verificável, mas não verificada.

Além dos artifícios lógicos ou hipóteses lógicas e das hipóteses científicas, há que considerar também os ideais estéticos e os planos técnicos, isto é, as hipóteses afetivas e as hipóteses práticas. Os seres e os fatos imaginados pela poesia verbal, sonora ou plástica são hipóteses afetivas, artifícios estáticos; e os projetos de uma máquina ou de uma usina, os planos industriais,  hipóteses práticas, artifícios técnicos.

Em resumo, abstraindo-se das inverificáveis, puramente quiméricas, e bipartindo­-se as científicas em verificadas e inverificadas, que classificam as hipóteses em lógicas, estéticas ou afetivas, científicas e práticas ou técnicas, o que tudo se vê desta sinopse:

                           HIPÓTESES LÓGICAS.

                           HIPÓTESES ESTÉTICAS OU AFETIVAS.

                                                                               Verificadas (Leis Naturaes)
                                     HIPÓTESES CIENTÍFICAS         
                                                                                Inverifícadas (Hipóteses propriamente ditas),
                          PRÁTICAS                                          
                              ou
                          TÉCNICAS
Todas essas hipóteses devem obedecer invariavelmente à lei da relatividade. Como  nossas leis não passam de hipóteses aproximadas da realidade, a lei da relatividade pode ser chamada também de lei das hipóteses.

A construção das teorias positivas. Os exemplos apreciados tornam clara a necessidade da sucessão de hipóteses para a instituição das teorias positivas Examinadas várias aplicação direta da primeira lei da Filosofia Primeira na formação de teorias científicas dos domínios da Física, celeste e terrestre, da Biologia, da Sociologia e da Moral, verifica-se facialmente que esta lei não só é universal, aplica-se a qualquer categoria abstrata, como também é a lei que regula a formação de todas as ciências positivas.


II –14ª Lei das Classificações na Moral

        Na Moral a classificação das três partes da natureza humana, e em separado as das funções do sentimento, da inteligência e do caráter, demonstram a aplicabilidade da lei do classamento ao domínio abstrato mais elevado.

O estudo sistemático da Moral Teórica ou Educação é procedido em perfeita obediência à lei universal das classificações. Estudamos em tal domínio sucessivamente as Teorias:  Cerebral, do Gran-Ser, da Unidade, Vital, do Sentimento, da Inteligência e da Atividade - Tais estudos são dessa forma sistematizados obedecendo àquela lei universal.
E ainda no domínio mais elevado da Moral a lei do classamento aplicada ao estabelecimento das escalas dentro de cada um dos estudos acima enumerados.
Tanto na teoria cerebral, como em qualquer das demais, podemos observar a sucessão de assuntos cada vez mais especiais, mais dignos e mais complexos.
Tomemos para exemplo, nesse domínio da moral, a classificação das nossas funções simples do sentimento - E a escala afetiva constituída dos sete instintos egoístas e dos três altruístas dispostos na seguinte ordem: instintos nutritivo, sexual, materno, destruidor, construtor, do orgulho e da vaidade, no egoísmo, e apego, veneração e bondade, no altruísmo - As dez funções afetivas estão nessa ordem classificadas segundo a generalidade objetiva decrescente e subjetiva crescente, ao mesmo tempo em que na ordem de dignidade e de complexidade crescentes. E cada vez menor a generalidade objetiva, por isso que encontramos o primeiro da série, o instinto nutritivo, em todos os seres da escala zoológica, desde os animais mais rudimentares, quando ainda não estão separados os sexos, até o homem, enquanto que os últimos elementos daquela série afetiva, os sentimentos altruístas somente começam a aparecer nos graus mais elevados da escala zoológica.
        A hierarquia das classes sociais. Encerraremos a série de exemplificações da décima quarta lei da Filosofia Primeira com o exame da instituição hierárquica das classes sociais no estado normal positivo. A constituição normal da sociedade exige classes especiais destinadas aos trabalhos relativos às três partes da natureza humana — sentimento inteligência e atividade. Deveríamos, pois, conceber em toda a sociedade normal a existência de três classes encarregadas respectivamente do desenvolvimento do sentimento, da inteligência e da atividade. Os trabalhos materiais, entretanto. pela sua própria natureza exigem a divisão da classe respectiva em duas, destinadas a primeira á direção e orientação desses trabalhos, e a segunda a execução.

Haverá, pois, na sociedade normal quatro classes ou providências sociais que são: a moral, representada pela Mulher, a intelectual, pelo Sacerdócio, que representa a execução de todos os trabalhos espirituais da sociedade, a material pelo Patriciado, que dirige, e a geral, pelo Proletariado, que executa todos os trabalhos materiais. Essas quatro classes, na ordem em que as enumeramos, obedecem ao princípio do classamento positivo.
Os exemplos apreciados, em todos os domínios científicos, desde a matemática até á moral: demonstram a aplicabilidade do princípio do classamento universalmente a todos os nossos conhecimentos abstratos. Sua perfeita aplicabilidade também, como vimos, às séries concretas e estéticas, demonstra a universalidade da lei estudada.
 II – 15ª Lei do Intermediário ou da Continuidade Na Moral. Na Moral para exemplo da lei do intermediário pode ser tomada qualquer das suas decomposições ternárias.

O estudo da Moral teórica abrange as Teorias: Cerebral, da Humanidade, da unidade, vital, do sentimento, da inteligência e da atividade. Essas sete teorias, na ordem acima enumerada, obedecem ao principio do classamento. Se examinarmos as combinações que podemos realizar para a concentração em três graus obteremos, diversas modalidades de decomposição ternária dos assuntos próprios ao estudo da moral teórica e em cada uma delas observarão sempre a aplicabilidade da lei do intermediário.

A apreciação em separado, por exemplo, das três teorias da alma humana — as do sentimento, da inteligência e da atividade — evidencia desde logo a posição da teoria da inteligência como intermediário e a inteira subordinação à décima quinta lei universal.

Também dentro da estrutura de qualquer dessas teorias podemos verificar a lei do intermediário. No exame do trabalho intelectual; o raciocínio obedece ao princípio: “Induzir para deduzir a fim de construir”. Temos aí expressos os três elementos do raciocínio — a indução a dedução e a construção. E’ a dedução; o elemento coordenador, que une os outros dois e confirma nesse domínio a décima quinta lei.

Na escala das belas-artes. Na hierarquia das belas artes também se pode apreciar a aplicação da lei do intermediário.

A classificação das belas artes mostra-nos o domínio estético distribuído pelos cinco graus sucessivos — poesia, musica, pintura, escultura e arquitetura.

Consideremos previamente a reunião das três últimas sob a denominação geral de artes da forma. Teremos constituído a progressão: poesia musica e artes da forma. E’ evidente, nesse caso, a condição da música, de intermediário, subordinada objetiva e subjetivamente ás outras duas e participando da natureza de ambas.

Se examinarmos em separado as artes da forma, verificaremos que a escultura satisfaz as condições normais de intermediário entre a pintura e a arquitetura.

Nas artes especiais é a pintura o intermediário entre. a musica e as outras artes da forma.

O Espaço Cerebral como intermediário. O Espaço apresenta os característicos fundamentais de intermediário entre a Terra e a Humanidade.

E’ o Espaço o meio subjetivo onde colocamos todos os fenômenos abstratos. Constitui, pois, a sede universal para a qual são transportados todos os elementos teóricos retirados dos seres por abstração, e ai estudados e comparados. A Terra é o teatro objetivo das ações humanas, o meio do qual retiramos todos os elementos materiais, e para nossa existência. A Humanidade, como vimos, é constituída pelo conjunto dos seres humanos passados, futuros e presentes.

Correspondem —— Espaço Cerebral, Terra e Humanidade —— a constituição cerebral humana, pois representam respectivamente a inteligência, a atividade e o sentimento.

A indução e a dedução das leis pela inteligência humana exigindo a menos do Espaço como o meio subjetivo em que são colocados os fenômenos ­abstratos, caracteriza-o como intermediário. Tal meio é a sede subjetiva de todas as abstrações necessariamente retiradas da realidade concreta para que possuiu ser elaborada por nossa inteligência.

E, pois, o Espaço Cerebral o intermediário entre a Terra e a Humanidade.

A lei do intermediário nas classes sociais. Em qualquer sociedade bem organizada a classe intelectual ou Sacerdócio (Fetichista, Teologista, Metafísico e Cientista) é o intermediário entre as outras duas, a afetiva constituída pela Mulher e a ativa ou material, que deveria ser predominante pelo homem.

Assim como a natureza humana individual é dotada de sentimento, inteligência e atividade, também a existência coletiva apresenta os mesmos três atributos. Existem no cérebro humano os órgãos das funções afetivas. intelectuais e práticas. Da mesma forma deve a sociedade apresentar órgãos coletivos destinados ao exercício de tais funções. São esses órgãos constituídos pela classe feminina, que exerce na vida coletiva a função moral, pela classe sacerdotal, encarregada das funções intelectuais da  sociedade, e pela classe dos práticos, subdividida entre a dos dirigentes e a dos executores dos trabalhos materiais.

Como no indivíduo é a inteligência o intermediário esclarecedor entre o sentimento, que põe os problemas, e a atividade que executa; assim também na sociedade a classe intelectual representa o intermediário entre a afetiva e a pratica.

Na Religião ou Doutrina, qualquer que seja a sua forma; o Dogma ou esclarecimento intelectual é o intermediário entre o Culto, que sistematiza o sentimento, e o Regime, que fixa a conduta.

A religião ou Doutrina Positivista foi, por Augusto Comte definida como “o estado de completa a Unidade, que distingue nossa existência, há um tempo pessoal e social, quando todas as suas partes, tanto morais como físicas, convergem habitualmente para um destino comum”. Augusto Comte, Catecismo Positivista, pag. 42.
Tal definição independe da forma pela qual possa ser obtida essa dupla unidade e é aplicável a todas as variedades de religião que o passado humano apresenta, fetichistas, teológicas ou metafísicas, compreendendo ainda a forma positiva do futuro em qualquer religião há sempre o dogma, destinado a sistematização intelectual, o culto ou a parte correspondente ao sentimento, o regime que prescreve as normas de conduta.
Examinadas essas partes da Religião ou Doutrina, que correspondem, portanto aos três atributos da alma humana — sentimento, inteligência e atividade — vêm que o dogma é o intermediário natural entre o culto e o regime, satisfazendo todas as condições estabelecidas pela lei universal, em causa.
Examinamos, dessa forma, a aplicação da lei do intermediário a diversos exemplos da escala dos conhecimentos humanos verificando a sua completa aplicabilidade a todos os casos apreciados, o que vem mostrar a universalidade da lei.

B) Leis da Modificabilidade (3, 12,13)

                A MODIFICABILIDADE torna-se cada vez maior à medida que os fenô­menos se complicam.
O exame da aplicação da terceira lei aos fenômenos matemáticos, astronômicos, físicos, químicos e biológicos de­monstram o acréscimo sucessivo no grau de MODIFICABILIDADE, á medida que subimos a escala dos acontecimentos. A ação modificadora, entretanto, tor­na-se cada vez mais trabalhosa e complicada quando seguimos aquela mar­cha ascendente. Os fenômenos de modificação mais difícil e complexa são os sociais e os morais, que ocupam a posição principalmente, os mais elevados da escala, mas por isso mesmo são os mais modificáveis.
O Ser estudado na Moral é o Homem, isto é: a psique, ou mente ou alma do Homem; o mais complexo para conhecer e modificar e também o mais suscetível de sofrer modificações intensas.
   
  I – Sociologia e Moral:
 I – 3ª Lei da Modificabilidade em Sociologia e na Moral - Todas as modificações da Ordem  Universal limitam-se  à  intensidade dos atributos, cujo arranjo permanece  inalterável.

 A Modificabilidade nos domínio da Sociologia e da Moral.

A apreciação geral da ordem social apresenta-nos seu domínio como forma­do sempre por um conjunto de instituições fundamentais, imprescindíveis para que exista a sociedade. São, tais instituições: a propriedade material, a família, a linguagem, o governo espiritual (Moral), o governo temporal ($). Não se pode compreender a existência social onde falte qualquer desses elementos enumerados. Se compararmos, entretanto, varias sociedades antigas e modernas em graus diversos de evolução, observamos diferenças fundamentais na estrutura de tais instituições, cujos graus de intensidade no total ou em seus elementos componentes, variam muito; podendo essa variação chegar como veremos adiante a causar o desequilíbrio na própria organiza­ção social, caracterizando se assim, um estado anormal dessa existência.

Uma das instituições sociais, por exemplo, a família; revela sempre em sua maior intensidade os três laços sociais resultantes do apego, da venera­ção e da bondade; isto é, os sentimentos que respectivamente consolidam a formação do par andrógeno fundamental; e os dois que unem cada indivíduo aos pais e aos filhos. Comparando o tipo médio de família em virias fases na anti­guidade; na idade média, no período moderno, estudando ainda a família em diversos lugares, onde as influências dos meios físico e social, que são di­ferentes; observamos sempre a permanência dos três laços altruístas (veneração, apego e bondade), porém sujeitos as maiores variações de intensidade. Da mesma forma, se estudarmos em determinada sociedade e em certo momento da evolução, isto é, fi­xadas e igualadas às duas coordenadas sociais — tempo e espaço — encon­traremos também enorme variação de intensidade dos três laços altruístas, devido às diferenças próprias às reações naturais dos sentimentos altruístas e a Educação dos Sentimentos e da Instrução Científica.

Como as leis sociais, e também as Morais confirmam plenamente a lei da Modificabilidade.

Sendo, por exemplo, a Veneração um sentimento altruísta inato na Alma ou psique ou mente humana, encontra-se infalivelmente em todos os indivíduos. Não quer isso dizer, entretanto, que a veneração seja igual para todos; ao contrário, as di­ferenças são enormes de individuo para individuo e residem exclusivamente no seu grau de intensidade. Há indivíduos em que são frágeis; é a veneração que passa quase despercebida; outros, ao contrário, apresentam-na em grau de intensidade muito elevado. Inúmeras e complexas são as causas de variação de intensidade da veneração e resultam quer das condições peculiares ao próprio Individuo, quer do meio em que este vive. Em época de anar­quia intensa como na atualidade, esse sentimento fica tão depauperado que parece inexistente, na maioria dos indivíduos. Nos períodos normais ao contrário a unidade religiosa; isto é, doutrinária, e a individual e coletiva, é mais desen­volvida e adquire a veneração, com maior intensidade, desenvolve-se assim, o respeito à admiração pelo superior e pelos antepassados.

Exemplifiquemos ainda mais uma vez a lei da Modificabilidade no domínio da Moral Positiva.

A inteligência está sujeita a uma série de leis invariáveis, sempre verificáveis exatamente. A observação concreta dos seres humanos revela um numero indefinido dos aspectos intelectuais diferentes, dando lugar às tendências mentais das mais variadas. Essa diversidade que vai quase ao infinito, resulta apenas nas diferenças de intensidade de desenvolvimento das funções de Contemplação, de Meditação e da Expressão; do aparelho sensorial, de cada um dos sentidos, e etc.

                     Extensão da Modificabilidade a todo o domínio teórico.

A lei da MODIFICABILIDADE regula como vimos nossa ação modificadora so­bre o mundo e o homem, É esta lei que permite, pois a sistematização de nossa atividade.

Na ação que exercemos sobre os fenômenos materiais, vitais, sociais e morais, procuramos sempre aumentar ou diminuir sua intensidade, porque a esta se limita todas as variações. A ação pode ser direta sobre o fenômeno a modificar; ou indireta para que se obtenha o resultado desejado em consequência da modificação de outro fenômeno que possua, com a primeira relação conhecida. Duas são, pois as espécies de modificação que se operam não só nos seres vivos e na alma ou psique humana, como também na existência inorgânica e na sociedade: umas diretas, que resultam da realização espontânea dos fenômenos que lhes são próprios; outras indiretas, que decorrem das reações devidas ao resíduo da reserva natural.
               
Quer as modificações diretas quer as indiretas, podem atingir graus variáveis de intensidade. Normalmente essa intensidade varia entre dois limites, uma inferior, outro superior, fora dos quais se rompe o equilíbrio nos fenômenos que caracterizam cada existência.

Verificado o desequilíbrio no arranjo do Ser correspondente devido ao acréscimo ou ao decréscimo exagerado de intensidade de certo fenômeno, este atinge a um estado anormal de variação.

                  Amplitude crescente de intensidade dos fenômenos ao subir da escala abstrata.

A diferença entre os limites, superior e infe­rior, de variação normal de intensidade de um fenômeno, constitui a ampli­tude dessa variação.

Tal amplitude é crescente à medida que se sobe a escala enciclopédica (da Matemática até a Moral).

Há, pois, correspondência entre o acréscimo de complexidade e digni­dade (alinhamento) de um fenômeno e seu grau de Modificabilidade.

Os tipos abstratos, criações subjetivas, e que constituem a base das cons­truções científicas, são concebidos como tipos médios de variação normal de intensidade dos respectivos fenômenos.

A determinação dos limites de variação de intensidade normal de um fenômeno baseia-se no exame de numerosas observações desse  fenômeno. Exige, portanto, um trabalho intelectual de abstração a fim de que o acon­tecimento seja apreciado em grande número de seres, da comparação dos quais resulta não só a fixação dos limites considerados como também a criação dos tipos abstratos que servem de base ao estabelecimento das rela­ções abstratas e das leis científicas. Esses tipos abstratos apresentam nor­malmente uma intensidade no fenômeno considerado representada pela mé­dia de variação normal – Há, pois, necessidade da determinação dos limi­tes de variação normal para que sejam adquiridos os elementos para a pró­pria construção da lei teórica.

E’ no domínio da Moral, que a lei da Modificabilidade adquire seu máximo de importância e distinção porque o aperfeiçoamento da natureza humana está limitado também às variações normais, a imprimir aos graus de intensidade dos fenômenos afetivos ou sentimentais, intelectuais e práticos.
Extensiva a todo o domínio teórico a lei da Modificabilidade encontra na Moral Teórica Positiva ou Ciência da Construção ou ainda Psicologia Científica, sua verificação mais nobre e mais completa. Constituindo a Moral Teórica Positiva, a ciência mais elevada porque estuda diretamente a natureza humana e a verificação da lei de Modificabilidade também no seu máximo de extensão nesse domínio, a eleva e enobrece.

Verificada como vimos em todo o domínio teórico, é na Moral Positiva que a terceira lei universal se torna mais aplicável devido à natureza eminentemente modificável dos fenômenos morais positivos.

 AS VARIAÇÕES ANORMAIS

Perturbações, moléstias, revoluções e desequilíbrios.

As perturbações no domínio inorgânico, as moléstias nos seres vivos, as revoluções no organismo social, os desequilíbrios cerebrais na alma ou psique humana, são estados causados pelas variações anormais, devido às intensidades dos respectivos fenômenos.

As duas espécies de modificações habituais, diretas e indiretas, que se operam nos Seres quaisquer, dão lugar a duas fontes de variações excepcionais, das quais pode resultar, como ficou dito, o desequilíbrio nas funções correspondentes.

Estas variações excepcionais, fora dos limites normais, passando do superior ou conservando-se aquém do inferior, apresentam formas diferentes de acordo com o domínio correspondente. Assim as perturbações no mundo inorgânico, as moléstias nos seres vivos, as revoluções na existência social, os estados de desequilíbrio cerebral loucura ou idiotia — no domínio da Moral Teórica Positiva, que não são mais do que resultados dos desequilíbrios que se operam nos fenômenos próprios a cada uma dessas existências.

Verificação das leis abstratas nos casos anormais.

Nas variações anormais, com intensidade muito enfraquecida ou demasiadamente exagerada a ponto de modificar de modo anormal a natureza do Ser correspondente, os fenômenos obedecem, entretanto, rigorosamente as mesmas leis, que são imutáveis.

Quanto mais modificável é um fenômeno, tanto mais suscetível de variações anormais.

Á medida que subimos à escala dos acontecimentos nós notamos como aca­bamos de expor um gradual aumento na amplitude de variação. A esse au­mento corresponde também uma capacidade cada vez maior de perturbação, isto é, de variação, fora dos limites normais, da amplitude considerada. Por esse motivo as perturbações no domínio inorgânico são muito menos frequentes e intensas que no mundo vivo ou na existência humana e, ainda apresentam um modo de variação devida sempre a outros fenômenos, não considerados normais.

Se percorrermos a escala enciclopédica, desde a astronomia até a moral positiva, encontramos colateralmente às leis naturais, fenômenos com tais características, que parece obedecerem a leis diferentes Em mecânica celeste, se a terra se movesse isoladamente em torno do sol, verificaríamos nitidamente a execução da lei da gravitação universal, sem nenhu­ma consideração particular. Mas, se admitirmos outro planeta com a terra, já o movimento se altera em virtude da mesma lei, porque os dois planetas exercem ações recíprocas, modi­ficando os respectivos movimentos. A lei não varia, e pode ser sempre verificada, a intensidade dos fenômenos é que sofre alteração. Se, ao invés de dois planetas, supusermos um planeta e um satélite, já as alterações recíprocas serão outras, mas a lei da gravitação persiste sempre. O estudo das perturbações planetárias é, aliás, dos mais extensos da mecânica celeste.

No domínio astronômico, por exemplo, quando são estudados o equilíbrio ou o movimento de determinado astro, são consideradas as influencias principais abstraindo-se aquelas que, muito diminutas ou não permanentes alteram o resultado geral. Determina-se assim a lei abstrata. Na realidade prática, porém, quando se procede a uma previsão, é muitas vezes necessária, a consideração dessas influências ocasionais ou secundárias, que alteram a verdadeira situação, e que não existem na ordem abstrata. Tais influências constituem as perturbações.

Se passarmos da astronomia para a física, encontramos na queda dos corpos perturbações que, à primeira vista, pa­rece invalidarem as leis de Galileu, mas que bem interpreta­das às confirmam.

Quando resolvemos problemas atinentes à queda dos corpos, perturbada de qualquer forma, vale dizer, sobre um plano inclinado, ou sujeito a um ponto de suspensão, como no caso do pêndulo, as leis se verificam igualmente. Para resolver tais problemas, é necessário recorrer às leis de Galileu, e acrescentar as perturbações decorrentes desses obstáculos.

Da mesma forma no domínio da FÍSICA TERRESTRE, tanto da Física propriamente dita, quanto da Química, as perturbações são constituídas pelos elementos que normalmente não são levados em consideração na ordem abstrata; porque, para incorporá-los a essa ordem seriam tais as dificuldades que se tornaria impossível a separação entre o abstrato e o concreto; e consequentemente, também impossível a construção das leis. Teríamos para cada caso concreto uma lei diferente, o que impossibilitaria qualquer pre­visão.

Há, pois, necessidade, quando se constrói a ordem abstrata, de afastar uma serie de elementos que atuam depois ocasionalmente como perturbado­res, provocando as variações anormais no domínio inorgânico.

Os químicos, por outro lado, a guisa dos antigos fisio­logistas procuraram erigir uma química especial para os fenômenos de composição e de decomposição, dentro dos organismos vivos, a que denominariam química orgânica. O eminente Jöns Jacob Berzelius (1779 – 1848), não obstante o atributo de judicioso que lhe deu Augusto Comte, dizia que, nos organismos vivos, os fenômenos químicos pareciam sujeitos a outras leis. Foi necessário que Friedrich Wöhler (1800 – 1882), em 1828, fizesse a síntese da ureia, e que Berthelot iniciasse a série de sínteses de compostos orgâ­nicos, para que os químicos se dissuadissem da ideia dessa química especial.

No domínio da química, além das leis de composição e de decomposição das substâncias, devemos levar em conta, em se tratando de organismos vivos, as perturbações que os fenômenos psicológicos produzem no meio interno do Ser. Os fenô­menos vitais, mormente os de nutrição das células e de outros elementos vivos, alteram a composição do meio e perturbam, assim, as combinações químicas. As fermentações fisiológi­cas, assaz conhecidas, entram no número dessas alterações; e são processadas por reações bioquímicas, na presença de catalisadores enzimáticos. Mas as leis da química são as mesmas, dentro e fora dos orga­nismos vivos.

Os próprios elementos químicos, que entram nos orga­nismos vivos, têm a mesma natureza mineral. O carbono dos organismos vegetais e animais são os mesmos que se encontra no dióxido carbônico do mundo exterior, nos carbonatos que formam as pedras, o mesmo que, em palhetas hexagonais, constitui o grafite, ou cristalizado no sistema cúbico, forma o diamante. O oxigênio dos tecidos é o mesmo que compõe invólucro fluídico da terra, o mesmo que, ao combinar-se com o hidrogênio, produz a água, e com o silício e outro metal forma as pedras. Mas, penetrando no organismo, esses ele­mentos, combinados segundo as leis químicas e sujeitos às leis fisiológicas - bioquímicas, vivificam-se, formando elementos vivos, a que chamamos micro-organismos, células e tecidos. As partes cons­titutivas dos organismos vivos não são inertes, como as de uma máquina: independentemente da vida de conjunto existe a vida desses elementos vivos.

Passemos ao Ser vivo. Neste, quando todos os fenômenos se realizam dentro dos limites normais de variação; quando todas as leis se verificam também normalmente de modo que tal Ser se aproxime do tipo abstrato; ele está no seu estado de saúde.

O estado de saúde é, portanto, o de equilíbrio de todas as funções orgânicas, que se realizam sem perturbação.

Quando, por influências exteriores, do meio em que vive, ou interiores originadas da própria realização dos fenômenos vitais, uma ou mais fun­ções orgânicas alteram-se, provocando o desequilíbrio geral do organismo; e assim, o Ser vivo passa para o estado de moléstia ou patológico.

A moléstia é resultante, portanto do desequilíbrio das funções orgânicas, em consequência da realização, fora dos limites normais de variação de uma ou de diversas das funções vitais.

“A saúde supõe o exercício regular das funções: a moléstia resulta de sua irregularidade. - a morte de sua cessação”.

“As funções são irregulares quando uma ou diversas delas se exercem com excesso ou falta de energia”.

“A energia de uma função é excessivo quando precipita, suspende ou desnatura outras; de modo que um ou diversos dos órgãos que são encarre­gados da função exagerada, e os das que perturbou, sejam ameaçados de destruição”

“A energia de uma função é enfraquecida quando uni ou diversos dos órgãos dela encarregados não atingem ao grau de vitalidade necessário para bem executar a função”,

A perturbação de urna ou mais funções vitais, causadora do estado de moléstia, rompe o equilíbrio geral do organismo refletindo-se sobre o encéfalo, que é também perturbado, deixando de coordenar o conjunto das funções.

Em Sociologia, encontramos também fenômenos anormais, parecendo alterar as leis naturais, estáticas e dinâmicas, que regem a ordem e a evolução: a revolução, a guerra e as outras perturbações sociais. Para quem considera leis naturais às regulamentações dos governos e das assembleias, estas perturbações alteram e, por vezes, até invalidam essas leis. Mas, para quem só considera leis as relações naturais e invariáveis, referentes à ordem e à evolução, nenhuma alteração haveria, quer na fase pacífica, quer nos períodos revolucionários.

Os fenômenos sociais, como os biológicos, e ainda em maior grau, são suscetíveis de perturbações originadas pelo exagero ou deficiência de in­tensidade com que se realizam observadas sempre as leis abstratas que os dirigem.

As perturbações no domínio social constituem as revoluções, verdadeiros estados patológicos na estrutura de uma sociedade. Um estado revo­lucionário, entretanto, qualquer que seja a natureza da revolução, é carac­terizado sempre pela existência de todos os elementos componentes da so­ciedade, com exagero ou deficiência de energia funcional de um ou de di­versos desses elementos.
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Qualquer das instituições da ordem social propriedade, família, linguagem, governo material e governo espiritual — pode ser atingida pelo excesso ou falta de ação de um ou mais de seus elementos. Essa mo­dificação acarreta o desequilíbrio geral do organismo social atingindo a todas as instituições, que são mais ou menos perturbadas.

A sociedade ocidental, por exemplo, atravessou durante toda a idade média, até ao século XIII um estado normal, com o predomínio do sistema católico-feudal, que organizou urna ordem de acordo com as necessidades da época. Todas as instituições sociais tinham suas oscilações de intensi­dade variando dentro dos limites das respectivas amplitudes normais.

O progresso humano, os conhecimentos, os esclarecimentos de ordem intelectual adquiridos do século XIII em diante, incompatíveis com a ordem medieval, provocaram um desequilíbrio de natureza espiritual. Atingindo  assim um dos mais importantes elementos da estrutura social, o desequilíbrio verificado estendeu-se logo a todos os outros, originando-se a intensa e ex­tensa revolução moderna, que se prolonga até nossos dias, agravando-se cada vez mais, e que somente poderá terminar com o advento de nova ordem social. A reforma completa da sociedade deverá modificar todas as instituições fundamentais, agindo sistematicamente sobre cada uma delas, a fim de que voltem ao equilíbrio normal. Essa ação sistemática não poderá ser obtida senão com base científica, com o estudo e a aplicação das leis da Sociologia e da Moral, descobertas e sistematizadas na primeira me­tade do século XIX por Augusto Comte.

A sociedade retomará, entretanto, todas as verdadeiras conquistas me­dievais, assim como as anteriores acumuladas pela Humanidade desde as eras mais primitivas da civilização, colocando os diversos elementos de novo dentro de sua amplitude normal.

A mesma observação se pode fazer quanto às leis natu­rais, atinentes à ciência moral. As mesmas leis que regem os fenômenos morais do santo presidem às do criminoso. Entre um e outro a diferença está nos motivos que deter­minam os atos: no primeiro é o mais eminente altruísmo, no segundo é o mais degradante egoísmo. Entre o gênio e a imbecilidade, também se observa a mesma coisa: no gênio, encontra-se a coexistência do objetivismo e do sub­jetivismo; na cretinice, a mais inerte e exclusiva objetividade.

Entre a razão e a loucura, observa-se o predomínio das mesmas leis naturais. No estado de razão, o subjetivo su­bordina-se ao objetivo; na loucura, ao invés, a subjetividade desconhece completamente as indicações da objetividade. Em todos esses fenômenos, notamos constantemente, o equi­líbrio ou a harmonia, em graus diversos, da meditação e da contemplação, da ficção e da realidade.

Os fenômenos morais, finalmente, os mais modificáveis e mais com­plexos de todos, são aqueles onde maiores perturbações se verificam.

As funções afetivas, intelectuais e práticas da alma ou psique humana, apresen­tam também variações normais e anormais.

As perturbações cerebrais são suscetíveis de enumeras variedades de­vido à natureza da função alterada inicialmente, causadora do desequilíbrio geral. Podem tais perturbações produzir estados cerebrais patológicos, de loucura ou de idiotia. Como o louco e o idiota, é também o criminoso um indivíduo cujo cérebro está perturbado pela variação anormal de funções afetivas, intelectuais e práticas.

Os exemplos que figuramos para ilustrar a exposição dos estados de variação anormal dos acontecimentos são suficientes para mostrar como conservada a ordem universal, sempre imutável, pode a simples variação de intensidade provocar os desequilíbrios em fenômenos de qualquer espécie.

Resumidamente ao percorrermos a escala enciclopédica encontramos, pois, uma sucessão de casos anômalos, formando escala tão exten­sa quanto à da sucessão das ciências. Em astronomia, as perturbações planetárias formam longo capítulo, confirma­tivo das leis de Kepler e de Newton. Em física aplicada, as explicações, longe de invalidarem as leis da dilatação e da resistência das substâncias, vêm confirmá-las. Em química, observamos modificações na formação das substâncias den­tro dos organismos vivos, por ação enzimática, em presença muitas das vezes de hormônios, metabolizados, por determinadas glândulas. Na biologia, os importantíssimos fenômenos que constituem a doença, dão lugar a estudos tão profundos, que parece for­marem outra ciência, a patologia, independente da biologia, mas que o espírito filosófico prova ser a confirmação perfeita das leis fisiológicas. No domínio da sociologia, as revoluções e as guerras, parece invalidar as leis da evo­lução social, mas, bem apreciadas, revelam apenas a inca­pacidade dos governantes. Finalmente, na moral aparecem fenômenos que se qualificam de crimes, quando contrários à ordem temporal, e pecados quando opostos à ordem espi­ritual. Uns e outros, porém, confirmam brilhantemente o império das leis, que regem os fenômenos morais.

Considerando simultaneamente os três princípios iniciais da Filosofia Pri­meira, vemos que todos eles resultam de igual concurso do mundo e do Homem, do objeto e do sujeito, donde serem considerados o grupo tanto objetivo como subjetivo dessa filosofia.

       A lei da relatividade, regulando a formação das hipóteses, incorpora os dados adquiridos no mundo pela experiência     universal dos séculos e manifesta a tendência da inteligência à simplicidade, à beleza e à simpatia.

       A lei da imutabilidade, regulando o modo de variação dos fenômenos e dos seres, combina os dados fornecidos pela observação do mundo, com a pro­pensão da inteligência em ligar os resultados dessa observação.

        A lei da Modificabilidade, regulando a natureza das variações dos fenô­menos e dos seres, combina também a objetividade dessas variações com a subjetividade das relações que comprova.

Em todos os três casos, os elementos constantes de todas as nossas concepções - o mundo exterior e o mundo interior; o mundo objetivo e o mundo subjetivo - entram em quantidade igual na constituição dos três teoremas fundamentais da ciência universal, que é a Filosofia Primeira. Em nenhum deles, nenhum desses mundos prepondera mais do que outro. Em todos três, o objetivo e o subjetivo contribuem com o mesmo contingente. O que os distingue logo dos outros princípios, em que há maior ou menor preponderância da objetividade ou da subjetividade.

Vide à apreciação desta parte de Leis no Item D- GRUPO DE LEIS SUBJETIVAS EXCLUSIVAMENTE RELATIVAS AO ENTENDIMENTO HUMANO, referen­tes não só ao:  (D-1) Estado Estático do Entendimento ou Leis da Subjetividade (4,5,6), como ao   (D-2) Estado Dinâmico do Entendimento ou Leis da Evolução (7,8,9), no final deste item. 

                                                                                         Aplicados a Sociologia e a Moral.

I – 12ª Lei da Mutabilidade ou Lei da Equivalência e ainda Lei da Ação e Reação. - Existe sempre equivalência entre a reação e a ação,
se a intensidade  de ambas for medida  de acordo  com a natureza de cada conflito.

Na Sociologia, estática ou dinâmica, também são em grande numero os exemplos que podemos utilizar para a demonstração desta lei.   

A ação da sociedade sobre a família, por exemplo, quando anormalmente concorre para diminuir o poder material do homem ou o espiritual da mulher, desenvolve como reação imediata o enfraquecimento dos laços domésticos.
Se considerarmos, a influência da coletividade geral sobre o elemento fundamental da sociedade, que é a família, notou que em época de transição anárquica, como o da atualidade, tal influência constitui geralmente ação perturbadora da existência doméstica. A sociedade mal organizada de nossos dias não permite, na maioria dos casos, que o homem possa prover às necessidades materiais de sua família; assim como, exigindo por parte da mulher trabalhos de ordena material, impede que ela exerça normalmente sua função espiritual. Há, portanto, uma dupla ação perturbadora, por parte da sociedade sobre a família, impedindo o livre exercício dos poderes material e espiritual no elemento básico da existência coletiva. Tal ação provoca uma reação equivalente representada pela diminuição dos laços de apego, veneração e bondade, que se devem normalmente desenvolver na família como conseqüência de sua própria formação.
Assim como por esse exemplo percebemos claramente a aplicação da lei da ação e da reação ao domínio da estática social, assim também muitos outros fenômenos na própria existência doméstica: ou na estrutura material da sociedade ou ainda na formação da linguagem, etc., poderiam servir para o exame da aplicação da lei.
Ações perturbadoras na estática social. Uma análise na existência política das nações modernas mostraria como a lei da ação e da reação explica perfeitamente todas as perturbações geralmente provocadas­ pelos próprios governos em suas ações empíricas, realizadas sem nenhuma previsão, sem atingir aos verdadeiros interesses da coletividade.
Os governantes, muitas vezes dominados pelo orgulho supracitado como conseqüência do próprio exercício do poder, sem as luzes científicas necessárias para a ação sistemática, tendem logo, não somente a invadir atribuições espirituais como também a desrespeitar as maiores conquistas sociais realizadas pela espécie humana, principalmente em relação ás liberdades públicas.
Ação de tal ordem é a causa de graves perturbações.
Examinemos como exemplo, a invasão, pelo governo temporal, de atribuições de natureza espiritual. A ordem social, para manter seu equilíbrio normal e a harmonia necessária entre todos os seus órgãos, exige completa separação entre o espiritual e o temporal.
Ao governo temporal cabem unicamente atribuições de ordem material, a fim de que sejam, nessa esfera de ação, atendidas todas as necessidades da coletividade.
“... a liberdade espiritual exige duas sortes de medidas urnas fundamentais que consistem na plena liberdade de comunicações escritas e verbais, outras, complementares constituídas pela supressão do tríplice orçamento, teológico, metafísico e científico; bem como pela abolição da pretendida propriedade literária”. João Pernetta, Os Dais Apóstolos, Curitiba, 1929, vol. III, pag. 16.
No meio da anarquia atual, entretanto, a ação dos governos materiais são geralmente conduzidas no sentido de desrespeitar essa separação imprescindível â harmonia social. De acordo com a lei de Newton a ação opressora de imposição de princípios, retrógrados ou anárquicos, de supressão da liberdade da propaganda espiritual de quaisquer doutrinas, provoca uma reação equivalente, que se manifesta em geral pelo descrédito do tal governo, pelo enfraquecimento de sua autoridade, pela perda da forca que deveria conservar e desenvolver. Agindo empiricamente, sem compreender as verdadeiras causas do seu descrédito, procuram os governantes, por meio de medidas violentas, aumentando a opressão e a tirania, compensar a perda de poder. Há, entretanto, em tal atitude apenas um acréscimo na ação perturbada e consequentemente nas reações que podem acarretar muitas vezes a destruição do próprio governo, órgão social que está agindo fora das verdadeiras normas que exige a harmonia coletiva.
São, pois, não somente os interesses elevados da coletividade, mas também os próprios Interesses de conservação de um governo, que devem concorrer para que este procure manter-se dentro dos limites prescritos pelas leis científicas, desde meados do século XIX estabelecidas por Augusto Comte, que fundou a Sociologia e a Moral positivas. Reduzida a variação dos fenômenos sociológicos aos limites normais, é mantida a harmonia social; transpostos aqueles limites, as ações tornam-se perturbadoras e provocam reações também intensas, que podem concorrer para a modificação da ordem social.

I – 13ª - Lei da Conciliação ou Lei da Conversão - Subordinar a teoria do Movimento à Teoria da Existência, concebendo qualquer progresso como o desenvolvimento da ordem correspondente, de cujo arranjo derivam as alterações que constituem a evolução.

Na Sociologia a evolução de qualquer dos elementos estáticos da sociedade, a propriedade material, a família a linguagem e o governo, material e espiritual, pode claramente exemplificar o progresso como constituído por uma sucessão dos estados de ordem.

E’ no domínio da Sociologia que as noções da ordem e de progresso apresentam-se com maior clareza e precisão, comparáveis à ideia mecânica de equilíbrio e do movimento.
O fetichismo instituiu a família. Existe, pois, a família como elemento estático da sociedade desde a mais remota antiguidade. Se analisarmos, entretanto, sua constituição, as reações morais, intelectuais e materiais que produz a intensidade dos laços que a constituem, o grau de duração e a estabilidade com que se forma e subsiste, a influência que. exerce sobre as associações mais extensas como sobre o aperfeiçoamento do indivíduo, verificamos a multiplicidade enorme de aspectos os mais variados que assume a célula fundamental da sociedade humana, embora guardando sempre a mesma estrutura característica. Em cada momento da existência da família temos um aspecto estático, de ordem, dessa instituição social, O conjunto desses estados sucessivos de ordem; isto é, a sua variação no tempo, representa o progresso.
Não é somente a família que pode evidenciar assim com tanta simplicidade e clareza a harmonia entre a ordem e o progresso pela subordinação desta aquela. Analise semelhante poderíamos executar relativamente à propriedade, à linguagem, ao governo, quer temporal ou espiritual. Em todos esses elementos observamos sempre o progresso como resultante de uma série de estados sucessivos conduzindo para um aperfeiçoamento cada vez maior.
    
II – Moral
I – 3ª Lei da Modificabilidade -  Todas as modificações da Ordem  Universal limitam-se  à  intensidade dos atributos, cujo arranjo   permanece  inalterável. ( Veja o estudo acima 3ª Lei da Modificabilidade em Sociologia e na Moral)

I – 12ª Lei da Mutabilidade ou Lei da Equivalência ou ainda Lei da Ação e Reação. - Existe sempre  equivalência entre  a reação e a ação, se  a   intensidade  de ambas  for medida  de acordo  com a natureza de cada conflito.

        Na Moral, à principal ação exercida pelo homem, aquela que se realiza pela educação, corresponde como reação o aperfeiçoamento da natureza humana, no seu tríplice aspecto, prático, intelectual e afetivo.

E’ a educação uma ação modificadora que se exerce sobre nossa natureza  moral, intelectual e prática —; como toda a ação provoca urna reação equivalente. Tal reação, que se manifesta por modificações mais ou menos profundas da natureza humana, deve ser convenientemente prevista em seus resultados, o que constitui a máxima dificuldade no trabalho humano.

As artes formam como vimos o domínio da atividade e têm por objetivo a modificação do mundo e do homem de acordo com as necessidades humanas. Apresentam correspondência com os nossos conhecimentos abstratos, e como estas são classificadas nas sete categorias, da matemática à moral. Quanto mais subimos à escala tanto mais difíceis e complexos são os fenômenos correspondentes e sendo cada vez mais modificáveis, torna-se também cada vez mais difícil à modificação de acordo com os objetivos visados. Modificar a alma humana, aperfeiçoar o coração diminuindo o egoísmo, desenvolvendo o altruísmo, estabelecendo uma conveniente harmonia nas funções afetivas, melhorar a inteligência tornando-a mais sintética e mais penetrante, desenvolver o caráter, constituem os trabalhos mais difíceis e complicados, exigindo um grande preparo moral e intelectual para poderem ser realizados sistematicamente e com resultados favoráveis.

Todo esse trabalho de educação, como em geral todos os de modificação do mundo e do homem, baseia-se fundamentalmente na lei da ação e da reação.

Os meios de que dispomos para a educação dão lugar à ação; os resultados a que devemos atingir, e que são devidamente previstos, constituem a reação. Prever exatamente em cada caso concreto a reação que produz determinada ação e ainda qual a ação quem determinadas circunstâncias deve ser empregada para atingir-se a um resultado que se deseja; que são os problemas de maior dificuldade que se apresentam à inteligência humana para resolver.

       Ações e reações cerebrais - O trabalho cerebral é sempre sustentado pela existência corporal; há entre as funções cerebrais e as da vida vegetativa estreita interdependência; as ações cerebrais provocam reações corporais e reciprocamente.

Inúmeras são as ações corporais que se refletem sobre as funções cerebrais. E’ permanente e intensa a influência do corpo sobre o cérebro, concorrendo para modificar o funcionamento deste.

A constituição corporal, o estado de equilíbrio das funções vegetativas a idade do individuo, ele são elementos que contribuem para alterar o estado cerebral — afetivo, intelectual ou ativo.

Da mesma forma o cérebro age sobre o corpo, dando lugar a que este modifique suas funções. A reciprocidade de influências entre o cérebro e o corpo obedece à lei da ação e da reação. Dificilmente podemos, entretanto, apreciar separadamente uma dessas ações e a consequente reação, devido à complexidade do assunto e às múltiplas ações e reações permanentemente realizadas.

As ações e reações mútuas estão sendo continuamente verificadas não só entre o cérebro e o corpo, mas também nas funções cerebrais entre si, pois todo o trabalho do cérebro resulta do conjunto de funções simples que agem e reagem umas sobre as outras.

Dessa interdependência das funções cerebrais e corporais e das funções cerebrais entre si, resulta a possibilidade da previsão das modificações em nossa natureza. Toda a moral prática está baseada, consequentemente, no conhecimento da moral teórica, isto é, das leis das funções cerebrais e das influências do meio exterior e do corpo, a fina de que possamos dirigir e graduar as ações modificadoras pela educação, como vimos anteriormente.

Os melhores preceitos de moral prática baseiam-se sistemática ou mesmo empiricamente no conhecimento da equivalência entre a ação e a reação. É assim, por exemplo, o verso da Imitação: ‘Frena gulam et omnen carnis inclinationem facilus frenabís’. (Refreia a gula com certeza mais facilmente refrearás qualquer outra tendência egoísta).[T. de Kempis, A Imitação de Cristo, ed. Garnier, Rio de janeiro, 1910, liv. I, Cap. XIX, pág. 62.] Tal preceito estabelece uma ação determinada, o refrear da gula, para que a reação equivalente se verifique, a diminuição de intensidade de todas as funções egoístas do coração humano.

              Ações perturbadoras entre o físico e o moral. Não é só no estado normal do cérebro que observamos as influências     recíprocas entre este e o corpo, mas também nos estados patológicos. A loucura e a idio­tia, por exemplo, estados de desequilíbrio mental que se caracterizam por excesso ou falta de intensidade nas imagens trazem perturbações nas relações entre o corpo e o cérebro, mas não impedem que essas relações continuem a verificar-se, embora com intensidade também fora dos limites normais de variação.

Da mesma forma as perturbações do corpo influem sobre as relações desta com o cérebro, aumentando ou diminuindo a intensidade dessas re­lações e consequentemente das imagens cerebrais, Há sempre, entretanto, quer no primeiro caso como na segunda lei universal.

       A virtude. A virtude é uma ação diretamente destinada a provocar uma reação em favor de outrem.

Como a definiu Charles Duclus (1704-1772): é a virtude um esforço que o indivíduo exerce sobre si mesmo em favor dos outros.

Está a moral prática fundada especialmente no exercício da virtude, que aperfeiçoa o coração humano, por meio de atos de altruísmo, isto é, de atos inspirados pelos mais nobres sentimentos sociais, aqueles que levam a viver para outrem.

Quer o esforço realizado venha beneficiar diretamente a determinado individuo ou venha a diluir-se de modo geral, para que possa ser aproveitado, com maior ou menor intensidade e precisão por uma sociedade mais ou menos extensa, em qualquer desses casos há sempre uma ação representada pelo esforço individual visando o benefício de outrem, e uma reação equivalente representada por esse próprio beneficio.

Vimos dessa forma, por uma série de exemplos colhidos na matemática, na astronomia, na física, na química, na biologia, na sociologia e na moral, teórica e prática, a extensão universal da lei da ação e da reação, que constitui a décima segunda lei de Filosofia Primeira.

I – 13ª - Lei da Conciliação ou Lei da Conversão - Subordinar a Teoria do Movimento à Teoria da Existência, concebendo qualquer progresso como o desenvolvimento da ordem correspondente, de cujo arranjo derivam as alterações  que  constituem a evolução.

Na Moral, os fenômenos Morais, analisamos e apreciamos a evolução da inteligência, do sentimento e da atividade, desde os tempos primitivos, mostram, em cada um desses elementos da alma humana, uma sucessão de estados estáticos da apreciação de cujo conjunto resulta a ideia de progresso.
Em todas as épocas da evolução humana nossa inteligência apresentou sempre a mesma constituição, resultante das funções de cinco órgãos elementares, dois de contemplação concreta e abstrata; dois de meditação, indutiva e dedutiva, e um de expressão. A comparação do trabalho intelectual em cada uma das fases da evolução humana, entretanto, mostra-nos desde logo a grande diferença não somente de intensidade geral desse trabalho como também de sua natureza, consequente do predomínio ora de uma ora de outra daquelas cinco funções elementares. A inteligência humana apresenta, pois, inúmeros estados estáticos diferentes, cujo conjunto sucessivo forma o progresso intelectual.

Não é somente a consideração das fases intelectuais do passado que permite o exame do progresso naquele setor; também o estudo, pelo conjunto do passado, permite prever para o futuro as tendências da inteligência, de modo a conhecermos as possibilidades que o progresso intelectual apresenta o aperfeiçoamento intenso que ainda pode adquirir a inteligência humana, a idênticos raciocínios levar-nos-iam a reconhecer a ordem e o progresso nos outros dois departamentos da alma humana — o sentimento e a atividade.

               Na evolução humana. Em cada um dos estados preparatórios fictício e abstrato, da evolução humana, podemos apreciar, na   inteligência, no coração (sentimentos) ou no caráter, uma série indefinida de formas estáticas que constituem essas evoluções provisórias e representam consequentemente o progresso.

E o progresso intelectual representado pelas variadas modalidades que adquirem sucessivamente as concepções humanas nos estados fictícios e teológicos e no abstrato ou metafísico. Cada uma das modalidades provisórias que adquirem nossas concepções intelectuais nas fases fictícia e metafísica constitui estados estáticos, de cuja sucessão resulta o progresso. (Há ainda progresso quando passam as concepções do último estado metafísico para o positivo (Ver Leis Dinâmicas do Entendimento)).

O progresso da sociabilidade nos dois estados em que é ela primeiro doméstica e depois cívica, apresenta também inúmeros aspectos sucessivos, havendo ainda um novo progresso quando adquire a sociabilidade sua máxima extensão, tornando-se universal. Cada um desses estados, sucessivos representa um aspecto da ordem, de cujo conjunto resulta o progresso (Ver Evolução Prática – Oitava Lei da Filosofia Primeira).

No domínio da atividade também o passado humano fornece uma serie numerosa de estados sucessivos enquanto prevaleceram as duas primeiras formas de atividade; a militar conquistadora e a militar defensiva. Houve ainda progresso ao transformar-se a atividade de militar em industrial. (Ver Lei da evolução do Sentimento).

São esses estados sucessivos os elementos de ordem a que está assim subordinado o progresso.

       O aperfeiçoamento No terceiro estado, no positivo, a noção de progresso adquire em Sociologia e Moral um aspecto diferente, pois as modificações deixam de se realizar na estrutura para se transformarem o aperfeiçoamento gradual, cada vez com menor velocidade, e tendendo para um limite, representado por uma organização social e moral perfeita.

Depois de atingirem ao terceiro estado as evoluções social e moral, esta sob o seu tríplice aspecto — afetivo, intelectual e prático —, adquirem estrutura definitiva, não havendo daí por diante nenhuma nova modificação que atinja à forma das organizações correspondentes.

O progresso passa então a ser representado pelo aperfeiçoamento e as mutações vão se processando a princípio com maior velocidade para corrigir todos os defeitos originados do estado de transição revolucionária, para em seguida verificar o gradual decréscimo dessa velocidade.

Tal aperfeiçoamento prolonga-se indefinidamente tendendo para a instituição de ordens social e moral perfeitas, o que constitui o limite de toda a evolução humana, o estado ideal do qual a Humanidade se aproximará cada vez mais sem nunca atingi-lo.
               
C) - Leis da Estabilidade da Ordem Universal (2,10,11),        

    I – Sociologia

I – 2ª Lei da Imutabilidade - Conceber como imutáveis as Leis Quaisquer que regem os Seres, pelos acontecimentos, mediante os  fenômenos respectivos, abstratamente apreciados.
Chama-se imutabilidade a propriedade do que é imutável. Imutável é tudo que não muda; é constante; não sofre variações.
Ora a contemplação do mundo e do homem dá-nos impressão diversa. Em torno de nós tudo varia. O espetáculo celeste, os acontecimentos terrestres, os fatos saciais são múltiplos e variados. Para a criança e para o selvagem, para os indivíduos como para a espécie, no princípio da sua evolução, essa impressão imediata de mutabilidade (mudança), toma o aspeto de verdadeira confusão. No início segundo a ativa expressão bíblica, “tudo é caos”.
Entretanto, à medida que a criança e o silvícola crescem e se desenvolvem, o Homem e a Humanidade infantes evoluem; vai pouco a pouco desaparecendo a confusão inicial, o caos primitivo.
No meio da variedade confusa de entes e de atributos, começa a notar-se algum evento de imutável ou constante. Volvendo os olhos ao céu, se as nuvens permanecem obscuras e multiformes; se às vezes encobrem totalmente a abóbada azulada e outras desaparecem de todo, o mesmo não sucede com o Sol e a Lua. Descobre-se que o primeiro desses “astros” nasce e renasce periodicamente; que o segundo muda de forma também em períodos regulares; que o movimento diurno e as fases da Lua seguem certa ordem; que um e outras estão sujeitos a relações determinadas; de modo tal, que se pode antecipar a posição de cada um desses astros na esfera celeste para períodos longínquos, séculos e milênios além de nós.
O que se descobre assim entre os fenômenos celestes vai pouco a pouco se descobrindo entre os outros fenômenos: os físicos, os químicos, os vitais, os sociológicos e os Morais ou Psicológicos. Mas, assim como na contemplação do céu achamos ordem, constância, imutabilidade, apreciando o movimento diurno e as fases da lua; e a desordem, instabilidade, mutabilidade, no movimento das nuvens, assim também no que concerne a todas as outras propriedades dos seres. Em todas há as que estão subordinadas a relações fixas, de modo a poderem ser feitas previsões mais ou menos precisas, conforme o grau de complexidade delas, e as que nenhuma relação nos apresenta, que por isso mesmo escapam às nossas previsões.
As relações constantes existentes entre os fenômenos, descobertas pelo génio da nossa espécie, representada em cada momento histórico por grandes individualidades, tendo sido plenamente verificadas às mais das vezes, pela previsão dos respectivos fenômenos e pelas aplicações industriais (tecnológicas), Políticas e Morais, e tendo aumentado dia a dia o número dos atributos que, a princípio independentes entre si, se reconhece afinal estarem também sujeitos as relações constantes, e como essas relações são sensivelmente as mesmas em todos os lugares e em todos os tempos - isso levou o gênio de Augusto Comte a concluir, por indução, que tudo está sujeito às relações, que não variam nunca; tudo está sujeito a leis naturais. Cessa assim o governar da confusão e do arbítrio. Mas, como tudo é relativo, salvo a verdade deste principio, a legislação dos fenômenos biparte-se, em legislação conhecida e legislação desconhecida; compreende o Destino, que é o conjunto das leis conhecidas, e o Acaso, que é o conjunto das leis desconhecidas. E como as leis são hipóteses variáveis com os dados adquiridos, a sua invariabilidade experimenta a exceção correspondente à variação dos dados. De sorte que a grande indução nada tem de absoluta. E, pois relativa como qualquer outra, a lei de Augusto Comte:  “Conceber como imutáveis as leis quaisquer que regem os seres segundo os acontecimentos”.
O trabalho de Abstração necessário à construção das Leis Naturais está explicado em:

Devemos procurar entender esta evolução no Livro “AUGUSTO COMTE PARA TODOS” , no Capítulo  que trata deste assunto. Para se chegar ao conhecimento positivo de cada lei científica que foi necessário passar por uma série de hipóteses provisórias, cada vez mais aperfeiçoadas, desde as Leis Científicas da Antiguidade = Tales de Mileto (640-550 a.C.); os trabalhos dosa filósofos gregos; depois o início da Formação das Ciências; a Ciência na Idade Média; Ciência Moderna e finalmente,  de acordo com a primeira lei da Filosofia Primeira, até se atingir o conhecimento das relações definitivas de sucessão e de semelhança, com a Sistematização Científica da Ciência, por Augusto Comte, que no século XIX, é concluído o edifício enciclopédico pela fundação da Ciência Sociologia e da Ciência Moral Positiva ou Ciência da Construção ou a Psicologia Científica, e assim é realizada a sistematização final positiva de todos os conhecimentos humanos.
Em 1822 Augusto Comte descobre as primeiras leis sociológicas, Inaugurando o início da apreciação positiva das concepções mais elevadas, aquelas que estudam a existência humana coletiva e individual.

Somente depois de desenvolver convenientemente as teorias sociológicas, consegue separar os dois domínios; o da Sociologia e o da Moral Positiva, de forma a poder sistematizar inteiramente as duas ciências.

Concluída a escala geral dos fenômenos abstratos e os sete graus enciclopédicos convenientemente desenvolvidos ( Matemática, a Astronomia, a Física, a Química, a Biologia, a Sociologia e a Moral) passa Augusto Comte a realizar a segunda parte da sua imensa obra, a sistematização filosófica definitiva de todos os conhecimentos humanos. Descobre então as leis Universais, isto é, os princípios que regulam a formação da ciência e que são incorporados ao domínio da Filosofia Primeira.

Complementando, convém lembrar, que, enunciada como norma, Augusto Comte o fez precisamente nestes termos: “O segundo princípio (lei da imutabilidade), ordinariamente considerado como superior ao primeiro (lei da relatividade), consiste na imutabilidade das leis quaisquer, que regem os seres segundo os acontecimentos, embora só a ordem abstrata, permita apreciá-las”. (Política, IV, 174.)

Parece-nos, porém, que, se o Filósofo destacasse a norma como princípio a parte, numa enumeração de princípios congêneres, excluiria a proposição subordinada do teorema filosófico, porque está implícita na proposição principal. E’ o que ora fazemos e já fez também Pierre Laffitte, no seu Cours de Philosophie Premiere.

Como se viu, da imutabilidade verificada na variação regular dos fenômenos, nasceu à indução de que todas as leis são imutáveis. E, como os seres são conjuntos de propriedades, as leis dos seres derivam das leis das suas propriedades. A imutabilidade rege também os seres como os fenômenos. Se esta não existisse, aquela não existiria. Em quaisquer dos casos, porém, verifica-se um arranjo real, no meio da aparente confusão; comprova-se, em vez da desordem, a ordem universal.

Sistematizados todos os conhecimentos humanos está a inteligência convenientemente preparada para o esclarecimento destinado à formação da unidade cerebral individual e coletiva. Há o correspondente desenvolvimento sistemático do sentimento para que possa constituir-se a verdadeira unidade religiosa positiva (doutrina), independente de quaisquer seres fictícios — fetiches, deuses ou entidades abstratas.

Constituída e sistematizada a ciência humana, colocada sob o domínio imediato do sentimento para que possa ter aplicação elevada, social e altruísta, o homem está de posse de todos os elementos para o aperfeiçoamento de sua existência individual e social.

E’ preciso que esse saber, essa sistematização digna e elevada, que nos legou o gênio de Augusto Comte, sejam bem conhecidas e utilizadas pela Humanidade em seu beneficio, para que melhorem quanto antes às condições morais, intelectuais e materiais de existência da espécie humana.

O  Amor (Altruísmo)  é  o fator imutável  que  provoca , mantém e desenvolve  a  instituição da Família, da Pátria e da Humanidade

I – 10ª Lei da Persistência. Qualquer estado, estático ou dinâmico, tende a persistir espontaneamente sem alteração alguma, resistindo às perturbações exteriores.

Chama-se persistência a propriedade do que persiste; do que permanece, do que subsiste, do que dura sempre. A lei da persistência é, pois a que regula o modo de ser dos corpos brutos e organizados, constatando possuir esses corpos o atributo de ficar, no estado estático ou dinâmico de equilíbrio ou de movimento, sob os quais se apresentam todos os corpos, regidos por isso, por uma Lei Natural. 
Como todos os princípios da ciência universal, é uma lei indutiva, nascida da observação. Demonstrá-la é Examinar as alterações em todos os fenômenos: Físicos (Matemática, Física propriamente dita e Química), Vitais ou Biológicos,  Sociais ou Sociológicos e Morais Positivos ou Psicológicos Científicos, este último também conhecido também dos  positivista como Ciência da Construção. Aqui vamos nos dedicar somente sobre a  Sociologia e abaixo na Moral.

Com relação aos fenômenos sociais – isto é, com a Ciência Sociologia, a verificação da lei da Persistência, princi­palmente na permanência das Instituições fundamentais, da existência social: a propriedade, a família, a linguagem, o sacerdócio ou governo espiritual e o governo temporal. Por mais variadas que sejam e tenham sido as modificações experimentadas por cada uma dessas verdadeiras células do organismo social, elas persistem em sua estrutura fundamental no meio de todas as alterações.

E’ a lei da Persistência que garante o prevalecimento das instituições sociais nas épocas de transição anárquica.

A evolução humana apresenta-nos uma série de estados preparatórios cada vez mais aperfeiçoados, tendendo para um estado final definitivo no qual todas as nossas concepções morais, intelectuais e práticas estejam em plena harmonia com a natureza humana. A falta do conhecimento das leis morais não nos permitiu desde o início instituir o regime mais con­veniente à existência humana e daí resultou a necessidade da passagem por uma serie de estados preparatórios conforme os conhecimentos de cada fase de evolução.

Formulada pela inteligência humana uma serie de hipóteses de acordo com os conhecimentos da época sobre todos os fenômenos observáveis, adquire a sociedade um conjunto de dados que satisfaz perfeitamente as necessidades daquele momento e, com base nesses conhecimentos institui uma ordem abrangendo todos os assuntos suscetíveis de sistematização. Tais concepções provisórias tendem a - predominar completamente até que novos esclarecimentos venham impor a necessidade de modificá-las. Forma­-se assim uma ordem provisória na qual são baseadas todas as instituições sociais. Essa ordem social domina uma fase de transição, até que novas conquistas intelectuais venham trazer aperfeiçoamentos sobre as concepções dos fenômenos e por esse motivo destruir a estrutura intelectual anterior, em que se baseia a ordem social dominante. Há então um desequilíbrio entre as concepções intelectuais o a ordem social, dai resultando um estado de dissolução das instituições. São em tais períodos de transição revolucio­nária que se observam as maiores perturbações na vida social. As instituições, em desacordo com as novas concepções intelectuais deveriam ser logo afastadas, porém, a tendência a persistir permite a continuação dessa estrutura, embora retrógrada, durante a fase de transição revolucionária, sem que a sociedade entre em completa dissolução. E’ a verificação da lei da persistência, portanto, que garante a continuidade social, prolongando a existência da ordem retrógrada e evitando assim que a sociedade seja dis­solvida.

A lei da Persistência explica ainda a continuação de um sistema político que se tornou retrógrado.

Essa lei, em suas aplicações ao domínio da dinâmica social, explica dessa forma o prevalecimento de instituições retrógradas que, mantendo a continuidade social até certo ponto, dificultam depois a implantação da nova ordem que deva substituí-la.
Examinemos como exemplo de tal persistência em primeiro lugar a passagem da ordem antiga para a medieval. Estava o catolicismo já convenientemente preparado para assumir a presidência da evolução humana e a história mostra-nos ainda as instituições retrógradas, os restos do politeísmo romano, persistindo na existência social e perturbando a marcha nor­mal da Humanidade. O mesmo ocorrendo hoje em dia quando se fala em propagar a Nova Ordem Mundial com ideias mais avançadas de um Regime Societocrático Republicano em substituição do Anárquico sistema Democrático Republicano, ainda vigente. O estado de desordem revolucionária de nossos dias não é mais uma necessidade nem uma fatalidade inevitável como foi até dois séculos, mas um resultado da tendência natural de todo o estado estático e dinâmico da sociedade a persistir espontaneamente, re­sistindo às perturbações exteriores. A lei da persistência explica, pois, na Ciência Sociologia Positiva em sua Dinâmica os estados retrógrados nas fases de transição e a defesa natural e espontânea da so­ciedade contra sua própria dissolução pela anarquia revolucionária.
O estado de moléstia no Organismo Social é aquele em que a perturbação que sempre retorna, no estrutural ou funcional de um ou mais órgãos sociais (a propriedade, a família, a linguagem, o sacerdócio ou governo espiritual e o governo temporal) com o desequilíbrio no Capital Material ($) ( Propriedade e no Governo Temporal)

O estado de mo­léstia no organismo social é aquele em que a perturbação estrutural ou funcional de um ou mais órgãos ocasiona uma reação sobre o Governo e seus líderes e consequentemente um estado geral de desequilíbrio em todas as funções do organismo. As íntimas ligações entre os órgãos e as ações e reações mútuas de umas funções políticas sobre outras, que concorrem poderosamente para que uma fun­ção perturbada provoque o estado geral de moléstia social, gerando o conflito social.

O Organismo Social é suscetível de cair com a maior facilidade no es­tado patológico se não houvesse por parte das funções uma tendência a per­sistir no estado de sua atual existência, resistindo às perturbações exteriores e interiores de sua Nação. O organis­mo social reage, portanto, contra a perturbação da função, procurando fazê-la voltar ao estado dito normal e evitando dessa forma que se estabeleça a molés­tia, guerra civil, muitas das vezes pela força das armas, somente verificando-se esta quando a intensidade da perturbação é bas­tante pronunciada para vencer as resistências de sua estrutura organizacional.

Uma vez adquirida a enfermidade social (jogo, miséria, doenças humanas, guerra civil, índice elevado de criminalidade e roubo - corrupção),  esse estado patológico é agora o que tende a persistir, resistindo espontaneamente aos esforços dos órgãos sociais para restabelecer o funcionamento normal. Muitas vezes per­siste o estado patológico, embora a intensidade da função perturbada não seja mais suficiente por si para causar o desequilíbrio. E, a tendência a persistir que mantém a patologia até que sejam vencidas todas as resistências opostas pelo estado doentio da sociedade.
Baseia-se na Lei da Persistência toda a “medicação” destinada a restabelecer o equilíbrio na Sociedade. Os “medicamentos” funcionam como elementos destina­dos a intervir no estado de “moléstia social” para romper a ordem prejudicial. E’ a “medicação” muitas vezes perigosa, quando mal aplicada, por isso que sobrecarrega o organismo com a ingestão de ações militares que, nem sempre são indicadas para os efeitos que se pretende obter. A função da “medicação” é provocar rea­ções que venham romper a ordem patológica implantada e persistente no organismo social, levando-a para o estado de saúde social.

I – 11ª Lei da Coexistência ou Lei da Independência de Movimentos. Qualquer sistema conserva a sua constituição, ativa ou passiva, quando seus elementos  experimentam  modificações  simultâneas, contanto que  lhe  sejam  exatamente comuns.

A Décima lei que acabamos de apreciar, chamada da persistência, refere-se ao movimento isolado. A que vai nos ocupar agora e que se denomina de coexistência, diz respeito à com­binação dos movimentos. Tendo-se em vista o surto histórico da dinâmica, esta lei deve ser atribuída a Galileu, completada e generalizada, por Augusto Comte.

Assim podem os fenômenos ser encarados sob dois aspetos: O da sucessão e o da simultaneidade; ora como efeitos que se passam uns após outros, ora como atributos que se realizam ao mesmo tempo. A queda de um corpo é um fenômeno de sucessão, caracterizada pelas varias posições do corpo em cada momento da queda. A forma do corpo que se mantém a mesma, durante o movimento descensional, senão em seu todo, em seus elementos, é um fenômeno de simultaneidade ou coexistência.

São essas duas manifestações da matéria, que nos levam as concepções de tempo e de espaço, assim definidos: tempo - é o conjunto das relações de sucessão; espaço – é o conjunto das relações de coexistência. E como a sucessão supõe a simultaneidade, pois para variar sucessivamente é preciso que alguma coisa exista mesmo sem variar, o conceito de tempo entra no de espaço. Podem, pois ambos são definidos um pelo outro: tempo é o espaço móvel; espaço é o tempo fixo. Por isso, é que Diderot já se referia ao tempo como elemento espacial, a 4ª  dimensão do espaço; ideia que esteve muito em voga nos meios científicos, principalmente depois dos trabalhos de Einstein, mas desnaturada pelas concepções metafísicas desse e de outros cientistas, que pretendem transformar em fatos concretos, simples abstrações. 

Mas, se o movimento e a forma, ou extensão, são dois tipos característicos dos fenômenos de sucessão e simultaneidade, não é menos certo que se pode achar a simultaneidade na sucessão; quando se encara um conjunto de corpos ligados de tal modo que, a par do movimento geral do todo, existam os movimentos parciais dos elementos. De sorte que, em quanto se dá o percurso do sistema em relação a um ponto de referencia, deslocam-se os elementos do sistema com relação a este. Há assim, por um lado, a mudança sucessiva de posições do sistema, e do outro, a mudança simultânea dos elementos do sistema.

Generalizando-a, de acordo com o pensamento do Renovador Moderno, seu enunciado deve ser o que apresentamos em epígrafe.

Neste enunciado, sistema quer dizer um conjunto de partes ligadas formando um todo; e constituição ativa, a de um sistema cujas partes estão em movimento; e constituição passiva, a de um sistema cujas partes se acham imóveis.

Afirmando a inalterabilidade do sistema apesar das mutações, a lei supõe a independência delas, pois só assim ela fica inalterável. De sorte que 11º Principio da Filosofia Primeira regula não só a coexistência como a independência. Daí podermos chamá-lo também lei da independência.

Realmente não existe a independência absoluta das mutações, mas a independência relativa; as ações e reações entre as partes são mínimas de sorte a se poder abstrair delas. Só assim se pode induzir a lei, que, como toda verdadeira lei cientifica, é uma lei abstrata.

Para provar-lhe a veracidade, apreciem-se a verificação nos três domínios da fenomenalidade universal: o Físico (Matemático; Astronomia; Física propriamente dita e a Química), o Vital ou Biológico, o Social ou Sociológico e a Moral Positivo ou Psicológico Científico.

Para facilitar seu estudo nas diversas ciências que sucedem à matemática, devemos antes fazer algumas reflexões sobre sua aplicação na me­cânica geral, que consiste na coexistência de quaisquer translações, efetuando-se cada uma como se as outras não existissem.

Suponhamos que duas ações instantâneas atuem sobre o mesmo ponto a. Para que possamos entender o movimento desse ponto, sua direção imaginou, primeiramente, que ele se move apenas sob a ação de uma das duas ações; nessas condições, move-se na direção de uma linha reta, cujo sentido é o da ação, e cuja velocidade é representada, em escala, pelo comprimento de um segmento da mesma linha. Se materializarmos essa linha, e concebermos, então, que a segunda ação, atua sobre ela, deslocando-a paralelamente a si mesma, temos a imagem clara do movimento do ponto sobre a linha; à proporção que a linha se desloca paralela­mente a si mesma. Esse duplo movimento dá a imagem geométrica de um paralelogramo, em que o ponto dado se desloca no sentido da diagonal. Se imaginarmos, agora, três ações atuando sobre o ponto a, em planos diferentes; consi­deramos primeiramente duas, formando o paralelogramo a que nos referimos; materializando o plano desse paralelogramo, e imaginando que a terceira ação atue sobre ele, fazendo-o deslocar-se paralelamente a si mesmo, teremos assim a Imagem geométrica de um paralelepípedo retangular, ou oblíquo, em que o ponto se desloca, segundo a sua diagonal.

No entanto, segundo a lei lógica da combinação, conceber duas ações, produzindo um paralelogramo imagi­nário, dando como resultado o movimento do ponto segundo sua diagonal, e, em seguida, combinar essa diagonal com a direção da terceira ação, formando um novo paralelogramo, cuja diagonal coincidiria com a diagonal do paralelepípedo primitivamente concebido. Essas considerações de atuação das ações, independen­temente umas das outras, fazem compreender facilmente a combinação de fenômenos diversos, físicos, químicos, bioló­gicos, etc., sem se perturbarem, cada qual se produzindo como se outros não existissem, e dando um resultado de conjunto.

Na mecânica aplicada, essa lei é imediatamente posta em uso para obter o resultado final da atuação de qualquer numero de ações instantâneas sobre o mesmo ponto, ou sobre pontos diferentes, no mesmo corpo. Também fornece as alterações dos movimentos dentro de um sistema, quando o conjunto sofre qualquer deslocamento. Se o deslocamento se faz por translação, todos os pontos fixos descrevem retas paralelas, e os movimentos, dentro do sistema, não sofrem alteração.

Assim, um cronômetro, ou qualquer maquinismo não sofre modificação no seu funcionamento, quando os seus pontos fixos descrevem retas paralelas. Se, porém, imprimirmos movimento de rotação a esse maquinismo; rotação com pe­queno raio e grande velocidade onde verificaremos perturbação sensível nos movimentos internos. Se o raio de rotação for muito grande, ou se a velocidade angular for pequena, a alte­ração é imperceptível, ou mesmo não se dará, em consequência das resistências passivas do maquinismo.

Daí as perturbações fisiológicas que os homens e os outros animais experimentam, ao executarem movimentos circulares com o corpo, descrevendo circunferências de raio curto e a grande velocidade. Essa é a razão, também, por que o movimento de rotação da terra não altera sensivel­mente os outros movimentos que sobre ela se operam. Essa rotação se faz com o raio demasiado grande e velocidade angular de 360º  em 24 horas. Semelhante rotação quase equivale a uma simples translação. Compreende-se, pois, que o Homem haja vivido tantos milênios sem perceber que seu corpo sofre rotação diária.

No domínio da física, compreendemos, então, como se exercem, sem se perturbarem, e sem se combinarem os diversos gêneros de atividade da matéria, produzindo atividades com­postas, em que os elementos simples atuam individualmente, sem alteração.

Assim, em um navio em movimento, desloca-se não só  a embarcação em relação à água onde flutua, mas também se deslocam os passageiros em relação ao navio. Há  ao mesmo tempo, sucessão e simultaneidade. Coexistem dois movimentos: O do navio, e o dos passageiros. Em geral acontece o mesmo em casos análogos: coexiste o movimento do todo e o das partes, o do sistema e o dos seus elementos.

Imaginando um navio em movimento e passageiros movendo-se no navio, verifica-se que a deslocação daquele em nada perturba a dos últimos, salvo se, como se diz, o navio joga, isto é, se a par do movimento no sentido horizontal, o movimento de translação, existe o movimento no sentido vertical, o movimento de rotação. Por isso os fenômenos de naupatia nunca aparecem mesmo nas pessoas sujeitas ao enjoo, nas viagens fluviais, em que é nulo ou quase nulo o jogo do navio.

Observando tais fatos e sobre eles refletindo, conclui-se que existe uma independência completa entre movimentos coexistentes, quando a deslocação das partes se faz do mesmo modo que a deslocação do conjunto. No caso do navio, em viagem fluvial, sem jogo, todas as suas partes deslocam-se segundo retas paralelas; os movi­mentos dos corpos interiores que se operam com relação a ele, realizam-se sem nenhuma alteração, como se o navio estivesse parado. Havendo, porem, o jogo, isto é, o roulis e o tangage; o balanço de popa a proa e de bordo a estibordo ou vice-versa, que constituem o movimento de rotação; esses movimentos, variando com a distância ao centro rotatório, perturbam os movimentos dos passageiros: ou melhor, perturbam os passageiros, estejam ,estes em movimento ou parados com relação ao navio.

Eterno e continuo exemplo da independência e coexistência dos movimentos é o da Terra em torno do Sol, realizado simultaneamente com os múltiplos movimentos que se verificam na superfície do nosso planeta. As únicas alterações que se notam são devidas à rotação terrestre. E, dada à grandeza do sistema - que e a Terra - e a pequenez dos seres que o habitam, a própria rotação não os altera de modo sensível: na sua viagem pelo espaço na superfície da Terra nenhum passageiro enjoa...

 Também compreendemos a associação dos fenômenos químicos, e a combinação das várias substâncias, em graus diversos, formando os numerosos compostos na­turais ou artificiais, produzidos pelo engenho humano.

Se dos fenômenos físicos propriamente ditos passamos aos fenômenos vitais ou biológicos, verifica-se a mesma independência.

Considerando o corpo vivo, vegetal ou animal, vemos o mundo exterior agir múltipla e diversamente sobre ele, sem que as ações parciais alterem pela influencia de uma  sobre as outras, a ação do conjunto. A atração dos corpos pela Terra, o calor, a luz, o som, a eletricidade e outros agentes físicos exercem a sua atividade sobre os fatos elementares da vida, sem que a ação de um perturbe a dos outros. O fato de modificar-se, por exemplo, a temperatura de uma roseira ou de uma abelha com saúde, pode modificar seu peso ou seu estado elétrico. As ações são independentes umas das outras, mas são relativas entre si.

E' segundo esse principio que se percebem ao mesmo tempo sensações auditivas e visuais sem confundi-las, que nas audições e visões simultâneas se distinguem as inúmeras variedades de sons e as infinitas espécies de cores. Ouvindo uma orquestra e a contem­plação um painel; o ouvido e a vista percebem distintamente os sons da flauta e do violino, a azul do céu e o verde da folhagem; no entanto a ação de conjunto produzida pela orquestra ou pelo quadro pode alterar pelas ações parciais de cada elemento do sistema sonoro ou ótico; pois tudo é relativo. Para melhor nos concentramos ao escutar uma música fechamos os olhos.

A mais interessante explicação que essa lei faculta é a do desenvolvimento de um microrganismo e a sua evolução, perfeitamente compatível com a vida de conjunto. Consideremos a semente de urna planta, ou o ovo de um animal, que contêm, em porções extremamente diminutas, os elementos sólidos, líquidos e pastosos do ser, que vai surgir e desenvolver-se, crescendo até determinado limite, sem alteração da vida de conjunto.

Os diversos elementos constitutivos desse Ser, sofrem modificações, que se percebem pela vista, no próprio cres­cimento, e outras que só se verificam pelo exame mais pro­fundo e detalhado. Mas, nenhuma dessas modificações ocorre isoladamente, de modo que as mutações se tornam comuns e o sistema não sofre alteração. Casos há, porém, em que cir­cunstâncias estranhas impedem as modificações em comum. Nesse caso, a existência do conjunto é perturbada, podendo até cessar quando a perturbação se torna assaz intensa. Por isto vemos perecerem os seres vivos, nos quais a evolução se torna desarmônica.

Essas observações podem e devem ser feitas, também, no domínio sociológico e moral ou psíquica, para esclarecer a evolução coletiva e individual, respectivamente, de modo a compreendermos sua simul­taneidade.

Exemplo típico da lei da coexistência ou do principio da independência nos fatos saciais, é a fenômeno da cooperação.

Numa fabrica, vários operários incumbem-se de preparar as peças diferentes de uma maquina; e a sua ação independente converge afinal constituição da máquina, não perturbando assim a atividade de cada cooperador; o resultado da cooperação; os setores são independentes, mas estão relacionados por um planejamento global e os componentes produzidos em cada seção estão relacionados entre si, ao fazer parte da máquina.

Não só o maquinismo industrial, mas também as máquinas políticas obedecem à lei da coexistência ao teorema da simultaneidade, que em Sociologia constitui o princípio da cooperação ou princípio de Aristóteles: separação dos ofícios e convergências dos esforços. E' da independência de cada oficio que resulta o concurso eficaz de todos.

É a demonstração do acerto, a coexistência das paixões egoístas e altruístas nos movimentos da alma ou psique humana. Agindo cada uma no seu campo próprio, dentro de limites normais, não perturbam a ação integral do sistema afetivo, constituído por umas e outras. E' assim que a circunstancia de tal individuo; as necessidades simultâneas de comer e de amar não alteram o resultado geral dos dois instintos ­viver feliz - desde que o individuo coma para amar e não viva para comer; desde que subordine o egoísmo ao altruísmo e não o altruísmo ao egoísmo. Na ultima hipótese, o sistema moral se altera, como o mecânico também quando o movimento total é de rotação e não de translação.

O progresso moral, por exemplo, acompanha o desenvol­vimento material nas sociedades, porque a cultura moral do homem exige lazer, e este decorre das condições materiais da sociedade. Por sua vez, a melhoria das condições materiais, resultante do progresso industrial, promana inicialmente da evolução intelectual. Sentimos, portanto, a solidariedade do desenvolvimento intelectual, prático, e moral da sociedade.

Quando um dos elementos é perturbado e não acompanha o desenvolvimento dos outros a que se acha ligado, nasce o mal estar que verificamos em diversas épocas da vida social.

O progresso intelectual, prático e moral da Humani­dade tem sido coerente, se o apreciamos, não na sociedade de agora, mas na Humanidade em conjunto. Nas épocas conturbadas da história, pode parecer que os acontecimentos invalidam o nosso raciocínio, mas, refletindo bem, eles se explicam por esse mesmo raciocínio, decorrente da lei na­tural. Os povos, neste momento, estão em graus diferentes da evolução humana. Alguns, embora em atraso por cir­cunstâncias especiais e favoráveis, conseguiram assimilar bas­tante a evolução prática ou intelectual da Humanidade, sem acompanhar, todavia, o progresso moral delas resultantes. Estes estão intelectualmente preparados para produzir enge­nhos materiais notáveis, mas em desarmonia com a ordem social hodierna. Tornaram-se, portanto, bárbaros armados dos requintes da indústria moderna, para perturbarem a ordem e a evolução dos povos atuais, realmente civilizados.

Há, em sentido contrário, exemplo curiosíssimo de desen­volvimento insólito de um dos elementos do sistema, exemplo que se torna ainda mais interessante, porque ocorre na evolução de um povo. Circunstâncias especiais fizeram desen­volver-se extraordinàriamente o estado fetichista do povo chinês, conservando-o até hoje.

Esse estranho desenvolvimento cultivou no mais alto grau, as aptidões morais, intelectuais e sociais do fetichismo. A positividade, que lhe é peculiar, em virtude do contato constante com a realidade exterior, manteve-se até hoje.

Pode parecer, à primeira vista, que semelhante situação haja favorecido o desenvolvimento teórico desse povo, mas, dependendo o desenvolvimento teórico do surto da razão abstrata, a falta de abstração entravou necessariamente, essa evolução. Entretanto, sem as reações próprias da razão abs­trata, tudo o que a razão concreta e empírica pode produzir foi magnificamente aproveitado nessa evolução. Mas como é mais fácil um fetichista passar a cientista, que um teologista passar a cientista, a China de hoje por vários fatores, entre estes  assimilou rapidamente as ciências desenvolvidas pelos ocidentais teologistas e está ai, com crescendo material bárbaro, e criando mais um problema para eles e para nós no futuro; pois escolheram um modelo capitalista de mercado que é  retrógrado.

No ponto de vista prático, o progresso industrial foi tão longe quanto seria possível, sem o recurso da razão teórica, isto é, sem o auxilio poderosíssimo do conhecimento das leis naturais e da ciência. Sob o aspecto moral, o fetichismo chinês desenvolveu, tanto quanto possível, sentimentos ine­rentes ao estado inicial, da evolução humana.

Socialmente, esse povo, preso ao prolongado fetichismo, não caminhou para o politeísmo teocrático, nem militar, Os seus fetiches terrestres não foram transformados em Deuses abstratos; foram apenas acrescidos dos fetiches celestes, sem que se criasse uma casta especial para interpretar-lhe as vontades, isto é, sem criar a casta sacerdotal. Uma classe de letrados, não uma casta, foi suficiente para observar e interpretar as vontades desses fetiches, lançando assim os fundamentos concretos da astronomia. Na China, só existiu uma casta — a casta real. Foi o exemplo mais claro do fetichismo, em estado social, na história dos povos. Nele se encontram os elementos instrutivos para a exata apre­ciação do estado inicial da evolução humana. A China é exemplo magnífico para o estudo da civilização fetichista, servindo maravilhosamente para o conhecimento desse estado, no tocante ao individuo.

A Humanidade não podia conservar-se indefinidamente no estado fetichista, isto é, sob a influência única da con­creção; precisava passar ao domínio da abstração. Mas a abstração não pode ser inicialmente teórica e positiva; tem de ser necessariamente fictícia. Entre a observação exterior e as concepções teóricas está à imaginação, que, de inicio, não se submete sistematicamente às sensações, subordinando-se às indicações do mundo exterior. Por isto mesmo, a positi­vidade abstrata é fatalmente precedida pela imaginação teo­lógica e metafísica.

Entregue a si mesmo, sem contato com povos que levaram mais longe a sua evolução, o povo chinês deveria atravessar toda a fase imaginativa, representada pela teologia e pela metafísica, antes de chegar à positividade definitiva. Mas, em contubérnio com os povos ocidentais, atravessou rapi­damente a fase que medeia entre a positividade concreta, peculiar ao fetichismo, e a positividade abstrata, inerente ao estado normal.

Seria de desejar que os elementos ilustres da sociedade chinesa, que se deixaram levar pelos planos de Globalização, e ai assimilaram a ciência e a indústria dos povos ocidentais, infiltrassem na sua grande pátria tais conhecimentos; como vem ocorrendo, sem arrastá-la para monstruosas aberrações, isto é, sem utilizá-los para realizar as aspirações dos povos primitivos (principalmente os do ocidente) que tiveram de ser dissi­pados pela natureza incoercível da evolução humana. Quere­mos referir-nos aos recursos materiais que a indústria mo­derna fornece para um povo dominar materialmente os outros, pela ação guerreira (USA; União Europeia, ou melhor, dizendo o Grupo dos 8 (Menos a China, ainda....). Esperamos que os mais eminentes desses homens chineses, que pertençam a Academia de Ciências Sociais da China, façam compreender que, entre os indivíduos, bem como entre os povos, há sem dúvida uma gradação, que resulta naturalmente de seu desenvolvimento moral, depois intelectual, e por fim prático. A civilização não é produto exclusivo de um indivíduo, ou de uma nação, nem de uma socie­dade, mas da Humanidade. “ O Homem agita e a Humanidade Conduz” – Humanidade é o conjunto dos seres convergentes, do passado, do futuro e do presente; que concorreram, concorrerão e concorrem, para a melhoria o Bem Estar Social do Ser Humano, na Mãe Terra.

Uma das grandes concepções mecânicas na apreciação do movimento dos sistemas, e que se torna extremamente útil em sociologia dinâmica, é a de ação viva.

Semelhante aplicação não escapou ao gênio arguto e eminentemente social do geômetra Lázaro Carnot, que nas suas conversas, sempre fez alusão às consequências, em me­cânica e em sociologia, das perdas bruscas da ação viva. Vivendo numa época profundamente revolucionária, sentia bem quanto o sistema social, constituído pelos povos modernos sofre com as revoluções.

Essa conclusão empírica do seu espírito, eminentemente teórico, não logrou, entretanto, o desenvolvimento que lhe seria peculiar. Todavia, a situação revolucionária da época em que viveu não conseguiu alterar seu espírito orgânico por educação, graças a essa intuição, decorrente da mecânica geral.

O desenvolvimento de semelhante concepção encontra-se inteiramente realizado na sociologia do Renovador Moderno. Os conhecimentos das leis da evolução humana deram-lhe a visão nítida da ordem futura, mas não o arrastaram a ima­ginar processos violentos para projetar instantaneamente a Sociedade atual na ordem prevista. Pelo contrário, o conhe­cimento dessa evolução fê-lo prever a marcha sucessiva da transformação social, decompondo-a, como acontece a qualquer evolução, em três fases, genialmente expostas; em resumo muito bem documentado, no seu Apelo aos Conser­vadores. Sob esse ponto de vista, há esta grande diferença entre o Aristóteles Moderno e os agitadores políticos, mesmo os mais estimáveis: o primeiro reconhece que as grandes mutações, na ordem social, são incoercíveis, mas realizam-se lenta e progressivamente, sob o impulso de ações que atuam sobre o sistema; os segundos, desconhecendo essa marcha natural, empenham esforços para um salto repentino, incom­patível com as ligações do sistema.

Eis por que o Positivismo é contrário às revoluções, con­siderando-as perturbações passageiras, mais ou menos no­civas à marcha da evolução humana. Reconhece, porém, que há revoltas inevitáveis, e algumas até necessárias para conter os abusos políticos dos aventureiros incompetentes, empolgados pelo mais monstruoso egoísmo pessoais. Os conhecedores, da sociologia realmente positiva, isto é, os de Augusto Comte, devem prestar o relevante serviço de esclarecer o público e os governantes sobre a marcha progressiva da transição moderna, indicando os óbices, que devem ser afastados para não perturbarem essa transformação natural.

No domínio da moral, a lei da coexistência explica o desenvolvimento espontâneo da moral, intelectual e mesmo prá­tico, a despeito das perturbações sociais que o indivíduo atravessa. Assim, por exemplo, todos reconhecem que a revolução moderna, alterando os próprios costumes, não con­segue conter os sentimentos altruístas, mormente aqueles que se referem à liberdade e à dignidade cívica do homem. As monstruosas tentativas de conter a liberdade espiritual, de inibir a comunicação dos ideais cívicos, morais e políticos, não conseguiram transformar a ordem política dos povos moder­nos, conforme os projetos fascistas,  nazistas e comunistas, já suficiente­mente desacreditados. A política moderna funda-se, como é do conhecimento de todos, na separação sistemática entre o poder que manda  apoiado na ação material, e o poder que aconselha, no campo sentimental. Por este motivo, Frederico II da Prús­sia, justamente chamado O Grande, se tornou representante da política moderna. Qualquer política, baseada na confusão destes dois poderes Temporal e Espiritual, respectivamente, tirando do cidadão a liberdade de pensar e transmitir a outrem suas ideias e pensamentos são criminosos e como tal condenáveis, porque se torna perturbadora da evolução social.

Assim, como todos os teoremas de Filosofia Primeira, a lei da coexistência preside a fenomenalidade universal: é tão verdadeira em matemática como em moral; só que a diferença, é que perdem sim­plicidade e generalidade à medida que se relaciona com fenômenos mais complexos e menos gerais.

Como a lei da coexistência preside a compatibilidade dos fenômenos coexistentes; pode chamar-se também lei da compatibilidade.

Limitada aos simples fenômenos mecânicos, podemos chamar ainda de lei do movimento relativo, ou lei da relatividade.

Donde a confusão deste com a 1° Principio da Filosofia Primeira, a lei das hipóteses, que é a verdadeira lei da relatividade, E' dessa confusão que resulta a pretensão de proclamar-se o algebrista Albert Einstein como o sábio que descobriu a lei da relatividade, quando a descoberta dessa lei das leis cabe a Augusto Comte. Einstein pretende apenas ter modificado a lei mecânica do movimento relativo, a qual ele, como os autores alemães, denominam - lei da relatividade. A noção relativa de espaço e de tempo, que se atribui ao cientista germânico, há muito está contida no principio universal de Augusto Comte, proclamado em 1817- tudo é relativo; eis o único principio absoluto - tornado a lei das hipóteses, a lei-mãe da Filosofia Primeira. O espaço e o tempo absoluto, depois de Augusto Comte, só continuaram a ser admi­tidos pelos cientistas eivados de espírito metafísico.

E como formam estes a grande maioria, que não conhece ou não querem conhecer Augusto Comte - tal o próprio Einstein - a eles e a toda gente parece que foi o algebrista germânico quem realizou a derrocada das duas concepções absolutas, quando alias as cogitações espaciais e temporais de Einstein estão ainda mescladas do espírito absoluto, revelado especialmente na confusão que faz entre o objetivo e o subjetivo, O concreto e O abstrato. Como quer que seja o que importa ao nosso estudo é assinalar que são princípios distintos da lei da coexistência, que acabamos de estudar, e a lei da relatividade, que primeiro estudamos.

Vamos às aplicações práticas na Sociologia

        Na estática social. A constituição normal da família em Sociologia Positiva Estática, e as funções elementares de cada um de seus componentes é exemplo claro da lei de coexistência. Esse exemplo pode ser generalizado, de modo que a lei de Aristóteles, da divisão dos ofícios e convergência dos esforços pode ser considerada como aplicação da lei da coexistência.

E' de grande importância à aplicação da lei da coexistência  ao domínio da  Sociologia, não só pelo alto valor desse domínio como também pelo fato de haver sido a extensão à Sociologia que conduziu a generalização de Augusto Comte a consequente construção desta lei universal.

Já apreciamos anteriormente, no começo deste capitulo a aplicação da coexistência a estrutura da família, onde seus elementos constitutivos formam um sistema, cujas ligações morais, intelectuais e materiais, exigem todas as mutações simultâneas sejam exatamente comuns para que o sistema não sofra alteração. Vimos a seguir, por idêntico raciocínio, a extensão  que se podem dar as sociedades mais vastas, como a Pátria.

Em toda a estrutura da sociedade a divisão dos ofícios e a convergência dos esforços, de acordo com a lei de Aristóteles, determinam invariavelmente  formação de sistemas onde as constituições ativas ou passivas re­querem, para que não sejam perturbadas, ações equivalentes em todos seus elementos.

Nos estados de perturbação social há sempre um desequilíbrio nessas mutações provocando, como conseqüência, as alterações do sistema. Uma revolução social, por exemplo, e sempre provocada por modificação ou mutação mais tensa sobre um ou mais dos elementos da sociedade, de forma a romper-se a estrutura fundamental, estática ou dinâmica do organismo social.

        Na dinâmica social. Apreciaremos na dinâmica social as modificações próprias à marcha normal da evolução humana e as perturbações consequentes aos estados de transição revolucionarias.

Se considerarmos o sistema social em seu estado dinâmico, vemos a evolução coletiva resultar de mutações simultâneas produzidas em cada um dos elementos desse sistema. Quando tais mutações conservam a devida proporcionalidade de modo a se tornarem exatamente comuns a todo sistema, a evolução realiza-se normalmente e o resultado dessas mutações e o aperfeiçoamento, dentro de um dos estados provisórios de transição, ou a passagem de um para outro estado de evolução coletiva. Quando, ao con­trario, nota-se um desequilíbrio nessas mutações, a sociedade entra logo em período de transição revolucionaria; as intensidades com que se manifestam os diversos fenômenos sociais deixam guardar a necessária proporção e o resultado vem imediatamente refletir-se na estrutura da própria sociedade.

A lei da coexistência em sociologia dinâmica é, pois, sempre aplicável e caracteriza bem a distinção entre a evolução normal da Humanidade e a sua marcha revolucionaria.

                II – Moral
 II – 2ª Lei da Imutabilidade:
               
Aplicadas na Ciência da Construção ou Moral Teórica Positiva ou Ciência da Construção, que é  última ciência da cadeia enciclopédica onde as leis indutivas e dedutivas concorrem para a construção definitiva; um trabalho cerebral de alta de­dução, que realiza as construções teóricas.

Na Moral, o raciocínio é ao mesmo tempo mais completo e mais complexo, que nas outras ciências. A indução e a dedução concorrem para um trabalho mais difícil da in­teligência, destinado á construção das teorias próprias a uma ação sistemática de modificação da existência humana, coletiva e individual. Essa elaboração mental mais importante executa-se pela combinação das duas funções da meditação (indutiva e dedutiva), principalmente a dedutiva, que dessa forma eleva no mais alto grau o trabalho de concepção intelectual.

A Matemática e a Física são, portanto, também sob o aspecto do método, ciências preparatórias, que desenvolvem respectivamente a dedução e a indução no raciocínio humano.

A Moral, além de combinar os dois modos de raciocinar, completa-os e os desenvolve, dando-lhes nova forma, principalmente à dedução, para construir as teorias definitivas e aplicá-las no aperfeiçoamento humano.

Está assim resumido o trabalho do raciocínio, por Augusto Conte sintetizado na formula:

Induzir para deduzir a fim de construir”

Nas três formas de raciocínio — indutivo, dedutivo e a final construtivo - aparecem sucessivamente os três meios lógicos: sinais, imagens e sentimentos. Vide Teoria Cerebral de Augusto Comte e a Teoria da Abstração.

Sobre as três modalidades do método positivo, diz Augusto Conte:

Ampliando tanto quanto o exige sua universalidade, o método positivo é primeiro dedutivo, depois indutivo, e afinal construtivo; fora o criar o estado intermédio segundo as necessidades teóricas; o que no estado normal, só é conveniente a idade escolar. Sob este aspecto, os três graus essenciais da elaboração mental, se acham em exata harmonia com os seus três meios gerais. Enquanto prevalece a dedução, a assistência lógica deve emanar diretamente dos sinais, por meio dos quais a expressão facilita a concepção. Uma indução difícil precisa sobretudo das imagens, das quais os sinais tornam-se meros auxiliares. Desde que a construção venha suceder a dupla preparação dos materiais; o sentimento deve abertamente desenvolver a sua supremacia antes latente, pois que só ele é apto para coordenar’. Auguste Comte, Synthése Subiective, pag. 4&47

N nossos atos  e as nossas concepções estão sempre sob a influência  dos  nossos  sentimentos(altruístas ou/e egoístas). Este é um fato  imutável do nosso psiquismo: podemos ter sempre a  certeza  de que ao depararmo-nos, com qualquer  ação ou pensamento  nosso ou de terceiro, verifica-se de maneira Clara (explícita) ou Velada (implicitamente)  a  presença  dos  impulsionadores afetivos isto é, dos  Sentimentos.

VIVER PARA OUTREM e NÃO MENTIR

           II – 10ª Lei da Persistência
                     O estado de mo­léstia no organismo humano é aquele em que a perturbação estrutural ou funcional de um ou mais órgãos ocasiona uma reação sobre o encéfalo e consequentemente um estado geral de desequilíbrio em todas as funções do organismo. As íntimas ligações entre os órgãos e as ações e reações mútuas de umas funções orgânicas sobre outras, quer as da vida vegetativa quer as da existência cerebral, concorrem poderosamente para que uma fun­ção perturbada provoque o estado geral de moléstia.

Nosso organismo seria suscetível de cair com a maior facilidade no es­tado patológico se não houvesse por parte das funções uma tendência a per­sistir no estado normal, resistindo às perturbações exteriores. O organis­mo reage, portanto, contra a perturbação da função, procurando fazê-la voltar ao estado normal e evitando dessa forma que se estabeleça a molés­tia, somente verificando-se esta quando a intensidade da perturbação é bas­tante pronunciada para vencer as resistências orgânicas.

Uma vez adquirida a moléstia, entretanto, esse estado patológico é agora o que tende a persistir, resistindo espontaneamente aos esforços do organismo para restabelecer o funcionamento normal. Muitas vezes per­siste o estado patológico, embora a intensidade da função perturbada não seja mais suficiente por si para causar o desequilíbrio. E, a tendência a persistir que mantém a moléstia até que sejam vencidas todas as resistências opostas pelo estado patológico.

Baseia-se na persistência toda a medicação destinada a restabelecer o equilíbrio orgânico. Os medicamentos funcionam como elementos destina­dos a intervir no estado de moléstia para romper a ordem prejudicial. E’ a medicação muitas vezes perigosa, quando mal aplicada, por isso que sobrecarrega o organismo com a ingestão de drogas, nem sempre indicado para os efeitos que se pretende obter. A função da medicação é provocar rea­ções que venham romper a ordem patológica implantada e persistente no organismo.

Á persistência e o aperfeiçoamento moral - Na moral o aperfeiçoamento da natureza humana pela educação é possível devido à lei de persistência.

A natureza humana é suscetível de aperfeiçoamentos e nossos maiores esforços devem convergir sempre para nosso melhoramento moral, intelec­tual e prático devido ao grau elevado de Modificabilidade das nossas fun­ções cerebrais.

E’ a educação a arte mais nobre e mais difícil, por ser aquela que tem por objetivo a modificação mais complexa, a da alma ou psique  humana; melhorar nosso sentimentos (coração), nossa Inteligência (espírito) e nosso caráter é a tríplice finalidade educa­cional.

A educação, baseada sempre no conhecimento teórico das leis referen­tes às funções da alma ou psique humana, tem, entretanto, sua posição especial no do­mínio prático, por isso que se destina à modificação direta do coração (sentimento), da inteligência e do caráter. Tal modificação realiza-se procurando previamente o conhecimento, em cada caso particular, dos defeitos próprios ao in­divíduo e em seguida estimulando convenientemente as melhores tendências, atenuando tanto quanto possível os exageros da personalidade e finalmente procurando um justo equilíbrio para harmonia de conjunto de todas as funções cerebrais. A repetição continuada do uso das funções que se pretende desenvolver e a compressão daquelas que se deseja atenuar, criam um es­tado cerebral cuja tendência a persistir espontaneamente imprime modifi­cações mais ou menos profundas na natureza submetida a tais cuidados.

Dessa forma a tendência natural à persistência concorre para facilitar o trabalho de EDUCAÇÃO e INSTRUÇÃO CIENTÍFICA para melhorar e aperfeiçoar a natureza humana.

A persistência e a unidade religiosa. Todo o indivíduo que adquiriu a disciplina religiosa ou doutrinária quer sob a forma normal positiva quer mesmo sob uma das modalidades provisórias de religião ( fetichista, , resiste muito me­lhor às influências perturbadoras do meio anarquizado. O espírito reli­gioso tende a persistir espontaneamente resistindo a todas as perturbações morais, intelectuais e materiais do meio social, e mantendo a unidade que concorre para o equilíbrio moral do indivíduo.

Os exemplos, sinteticamente apreciados nos domínios dos diversos graus enciclopédicos, da matemática à moral, demonstram a universalidade da lei de persistência e, portanto, justifica plenamente sua colocação entre os princípios universais da Filosofia Primeira aplicáveis a sociologia.

Dos estudos procedidos por nossa inteligência os mais complexos e difíceis são os representados pelo domínio da Moral.

II – 11ª Lei da Coexistência Ao analisar o Primeiro Teorema, dos Sete existentes, percebidos por Augusto Comte, referentes a Ciência Moral Positiva encontramos o Teorema  Cerebral de Augusto Comte.

Composto de 18 Funções Cerebrais - 10 do Sentimento, 5 da Inteligência e 3 do Caráter.

 Nas funções intelectuais. A função intelectual realiza­-se normalmente com o concurso dos cinco órgãos da inteligência, cada um deles funcionando com independência, porem correlacionados para um objetivo comum, donde resulta a composição dos esforços parciais de cada um.
A inteligência humana pode ser considerada como constituindo um sis­tema cujos elementos são as funções simples, especificas de cada um dos cinco órgãos intelectuais. Estas não se manifestam em caso algum independente; o trabalho intelectual quer de contemplação, de meditação ou de expressão, resulta sempre do concurso do conjunto das cinco funções simples. Cada uma destas, entretanto é coexistente e independente, sendo o trabalho intelectual uma resultante obtida pela composição das funções ele­mentares nos graus e nas disposições especiais a cada caso concreto exami­nado. O trabalho intelectual realiza-se normalmente, sem alteração, sem­pre que para ele convergem as cinco funções simples, e quando as mutações simultâneas forem exatamente comuns a todos os elementos do sistema constituído pelos órgãos correspondentes a essas cinco funções simples.
Verificam-se os estados patológicos da inteligência, quer por excesso de intensidade, o que caracteriza a loucura, ou por falta, dando lugar a idiotia, quando há desequilíbrio nas mutações do sistema intelectual. 

       Nas funções do sentimento. As funções elementares do sentimento, em numero de dez, formam entre todos os estados afetivos.

Já tivemos ocasião de examinar a aplicação da lei da coexistência ao sistema formado pela inteligência humana. Apreciemo-la agora em relação ao sentimento.
O coração ou sentimento humano é  móvel de todas as nossas ações, o impulsionador, por isso mesmo, de todo o nosso trabalho cerebral. Do coração partem primeiro sob a forma de desejo, depois de vontade, os estímulos à nossa atividade.
As dez funções simples do sentimento, três sociais ou altruístas e sete pessoais ou egoístas, formam a estrutura em que se apoiam nossas manifestações afetivas. As múltiplas combinações possíveis com esses dez elementos fundamentais, as grandes variações de intensidade suscetíveis de apresentar os desenvolvimentos tão variados, que podem adquirir em cada caso individual,  fazem do nosso coração, e domínio dificílimo e complexo. Os dez órgãos cerebrais dos sentimentos constituem os elementos de um sistema que funciona sempre como um todo único, as variações, em numero quase indefinido, resultando as inúmeras mutações de que é susceptível esse sistema, que alia a máxima Modificabilidade. Essas modificações, entretanto, obedecem completamente à lei da coexistência.
 Há sempre, em qualquer manifestação afetiva, o concurso das dez funções elementares. Cada uma - destas apresenta-se como se independesse de todas as outras; as reações mútuas, porém, resultam sempre das estreitas ligações que esses elementos apresentam para constituir único sistema o estado afetivo é sempre a resultante, em cada caso, da composição das dez funções elementares. As variações de intensidade de cada um  dos ele­mentos e as reações que se produzem dão lugar a mutações simultâneas; o estado afetivo é principal na manutenção da harmonia cerebral, devendo haver, pois, uma variação de intensidade de suas funções elementares, den­tro de limites normais. Se qualquer variação passar desses limites necessários ao equilíbrio cerebral, a ação predominantemente exagerada de uma ou mais funções elementares pode dar lugar a uma perturbação. Verifica­-se, no caso de uma perturbação dessa natureza, a hipótese das mutações simultâneas não serem exatamente comuns, o que provoca um desequilíbrio no sistema afetivo e a consequente alteração na sua constituição ativa ou passiva, de acordo com a lei da coexistência.
Se analisarmos a evolução de um sentimento qualquer, notamos seu gradual aperfeiçoamento, apresentando também essa evolução uma serie de mutações. E', pois, aplicável à lei não somente aos estados estáticos, mas também aos dinâmicos do coração humano.
Apreciada a aplicabilidade da lei da coexistência a todos os graus enciclopédicos verificamos assim a sua universalidade.

D) Grupo de Leis Subjetivas exclusivamente relativas ao Entendimento Humano, aplicados a Sociologia e a Moral, referen­tes não só ao:

(D-1) Estado Estático do Entendimento ou Leis da Subjetividade (4,5,6),

SOCIOLOGIA

4ª Lei da Construção Subjetiva - Subordinar as construções subjetivas aos materiais objetivos.
5ª Lei  da Imagem       - As imagens interiores são sempre menos vivas e menos nítidas que as impressões exteriores.
6ª Lei  da Imagem Normal - A imagem normal deve ser preponderante sobre as que a agitação cerebral faz simultaneamente surgir

MORAL
4ª Lei da Construção Subjetiva
5ª Lei  da Imagem
6ª Lei  da Imagem Normal


(D-2) Estado Dinâmico do Entendimento ou Leis da Evolução (7,8,9).

SOCIOLOGIA

7ª Lei da Evolução Intelectual - Cada entendimento oferece a sucessão dos três estados, fictício, abstrato e positivo, em relação às nossas
 concepções quaisquer, mas com uma velocidade proporcional à generalidade dos fenômenos correspondentes.
8ª Lei da Evolução Ativa - A atividade é primeiro, conquistadora, em seguida defensiva e
 finalmente industrial.
9ª Lei da  Evolução Afetiva - A sociabilidade é primeiro, doméstica, em seguida cívica e enfim
universal; segundo a natureza peculiar de cada um dos três instintos simpáticos.

MORAL
7ª Lei da Evolução Intelectual
8ª Lei da Evolução Ativa
9ª Lei da  Evolução Afetiva

Introdução Leis do 2º Grupo

·         O 2º Grupo da Filosofia Primeira é essencialmente subjetivo por isso que é formado das leis reguladoras do próprio trabalho interior do cérebro, na fixação das relações abstratas. Dividisse em dois sub-grupos, um referente às leis estáticas e outro às dinâmicas do Entendimento.


As LEIS ESTÁTICAS em número de três, presidem ao trabalho intelectual, e se referem cada urna respectivamente à alimentação cerebral, à contemplação e à meditação.

             A primeira dessas lei estáticas, percebida por Aristóteles -" Nada existe na  Inteligência , que não provenha da  sensação,      complementado por Leibniz , que disse:  a não ser a própria  inteligência. " (Aristóteles /Leibniz/ e estruturada por Kant) .

A Construção subjetiva é o que o nosso encéfalo elabora. Tudo o que  pensamos , partindo  de nós , provindo do sujeito, é por isso criação nossa, criação subjetiva. Mas tal construção não surge espontaneamente; não é inata. Resulta de elementos que ao Homem fornece o Mundo; provém de objetos introjetados, pelo sujeito;  nasce de materiais  objetivos. De sorte  que toda construção  subjetiva  promana de uma correspondência  entre  dois mundos:  o exterior objetivo , e o  interior  e subjetivo.  Toda  concepção  depende  do Homem e do Mundo , do sujeito e do objeto.

Devemos ao criar, criar explicitamente com base nas informações exteriores, regulando a alimentação cerebral, subordina as construções subjetivas aos materiais objetivos. O cérebro comunica-se com o exterior por intermédio de dois aparelhos, o sensorial e o motor, o primeiro dos quais permite à inteligência receber as impressões exteriores. E’ o aparelho sensorial constituído de três partes que São: os órgãos as nervosas e os sensitivos, dos sentidos, redes gânglios ou córtex. Oito são os sentidos: tacto, musculação, gustação, calorição, olfação audição, visão e eletrição. A cada um deles corresponde uma rede nervosa e um gânglio sensitivo especial, o que impede que se confundam imagens de um sentido com as dos outros. O funcionamento do aparelho sensorial caracteriza-se: 1º pela impressão na periferia dos órgãos do sentido; 2º pela transmissão através da rede nervosa correspondente; 3º Pela formação da imagem depositada no gânglio sensitivo ou neurônio. A sensação completa compreende os três elementos seguintes: a impressão na periferia do órgão do sentido; a consciência da impressão quando esta chega ao cérebro; e a percepção, quando a imagem é relacionada ao ser que a produziu. As imagens, depositadas nos gânglios sensitivos, diferem das impressões apenas em intensidade e servem de elementos fundamentais de todo o trabalho intelectual. A evocação de uma imagem, referida ao tempo e ao espaço, e sob a influência de um sentimento constitui a lembrança.

As sensações incompletas, isto é, aquelas em que faltam um ou dois dos três elementos, começam a esboçar os estados patológicos da inteligência, caracterizados pelas duas outras leis estáticas.

 A segunda lei estática do entendimento evidencia a intensidade das imagens interiores sempre menos vivas e menos nítidas que as impressões exteriores. A imagem é a impressão reproduzida subjetivamente sem auxilio do ser que a produziu. Oito são as espécies diferentes de imagens correspondendo cada uma a um dos sentidos. Para a formação das imagens concorrem, em gera! todo o cérebro e, em especial, os órgãos relativos a contemplação. Entre a imagem interior e a impressão causada pelo ser, há apenas diferença de grau de intensidade, sendo a primeira normalmente sempre menos viva e menos nítida do que a segunda. A vivacidade e a nitidez da imagem interior dependem do grau de intensidade da impressão e este de diversos fatores entre os quais sobressaem: 1º emoção causada pelo ser; 2º o tempo decorrido desde a formação da imagem; 3º sua evocação mais ou menos repetida; 4º o grau de desenvolvimento do cérebro onde se formou a imagem. O trabalho de imaginação precede sempre a qualquer meditação, indutiva ou dedutiva. Esse trabalho realiza-se normalmente entre limites de intensidade de modo que as imagens interiores sejam menos vivas e menos nítidas que as impressões exteriores, mas conservado o grau de vivacidade e de nitidez suficientes para que possa haver a evocação subjetiva  do ser. Nos estados de desequilíbrio mental a intensidade das imagens interiores atinge a graus fora dos limites normais de variação, o exagero caracterizando a loucura e a deficiência a idiotia. Há, no primeiro caso, excesso de subjetivismo e, no segundo, de objetivismo.

A terceira lei estática do entendimento, a da imagem normal, regula o trabalho intelectual da meditação. As duas anteriores estão ligadas respectivamente à alimentação cerebral e ao trabalho de contemplação.

A meditação, indutiva ou dedutiva. baseia-se na contemplação, que prepara convenientemente as imagens para os racionais. No trabalho de meditação é primeiro a indutiva, que atua por aproximação, e em seguida a dedutiva, que desenvolve as consequências e realiza as construções. O predomínio da imagem normal é necessário para o trabalho de meditação. A agitação cerebral caracteriza-se pelo luxo simultâneo de imagens novas, secundárias, e afastamento daquelas que não são mais necessárias em cada fase do raciocínio. As intensidades relativas da imagem normal e das secundárias apresentam grandes variações. Tais variações servem não só para definir o estado de equilíbrio cerebral como para caracterizar as perturbações. Três estados patológicos são caracterizados pelas variações anormais de intensidade relativa das imagens: 1º a idéia fixa, resultante da diminuição excessiva de intensidade das imagens secundárias ou do aumento da principal; 2º a agitação, produzida pelo aumento de intensidade das imagens secundárias que se pode confundir com a principal; 3º a incoerência, quando há diminuição de intensidade da imagem normal, que desce a se confundir com as secundárias.

 As LEIS DINÂMICAS do entendimento, também em número de três, explicam a evolução de nossos pensamentos, atos e sentimentos.

             A 1ª lei dinâmica da evolução se refere ao desenvolvimento da inteligência mostra que cada entendimento oferece a sucessão de três estados, fictício, abstrato e positivo, em relação á nossas concepções quaisquer, mas com uma velocidade proporcional à generalidade dos fenômenos correspondente. E essa lei observada não somente na evolução geral da espécie humana, mas também nas parciais e individuais.

    O entendimento humano atravessa duas fases, urna preparatória de sua formação e outra definitiva. Na primeira estão compreendidos os dois primeiros estados, o fictício e o abstrato, e na segunda o estado positivo.

    O estado fictício compreende uma longa série sucessiva de formas provisórias de unidade mental, cada vez mais adiantada tendendo sempre para o estado final positivo. Nessa série observamos em primeiro lugar as formas fetichistas — o fetichismo primitivo e o Astrolátrico. E durante o fetichismo, na fase mais adiantada, a da existência sedentária, que os primeiros progressos intelectuais são verificados, quando é fundada a lógica. A astrolatria começa o preparo dos primeiros materiais para a construção da ciência. Inicia-se a formação da linguagem e das primeiras concepções numéricas, O homem faz a distinção entre a vitalidade e a materialidade. À fase fetichista segue-se a teológica, primeiro política e depois monoteica. O politeísmo apresenta ainda diversas modalidades, começando conservador ou teocrático, para transformar-se em progressivo, primeiro intelectual, na Grécia, e depois social, em Roma.

                       A lógica dos sentimentos fundada no fetichismo, e seguida, no politeísmo, pela lógica    das imagens, para ser completada no monoteísmo. que funda a lógica dos sinais.

 Na Grécia principia a formação da ciência com o estabelecimento das primeiras leis matemáticas e astronômicas, e com a inauguração sistemática das pesquisas em todos os outros ramos de conhecimentos.

O monoteísmo no Ocidente representado pelo regime católico-feudal realiza a sistematização do sentimento.

 A idade metafísica é primeiramente ainda de caráter teológico, enquanto predominam o protestantismo e o deísmo, que assinalam a gradual dissolução do monoteísmo, e depois abstrato, durante as quais a pesquisa cientifica são reiniciadas e concorrem para a passagem ao estado positivo. De duração muito mais curta é a metafísica essencialmente negativa.

 O terceiro estado, o positivo ou científico, atravessa primeiro uma fase empírica onde os conhecimentos são acumulados em completa desordem e constitui apenas os materiais necessários a reconstrução sistemática que forma a transição para o estado final definitivo da existência humana.

                         A sucessão dos três estados de nossas concepções é realizada com uma velocidade proporcional à generalidade dos fenômenos correspondentes. E a matemática, por esse motivo, o primeiro elemento que atinge ao estado positivo, pois é ela a mais geral de todas as ciências - A velocidade proporcional explica a existência dos três estados no mesmo cérebro, que pode, por exemplo, raciocinar positivamente em Matemática metafisicamente em Física e teologicamente em Moral.

 A lei da evolução mental é aplicável a todos os nossos conhecimentos teóricos e práticos. A ordem de sucessão dos três estados somente é alterada nas perturbações patológicas. Também é índice de desequilíbrio mental a falta de proporcionalidade entre a generalidade dos fenômenos e a velocidade na sua passagem pelos três estados.

 A 2ª lei dinâmica do entendimento regula a evolução da atividade, que é primeiro conquistador, depois defensiva e finalmente industrial.

A atividade pode ser teórica ou pratica - No primeiro caso manifestasse pelas ações musculares destinadas à formação dos sinais que exprimem estados interiores e. no segundo, pelos movimentos que provocam modificações exteriores.
A atividade prática é exercida sob o impulso direto dos instintos do aperfeiçoamento. Há, portanto, duas espécies de atividade prática, a militar e a industrial, conforme predomine o instinto destruidor ou o construtor.

A intensidade da atividade militar tende gradualmente a decrescer com o desenvolvimento da sociabilidade, enquanto a da industrial, ao contrário, aumenta com o progresso.

A evolução militar conquistadora passa por duas etapas, na primeira das quais a luta do homem é dirigida principalmente contra o meio exterior, realizando-se as grandes destruições animais e vegetais necessários para a espécie humana dominar a Terra. Na segunda etapa da evolução militar conquistadora as lutas realizam-se entre homens, passando por uma sucessão gradativa de fases cada vez mais tendentes para um aspecto social. 

Na fase militar defensiva os dois instintos do aperfeiçoamento, destruidor e construtor, equilibram-se em intensidade, passando a prevalecer o segundo sobre o primeiro na fase de evolução industrial. 

As três formas de evolução da atividade são correlatas com os três estados de evolução mental - Enquanto a atividade militar primeiro conquistadora, depois defensiva, corresponde aos estados preparatórios, fictício e metafísico, da evolução intelectual, a atividade industrial acompanha o estado positivo de nossas concepções. 

No estado positivo ou científico a atividade é, pois, pacífico-industrial, constituindo, as guerras modernas, monstruosidades, produzidas pelo estado transitório de desequilíbrio social. 

A 3ª  lei dinâmica do entendimento explica a evolução da sociabilidade que ê primeiro doméstica, depois cívica e finalmente universal, de acordo com a natureza de cada um dos três instintos altruístas ( Veneração, Apego e Bondade). Há o predomínio sucessivo na evolução humana dos instintos sociais — (Veneração, o Apego e a Bondade) — donde resultam os três graus de sociabilidade doméstica, cívica e universal. Nessas fases de evolução social formasse e se desenvolvem respectivamente os três graus da existência coletiva — a Família, a Pátria e a Humanidade.

Entre as três leis da evolução — mental,  prática e social — há completa correlação, correspondendo os dois primeiros estados preparatórios da inteligência às fases provisórias de atividade e de sociabilidade. O estado positivo das concepções humanas tem como correspondentes não só a atividade pacífico-industrial como também a sociabilidade universal.


 Vamos aos detalhes no Livro “Augusto Comte para Todos”:


 Vamos a Síntese deste complexo entendimento, aplicado em Sociologia e Moral:

(D-1) Estado Estático do Entendimento ou Leis da Subjetividade (4,5,6),

SOCIOLOGIA

4ª Lei da Construção Subjetiva - Subordinar as construções subjetivas aos materiais objetivos.

 As observações  Objetivas da Condições Morais, Geológicas, Geográficas, Econômicas, Culturais, de Fé, de Linguagem e de Educação, dependendo de suas intensidades e  correlações, apontam a resultante , por  análise Subjetiva, do encaminhamento, isto é, da tendência de uma sociedade, indicando  os fatos futuros que poderão ocorrer, desde que  não hajam  significativas oscilações nos fatores  anteriormente observados;  esta perspectiva uma vez dada vem regular-se por sua vez com o próprio encadeamento dos fatos.

5ª Lei  da Imagem       - As imagens interiores são sempre menos vivas e menos nítidas que as impressões exteriores.

A quinta Lei da Filosofia Primeira, segunda lei  estática do entendimento, regula a diferença de intensidade  entre  as  impressões  exteriores e as imagens interiores.  Como explica Reis Carvalho, para melhor entender  a diferença  entre impressões e imagem: “ Assim olhando  a Lua  tem-se  a impressão  do astro;  fechando os olhos , a sua Imagem” .

A Vivência de uma Solidariedade Social  como  por exemplo, os  Anjos do Asfalto, é muito mais nítida quando estamos envolvidos no fato objetivamente, do que quando subjetivamente  o construímos, com base em informações  indiretas .

6ª Lei da Imagem Normal - A imagem normal deve ser preponderante sobre as que a agitação cerebral faz simultaneamente surgir

Quando se contempla o mundo, recebemos múltiplas  impressões, que são as sensações, que se transformam  em outras tantas imagens . O trabalho interior da elaboração destas imagens, resultantes da contemplação  e da meditação ,é o que constitui  a agitação cerebral . Dentre estas imagens criadas, uma delas predomina, esta que predominou, a eleita, recebe o nome de  Imagem Normal, antes  de ocorrer a abstração.                       

                Como foi dito, o cérebro recebe das impressões, por meio dos sentidos, através das sensações, estas se transformam em Imagens e no meio das imagens uma predomina sobre as outras . Todo este trabalho de entendimento se fez, se fará, e se faz, sempre assim; é comum a todas as épocas. É um trabalho subjetivo e representa a estrutura fundamental do entendimento.

                Ora quem regula a primeira operação, isto é, recebimento da impressão - é a lei das Construções; a segunda, a formação das imagens - é a lei das Imagens; e a terceira, a preponderância de uma imagem  - é a lei da Imagem Normal; logo todas estas leis são realmente subjetivas  e estáticas; são chamadas leis estáticas do entendimento.


MORAL

4ª Lei da Construção Subjetiva

 As observações sobre as  ações   de um determinado indivíduo ( objetiva), nos leva  subjetivamente a indicar a resultante  do seu  futuro  comportamento, em casos  em que não foram  observados  anteriormente  sob forma objetiva.  Extrapolando inclusive  para grupos de indivíduos  de moral semelhante; e o acompanhamento da sua evolução  pessoal  vem, por sua vez regular a hipótese  primordialmente formulada.

 5ª Lei  da Imagem

Tomemos um Exemplo em que São Paulo teve  no caminho para Damasco, uma   grande   Comoção  Cerebral. Ele ouviu  exteriormente  mais forte, imagens auditivas nítidas  de Cristo,  que já estava morto ; a imagem auditiva de  Cristo era tão nítida  como a dos que o cercavam realmente .Chegou a  "escutar" o que Cristo lhe disse ; isto se chama  Alucinação -(no caso        uma alucinação auditiva).Ele foi levado a um estado de  excitação  das imagens interiores (Subjetivas ), ficando até cego.

Se Você imagina que está conversando  com alguém  ; vendo alguém  exteriormente  , e  na verdade esta pessoa  não  está  presente , você   está  com  seu sistema nervoso            excitado , exaltado , alterado .

Isto torna-se um fato criativo  se  não existe nada no exterior,  e ao mesmo tempo  você sabe que aquela imagem é criada por você mesmo , no interior do seu encéfalo .                

Acaba o assim risco de loucura ; então você pode  cultivar livremente aquelas imagens, pois sabemos, com toda certeza, que elas vem de nós mesmos, e não de fora como creem os teologistas espiritualistas.

Augusto Comte  aconselhava , para exercitarmos , procurar  conversar subjetivamente com os   nossos entes queridos que  já morreram , ( e com os que estão vivos) , como uma prática do  culto individual a estas pessoas .Principalmente  com aqueles que nos  trouxeram ou nos trazem  o amor , nos ensinaram e nos ensinam o altruísmo etc. .

Cabe aqui uma explicação:

O idiota não é louco; com o idiota ocorre o contrário da loucura, ou seja, a falta de subjetividade;  ele não raciocina nada; não cria nada , ele vê mas não "observa", houve mas não escuta, cheira mas  não distingue e   etc., e nada acontece - Não raciocina nada ,não conclui nada .O estado mais grave de idiotia  é o  autismo .

Quando a imagem subjetiva se iguala  em  nitidez  à da imagem objetiva , atingiu-se  o estágio de alucinação  e pode  entrar-se ou não  no estado de loucura , dependendo           principalmente se tal alucinação ,  é oriunda de um sentimento de  maldade (egoísmo  =            vaidade , orgulho etc ) ou se,  ao contrario a imagem teve origem em  um  sentimento             de  Amor (Altruísmo = Humildade  etc), neste último caso nada  acontece de mal.

 Pode haver Alucinações sem Loucura, bem como Loucura sem  Alucinação . Há uma diferença flagrante entre as visões dos  Místicos  e as  Alucinações dos Loucos.  Entre estas duas, temos a Concepção Positiva da Vida Subjetiva; no primeiro caso tem-se uma personalidade  moldada  numa rígida  disciplina Moral; cuja  consequência principal  consiste  na Hipersensibilizarão  dos  Pendores Altruístas .

De um modo geral , é esta mesma  Hipersensibilidade  que preserva o Místico  da loucura ; reduzindo seu  erro à crença  de que as aparições estariam  provindo do mundo exterior(Objetivo) .

Quando, contudo o excesso de Egoísmo, determinando a complicação das hipóteses, atua diretamente sobre o conjunto do aparelho Cerebral, então sim; há um grande risco de se adquirir este estado  Mórbido , denominado Loucura .

Por sua vez , a  Concepção  Positivista  da vida  Subjetiva, consiste  na  plena  satisfação  das  nossas recordações queridas, avivadas pela imaginação, ao ponto de figurarem  como que exteriormente . A Doutrina Positivista, longe em ver em tais  fenômenos   um  sintoma  de  Loucura;  convida-nos diretamente  a cultivá-los, e em um grau  que nenhum teologismo  poderia conceber;  visto como o medo impede o Amor .   

Nada do que acabamos de descrever acima  sobre o processo alucinatório , confunde-se com   loucura ou  mesmo é  diferente do que nós  estamos acostumados a fazer na vida de nosso cotidiano. Exemplo: Um Arquiteto vai até  um  terreno e lá,  antes de fazer qualquer  coisa ,  fica  projetando na sua mente, com a  sua imaginação criativa, as concepções do prédio a ser ali construído; ei-lo já realizando uma parte da fase alucinativa; e conforme seja a sua capacidade alucinativa pode até, conceber "visualmente-subjetivamente "  o prédio   na forma  arquitetônica  a  ser no futuro objetivado.

Hoje em dia, na falta destes "Pré-dotados Arquitetos da Mente ",e com a tecnologia  computadorizada , através  da Realidade Virtual , muitos  não dotados, passaram a fazer  com o computador o que todos nós precisamos aprender a fazer com nossa  própria  Mente.

Hoje o estado mental médio das pessoas está muito mais próximo da Idiotia, pois  tem medo de mergulhar  nas imagens interiores  geradas   pelo seus encéfalos ,e  não tendo  coragem de cultivar  este grande instrumento de competência do Ser Humano, pensado que estes fenômenos sejam  sobrenaturais , descambam  para o extremo oposto, bem mais “seguro”:   o excesso de  objetividade. E  ai  ficam até o fim da vida,  todos  sem imaginação, sem criatividade sentimental, com a tendência a se tornarem altamente materialistas, egoístas  etc., por falta deste  encantamento que só o cultivo  consciente  das imagens subjetivas  pode proporcionar.

O que pode ocorrer é que está sendo dado àqueles que não têm base Moral, uma extraordinária  ferramenta de criatividade, deixando um terreno fértil para que estes venham a colocar os seus  absurdos não éticos  , ao nível de uma  maioria às vezes totalmente ignorante , provocando a maximização do  egoísmo  e desta forma criando obstáculos à   implantação do  " Viver para  Outrem "-


 .Outro Exemplo: A  Hipnose Coletiva.

                Não confundir com Hipnose, que é a baixa taxa de fibrina no sangue.

                Na Hipnose Coletiva, seguida de  alucinação coletiva, isto é, uma sugestão  dada  a um certo número de pessoas , que se encontrem em um  estado  de alta  receptividade, à comandos  ou à  aceitação e de pleno relaxamento,  pode determinar simultaneamente para todos os envolvidos,  Imagens , de vários tipos, com alto grau de nitidez; mas o caráter subjetivo destas alucinações coletivas, patenteia-se inequivocamente pela  quase total  incapacidade  das pessoas envolvidas, chegarem a um  comum acordo,  sobre  a sequência  dos  supostos acontecimentos  que, experimentaram, bem como, a igualdade nas Imagens, por elas criadas  subjetivamente.


6ª Lei  a Imagem Normal

O Exemplo a seguir em um baile, onde estão várias moças solteiras a escolha dos seus pares; o do sexo  complementar,  no mesmo estado de sentimento , para encontrar um amor . Dentre todas selecionamos uma. Esta selecionada é dita de maior Sentimento, a Normal.    

Outro Exemplo é a escolha espontânea ou sistemática de determinadas  palavras  que nos servem  para transmitir um pensamento deve preponderar, como Imagem Normal  sobre as palavras  que a agitação cerebral faz simultaneamente surgir associando tais palavras a outras definições, tornado vago nosso discurso. 

Por isto, Augusto Comte, afirma que devemos dosar os detalhes, para melhor  conceber o conjunto . Qualquer orador, ou escritor, que desejar ser sintético, ou pelo menos não ser prolixo, faz por conservar os Pensamentos fundamentais  do que pretende expor, utilizando-se apenas , acessoriamente, dos Pensamentos  esclarecedores  do assunto principal .

Essas disposições, próprias das concepções e da expressão do pensamento, caracterizam  o estado normal  da razão humana . A prolixidade, a princípio, e a preponderância das imagens acessórias, caracterizam  finalmente   o estado de loucura . Mas, a plena continuidade existente entre a razão e a loucura, exige grande ponderação para distinguir um estado do outro. 

Olhamos passivamente para tudo, mas só vemos aquilo que nos despertou a  atenção; da  a diferença caracterizada  pelos verbos  olhar e ver , ouvir e escutar, indicando o estado passivo e ativo  dessas  sensações, conforme assinalou Joseph Gall.

Tais considerações servem de fundamento a este princípio, que permite tornar sintético o pensamento. É a sistematização do que a sensação e a percepção nos transmitem espontaneamente.



(D-2) Estado Dinâmico do Entendimento ou Leis da Evolução (7,8,9).

SOCIOLOGIA

7ª Lei – Lei d a Evolução Intelectual - Cada entendimento oferece a sucessão dos três estados, fictício, abstrato e positivo, em relação às nossas

 concepções quaisquer, mas com uma velocidade proporcional à generalidade dos fenômenos correspondentes.
  

Resulta a demonstração dessa lei, da contemplação do espetáculo histórico e do exame da psique ou alma ou mente humana.
           Quando se estudam as origens dos povos, verifica-se que todos eles começam explicando o mundo e o homem por meio de vontades inerentes a todos os seres.

Conhecendo-se apenas, sabendo pela experiência diária que cada um quer os atos que pratica, e ignorando tudo o mais, os humanos primitivos são levados a assimilar todos os fenômenos a atos e todos os seres, a seres dotados de vontade.


·         Da Matemática para a Moral aumenta a complexidade Objetiva e ao mesmo tempo   diminui a

generalidade Subjetiva.

·         Da Matemática para a Moral diminui a complexidade Subjetiva e aumenta a generalidade Objetiva.

 A Descoberta desta Lei é baseada na Contemplação do  Espetáculo  Histórico e da Análise  da Subjetividade  Humana . Augusto Comte, aos 20 anos de idade, em 1822, após 80 horas seguidas  de meditação, com pequenos cochilos, estudando  a Sociedade das diversas Civilizações  e o Homem, descobriu  o princípio  da Variação  da Inteligência, isto é,  a Lei da  Evolução   Intelectual, que é  conhecida  como a Lei dos  Três Estados.

Existem os seguintes Estados:

                Fictício    : é o Estado onde se explica a Natureza  mediante  a concepção  de vontades arbitrárias dos corpos ou da   influência  de deuses e mais  adiante, da influência de um Deus concebidos como existindo Objetivamente .
                {fetichismo e teologismo (politeísmo e monoteísmo)}correspondem ao Estado Fictício
                Fetichismo =  Feitiços = Feiticismo

Abstrato ou Metafísico: É o Estado intermediário ,conhecido como  Regime das Entidades, onde a causa dos acontecimentos é atribuída  a forças , fluidos, energias ou  vibrações.
            Positivo ou Científico : É o Estado onde se  percebe a tautologia das questões causais  e essenciais, operando assim  a inteligência  uma transformação geral , pela qual  ela procura única e conscientemente constatar  a existência  de Leis Cientificas  Gerais ,coordenando-as em seguida, para formar com seu conjunto um sistema filosófico, e considerando estas leis, como a expressão  de uma vontade  não arbitrária  e imanente, peculiar aos corpos.                   

Quanto mais gerais forem os fenômenos, mais rápido se passa  do Estado Fictício para o Estado Positivo , fluindo  pelo estado transitório  ou  dito  Metafísico ou Abstrato.

Quando se estuda a origem dos povos, verifica-se  que todos eles  começam explicando o Mundo  e o próprio Homem  por meio de vontades arbitrárias, inerentes a todos estes Seres; concebendo-se  que cada um  quer os atos que pratica , bem como podendo praticar todos os atos  que deseja , com base em experiências diárias ainda insuficientes, e ignorando a regularidade profunda que preside aos menores fenômenos (ou atributos); os homens     primitivos  são levados a assimilar  todos os  fenômenos  como  atos ; e todos os seres,  a seres  dotados de vontades Arbitrárias ou Caprichosas, independente de tudo mais, sem considerar qualquer circunstância .

                Fictício   

Fetichismo : Se o homem bebe , é porque tem vontade de beber ,não bebendo caso não deseje,                 então;  se a pedra cai, é porque tem vontade cair, não caindo  se não desejar. Tudo o que sucede , parta de  onde partir, resulta da vontade arbitrárias dos seres , das coisas, das plantas    ou dos animais.  E como muitas destas vontades são  úteis ou nocivas ; muitas boas, ou muitas ruins; os seres  correspondentes, adquirem supremacia uns sobre os outros, e tornam-se alvo do respeito, da admiração, e do Culto dos Homens.

Tudo é então Fetiche  ou feitiço.  Adoram-se, animais, plantas, pedras  e astros, como seres dotados de vontades inteligentes e  arbitrárias, é  sem dúvida  o período de maior comunhão religiosa do homem com o mundo que o cerca.

Teologismo (Politeísmo/Monoteísmo) - Depois, a proporção  que os primitivos começam a  contemplar  melhor a si mesmo  e ao mundo, depois que  uma longa observação  lhes ensina  que o homem dormindo  não tem vontade, e que durante os sonos  revelam, nascer-lhes a ideia  de que a vontade  não é inerente aos seres, mas se encontra  em alguma coisa, que os acompanha  na vigília  e dele se afasta  quando dormem. É essa alguma coisa que  se chama     de ALMA, num estado  físico subjetivo volátil  - Assim cada Ser possuiria  uma alma : existem as almas das coisas,  das plantas ,  como as almas dos homens. São elas que têm vontades. De modo que as vontades manifestadas pelos seres superiores  assumem a função de alma, de espírito superiores, pairando acima das almas , das entidades inferiores. São aquelas                 almas, aquelas entidades superiores que governariam o homem e o mundo. Cada grupo de atributos cósmicos  e humanos   estaria  sob  a dependência  dessas entidades , dessas almas. E como na vida social são homens  os que governam  , aquelas almas ,aquelas entidades  assumiriam  forma humana  , constituiriam uma plêiade  de super-homens,  sobrenaturais , conhecidos  por  deuses. Além disso,  paralelamente,  a comunhão humana com o mundo no    fetichismo se fazendo mediante a identificação do exterior ao interior, o Homem tendeu  a representar  graficamente os fenômenos que o cercavam sob forma humana. Com o correr do tempo, sua atenção foi  se voltando cada vez mais  para  seus  desenhos e para as suas esculturas, invocando-os de preferência,  mais que diretamente  ao próprio fenômeno que estas obras de arte primordialmente representaram; este processo  contínuo determinou a gradual          dissociação  destas imagens humanizadas,  do fenômeno correspondente; é quando então, se estabelece  o Politeísmo.

Agora as vontades já  não são mais  interiores , mas exteriores  aos seres, permanecendo, contudo, inteligentes e arbitrárias .

                Não são mais fetiches, são deuses  que dirigem os homens  e o mundo.

Então não se adoram mais o sol, a lua, os planetas , as plantas , os animais , os homens, mas o deus  do sol , o deus  da lua , os deuses dos vários planetas   e os deuses que regem as diversas manifestações  da vida  dos  Homens.

Mas como  nas assembleias humanas há sempre um chefe, nas divinas  ocorre o mesmo; de modo que com o passar dos tempos,  esse chefe  dos deuses,  passa a ser o único deus. Em vez de o governo   do mundo  e do homem   depender da vontade arbitrária  de muitos deuses ,  gora dependerá  da  de um só deus; exemplo Jeová, Alá, Jesus.

Em todo este  regime  de vontades arbitrárias ( interiores  ou exteriores) aos seres, destaca-se  o caráter comum a todos eles : a ficção .Nem os fetiches nem os deuses, e nem o deu; são     seres reais, todos eles provém como não podiam deixar de provir, da realidade, mas não a  efletem  com grau de exatidão  necessária  para expressá-la. São seres fictícios. Ficção Religiosa.
           Mas  a medida que a sociedade evolui , passando de uma a outra fase teológica , observa-se  que  certos atributos  são  explicados  sem a colaboração dos deuses.

Assim, enquanto  a vida  e a morte, a guerra  e a moléstia eram fatos sujeitos  ao arbítrio das divindades , as primeiras combinações  numéricas já  eram independente delas.
Na China  fetichista, como na Grécia  politeísta,  e na Judéia monoteísta, não se recorria ao Céu ,a Zeus ou a Jeová  para somar, diminuir e multiplicar ou para saber que,  independente das vontades  do fetiche chinês, e dos deuses gregos  e judaico , dois mais dois são quatro  e a ordem dos fatores não altera o produto.
Isto quer dizer que, se estudando  as propriedades a mais elementares dos seres , comparando-                as entre si ,combinando-as ,  abandonou-se  a preocupação  de as explicar  por vontades arbitrárias  interiores  ou exteriores , e se começou  apenas a determinar as relações  que entre elas existem  , isto é, achar as suas leis. Assim se ficou sabendo  que sem a  intervenção de vontades arbitrárias,  os atributos   numéricos  mais simples   podiam ser explicados. Graças as essas explicações  , podiam  ser previstos e modificados .Assim conhecidas as parcelas  podiam- se determinar  a totalidade delas, como conhecida a soma  de duas  parcelas,  e conhecendo-se uma delas, podia-se  conhecer a outra. E  como  esses e outros casos, outros casos semelhantes começaram a surgir ,onde se tornava inútil  a intervenção  dos seres                Fictícios ou Teológicos.
Continuando a evolui, novas relações foram achadas.  Às relações numéricas, juntaram-se as  geométricas  e mecânicas . Apreciando  a extensão  e o movimento, respectivamente,   foi-se  achando  as primeiras leis que os comandam.
Comparando os  ângulos  de um triângulo  ao ângulo reto , Tales  de Mileto , achou a relação constante  que os   liga :   a soma dos primeiros é sempre igual ao dobro do último . É  o teorema angular , base da geometria .
Arquimedes apreciando o efeito de pesos nas extremidades  de barras, constatou que para        equilibrar  um deles,  era preciso  que o outro  fosse tanto maior ou menor  quanto menor  ou maior  era a distância  deste ponto ao ponto fixo  da barra; de sorte  que se   lhe  desse  um ponto  de apoio, o grande geômetra  poderia suspender  o mundo. É o princípio da alavanca; um dos teoremas fundamentais da mecânica.
Hiparco, por uma série  de observações  do espetáculo celeste, notou que a volta do Sol  à mesma estrela  variava  entre   dois equinócios  de uma quantidade constante , isto é , que,  partindo do Sol  e a estrela  de um mesmo ponto do céu , o chamado ponto veral , depois;  do aparente movimento anual  o Sol  precedia a estrela  de 50”, 3 , de sorte que    no fim de vinte e cinco séculos se repetia  a coincidência  inicial .É a grande Lei da Coincidência dos Equinócios, é a  consequência e  o fundamento  das outras leis  da astronomia , que Hiparco assim  fundava.
Continuando  a evolução , novas relações  matemático-astronômicas  são descobertas  e começam  a aparecer  também  as  reguladoras  dos  fenômenos  físico-químicos . Galileu, 14 séculos depois de Hiparco , estudando o movimento  dos corpos  sobre o plano inclinado , verifica as  distâncias percorridas , como a série  dos números  ímpares  ou que  os  espaços  percorridos são proporcionais  ao quadrado  dos tempos. É a lei da       queda dos corpos  , início da Física. Vem Lavoisier dois  Séculos mais tarde , operando composições  e decomposições  de corpos , e descobre  a lei da conservação dos pesos: o peso do composto é sempre igual  à    soma  dos pesos  dos componentes.
Bichat, pouco depois, proclama a vida física, vegetativa  e  animal , como propriedade               inerente aos tecidos  dos corpos  organizados , independente  de almas e de  fluidos.
Gall, demonstra  na mesma época que a vida moral ou psíquica (afetiva, intelectual e prática) , é um conjunto de simples  atributos, isto é, funções  do  cérebro ou melhor dizendo, do encéfalo. 

Finalmente, Augusto Comte, descobre  as relações mais transcendentais, e  demonstra   que os fatos históricos, os  fenômenos políticos, como todos os outros, são regidos  por leis naturais, sem a necessidade de  recorre-se a  fluidos e  nem  a vontades arbitrárias.
Assim a medida que o tempo passa  vão os fenômenos  se desprendendo  da tutela dos deuses  e caindo  sob o caminho das relações  imutáveis. Não são os deuses,  mas  as leis Naturais, que  melhor representam  os atributos  de todos os corpos , brutos ou organizados , mortos ou vivos, individuais ou coletivos. É este regime das leis Naturais, que constitui o Estado Científico, isto á, Positivo da Humanidade.  
Mas do regime provisório das vontades arbitrárias, a Humanidade não passou logo para o          regime positivo das Leis Naturais. Houve um período Intermediário, um estado transitório, o           Regime das Entidades.  Então, os fenômenos não se explicam por vontades fictícias e nem são simplesmente descritos abstratamente em termos de leis Naturais, mas por Abstrações  Materializadas.
Assim, a queda dos Corpos  não resulta  teologicamente   da vontade dos deuses, mas da ação  de uma suposta entidade  que o arrasta  para  o  centro da terra: a gravidade. Os corpos  são   quentes, luminosos ou  elétricos , não mais porque  os deuses  lhes dão calor , luz, eletricidade, mas porque há fluidos imaginários  que os produzem , como o calórico,  ou resultam  das vibrações  de um meio  ideal , o éter. Os corpos vivos  não são dotados de fenômenos  que os caracterizam, senão  porque  o fluido vital  os anima .  O homem  ama, pensa e age  porque há nele uma substância , a alma , dotada  dos atributos  intelectuais  e morais .
Este estado de transição  entre  o estado  Fictício e  o Científico ou Positivo , é conhecido como Estado Metafísico ou Estado Abstrato  da razão humana.
É o estado metafísico,  um estado Equívoco, porque  as entidades  são abstrações , que podem  ser consideradas, ora  como imagens das  vontades fictícias  ou Teológicas, ora  como simples  enunciados dos fenômenos, equivocadamente utilizados para explicar a produção destes mesmos fenômenos,  conforme  o espírito humano  estiver respectivamente mais  próximo  do estado Fictício ou do estado Científico(Positivo). Assim  a   gravidade   é   uma   pura   ficção Fictícia, se considerada como a imagem  materializada  de uma vontade  exterior dos corpos, e uma  abstração científica  se tomada  como o  enunciado do fenômeno  real  da queda dos corpos ; e a alma  outra  ficção fictícia, entendida  como a substância  imaterial, dotada  de vontade,  que anima  o homem  e o faz amar, pensar e agir, ou,  abstração científica, designando  o conjunto  das funções  do encéfalo.
Em resumo, o espetáculo histórico  revela-nos a passagem  sucessiva  das concepções humanas  por três estados ; fictício ou teológico , metafísico ou abstrato e científico ou positivo.
Isto não quer dizer , que essa evolução  se verifica  simultaneamente  em relação  a todos os fenômenos ; não. Primeiro  dá-se apenas quanto aos fenômenos mais gerais e depois  aos mais especiais , de maneira  que na mesma  época  da história, bem como num mesmo  encéfalo,  apresenta-se ao mesmo tempo  concepções  Fictícias , metafísicas ou abstratas  e científicas ou positivas, relativamente a diferentes fenômenos.
Hoje por exemplo  os povos modernos , especialmente os do ocidente   ou ocidentalizados  , pensam em grande parte cientificamente  em relação aos  fatos astronômicos , físicos, químicos e teológica e metafisicamente,  em relação  aos fatos  Sociais e Morais. Ninguém acredita  mais que os deuses  ou Deus   façam de um círculo um  quadrado, ou que evitem a      ocorrência do eclipse, mas uma grande maioria , letrada  ou  não, acredita que Deus  possa evitar ou atenuar as guerras  e as moléstias  e que a alma  imaterial  e a soberania popular regem  ou comandam o Homem e a  Sociedade. É pois alarmante ainda existirem Intelectuais, que acreditam  ser a atual Política Econômica uma Ciência - É uma bela Metafísica, e nem com muito esforço, se tornará  uma ciência. Com muito favor já é uma arte do bom, acoplada a uma aplicação prática  com base no egoísmo. A Economia-Politica, quando se tornar  uma Sã-Política com base na  Moral Positiva e a Economia  for  considerada uma aplicação pratica da Ciência Sociologia Positiva, ocorrendo ai sim,  a Economia - Moral Positiva . Esta sim será uma aplicação tecnológica com Base em ciência estruturada em Leis Naturais. Desta forma, a economia colaborará como uma tecnologia, descrevendo e caracterizando o destino social do capital.
Contemplando o espetáculo histórico observa-se que o regime das leis, surgiu primeiro  entre as propriedades numéricas , para  ir pouco a pouco  penetrando  entre os outros atributos  menos  gerais:  a extensão, o movimento , os fatos  astronômicos  e físicos, fenômenos químicos, os vitais , os fatos  políticos e morais.
Não é só o espetáculo histórico  que nos demonstra  a lei dos três estados, ela também se verifica  na evolução  individual .
A criança é fetichista. Tudo, para ela é animado de vontades  arbitrárias, assim como  ela própria  supostamente o seria. Quando  ela cai, e sofre uma contusão  batendo  em um objeto,  procura castigar o objeto que o contundiu , pois supõe , que as coisas são  dotadas de vontade ,  foi o  objeto que a feriu, que desejou feri-la. Mais  tarde, são as vontades  arbitrárias exteriores que a guiam. Acredita em anjos, fadas, demônios, almas  do outro mundo, em deuses e deus; todas estas  crenças  se fortalecem  e continuam mais ou menos durante  na adolescência , e na juventude, se para tal, a educação  doméstica e cívica para isto colaborarem. Só muito mais tarde , pelo meio  em que se desenvolve , começa a criança a  substituir a razão  teológica e metafísica , pela  positiva; em alguns casos passando  ou  ficando da fase da sua  própria consciência , isto é, na  fase de plena metafísica e  consequente democracia e liberalismo individualista.
E se não se liberta plenamente  das crenças  primitivas  em relação a sociedade   e ao  homem ,fica livre  delas, no que se refere  aos fatos  de ordem  mais geral (matemática, astronomia, física e química)  , e com  tendência  cada vez mais  acentuada para atingir  a completa libertação. 
Assim a evolução individual  reproduz  a evolução  coletiva; e em  ambos os casos  se chega       à mesma  lei da evolução. Tanto o espetáculo histórico  como a análise  da alma , demonstram  que a razão humana  apresenta três estados , que se sucedem,  com velocidade proporcional  `a generalidade  dos fenômenos .
Os fenômenos matemáticos são objetivamente os mais gerais, depois vem os  fenômenos astronômicos, depois os físicos, os químicos, biológicos, sociológicos  e finalmente  os Morais .
A matemática se tornou  positiva , muito antes   da Moral  Positiva , que já é uma  Ciência Positiva , no entanto só agora,  que a sua existência está  sendo propagada  e por alguns entendida.
·         A velocidade na dinâmica do Entendimento: A velocidade proporcional à generalidade dos fenômenos.  O final do enunciado da lei dos três estados refere-se à velocidade com que os acontecimentos atingem o grau positivo ou científico, a qual é proporcional à generalidade desses fenômenos - Quanto maior o grau de generalidade tanto maior a velocidade na passagem pelos três estados e, portanto, maior a rapidez com que atinge ao positivo ou científico. A velocidade na evolução de determinado fenômeno reflete-se no tempo necessário para a passagem sucessiva pelos estados cada vez mais aperfeiçoados, variando na razão inversa do tempo.

Aplicada na Sociologia

Sociologia Fictícia.
Sociologia Fictícia Fetichista: No fetichismo a organização  familiar liga-se ao Culto Fetichista,  a certos  fetiches  particulares , que passam a representar  o laço  que une as pessoas  à  uma mesma  família  ou clã; as leis naturais  da  organização social  no fetichismo  são desconhecidas,  o que não dificulta  a que tenham sido empiricamente  pressentidas. O arbítrio com que se concebia a vontade humana  foi sendo no fetichismo  gradualmente disciplinado  pelo  culto dos  fetiches  domésticos, representados  por objetos  pertencentes  a um membro memorável,  ou a objetos diretamente evocativos da situação  doméstica. Exemplo: Os homens vivem  em Família  porque eles tem vontade, isto é, querem viver em Família , por isso  amam a Família. Os homens vivem em Família porque  se sentem protegidos pela hierarquia de um Clã que impõem a ordem para ocorrer um progresso das melhores formas de sobrevivência, cultuando os objetos caseiros, a natureza e depois os astros.


Sociologia Fictícia Teológica: Organiza-se a Família em torno do Culto Teológico, do sobre Natural – DEUS ou os Deuses, As preces anestesiam os pleitos e acredita-se na vida do além tumulo. Quem ganha a guerra está com DEUS. Deus é que cura.


Sociologia Abstrata: Período das Entidades. Os homens vivem em Família  por que um Fluido  mais que Vital predomina  catalisando e Amalgamando  esta  Célula Social . Um interessante exemplo desta concepção é a suposição de que  os gêmeos  sofrem, um, a dor do outro. A sociologia metafísica se caracteriza mais pela  tautologia com que explica seus conceitos. Exemplo: Os Judeus tornaram-se monoteístas por serem de raça monoteica Vide semelhante tipo de raciocínio da propaganda de um biscoito, ( por que vende mais - porque está sempre fresquinho - por que está fresquinho ; por que vende mais.)           com a vantagem de que  neste caso  conseguiu-se evidenciar  o  sentido de duplo fluxo da explicação causal, que é exatamente  uma das razões pelas quais  a ideia de causa,  pode ser  superada  pela inteligência humana; Se uma coisa é explicada por outra , e      esta outra  é explicável pela primeira, chega-se a conclusão  de que  o que  está revelando, é na verdade, uma relação  constatada e não uma explicação. A metafísica é a adolescência da Inteligência.

Sociologia Positiva ou Científica: Na Sociologia Positiva o aspecto constante que subsiste sempre em meio a todas as variações secundarias  pelas quais passou  e passa a instituição  da Família, por exemplo: pode ser  descrito, abstratamente,  em termos de  Leis Naturais, que uma vez conhecidas, tornam-se o modelo  em torno do qual são  edificados  os costumes do estado Normal. Tendo os Humanos, sentimentos que os levam a viver para outrem, a Família, se estabelece tanto mais solidamente quanto mais intensos forem tais sentimentos altruístas; e uma vez que esta situação espontânea seja uniformemente reconhecida, torna-se possível unificar a Educação fazendo-a convergir, mediante  o conhecimento do Dogma Positivista- Ciências -  para os princípios de ação  que melhor exercitem este altruísmo.


8ª Lei a Evolução Ativa - A atividade é primeiro, conquistadora, em seguida defensiva e finalmente industrial. 

Esta é a Segunda Lei Dinâmica do Entendimento, que regula individual ou coletivamente a evolução da atividade humana. Examinando a ação coletiva e individual do homem sobre o mundo, o que constitui a atividade prática ou de ação; a atividade propriamente dita - descobriu lhe Augusto Comte, o princípio de variação, da lei filosófica da evolução ativa, a lei dos três estados práticos, semelhante à da evolução intelectual, mostra, em resumo anteriormente, que a atividade humana é, de início, Guerreira ou Conquistadora; Defensiva ou de Alerta e finalmente Industrial ou Pacifica. Esses três estados correspondem plenamente aos estudos mentais da humanidade: fictício (fetichista e teológico), metafísico e positivo. 

O enunciado da lei da evolução prática ou ativa mostra-nos como nossa atividade no seu progresso também passa pela sucessão de três estados; dois preparatórios e consequentemente provisórios, o militar conquistador, o militar defensivo e finalmente o estado pacífico industrial. 

Para podermos melhor entender as influências sociais e morais que deram lugar à formação de cada um desses estados necessários de nossa evolução pratica, entre no link a seguir que nos leva ao Livro “Augusto Comte para Todos”,  http://www.doutrinadahumanidade.com/livros/augusto_comte_para_todos_viii.pdf na pag. 261 A descoberta da lei da evolução prática. Pag. Manifestações da Atividade; A Atividade Teórica, As três Modalidades de Atividade; A Atividade e os Instintos de Aperfeiçoamento; Atividade Militar e Industrial; Instinto Construtor melhor subordinado ao Altruísmo;  A Atividade Militar  e o seu Decréscimo com o Desenvolvimento da Sociabilidade; A evolução das Atividades Militar e Industrial; A Evolução Individual da Atividade  ; pag. 267 A atividade militar conquistadora. Pag. 270; Conquista do Mundo; As Guerras de Conquista;  A atividade militar defensiva.;  Pag.271 Á atividade industrial.  

Com base nas informações acima, qualquer evolução passa  por três  fases , sendo a segunda  de transição  entre a               primeira e a terceira , a atividade é em princípio  Guerreira   e Conquistadora, passando depois a Defensiva   , antes    de se tornar  inteiramente Pacífica .Deste modo  a guerra defensiva  é estado transitório  da atividade guerreira  para a atividade industrial. Estes três estados correspondem  plenamente aos   Estados Mentais  da  Humanidade : Fictício ,Metafísico  e Positivo. 

             A Guerra    se harmoniza  plenamente  com o estado Teológico, assim como a            Indústria exige o estado Positivo ou Científico e  pacífico. Entre o regime Guerreiro  e o Industrial, há uma situação instável, em que a guerra é apenas defensiva , porque  desejamos atingir  o estado  Pacífico .               

Nesta  situação  da atividade , a inteligência  também flutua  entre a ficção  e a plena positividade ou cientificidade.               

Desconhecendo ainda o suficiente a realidade do Mundo, o homem primitivo só encontra   um gênero  de atividade coletiva : A Guerra ; guerra contra os animais    ferozes, guerra contra tribos que disputam igualmente  as condições  favoráveis  da mesma região  do meio cósmico, e finalmente guerra pela preponderância   de uma tribo sobre as outras.               

O Passado  Histórico  revela , perfeitamente  , os três estados  , nas três partes sucessivas  em que se divide  a História Geral :


                                                               História  Antiga

                                                               História da Idade Média  e

                                                               História  Moderna


                Militar ou Preparatória


Militar Conquistadora: O homem começou com a  atividade militar conquistadora - Os   Romanos – Antiguidade

                               Militar Defensiva:  Carlos Magno , construiu castelos  ,para se                                                                                                     defender dos germânicos - Idade Média            

                               Industrial ou Definitivo
                                             
                      Industrial Pacifista:   A sociabilidade surgiu com a industrialização,                 com  todos os seus problemas  , ainda árduos . Idade Moderna

                 No Ocidente, a antiguidade foi preenchida pelas guerras  de conquista , que terminaram  na preponderância   do povo  mais apto  para assimilar os outros, manter a Paz  e divulgar  os resultados  sociais  da evolução  comum; este o povo foi o  romano.

Na Idade Média, manifesta-se  claramente  a transformação  da guerra  de conquista  em pura defesa.  Aliás, no final da antiguidade Romana já os grandes Chefes Guerreiros sentiam e prenunciavam  o regime final da paz  e da  atividade Industrial. As nações conquistadas pelo povo romano  formaram o cenário político onde se desenvolveram, duas culturas preparatórias da civilização Final  - O Catolicismo e o Feudalismo .           

                O Catolicismo cultivou  extensivamente os sentimentos  relacionados à Pureza; já o Feudalismo  desenvolveu o mais alto grau de Ternura , através dos sentimentos  cavalheirosos.  

Com efeito, a civilização antiga formou  o cidadão, dando-lhe  civismo  e bravura, mas deixou graves  lacunas  no que  se  refere  a Pureza  e a Ternura.

A antiguidade instituiu  a escravidão  para  o serviço  da terra, tendo como consequências , morais e sociais, evitar a matança  dos prisioneiros  de guerra, e tirar  a mulher  do mais pesado  serviço  da vida doméstica . A escravidão foi a regra  normal  da primitiva  base  da  Economia Social; hoje trata-se de uma anomalia monstruosa, que vai sendo gradativamente expurgada, em vista dos ideais espontâneos de cooperação humana.

A Idade Média transformou a escravatura em servidão da gleba, e terminou extinguindo-a  lentamente e preparando  o regime  industrial  moderno, com a instituição das cidades livres .

No fim da Idade Média, terminou o Regime Guerreiro, (a guerra era parte da vida social, a palavra BELLUM , que definia Guerra  hoje etimologicamente  evoluiu e expressa BELO) e  deixou para os tempos modernos  a solução de um problema que tem conturbado   a  Ordem Social , e que no momento , preocupa as mais  eminentes  inteligências, servidas pelos melhores corações:  A  Incorporação  do Proletariado à Sociedade .

É o desenlace  da evolução, que transformou  o Prisioneiro de guerra  em Escravo; o Escravo em Servo da Gleba; Servo da Gleba em Mercenário, e o Mercenário (Hoje) em Trabalhador Livre.

Todos os elementos ativos da sociedade devem colaborar para a sua felicidade Material, organizados tão sistematicamente, como fazem hoje para a guerra.

Assim  a sociedade futura,  ficará composta de três elementos :


                Elemento Ativo :   Constituído de  pelo Proletariado , tendo a frente o Patriciado;

          Elemento Intelectual : Tendo como guia um sacerdote  emancipado  das concepções                    provisórias do Passado que serviram apenas para formar o Dogma  Positivo .

 Elemento  Afetivo :    Representado pela Mulher

                O Regime  Final da Humanidade - O Pacífico -  para o qual tende  irresistivelmente  a parte  mais avançada  da Sociedade  Moderna , já está plenamente  caracterizado  e com os seus elementos principais  constituídos. Há, entretanto uma fase de transição, na qual serão transformadas  as instituições aptas  a subsistir, suprimindo-se outras, por inúteis  ou perturbadoras.

Esta  transição tem sido retardada  pelos elementos de desordem  e retrógrados , que agem sobre o meio social  influindo para  mudar  o rumo natural  da evolução, ou fazê-la voltar   a um dos estados anteriores , ou  finalmente  , permanecer no estado atual .

 “O Homem se agita e a Humanidade o conduz” ,visto como a Humanidade é um conjunto que vive  segundo Leis  Naturais , que atuam  sobre o Indivíduo. Por isto  nessas condições, está sujeita, como  qualquer sistema, à Lei de Galileu, generalizada  por Augusto Comte.

               Ecológica-Informacional  :  Agora no Século - XX  , iniciamos a era “Ecológica-               INFORMACIONAL " , provocando um novo humanismo, que aglutina pela globalização, a aceleração para o bem estar  social, tão preconizado por Augusto  Comte . É bom lembrar que antes que o Industrialismo  desenfreado  houvesse  produzido  quaisquer danos  Ambientais, o  nosso Mestre já  falava no IMPÉRIO  BIOCRÁTICO , é o que chamamos hoje de " Ecossistema ".  

A Concepção Religiosa da  Terra , hoje esboçada na Hipótese Gaia, de James   Lovelock (1919 -  , teve origem de forma sistemática em  Augusto Comte ,correspondendo  tal  concepção a  primeira formulação Ecológica. Cumpre lembrar aqui,   que Ernst Heinrich Philipp August Haecke (1834 – 1919) (criador da palavra  Ecologia , leu a Filosofia Positiva  de  Augusto     Comte e recebeu de Juan Enrique Lagarrigue - Chileno, uma carta sobre a Doutrina Positivista, onde  já havia  uma expressão – BIOCRACIA – Bio = Vida e Cracia  = Governo.  Governo da Vida.

Entende-se por hipótese Gaia, a tentativa moderna, baseada nas próprias necessidades humanas afetivas, de um retorno ao  Fetichismo, ou de uma tentativa de incorporar  o  sentimento  fetichista, em relação à  Terra, por intermédio de uma nova interpretação dos fenômenos  que se passam  em nosso Planeta. Considerando o nosso Planeta dotado de uma vida própria ,semelhante a dos seus habitantes . É preciso notar  que existe uma diferença entre esta  concepção e  a concepção religiosa da  Terra, segundo a incorporação do Fetichismo ao  Positivismo. Os  Positivistas não concebem a Terra  dotada de inteligência, do contrário,  nós  não teríamos como explicar  que, um Ser ou melhor  um corpo  tão poderoso  e inteligente, criasse e sustentasse  tantas dificuldades,  à sobrevivência não só da   Humanidade - Isto tudo começaria a entrar em choque, com  o próprio  desenvolvimento da  Afetividade - Se nós tivéssemos que conceber a Inteligência Atual  do Nosso Planeta, haveria naturalmente  uma  revolta , pois se ela fosse inteligente deveria nos proteger muito mais do que faz . É preciso pois  que a atividade da Terra e os Sentimentos   que nós  concebemos que  ela tenha, sejam destituídos atualmente de inteligência. http://pt.wikipedia.org/wiki/Hip%C3%B3tese_de_Gaia

9ª Lei da Evolução, a Lei Afetiva - A sociabilidade é primeiro, doméstica, em seguida cívica e enfim universal; segundo a natureza peculiar de cada

 um dos três instintos simpáticos. 

Para melhor entendimento sobre esta lei, procure se inteirar da Introdução no link a baixo:

http://www.doutrinadahumanidade.com/livros/augusto_comte_para_todos_viii.pdf onde informações de sua  lógica poderão esclarecer suas dúvidas iniciais. 

Assim como a inteligência e a atividade, também o sentimento oferece a sucessão de três estados  A evolução afetiva, a mais importante das três, resulta das duas primeiras, que se combinam para tal fim, de modo a constituírem a base, material e intelectual, de cada um dos estados sucessivos da existência social. Diz Augusto Comte referindo-se à evolução da sociabilidade: 

“o movimento afetivo, sem admitir nenhum impulso direto, constitui a resultante necessária das duas progressões da inteligência e da atividade”. Augusto Comte, Système de Politique Positive, vol. IV, pag. 21. 

Os três termos do progresso afetivo são objetivados no grau cada vez mais aperfeiçoado, mais complexo e mais extenso da sociabilidade, devido ao prevalecimento, em cada um de um dos três sentimentos altruístas (veneração, apego e bondade). O apego em primeiro lugar, depois a veneração e finalmente a bondade, presidem respectivamente aos três estados de evolução da sociabilidade. 

E’ a sociabilidade revelada por um conjunto de atos convergentes da existência coletiva. Tais atos são impulsionados pelos instintos simpáticos, com o predomínio de cada um deles — apego, veneração e bondade em cada uma das fases da evolução afetiva.

A principio mesclada  de egoísmo, que concorre para estimular o altruísmo, vai aos poucos a sociabilidade perdendo esse caráter inicial grosseiro. Quanto mais adiantada é uma sociedade tanto mais predominam os três instintos simpáticos. Nas sociedades primitivas verifica-se inicialmente uma união, mais ou menos estável, para melhor defesa e ataque, para mas fácil conquista de uma presa animal, que sirva à alimentação, o para a mais segura realização dos outros atos simples e grosseiros. Mais tarde o  raciocínio intelectual pela colaboração adquire melhor desenvolvimento; a sociedade crescente institui a divisão dos ofícios para aperfeiçoamento dos resultados. 

A sociabilidade, à medida que se desenvolve e aperfeiçoa, adquire maior extensão. A princípio limitada quase exclusivamente à organização doméstica, que atinge seu máximo de extensão nas uniões de várias famílias só um chefe comum, a sociedade tende em seguida para a constituição das pátrias, estado intermediário e que prevalece na maior parte da grande evolução preparatória da Humanidade. 

A Família, a Pátria e a Humanidade constituem, pois, os três graus de sociabilidade onde predominam respectivamente o apego. a veneração e a bondade, e que representam os três estados sucessivos de aperfeiçoamento Social. 

Cada um desses três órgãos coletivos aperfeiçoa-se continuamente e concorre para a formação do seu sucessor.

A  FAMÍLIA,  A    PÁTRIA   e    A   HUMANIDADE

                                                                                    Apego            Veneração              Bondade

                                                                                    Doméstica          Cívica                  Universal

OS CINCO LAÇOS AFETIVOS que reúnem os Seres Humanos em torno da Família, da Pátria e da Humanidade, são:


APEGO            - Fraternidade    - Sentimentos entre amigos e irmãos

VENERAÇÃO - Filiação               - Sentimentos dos filhos para com os pais

BONDADE     - Paternidade       - Sentimento dos Pais para com os filhos.

                        - Domesticidade  - Sentimento de parentesco por consideração 

                        - Matrimônio        - Sentimento entre homem & mulher e vice-versa


O APEGO, a VENERAÇÃO e a BONDADE formam o AMOR, que participa como AMALGAMA da existência da harmonia DOMÉSTICA e MATRIMONIAL.

A VENERAÇÃO aos grandes vultos morais, intelectuais e artísticos do Planeta Terra, da Pátria,  do Estado, do Município, da Cidade e do Bairro, isto é, da Humanidade  que consolidam  sua necessária existência.

A VENERAÇÃO, aos grandes vultos morais, intelectuais e artísticos da HUMANIDADE, consolidam a fraternidade entre as pátrias, atingindo a globalização tão almejada pelos atuais governantes, que mesmo por um  esforço sobre-humano jamais atingirão, esta fase, se não for pela via da “economia – política positiva”, isto é, pela “introdução do Capitalismo Policiado’ onde ocorrerá uma predominância do comportamento Moral nas operações comerciais e financeiras, consorciada com as Leis das Sete Ciências e das 15 leis da Fatalidade Suprema; ”, e que no “futuro dos futuros”, o Capital($) terá sua Origem no Social e sua aplicação no Social. A previsão para que isto possa ocorrer, será quando faltarem às matérias primas devido ao consumismo em excesso e a poluição chegar a um nível insustentável da vida dos seres vivos no Planeta Mãe Terra. A não ser que pela Educação conseguirmos subordinar os egoísmos aos Altruísmos humanos, salvaremos a nossa morada.
Durante o primeiro estado de evolução social é instituída a Família, que concorre desde logo para o desenvolvimento dos três instintos altruístas, com o predomínio do apego. 

No segundo estado a evolução cívica exige como base fundamental a organização doméstica, pois as pátrias formam-se de famílias, que por sua vez constituem o elemento simples indecomponível de toda a existência social. E’, nesse segundo estado, sentimento dominante a veneração.

O terceiro estado de sociabilidade é o mais complexo de todos e o mais difícil de atingir-se por isso que exige muito maior pureza de sentimento. Para que seja alcançada essa terceira fase de modo que toda a espécie humana forme como que uma só pátria, um todo coletivo e homogêneo é preciso grande aperfeiçoamento de sentimentos e alto grau de moralidade.  O sentimento dominante é a bondade, ou amor universal. Os outros dois sentimentos altruístas, porém, devem ter chegado já a um elevado grau, para completarem a unidade afetiva constituída em torno da bondade.

 Aplicada na Sociologia 

Todo homem desenvolve primeiro o apego, gostando  da Família  em que nasce. A Família é um conjunto de pessoas, em torno de uma mulher - A Mãe - A Mulher deveria dirigir a Família e o Pai dirigir a Pátria. A Pátria é um conjunto de Famílias e a Humanidade que é um conjunto de seres convergentes dinâmicos de todas as Pátrias; hoje já temos  os Grandes Blocos, um  conjunto de algumas  Pátrias, União Europeia, Mercosul e etc. , e bem logo teremos a Globalização, ainda com o cunho predominantemente econômico de início,   com  o enfoque ecológico e por fim pela grandeza da  Fraternidade Humana 

Não devemos nunca esquecer a Veneração pela Nossa Pátria e o sentimento de Bondade pela  Humanidade ou Globalização ,no entanto uma globalização que forme uma amálgama  onde o “Mercúrio” desta “liga” seja  a Fraternidade . Doméstica: AMOR à FAMÍLIA - APEGO - amor entre os que estão no mesmo plano não são iguais. Não existe ninguém igual a ninguém. 

A Família, a primeira agremiação humana, foi a mais restrita, porém a mais enérgica, porque  teve como base  um dos mais fortes  instintos  animais  - o da conservação  da espécie , que em intensidade, só é superado pelo instinto da conservação individual. Sob a  preponderância  do instinto  sexual , associado ao instinto materno, formou-se a família das outras espécies animais , que dura, normalmente, apenas o tempo necessário  para a criação da prole, dissolvendo-se logo após. Na espécie humana, os instintos altruístas criam a sociabilidade dilatando e prolongando essa instituição, que se tornou permanente. Iniciada com o par fundamental prolonga-se através dos filhos, netos, bisnetos, etc., e dilata-se   colateralmente  pelos tios , cunhados, primos, etc., levando-se em conta , as condições  características da vida  primitiva. 

Esta simples consideração, não só distingue  a família das espécies homo , das demais  famílias do reino animal, mas caracteriza  o desenvolvimento crescente da sociabilidade humana.. Em breve outra associação mais extensa e também mais forte naturalmente  aparece

: a Pátria 

É de a observação cotidiana assistir o afeto das crianças pelas  pessoas   que imediatamente a cercam : os pais, os irmãos  , os parentes.

Os estranhos  tende as lhes dar medo e repulsa. Só quando percebem  a acolhida  que                os  seres  caros , a esses estranhos   dispensam , é que  as crianças   a eles  estendem  o seu  afeto , amando-os  como os pais , a  irmãos e parentes . As afeiçoes das crianças se limitam  à família. 

Na infância  o homem  ama sobretudo  a Casa  e a Família . 

Com o decorrer da idade, aumentam os círculos das afeições, e chegando à idade adulta, começa a ter o sentimento  de seres  coletivos superiores à  família : são  a terra  em que nasceu  e vive , gente que fala a mesma língua  e habita o mesmo solo ; ama então a cidade  e a Pátria , como amava a casa e a família , às  afeições domésticas juntam-se as afeições cívicas .

Mas é bom lembrar  , que se formaram  outras agremiações  , entre a Família e a Pátria, cada vez mais extensas  , preparando a  Pátria. 

Cívica :  AMOR A PÁTRIA -  VENERAÇÃO  - Amor dos inferiores aos Superiores   

                Na Mocidade o Homem  ama    sobretudo  a  Cidade e a Pátria . 

Durante muitos séculos, a sociabilidade humana não ultrapassou  os limites  da Pátria. Os Povos, em geral não conseguem levar mais longe os seus sentimentos, considerando os povos vizinhos como inimigos, cada qual procurando dominar pela força .Infelizmente, neste  particular, a situação  hodierna  pouco se  alterou, apesar   das iniciativas generosas, que se  vão se sistematizando cada vez mais e  infelizmente  o ser humano ainda  não  registrou, por mutação genética, estes padrões básicos de  comportamento de sentimento, pensamento e de caráter, que melhor asseguram a harmonia social  e que só tem ficado em nível  de cultura.  

Mesmo com algumas grandes  barbaridades,  com  os espíritos  de escol, podemos dizer  que começam    desde cedo,  a sentir  a necessidade  da associação  dos povos,  para formar  a unidade da espécie  humana.

                Universal: AMOR À  HUMANIDADE - BONDADE  - AMOR DOS  SUPERIORES AOS INFERIORES –  

                Na madureza, o Homem Ama a Humanidade, a Terra e o Espaço Sideral. 

A princípio, pensava-se que esta unidade se obteria  pela conquista  de todos os  povos, subordinando-os  à  preponderância  de um só. Essa foi a opinião de vários  guerreiros da antiguidade, como por exemplo, Ciro, no Oriente , Alexandre  no Ocidente  Grego , e muitos outros  conquistadores romanos. 

O apogeu do altruísmo  será quando o homem, isto é,  quando a população da Terra    estiver realmente controlada , e ao mesmo tempo, se estenderem   às afeições, às  seres coletivos mais complexos , isto é , além  da cidade  e da pátria, o adulto  se afeiçoa às Párias de  mesma língua, onde  existam instituições  similares , e assim de grau em grau, se chegará  a  abrange , no seu afeto , a Terra inteira e ao Espaço, considerando todos os povos, como uma só família , uma só pátria, todos os homens como irmãos: será apogeu do Altruísmo, assim o indivíduo atingirá o grau máximo da Sociabilidade: a Sociabilidade Universal. 
           
                Contemplando o espetáculo histórico, verifica-se  evolução análoga  .

                Os povos primitivos  , ainda imersos no fetichismo, limitam os afetos a família , o  único ser coletivo  que realmente conhecem:

A sociedade por eles constituídas  é essencialmente  uma sociedade  familiar, fundada  no Apego.  Como podemos ver na Civilização Chinesa, onde o fetichismo, perdurando   excepcionalmente, organizou uma sociedade política e religiosa, baseada  exclusivamente  nos sentimentos domésticos. As relações existentes dirigentes e dirigidos, tem o mesmo caráter das que  existem  entre pais e filhos, antes da revolução de 1911 , que acabou  com o regime monárquico  e instituiu  a República da China , o Chefe do  Estado   o Imperador  , era considerado  o pai  e a mãe  de seu povo.  Amor de Apego. 

Estendendo as afetividades, das famílias, à tribos, às castas, nas sociedades teocráticas , formaram-se  por fim as grandes aglomerações  de povos incorporados  por meios militares. Surgiu a noção de Pátria: isto é, conjunto de famílias, ligadas por um mesmo governo político, em  torno de uma cidade preponderante . O Império Romano é o tipo de novo ser coletivo:  conjunto de povos congregados  em  torno de Roma, sob  o ascendente  de um  mesmo  governo. Nascido na Espanha, na Itália e na Gália, os  habitantes do Império Romano, quando  adquiriam  a qualidade de cidadãos, não  o eram  como  espanhóis  , italianos ou gauleses mas como romanos, filhos da cidade  de Roma. Civis romanaus sum, era o grande título de glória  para  o habitante  do Império, que o possuísse. Desta forma assistimos à expansão extraordinária de um sentimento mais elevado, mais extenso, mais cívico, ancorado na Veneração.  

Finalmente, com o advento do Monoteísmo Cristão,  ligado por uma crença comum , as pátrias  oriundas da fragmentação  do Império  Romano , aparece um novo sentimento social  ainda  mais elevado, extenso e nobre -  a  Cristandade . Com Saulo de Tarso, genial pensador, de profundo espírito Social, hoje conhecido, como São Paulo. Ao analisar o problema religioso, viu desde logo, que pela ciência, propriamente dita, não poderia alcançar o intento: haja vista como a ciência se limitava, então, à parte elementar da matemática, da astronomia, e aos princípios da biologia, que tinham origem na obra de  Aristóteles. O Objetivo seria, contudo, alcançado pela teologia, não politeica, porque esta estava inteiramente gasta  e  desprestigiada, no entanto o caminho seria pelo monoteísmo. 

Sendo judeu, suas ideias eram naturalmente  voltadas para  o monoteísmo judaico,  mas este se afigurava impróprio  para os povos de origens  e crenças  diversas, geralmente politeicas. Além disto, a concepção judaica estabelecia, entre  a divindade e o homem , relações  demasiado grotescas , pois  algumas lendas bíblicas  já eram assunto de motejo , para os  espíritos meditativos .  

                Pensou, São Paulo  então,   associar o monoteísmo à filosofia grega.

E, sem desprezar totalmente a origem judaica  do monoteísmo, dirigiu a atenção  para o pensamento aristotélico. 

Aristóteles, embora  emancipado da teologia , reconheceu  que a evolução natural , levava os povos  para o monoteísmo, antes de serem completamente empolgados  pelo espírito  positivo , mas receava  que as construções monoteicas , embora  emanadas   de pensamentos individuais , ( ao contrário das politeicas , que eram  de origem popular), ainda tivessem caráter  politeico.  Receava que a divindade, posta em contato  demasiado íntimo com  os homens, como acontecia  no politeísmo, tornasse  assaz ridículo esse conchavo. Nessas condições, concebeu a divindade em situação tão elevada, que  nenhum contato houvesse  com os homens;  submeteu  o mundo  e o homem  às leis  naturais, e entregou  o seu governo  a dois ministros metafísicos, o Destino, já muito familiar  aos politeístas, representando o conjunto das leis conhecidas, e a  Fortuna, compreendendo as leis  desconhecidas. 

Em tais condições, o espírito  positivo  , ficou inteiramente livre  para a  pesquisa das leis naturais , porque, longe  de  contradizer  a existência de Deus  , procurava apenas  a legislação  por Ele  dada  ao Mundo e ao Homem. 

Mas ainda tirava de Deus a responsabilidade dos males que  frequentemente  ocorrem  , quer   dos homens com a Natureza quer dos homens entre si. São Paulo aceitou essa concepção, modificando-a  ligeiramente , no que  era  indispensável  para  a sua construção  religiosa.  Atribuiu à Deus  a faculdade de  suspender, ocasionalmente , o domínio das leis naturais e o governo perpétuo do homens;  daí a ideia de milagre , introduzida no catolicismo. 

O próprio Aristóteles, reconheceu  a contradição  existente  entre a sua teoria  do  entendimento humano, inteiramente  positiva , que não dava   existência  exterior  às  concepções  puramente espirituais , e a concepção de um Deus  material ,  existindo realmente fora de nós. 

Esta ideia contraditória, que não escapou á sua  eminente inteligência, patenteou-se, mais tarde, ao pensamento  dos próprio católicos, quando, um  tanto arrefecidos ,  do instinto social , começaram a meditar profundamente  sobre  tais assuntos. Daí as graves discordância  sob  as  denominações  de realismo  e nominalismo,  iniciadas na  Idade  Média. 

Os realistas colocados  no ponto de vista de Pitágoras e de Platão, que  propositadamente  haviam dado realidade  objetiva às  concepções  do espírito, afirmavam  a existência , no mundo  exterior, de  tudo  quanto  o espírito religioso  havia concebido.

Os nominalistas, porém, convictos  de que tais ideias, não  passavam de  concepções do espírito, isto é, de simples nomes, sustentavam  que nenhuma  realidade  exterior podiam ter.  Deste modo, solapavam  completamente  todas as lendas , todos os mitos e ficções,  em suma todo  o apoio  de qualquer teologia, mesmo   monoteísta , dando origem  à contradição  irremediável, que  cada  vês mais  se acentua, entre  a teologia e a positividade. 

Os pensadores católicos, que  negavam  a realidade exterior   das ficções  e concepções subjetivas , davam  à sua  teoria do entendimento humano, isto é, a  teoria  aristotélica, a denominação  de  conceptualismo, de meros conceitos. 

Tal foi a discussão sustentada entre Abelardo e São Bernardo. Este compreendeu que o conceptualismo ou nominalismo solapava inteiramente o teologismo é por conseguinte, o catolicismo. 

Subordinando a Inteligência à Fé, e adaptando a crença às necessidades morais e sociais do momento, condenou irrevogavelmente  a concepção positiva do pensamento  humano. 

Embora  construindo  de acordo com a filosofia  grega , ensinada  por Aristóteles, exceto neste  particular , o Catolicismo  entrou  em conflito  com a ciência moderna , logo  que  pensamento  dos filósofos retomou  o caminho  aberto  pelos gregos; eis como , o Clero  Católico, pioneiro  da Positividade  na Idade Média,  tornou-se opositor   pertinaz , nos tempos modernos. 

Esta discordância tão prejudicial no Catolicismo - a tendência de dar realidade objetiva as meras concepções subjetivas  - se  observa , também, nos  cientistas modernos,  que  confundem  artifícios lógicos  com leis naturais. Confundem, assim  na Ciência , os andaimes com o  edifício    em construção . 

Enquanto o  Amor  da  Pátria  reunia  famílias  diferentes, a Cristandade  congregava  pátrias  diversas.

Foi este novo afeto coletivo, que superando as divergências  posteriores  do Monoteísmo Cristão, bipartido em Catolicismo  e Protestantismo , se mudou da  Ocidentalidade , e estendido do  Ocidente para o Oriente, abrangendo todos os povos da Terra , constitui  o sentimento de união  Internacional, que hoje se apregoa  e é o precursor da  Sociedade  Universal do  Futuro, com base na Bondade.                                                     

MORAL

7ª Lei da Evolução Intelectual na Moral 

Moral Fictícia: Concebe-se a influência objetiva dos fetiches sobre  a mente Humana; que passa a  sentir, pensar e agir de acordo com  o Feitiço - A bruxaria não é outra coisa se não o acordo do feiticeiro com o  fetiche  para produzir sobre outrem , um determinado efeito benéfico ou não. (magia negra ou magia branca;  a Umbanda e a Quimbanda) . Na verdade o que ocorre é que  o outrem  no estado de  ignorância em que está  se auto sugestiona  e admite  está sendo influenciado e na verdade é  ele mesmo, que se auto  condiciona. Achando que tudo vem do Feiticeiro. O Homem pré-histórico e o silvícola atual, caçavam , levavam a caça para a tribo, já sabendo que esta seria dividida por todas as famílias. Era um,  fazendo o bem de todos. Agradecem e amam a  Natureza pela a sorte  de poder levar  a caça  aos seus pares, que estão em outra atividade, sem cobrar nada por isto.(Comunismo Primitivo); Atitude de querer bem  a todos, para que todos façam o seu bem.

 Moral Politeísta e Monoteísta: A influência sobre  a subjetividade humana era  concebida  como a ação  dos  deuses, de demônios   ou de Deus  sobre a   Alma; a revelação e a possessão  explicavam  por exemplo,  a inspiração artística, o êxtase, as intuições da inteligência, e os entusiasmos oriundos dos sentimentos,  expressos  pelo  caráter. Com o passar do tempo, por exemplo, os índios brasileiros, tinham a mesma atitude dos fetichistas, a vontade de ajudar aos demais, para poder se usufruir do que os demais lhe   davam em troca;  só que em vez de , agradecer a Natureza, agradeciam aos espíritos do Bem , ou ao deus Tupã. A Moral estava ligada, as normas religiosas, aos Mandamentos das leis de Deus, no Catolicismo. Graças a DEUS!    

Moral Abstrata ou Metafísica: Os fenômenos de sentimento, pensamento e ação são explicados na metafísica como  sendo  o efeito  de fluidos, forças , energias, vibrações  da alma ou sobre a Alma. E Esta é concebida como um ser à parte, cuja existência objetiva  não dependeria  da existência  do Corpo. Exemplo de atitudes de Moral Metafísica: Cada um por si e Deus por todos, oscila entre os estremos. Cada um faz a sua moral de acordo com a sua consciência. Moral democrática. O grande absurdo em que vivemos. Parentes, parentes, negócios à parte. Não preservam  nem os familiares - são altamente egoístas .
Moral Positiva: Os fenômenos de sentimento, pensamento e ação, são concebidos, na Moral Teórica, como funções do Encéfalo; e os fenômenos de Santidade, Genialidade e Heroísmo são concebidos na Moral Prática como o  resultado do exercício dos órgãos  correspondentes a tais funções. O Positivista desenvolve a sua vida afetiva de sentimento resultante de emoções; de inteligência e de ação em torno, respectivamente do Culto ( pelas Artes do Belo e do Bom) do Dogma ( pelas 15 Leis Naturais  e pelas  Leis Naturais das  7 ciências)  e do Regime (pelas  Disciplinas), do Gran- Ser: Família , Pátria e Humanidade, sustentada pela Terra  e Envolvida pelo Espaço. “Amar, Conhecer e Servir ao Gran Ser Social  eis o  destino da Vida Humana”.
8ª Lei da Evolução Ativa na Moral 

                Podemos dividir a Evolução da  Moral em :                  


                                                                                              Teórica   

·         Moral Preparatória ou Conquistadora ou Guerreira..........................................................EGOÍSTA

                 Moral Fictícia                                                       Prática


                                                                                              Teórica

·         Moral Transitória ou Em Curso ou  Estado de Alerta...............................................“EQUÍVOCA”

                Moral Metafísica - Ou da consciência de cada Um.                                    (Egoísta/Altruísmo)

                                                                                              Prática

               

                                                                                             

                                                                                              Teórica

·         Moral  Cooperativista ou  Pacífica ou Industrial...............................................ALTRUÍSTICA

                               Moral Científica ou                               Prática

                               Moral   Definitiva

               
                Caso venhamos acompanhar  as ações  de cada  Ser Humano, desde a Infância  à Madureza(21 anos) , notam-se  diversas formas de comportamento, e aí entra  a  Educação , para moldar as atitudes,  e exercitando primeiramente os bons sentimentos, nutrindo a inteligência , para ações altruístas; e depois nutrindo de  alfabetização. Até a instrução científica e tecnológica. Na fase transitória em que nos encontramos será necessário ainda complementar tal educação por meio do  aprendizado concreto ,isto é, teatrinho, dos maus exemplos e comportamentos amorais, que os Seres Humanos , na fase  0-14 anos de idade,   poderão se deparar, afim de  saber distinguir  os Verdadeiros  Altruístas, os que estão no caminho do altruísmo e dos falsos altruístas. Educar, para que aqueles que estão em treinamento possam também distinguir os Egoístas dos Altruístas.  

                A criança quando já é capaz de agir  por si mesma , normalmente   age com mais ou menos violência , contra tudo que a contraria; quer satisfeitos todos  seus  caprichos  sob pena de chorar, gritar e esbravejar, de destruir as coisas e  até bater nas pessoas. Para acalmá-la  é necessário ceder com educação, convencendo ou reprimindo , mostrando as consequências , ou se nada disto der resultado reprimir com penalidade, estes acessos de cólera.  Isto tudo   resulta do  desejo de posse   não satisfeito.

                É um brinquedo que não lhe pertence  e que quer possuir . É  um bombom  que  deseja  comer  e não  lhe  deixam. Se não o impede , apossam-se  deles  à força , pensando que procedem muito bem. Se não os educamos, ele , o garoto  ou garota,  opera  assim   uma posse  forçada; faz uma Conquista Egoística, com base em uma Moral Individualista  ou Preparatória.

                Mais  tarde, ao chegar a mocidade , suas atitudes serão menos agressivas, devido a uma educação recebida , ou lapidado pela  suas atitudes  na vida, no entanto guardam ainda  violências . Sem querer usufruir  exclusivamente pela  força  o que é de outrem , como tendem a fazer  as crianças ,  procura  o moço  defender-se  do  que dele   querem  tomar,  o que julga ser seu. Assim por exemplo , se os  objetos  que aos falecidos pais  emprestaram  lhe reclamam  , nega  entregá-los  apesar de não serem seus. Inventa  ardis  para o fazer  e chega a ameaçar  com atos  de força  ao reclamante  cujo direito por falta de provas  só se baseia  em razões  de ordem  Moral Transitória ou Equívoca. Essa Atitude é um processo Militar  embora menos enérgico ; não é mais conquista , não é mais  ataque;  é  defesa. 
                Chegando ao maior grau de desenvolvimento, reconhece que sua ação sobre  o mundo  deve ser praticada  sem violência  para obter  o que não possui  ou conservar   o que lhe pertence.
                A dádiva e a troca, são meios  rudimentares  de transmissão, anteriores à própria  conquista  ou com ela   concomitantes, tornam-se, em plena Madureza, exclusivamente  usados . É a atividade puramente  Pacifica, sem emprego da força  e da fraude, para adquirir  ou conservar ; não há mais luta ativa ou passiva  , ataque ou defesa; há  paz , há trabalho, com base na Moral Positiva ou Moral Definitiva ou Moral Científica - Cooperação Pacífica Industrial , de cunho Altruísta . A Força  não se exerce diretamente  ou indiretamente, sobre as pessoas  em favor de outras , mas  sobre algumas  coisas em favor  das pessoas. O Homem na Maturidade  dá ou troca  pacificamente os bens , sem violência  e sem fraude , ocorrem as parcerias. Isso porem não quer dizer que anormalmente não haja  crianças  pacíficas  e adultos  belicosos. Mas num e noutro caso, confirma-se a lei, porque se trata de exceções, isto é, de anomalias.

É certo também que nos meios  civilizados, dada a influência  secular  da educação, essas fases são bem pouco diferenciadas  nos  indivíduos;  de sorte que muito antes da madureza  , ainda  na adolescência, o homem já  atingiu  o último  grau da atividade prática, salvo  os  remanescentes das fases  anteriores, que aparecem  muitas vezes  entre  as  manifestações  do estado final . 

9ª Lei da  Evolução Afetiva na Moral 

Onde analisamos o comportamento individual do ser humano fora da sociedade.
Para analisarmos o comportamento individual do Ser humano a Ciência Moral Teórica Positiva ou Ciência da Construção ou ainda conhecida por Psicologia Científica, com seus Sete Teoremas;  onde o primeiro é composto da análise  da Alma ou Psique ou Mente Humana com seus órgãos  afetivos (Sentimentos), faculdades intelectuais( Inteligência) e qualidades práticas (Caráter) nos apresentam solução para muitos dos problemas humanos. Todas tem por sede o encéfalo, de sorte que, sem discutir a natureza  da alma , sem indagar se é apenas uma propriedade do encéfalo, como nos ensina a ciência , ou uma entidade estranha  que o toma por instrumento , como pensam os metafísicos; o certo é que sem o encéfalo não há alma ou psique; donde  temos a definição positiva ou científica  : “alma ou psique ou mente”, que  é o conjunto  de 18 funções do encéfalo – se existe funções existe órgãos.          Vide detalhes sobre este tema em: Teoria Positiva da Abstração e Quadro Sistemático da Psique ou Alma Humana. http://sccbesme-humanidade.blogspot.com.br/2012/12/teoria-positiva-da-abstracao.html   http://sccbesme-humanidade.blogspot.com.br/2012/12/blog-post_4278.html

Dos três grupos de funções psíquicas, que são a fonte de nossos afetos , dos nossos pensamentos,  e de nossas ações , as primeiras  , isto é , as funções afetivas , não tem relação direta com o mundo exterior  -- a paixão é  cega , já diz a sabedoria popular ---  e determinam o impulso que estimula o  pensamento , produto  das  funções  intelectuais  e provocam  os atos ,  produzidos pelas funções práticas . Não há dúvida  que toda  nossa vida psíquica  depende   fundamentalmente  dos  nossos sentimentos .

Para  Pensar e Agir é preciso   Sentir” .  Augusto Comte

No entanto os sentimentos emanados dos nossos órgãos afetivos são de duas categorias: uns nos levam a  amar a nós  mesmos  e outros  a  amar  a outrem . Por uns vivemos para nós, por outros vivemos para outrem. Constituem os primeiros os egoísmos e os  segundos os  Altruísmos .
Dependendo  dos sentimentos , todas as nossas ideias  e todas  os nossos atos  , serão alguns  mais ou menos egoístas  e outros mais ou menos  altruístas, conforme predominarem  os instintos   pessoais   ou os móveis  da Sociedade.
Quando predomina  o excesso de egoísmo  temos a  existência puramente de um homem  hiper-doentio, isolado, altamente problemático, revoltado, mal caráter,  muitas vezes canalha , etc. , mas quando  predomina  o altruísmo, a tendência para a  existência humana  é de um homem , de grande sociabilidade , passa a ser um Ser Coletivo.
A vida plenamente social, só é compatível com subordinação  do egoísmo ao altruísmo.
Tende a perturbar-se  ou extinguir-se, quando esta subordinação  desaparece  pela igualdade  da colaboração ,  ou pela preponderância do egoísmo.
Para demonstrá-la basta contemplar o espetáculo histórico e apreciar o desenvolvimento  dos indivíduos,   desde a infância  à madureza, do seio da família - Doméstica  até  a fase Universal , por meio das disciplinas  a serem atingidas .
Doméstica - Moral  Doméstica Positiva – A Moral Social desenvolve o homem formado pela Família.  

Cívica  - Moral  Cívica Positiva – Educar o Homem para a Pátria.

                Universal  -  Moral   Positiva do Ocidente & Moral Planetária Positiva -

                A Moral  Positiva  do Ocidente  tem por fim  dirigir  a existência  de suas diversas populações , solidárias desde  Carlos Magno, e que compõem  a República Ocidental , imaginada por Augusto  Comte  e hoje   iniciada com  a União Europeia .

A Moral Planetária Positiva, tem por finalidade  consolidar  sistematicamente as tendências  universais  para a unidade terrestre. 
Vamos aqui abrir um parêntese  e  tecer comentários  sobre a:
Relação entre as três Leis da Evolução Humana : Afetiva ,Intelectual e  Ativa ou Prática.
Depois desta visão das três leis  da evolução  individual  e coletiva , vejamos as suas principais  correlações .

 O Fetichismo lançou espontaneamente os fundamentos  da ordem humana, estabelecendo a preponderância do sentimento sobre a inteligência e sobre  a atividade;  subordinou o homem ao Mundo  , e  abriu caminho para a evolução social da Humanidade ,  instituindo a vida sedentária, fundando definitivamente a família,  e lançando as bases  da ordem  futura, pela instituição do sacerdócio.
O Fictício, harmoniza-se  melhor  com a guerra  do que com a Indústria,  porque  aquele regime  é mais  espontâneo que o Industrial, e também  a guerra  é a maneira mais  natural  de congregar os homens ,  no começo de sua evolução.
O regime politeico apresenta  duas formas  características :
Politeísmo Conservador Teocrático e  Politeísmo  Progressivo ou Militar.
Somente a fase politeica do teologismo se harmoniza com a guerra de conquista, sendo o politeísmo uma concepção de origem popular, não provoca a incompatibilidade que se observa nas  diferentes formas  do monoteísmo, provenientes , cada uma, de um pensador.  O Politeísta adora  os Deuses , conhecidos ou desconhecidos, ao passo  que o monoteísta  adora  um só Deus, aquele que  conhece  e  admite, com exclusão dos demais,  que  despreza. Esta adoração ao seu próprio Deus, só é admitida segundo a forma instituída pelo filosofante. Dessa discordância surgiram as guerras e ainda surgem, entre os monoteístas católicos,  maometanos, protestantes e judeus.
Essa observação mostra a priori, que  o politeísmo se  harmoniza melhor com a  guerra de conquista, enquanto o monoteísmo se torna  impróprio para a  assimilação  dos   povos  conquistados, destruindo-os completamente , quando  não  alcança  a conservação  pela Fé  , geralmente impossível , dada  a situação mental   dos povos vencidos. A confirmação do que acabamos de   expor  , está  no empate irrevogável ,do monoteísmo  Islâmico e Católico. E o conflito de hoje em dia entre o monoteísmo maometano e o monoteísmo judaico. Estas  aberrações ainda existentes  , provam o desconhecimento dos  dirigentes políticos  e  religiosos , para pôr  fim a estas  loucuras, de incompreensão que o Ser Humano ainda em certas áreas do globo terrestre , procura pela guerra resolver o problema, que por este caminho jamais terá solução. Nenhum nem outro, se subordinará ao outro. A região da Palestina   no Oriente Médio se comporta  no estado de evolução Humana , violentamente atrasado, já superado por muitos  povos  no Mundo.
O Positivismo considera  a batalha de Lepanto (07-10-1571 Turcos e Cristãos) , como sendo o termino  final  do  verdadeiro  regime  guerreiro, pelo combate dos dois monoteísmos, cuja  irredutibilidade  nenhum deles  poderia então compreender.

O regime Industrial, exigindo, cada vez mais, o conhecimento da ciência, só se pode harmonizar  com o espírito positivo . Por outro lado, esse gênero  de atividades  ultrapassa  hoje  os limites  das antigas castas , alcançando  todos os povos  e todas as pátrias.  Exige colaboração tão  extensa  e intensa , que só a sociabilidade  final , isto é , a  confraternização universal  pode  conseguir.
Já utilizamos, hoje em dia, intensamente, para as necessidades pessoais, domésticas e das  pátrias, os produtos  elaborados em todas as partes do Mundo. As Indústrias nacionais, carecem de matéria prima de todos os continentes, e muitas vezes ainda recorre  as   experiências  e  aptidões  especiais,  estranhas as nacionalidades.  A felicidade de cada povo  depende, sempre mais, da colaboração de todos  os povos, e as  aptidões, cada vez mais, decorrem  do passado. Nenhum regime Social  caracteriza melhor  a íntima  ligação  com o conjunto dos  povos que  o regime Industrial, mas que já está em crise hoje em dia. Como pode ser  visto  no livro “The Crisis of Industrial Civilization”- The Early Essays  of  Auguste Comte ( Edited and Introduced by  Ronald Fletcher)- 1974 .
A evolução ativa, portanto, não se prende, apenas, à evolução intelectual, mas também a evolução afetiva. Se o regime industrial moderno se relaciona, intimamente, com a confraternização dos povos, o estado mental, que se estende do monoteísmo à metafísica, harmoniza-se com o regime militar defensivo, conservando, entretanto, o núcleo, que traz consigo os mais  seguros elementos de progresso.
As considerações que acabamos de fazer, não se deve inferir, que a sociedade moderna, mais avançada, a sociedade ocidental, ou  sequer  os povos que atualmente  se  reputam  supercivilizações, hajam  percorrido todos os  degraus sucessivos  da evolução  intelectual, ativa e  afetiva  da humanidade. Esse percurso foi feito, apenas, por  alguns  espíritos de escol  destes povos.
Isto quer dizer, que o mesmo pensador, o mesmo cientista, podem estar atualmente, em graus diversos  da evolução  intelectual, conforme  o assunto que  está se tratando . No estado  positivo, quando cuida da matemática, da  astronomia , ou até da  biologia;  no  estado  metafísico em Sociologia, sendo teologista em Moral. Esse mesmo cientista, em  matéria de sociabilidade, geralmente,  não atravessa as  fronteiras  da Pátria, considera inimiga as outras Pátrias, e aspira  preponderância  universal de sua nacionalidade. Quanto a  afetividade, vai  pouco além da própria família, cujo número muitas  vezes  restringe, cedendo ao egoísmo pessoal. Os admiráveis surtos, de sensibilidade  de afetividade, que  observamos na sociedade moderna, resultam  da atuação   de espírito de Escol (Elite).  A demonstração  irrecusável dos  instintos  altruístas,  inatos ao homem, está na liderança,  sobre as naturezas  vulgares  desses elementos  excepcionalmente avançados da sociedade Moderna.
Abordemos agora, sumariamente  os  transtornos , ou melhor as dificuldades, que se opõem  à  massa popular , para  seguir  os impulsos dessas  naturezas  excepcionais .
Como anteriormente abordamos, a evolução humana  decorre muito da evolução  intelectual, porque   esta faz conhecer o Mundo  e a Sociedade, modulando  as Suas Afeições.
As grandes dificuldades opostas  à   mentalidade , no passado, e até  mesmo no presente , para  compreender  a teoria do   entendimento humano  de Aristóteles,  emancipando-se  das ficções teológicas , do domínio da Moral e da Religião , impedem  , ainda hoje , a plena  aceitação  das concepções  Morais  e  Sociológicas  Positivistas deixada por Augusto Comte .
A este  obstáculo intelectual, hoje  superável,  juntam-se  outros de natureza ética, criados  pelo orgulho e pela vaidade  individual , ou nacional , sem falar  na ação da Lei da Persistência , generalizada a todos os fenômenos.
É muito penoso para o Orgulho e Vaidade do Cientista  moderno,  que se presume  omnisciente, reconhecer  o atraso  de sua evolução intelectual. Também é irritante, para o Orgulho Nacional ,reconhecer  que outra nação , de menor  potencial militar   e pequeno desenvolvimento  industrial , assimilou os elementos intelectuais , mais adiantados da  Civilização Moderna .
Para o espírito humano é mais difícil de corrigir  erros inveterado, do que descobrir verdades novas , e ainda  mais dificultoso  modificar sentimentos  e costumes apoiados em  ideias antigas , adaptando-os  a novas  concepções .Dai os   enormes embaraços  encontrados   pela grande renovação  contida  na Obra de Augusto Comte.

Não é de se estranhar, que justamente, no mundo intelectual, se originasse a maior  oposição  ao surto  e ao  desenvolvimento  desta obra  incomparável.

O Elemento Científico, mais que o teológico, tem colaborado   para  estagnar esta evolução.

O Fato não é de se estranhar.

Embora  fictício, o  elemento  teológico  visa principalmente  a manter  a ordem  humana,  no que diz respeito  à moral  e ao bem social , ao passo que  o elemento intelectual , quase sempre divorciado da moral  , não hesita  em afastar-se  , também , da razão ,  sob o intenso impulso  da vaidade e do orgulho.

A Instituição da Ciência Sociológica, em condições  inteiramente Positivas, como fez Augusto Comte, deu aos governantes  luz tão intensa, isto é, bases sólidas e científicas, como a astronomia  ao navegante, e a biologia ao  médico .Tão  complicadas  são as relações   sociais e tão  difíceis  os problemas  modernos, que não basta  o simples  empirismo  inteligente  para  dirigi-los;  são necessários  os esclarecimentos  sistemáticos, as luzes teóricas , para resolver  os seus intrincados problemas. O resultado desta situação, reforçada pela ignorância do público. Que desconhece   existir  para os fenômenos  Sociais , uma  ciência tão positiva , como as outras  , e  por  conseguinte, os princípios básicos dessa própria ciência  -  é que   os povos  modernos   ficam inteiramente expostos  à ação  de Políticos  Aventureiros, como tem ocorrido e ocorre em nações , que  se presumem Supercivilizadas . Essa nações   são hoje  o maior flagelo  da Humanidade.

Os principais  causadores  da calamidade  em que vivemos  , os principais responsáveis  pelos seus crimes , são  os representantes  da Ciência  Acadêmica , que se  esforçaram , a  princípio , por  morrer  de fome  o Renovador Moderno , e  acabaram abafando, na  conspiração do silêncio, sua obra regeneradora, para que  as gerações  presentes  e vindouras ,  por muitos séculos , ignorassem sua existência , de modo  que  a anarquia  e a  Retrogradação caminhassem  livremente, satisfazendo os seus caprichos e apetites individuais. Nestas condições os povos modernos se acham  expostos à  exploração  de qualquer  aventureiro, mais ou menos  hábil,  mais ou menos paranoico, criadores de ideologias obscuras  e fantaziantes , os  meros  gozadores do poder, incultos e sem Moral Positiva. No entanto agora com  a Internet, será possível  alimentar   a obra de  Augusto Comte , este será o grande trabalho, para o bem da Humanidade, em conjunto  com muitos  colaboradores.

Resumindo, podemos afirmar, que as operações encefálicas realizam-se invariavelmente  segundo as leis  Estáticas do Entendimento . No entanto seus resultados,  variam com o tempo , tanto no Indivíduo como na  Espécie, isto é na Sociedade .
Sentimos, Pensamos e Agimos; observando a subordinação do subjetivo ao objetivo; a vivacidade e nitidez das impressões relativa às Imagens e a  preponderância  da Imagem Normal.

Mas as Ideias, os Atos, e os Sentimentos que daí provê:
                        ·        Ora são Ficções, Conquistas  ou Afetos Domésticos ;

·         Ora são Entidades, Ações de Defesa  e  Afeições  Cívicas ;
·         Ora, finalmente, Verdades Positivas ou científicas, Trabalho e Amor Universal.
De sorte que,  a par das leis que regulam  o equilíbrio, existem as leis que regem  o movimento  do aparelho encefálico ;  a par das Leis  Estáticas , há as Leis Dinâmicas  do Entendimento. São as Leis da Evolução, em número de três: A Lei Intelectual, a Lei Ativa e a Lei Afetiva.  Todas as Três Leis podem ser codificadas harmonicamente, segundo a designação consagrada à primeira delas,  chamando-lhes de Leis dos  Três Estados :

                               a) Leis dos Três Estados  Mentais
                               b) Leis dos Três Estados  Ativos

                               c) Leis dos Três Estados Afetivos.

Estas três Leis constituem a Lei Universal da Evolução  Individual  e Coletiva do Ser Humano.

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