sábado, 26 de dezembro de 2015

O POSITIVISMO CITADO POR LEANDRO KARNAL



O Positivismo citado por Leandro Karnal
                                                           Arthur Virmond de Lacerda Neto
                                   26.XII.2015.

Em dezembro de 2015, Leandro Karnal referiu-se, em conferência na Universidade Federal de Uberlândia, ao Positivismo, nestes termos: “Ser positivista é um xingamento que atinge a todas as pessoas. Não obstante, em todas as bancas os temas mais tratados são: erros de redação, falhas da ABNT e erros de data. Nós odiamos o Positivismo, mas as bancas são positivistas”.

            Positivismo é a doutrina criada pelo francês Augusto Comte, cujos princípios fundamentais correspondem:

a) ao entendimento, em filosofia, de que o mundo existe e funciona segundo leis naturais que lhe são inerentes, e não segundo a intervenção de seres sobrenaturais (deuses) nem de energias, espíritos ou forças igualmente sobrenaturais. O reconhecimento das leis naturais permite a previsão dos fenômenos e, em certa medida, a intervenção neles.
b) ao entendimento, em religião, de que há um ser supremo, superior aos indivíduos, a Humanidade, conjunto dos seres humanos de todos os tempos, úteis ao seu semelhante.
c) ao entendimento, em moral, de que o altruísmo, vale dizer, o sentimento e a prática do bem, é preferível ao egoísmo sob qualquer das suas manifestações.
d) ao entendimento, em política, de que o governo deve limitar-se a atuar sobre as coisas, sem interferir nos pensamentos, ou seja, deve ocupar-se da administração da vida material da coletividade e abster-se de ingerir-se no que se relacione com as convicções das pessoas: não deve o Estado impor nem proibir nenhuma religião, tampouco os atos de culto correspondente, nem nenhuma doutrina. O Estado deve ser laico, neutro em matéria de religião e de doutrinas.

            Comte criou, também, a sociologia.

            A Sociologia corresponde à ciência da sociedade: assim como da observação dos astros resultou a astronomia; como da observação dos seres vivos resultou a biologia, da observação da sociedade resultou a sociologia, como ciência autônoma, que Augusto Comte constituiu, nominou e cujos princípios formulou.

            Ele discerniu, nas sociedades, elementos constantes, permanentes (a propriedade, a linguagem, o governo, o sacerdócio, a religião) e as suas variações ao longo do tempo, ou seja, as condições estáticas e dinâmicas da sociedade, que nominou, respectivamente, de ordem e de progresso.

            Ordem significa as condições de existência das sociedades, a forma pela qual elas existem. Progresso significa a forma pela qual os elementos da ordem alteram-se, ao longo do tempo. Na primeira, consideramo-las com abstração do tempo, como se elas se encontrassem fixas e imóveis, sincronicamente; na segunda, consideramo-las sob o passar do tempo, no seu movimento ao longo dele, diacronicamente.[1]

            A estática social acha-se no segundo volume do Sistema de Política Positiva (1852); a dinâmica social acha-se no seguinte, de 1853, que contém a filosofia da história do Positivismo.
            O Positivismo compreende, também, uma religião.

            Religião não é sinônimo de teologia. Teologia significa a área do entendimento humano que se ocupa do conhecimento das divindades, da demonstração da sua existência, da percepção da sua providência e da sua vontade, da interpretação das suas manifestações, da instituição do culto que se lhes vota, da formulação dos princípios da fé que se adota em relação a eles, da determinação dos comportamentos que os homens devem praticar em decorrência da vontade divina.

            Religião significa o conjunto de princípios de inteligência, da afetividade e de comportamento que orienta os indivíduos e que permite o entrosamento deles entre si. Ela educa o indivíduo pelo dogma (conhecimentos intelectuais), pelo culto (práticas que inspiram sentimentos) e pelo regime (formas de comportamento) e permite a aproximação das pessoas que comungam dela, mercê da concordância das suas maneiras de pensar e de viver .
            É religião todo sistema de credo, de culto e de regime que forma a pessoa e que, ao mesmo tempo, serve de meio de comunhão social.

            Corriqueiramente, confunde-se religião com teologia ou, antes, a forma teológica da religião com a própria religião.

            Historicamente, a religião apresentou diferentes modalidades: foi feiticista, astrolátrica, politeica, é (em declínio) monoteica; pretende o Positivismo que seja humana.

            As formas teológicas de religião admitem a existência de sobrenaturalidade e, nele, de vários deuses (politeísmo) ou de um só (monoteísmo, de que a forma ocidental corresponde ao cristianismo).

            A religião da Humanidade rejeita qualquer sobrenatural e centra-se no conceito de Humanidade, conjunto de pessoas (e animais) que, ao longo dos tempos, contribuíram para o incremento da condição de existência das sociedades e que, em maior ou menor medida, participaram, construtivamente, da civilização humana.

            A religião da Humanidade celebra os principais agentes da civilização, em filosofia, política, ciência, atividade, artes e letras. Ela adota por fundamento o conhecimento da realidade, tal como a ciência a descreve; norteia a afetividade na direção dos bons sentimentos; orienta a atividade em prol da paz interna e internacional, do espírito público e da probidade pessoal.

            O Positivismo não é cientificista, no sentido de que não se limita ao conhecimento que a ciência nos propicia; nele, ela não constitui o fim da inteligência humana nem a sua limitação. Ela constitui o fundamento do conhecimento da realidade.

            A combinação da recusa do sobrenatural (ateísmo), com a convicção de que há regularidades nos fenômenos que o homem é capaz de conhecer (ciência) e usar (técnica), com o antropocentrismo (o humano como centro e destino do conhecimento e da atividade, como critério dos valores), com o senso de coletividade, com a percepção da relatividade dos nossos conhecimentos, com a preocupação com o próximo resultam no que o Positivismo nomina de espírito positivo ou positividade.

            O Positivismo não se limita à ciência; ele não se reduz ao estudo científico e à sua exaltação como culminância do saber. Ele usa-a como instrumento voltado ao fim maior de conhecer-se a realidade e modificá-la em direção socialmente vantajosa.
           
            Ao quadro intelectual que acabo de expor (espírito positivo; instituição da sociologia; religião da Humanidade) corresponde o Positivismo na sua originalidade.

            Escassamente estudado no Brasil o Positivismo, conhecido de segunda mão, desmerecido pela direita, pela esquerda, pelos católicos, o adjetivo positivista degenerou, entre nós, em xingamento acadêmico. Apodar algo ou alguém de positivista tornou-se forma de estigmatizá-lo: o estigma é injusto, a qualificação é preconceitosa.

            A qualificação é preconceituosa porque serve para desmerecer, automaticamente, o objeto ou a pessoa a que o qualificador se opõe: dado o rótulo, associam-se ao rotulado conotações pejorativas, usualmente combinadas com emoções raivosas, homólogas aos vitupérios “viado”, “fascista”, “ateu”, “cartesiano”, “petista”, “coxinha”. Bem entendido que tal estratagema supõe, no visado e nos expectadores, inculcamentos prévios que tornem eficaz o xingamento. No caso do Positivismo, as comunidades acadêmica e profana vêm sendo doutrinadas na maledicência dele, o que tornou professores, estudantes e leitores propensos ao efeito vituperador, já inveterado no senso comum.

            Mas a imputação de “positivista” é, principalmente, injusta porque advém de avaliações distorcidas do Positivismo, da aplicação da falácia do espantalho, da má-fé, da ignorância; provavelmente, também, do ausência de brio intelectual porque se ouse examiná-lo fora do espírito de rebanho, dos consensos acadêmicos e discrepar-se do tom de vaia com que a multidão se sente em espírito de corpo.

            Duas tarefas incumbiam ao Positivismo, asseriu Comte: substituir a fé sobrenatural por outra, demonstrada; incorporar o proletariado à sociedade moderna, vale dizer, laicizar a moral e promover a igualdade social.

            Como filosofia e como ética, o Positivismo visa a suceder às concepções de mundo teológicas (fundadas no sobrenatural) e ontológicas (tributárias da imaginação de entidades) por cosmovisão realista, centrada na idéia de Humanidade, inspirada por simpatia humana, dedicada ao incremento do bem-estar das pessoas.
            A positividade é realista, construtiva e simpática: a sua ética parte da realidade para construir valores de fraternidade; também é relativa, porque situa os valores e os comportamentos nos respectivos contextos e julga-os conforme a eles.[2]

            Como filosofia (entendimento do mundo e do lugar que nele ocupa o ser humano) e como ética (reflexão acerca dos valores), o Positivismo transcende a filosofia e a ética da ontologia e, máxime, da teologia. Transcender, aqui, significa recusar o sobrenatural e o ontológico; por outro lado, desenvolvê-las à luz da realidade humana.

            O etos positivista produz a ética positivista como escala de valores espontaneamente realista, deliberadamente fraternal, dedicada e libertária. Ela fundamenta-se na experiência para criar regras de comportamento, que se avaliam segundo os efeitos humanos de cada ato, cada hábito, cada tendência ou sentimento.[3]

            Mais positividade e mais moralidade, mais realidade nas observações e mais humanismo nas aplicações: eis, enfim, a mensagem do Positivismo, à luz da axiologia. Laicidade, liberdades políticas, direitos trabalhistas, feminismo (sem exacerbações), direitos dos animais, educação para todos,  direitos humanos,  democracia,  república,  cooperação internacional são temas atuais, que se compaginam, direta ou indiretamente, com as proposições do Positivismo.

            Quanto à “incorporação social do proletariado” (fórmula em que proletariado significa o comum das pessoas, o público em geral) o Positivismo inspira-se no esforço pela elevação da condição de vida das pessoas, do seu nível de instrução, do seu acesso ao lazer, da estabilidade no emprego, da proteção do trabalhador, na participação de todos nos produtos intelectuais, materiais e morais disponíveis. Nesta acepção, o Positivismo é “trabalhista”, ao invés de “burguês”. Se, por um lado, afirma a propriedade individual, por outro, afirma, igualmente, os deveres do proprietário: sendo social na sua origem, a riqueza deve sê-lo também nas suas aplicações. Na cosmovisão positivista, o rico detém a riqueza não para seu uso e gozo pessoal, senão como administrador de produtos, instrumentos e meios com que deve beneficiar o público: na função social da propriedade, dogma do Positivismo, aos ricos incumbem deveres republicanos.

            Também o republicanismo pertence, por excelência, ao Positivismo: ausência de sucessão hereditária da chefia do Estado; dedicação da atividade em prol do conjunto da sociedade, com liberdades políticas e pessoais. A república, no Positivismo, fundamenta-se na separação dos poderes temporal e espiritual (gíria positivista), vale dizer, na independência da opinião em relação ao Estado, na liberdade de consciência perante o poder público.

                 Liberdade de ser, de estar, de pensar, de fazer, de abster-se, de dizer, de calar, de crer, de duvidar, de vestir-se, de desnudar-se, de exercer a própria individualidade, de ser original, de não o ser, em suma, todas as liberdades pessoais calham no Positivismo, exceto a de prejudicar a outrem, advérbio em que Augusto Comte incluiria a fauna, a flora e a própria Terra e, com ela, o ambiente. O Positivismo foi pioneiro no atualmente em voga ecologismo. Nas liberdades positivistas cabem, também, as limitações tradicionalmente admitidas no mundo ocidental à interferência dos poderes públicos na existência das pessoas.

            O Positivismo não se alinha com o individualismo, não centra os seus valores no indivíduo, a despeito da sociedade. Ao contrário, ele é organicista, professa a comunhão de cada um em relação aos demais, não apenas porque o ser humano desenvolve-se coletivamente, na medida em que os produtos intelectuais e materiais transmitem-se diacronicamente, como, sobretudo, porque a existência humana somente se desenvolve no meio coletivo: daí o seu dístico “viver para outrem”, como constatação de que a vida de cada um se integra, de longe ou de perto, na de outrem, e como incremento do sentido de colaboração. Ser positivista equivale a saber-se integrante da coletividade e prestar o seu concurso para o aprimoramento da sociedade em que se vive.

            O Positivismo foi precursor, também, na dignificação dos animais, atualmente em voga, a título de “direitos dos animais”: já em 1852 Augusto Comte introduzira a noção dos deveres da Humanidade para com os nossos “irmãos menores”.

                 Inteligência amorosa da realidade; república amorosa das liberdades; riqueza amorosa do bem-estar alheio; humanismo amoroso do senso de responsabilidade social; homens amorosos dos animais.

            Isto é o Positivismo. Diferentemente disto, não é o Positivismo; é alguma forma de “positivismo”, são as caricaturas que dele circulam na forma de falácia do espantalho, é o que se lhe imputa desonesta ou ignorantemente.

            Segundo Leandro Karnal, o “Positivismo não deu certo na França” e “morreu, mas o seu cadáver ainda fede nas academias”.

            “Dar certo” é expressão vaga que, na sua latitude polissêmica, comporta as mais variegadas interpretações e manipulações.

            O Positivismo não deu certo por que não granjeou adeptos? Porém os teve, e muitos, notadamente em Paris, em que funcionou a Sociedade Positivista, em vida de Comte e após a sua morte.

            Não deu certo por que malogrou a sua divulgação? Mas (para limitar-me à França) a Revue Occidentale, orgão do Positivismo, circulou, regularmente, por cerca de quarenta anos, com a colaboração de intelectuais franceses e estrangeiros, vale dizer, cativou público leitor e manteve público autor. Também na França, La philosophie positive, periódico, existiu por dezesseis anos ou mais. Na França e no exterior houve oito revistas positivistas.

             Não deu certo por que não persuadiu políticos? Contudo (limito-me a franceses) Júlio[4] Ferry, Waldeck-Rousseau e Gambetta, primeiros-ministros franceses, declaravam-se positivistas; os positivistas Carlos Robin e Emílio Littré conquistaram a senatoria; Maurício Ajam e E. Delbet foram deputados no parlamento francês; o general André, ministro da Guerra; Deluns-Montaud, ministro dos Trabalhos Públicos; Leão Bourgeois, antigo primeiro-ministro e senador, professavam, de público, admiração pela obra de Comte.

            Não deu certo por que o mundo acadêmico e intelectual ignorou-o? Todavia (selecionei franceses) o sucessor de Comte, Pedro Laffitte, obteve cadeira de História das Ciências, no Colégio de França; Carlos Adam, professor de Filosofia em Dijon; Franck Allengry, professor de filosofia; A. Aulard, professor da Faculdade de Letras de Paris; Alexis Bertrand, professor de filosofia na Universidade de Lyon; Carlos Bouchard, professor da Faculdade de Medicina de Paris e membro da Academia de Ciências; Ferndinando Brunitière, da Academia Francesa; Gabriel Compayré, reitor da Universidade de Lyon; Heitor Denis, reitor da Universidade de Bruxelas e deputado no parlamento belga; Dujardin-Baumetz, sub-secretário de Estado das Belas Artes; Emílio Faguet, professor da Faculdade de Letras de Paris e membro da Academia Francesa; A. Lacassagne, professor na Faculdade de Medicina de Lyon; Júlio Lemaitre, da Academia Francesa; L. Levy-Bruhl, professor na Escola de Ciências Políticas; Emílio Littré, da Academia Francesa; o conde Leão de Montesquiou, autor de livro; Emílio Ollivier, da Academia Francesa; Ernesto Renan, do Instituto de França; Emílio Rigolage, professor universitário; Carlos Robin, senador; Sully-Prudhomme, da Academia Francesa, para limitar-me aos franceses, testemunharam adesão fiel ou, no mínimo, simpatia pelo Positivismo.

            Não deu certo, porém, segundo Harald Hoffding, professor da Faculdade de Filosofia de Copenhage, a sua influência na filosofia européia foi salutar, benéfica e imensa. Não deu certo, mas Ernesto Renan, do Instituto de França e diretor do Colégio de França, comovia-se ao ver tantos homens de valor, na França, na Inglaterra, na América, aceitar este nome [o de Comte] como bandeira. Não deu certo, mas Luis Stein, da Academia de Ciências de Berna, via em Comte um rival de Kant, o maior gênio filosófico da França. Não deu certo, porém consoante o jesuíta Grüber, o movimento positivista [...] aufere, há uma geração, em diversas formas, o domínio inteiro da filosofia, da ciência, da literatura, da política.

            Não deu certo por que os franceses olvidaram-se dele? Entretanto, Annie Petit, Roland Andréani, Gérard Cholvy, Alain Vaillant, Jean-François Braunstein, Jérôme Grondeux, Angèle Kremer-Marietti, Antoine Picon, Daniel Becquemont, Eric Sartori, Jacques Muglioni, Jean-Claude Wartelle (para nominar alguns) são-nos coevos e autores de livros e estudos acadêmicos acerca do Positivismo.

            Não deu certo como religião: não chegou a desenvolver-se sacerdócio da Humanidade, não se edificaram templos da Humanidade e escassearam os positivistas religiosos. A reação católica (re) doutrinou, no período napoleônico, os filhos da geração iluminista e, novamente, na segunda metade do século 19, conteve o avanço positivista, marxista, socialista, livre-pensador, ateu, anti-clerical, por meio da preponderância na educação e da formação do etos francês, ao mesmo tempo em que os positivistas franceses, na pessoa do seu cacique, Pedro Laffitte, deliberadamente esforçaram-se pela propagação intelectual da doutrina, cuja vertente religiosa negligenciaram, ao passo que, no Brasil, os positivistas enfatizaram a religião da Humanidade, cujo culto e as intervenções públicas de Miguel Lemos e de Raimundo Teixeira Mendes granjearam popularidade, prestígio, influência e adeptos que se congregaram em comunidade propriamente religiosa.

            O Positivismo não merece ódio. Merece atenção e estudo isento: o seu estudo desapaixonado, em fontes confiáveis, a começar pelas obras do próprio Comte e dos seus discípulos brasileiros e forasteiros, suscitará, quero crer, admirações e mesmo adesões, a exemplo das muitas que, em tempos, ele granjeou, no Brasil e no exterior.

            Leandro Karnal associou o adjetivo “positivista” à atenção, das bancas acadêmicas, pelas regras da Abnt, por datas e pela redação escorreita, a cujo propósito expendeu que “o seu [do Positivismo] cadáver fede nas academias”.

            Relevo o mau gosto da locução, mas noto-lhe o aspecto de frase de efeito que veiculou a confusão entre Positivismo e a caricatura estúpida dele, que designou de “positivismo”.

            Em si, não é censurável as bancas atentarem à ortografia, à escorreição dos textos, à correção cronológica e mesmo à observância das (fastidiosas) regras da Abnt. Aliás, incumbe-lhes argüirem os autores de monografias, dissertações e teses quanto às datas, à ortografia e às regras da Abnt, embora secundariamente.

            Seja como for, a adjetivação de “positivista” aplicado, como fez Leandro Karnal, somente se tolera por figura de linguagem desnecessária, em que alargou demasiadamente o sentido de Positivista para o que, com propriedade, deve-se exprimir por outros adjetivos: as bancas são meticulosas, minuciosas, rigorosas, birrentas, implicantes, fúteis ou o que se entender que são – contudo, não são Positivistas.

            A única via de aproximação entre o Positivismo e a metonímia de Karnal resulta de um dos sete significados da palavra positivo, tal como Augusto Comte a definiu: o positivo é real (e não fantástico), útil (e não ocioso), certo (e não duvidoso), preciso (e não vago), orgânico (e não destruidor), relativo (e não absoluto) e simpático (e não inafetuoso).

            Mesmo que se isolasse (das outras seis) a acepção de certeza e que se exacerbasse o “certo”, ainda assim a sinonímia entre “certo” e “positivista” produz metonímia 1) inteiramente desnecessária, em face da existência de vocábulos que exprimem com propriedade o que ela exprime figuradamente, 2) censurável, pois reduz a riqueza polissêmica própria de positivo à uma univocidade artificial, 3) errada, pois a preocupação meticulosa com datas, regras da Abnt, erros de redação e quejandos não integra, caracteristicamente, a forma mental do Positivismo e 4) novamente errada pois “certo”, no jargão positivista opõe-se a duvidoso. Duvidoso é o que suscita dúvidas, a cujo respeito não se formaram conclusões, que ainda pende por esclarecer. Certo, na acepção positivista não equivale a correto gramatical, estilística, cronológica ou convencionalmente. Uma dissertação pode conter afirmações erradas no seu conteúdo, datas indevidas, formalidades da Abnt descumpridas, sem que nada disto seja duvidoso.

            Quer Leandro Karnal haja empregado o adjetivo “positivista”, na acepção em que o fez, por originalidade própria ou por imitação de uso corrente, nos dois casos trata-se de abuso terminológico que urge correção.

            Leandro Karnal cometeu dois erros de fato: segundo ele, as tumbas de Augusto Comte e de Clotilde de Vaux existem graças a doações de brasileiros. É falso. A sepultura de Clotilde pertencia à sua família (Marie de Ficquelmont); a de Comte não foi doada por nenhum brasileiro. Atrás, contudo, da tumba dele, a Igreja Positivista do Brasil adquiriu terreno em que, nos anos 1980, o almirante brasileiro Henrique Batista da Silva Oliveira promoveu a instalação de monumento à Humanidade (mulher jovem com o seu filho criança nos braços).

            Na sua alocução, quero crer que na expressão “nós odiamos o Positivismo”, Leandro Karnal haja se expressado metaforicamente: referiu-se não a si próprio (mercê do chamado plural de modéstia, em que o pronome da primeira pessoa do plural equivale ao do singular) nem à coletividade que o ouvia, mas, vagamente, aos que odeiam o Positivismo (o que, porventura, inclui a si próprio e a parte dos seus ouvintes então).

            Seja quem for o odiento, mal vai a vida intelectual quando se odeia em lugar de se impugnar, quando a cognição se sujeita às más paixões.

            Não considero desmerecedor o adjetivo positivista nem o substantivo positivismo, desde que compreendidos nos seus sentidos lídimos, como expressões do que realmente Augusto Comte expendeu.

            Positivismo e positivista exprimem estudo dos fenômenos como objetos de observação (ao invés de imaginação); ateísmo; moralidade como correspondendo ao altruísmo em todas as suas formas; laicidade da moral; eliminação total da violência nas relações humanas, pessoais, políticas e internacionais; condenação das guerras; liberdades civis; submissão da política à moral; recusa de imposição governamental de doutrinas aos indivíduos; laicidade do Estado; incorporação social do proletariado à sociedade moderna (construção de sociedades justas, solidárias e includentes); espírito público; república; patriotismo sem xenofobia; zelo pelo próximo e pelo conjunto dos humanos; função social da riqueza e da propriedade; valorização do indivíduo como agente da ação humana; encarecimento do papel afetivo da mulher, no seio da família, como formadora dos seus filhos; encarecimento do mérito humano, em todos os seus aspectos e em todos os lugares e tempos; senso de dever; exortação pela fraternidade entre os povos; proteção do ambiente; deveres para com a fauna e a flora.

            Não concebo que se odeie tudo isto ou parte disto. Nada disto me parece odioso; ao contrário, parece-me simpático e aliciante.

            O ódio do Positivismo e positivista como vitupério correspondem a sintomas de desconhecimento, ignorância, má-fé, preconceito (combinados ou não) em torno do que o Positivismo realmente é. Pelo que ele realmente é, julgo que merece aplauso e motiva admiração; que é suscetível de cativar homens de pensamento, homens de ação e homens de boa vontade; de orientar pessoas, de inspirar políticas, de renovar mentalidades, de fortalecer as liberdades, de promover o bem-estar humano. Também por isto tudo, considero que ele merece a atenção do público intelectualmente honesto, quando menos para se conhecer, fielmente, o que se odeia e para se construírem metomínias melhores.

            Em tempo: Leandro Karnal reputou “simpático” o “projeto” de Laurentino Gomes, com os seus livros “1808” e “1822”. A mim, o primeiro parece detestável pela sua lusofobia, pela sua parcialidade, pelo seu tom apelativo, pela sua desgraciosidade estilística. Isabel A. Ferreira, em Portugal, publicou Contestação (Chiado Editora, 2013), em que lhe corrige erros, com veêmencia à altura da leviandade deles; José Verdasca e Antonio Guerreiro publicaram, no Brasil, “A Colonização Portuguesa no Brasil. Contestação e repúdio aos livros “1808” e “1822” (2015). Justifiquei a minha  repulsa por “1808” no artigo “1808”: um péssimo livro (arthurlacerda.wordpress.com). Fica o registro da divergência de avaliações entre Leandro Karnal e os quatro autores.

           


[1] É da autoria de Comte o dístico “Ordem e Progresso”. São inteiramente falsas a associação da ordem com a repressão do Estado às liberdades civis e política, e a do progresso com o incremento do capitalismo e da dominação do proletariado pela burguesia. A ordem, no seu sentido original e legítimo, não se refere à forma (autoritária ou não) do poder governamental; o progresso, no seu sentido original e legítimo, não se refere a nenhum sistema econômico. A distorção do significado destes conceitos é corrente no Brasil. Aprendem-se as acepções legítimas deles mercê da leitura das obras de A. Comte e das dos seus bons expositores, como Raimundo Aron (em “As etapas do pensamento sociológico”, que se acha traduzida no Brasil); aprendem-se as distorções deles mercê da leitura de autores marxistas, dos que os repetem de segunda e terceira mãos, dos apedeutas, dos que criticam Augusto Comte sem, previamente, haverem-lhe lido as obras e se esforçado, honestamente, por compreendê-las.
[2] No Positivismo não há relativismo moral, na acepção (jesuítica) de que os valores e as noções de certo e de errado variam ao sabor das conveniências e dos interesses; há relatividade das apreciações morais, no sentido de avaliar os valores e os respectivos comportamentos em função do estado de coisas a que correspondem.
[3] COMTE, A. Discurso sobre o espírito positivo. São Paulo: Martins Fontes, 1990, p. 67.
[4] Traduzo os prenomes dos mortos.



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O POSITIVISMO CITADO POR LEANDRO KARNAL PREZADO SENHOR PROFESSOR LEANDRO KARNAL O Senhor não leu os originais de Augusto Comte. Leu em fonte errada e concluiu tudo errado. É por isso que Augusto Comte pregava que em Universidade se discute muito e muitas das vezes nada se conclui corretamente para a vida prática. 

Não sou positivista ortodoxo.Não sou sociocrata e sim societocrata. Mas, Positivista!

Veja o comentário sobre a sua palestra. Referente ao tópico sobre Augusto Comte. http://cartacampinas.com.br/2015/12/karnal-quem-le-veja-nao-esta-dividido-com-nada-e-absolutamente-fascista/ Comentário de Arthur Virmond de Lacerda Neto http://sccbesme-humanidade.blogspot.com.br/2015/12/o-positivismo-citado-por-leandro-karnal.html Fica aqui registrado que um Encéfalo privilegiado vivente no século XXI é Positivista. http://www.millennialstar.org/stephen-hawkings-defense-of-positivism/ SEM MAIS PARA O MOMENTO, DESEJO-LHE SAÚDE, COM RESPEITO E FRATERNIDADE PAULO AUGUSTO LACAZ PRESIDENTE SCCBESME HUMANIDADE
http://societocratic-political-regime.blogspot.com.br/2013/09/new-ideas.html


quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

BRASIL COLONIZADO POR BANDIDOS ?


                               BRASIL COLONIZADO POR BANDIDOS ?
                                                                       Arthur Virmond de Lacerda Neto.
                                                                                                              Dezembro de 2015.

             Não, o Brasil não foi colonizado por degredados nem por bandidos. Isto é mito, já desmentido pela historiografia, apesar do título do livro de Eduardo Bueno, "Traficantes, náufragos e degredados", livro que reproduziu o alvará de couto e homízio, do século 16, pelo qual os condenados, no Brasil, ficavam isentos de pena; ele o reproduziu sem nenhuma análise quantitativa de quantos degredados vieram nem do tipo de legislação penal vigente na altura.

            A armada de Cabral deixou 2 degredados; com Tomé de Sousa vieram 40, em 600 embarcados (dada a grafia de difícil leitura do documentário da expedição, leram 400 onde se redigiu 40).
             Ao longo dos séculos, a proporção de imigrantes voluntários e inocentes, criminalmente, foi incomparavelmente superior à suposta avalanche de degredados, que os documentos não confirmam. Demais, os crimes de então não o seriam hoje: punia-se mulher fingir parto, sacar de espada em procissão, fraudar pão. Camões foi degredado. Por outro lado, a Austrália não foi colonizada com o que a Inglaterra tinha de melhor; ela foi depósito de ladrões e de criminosos.
            Muitos brasileiros têm o vício de culpar algo ou alguém pelas mazelas do Brasil: o capitalismo, a burguesia, o regime militar e...a colonização. Não há fundamento nenhum na asserção de que os degredados aqui tinham interesses escusos em negociatas; é fantasia.

            Por outro lado, Gilberto Freyre (Aventura e rotina; O mundo que o português criou; O luso e o trópico; Novo mundo nos trópicos), Antonio Silva Mello (Nordeste), Eduardo Prado e Luis Pereira Barreto (na polêmica que os opôs), o romancista José de Alencar (Cartas sobre a escravidão), Carlos Mendonça Lisboa (500 anos do descobrimento) afirmam as qualidades da colonização portuguesa, do colono português, da mestiçagem, da obra de criação de riqueza e, especialmente, de construção de nacionalidade, diferentemente da exploração brutalmente cúpida dos holandeses no nordeste brasileiro e da incúria britânica no que concerne às suas antigas treze colônias.
            O que são as guianas inglesa, francesa e holandesa? Países atrasados que sempre o foram. O que é a India, após 300 anos de ocupação inglesa? Um dos mais pobres países do mundo. O que foi a Africa do Sul por décadas? Por anos a fio, o país da segregação de raças, ao inverso do Brasil, terra da aceitação do preto e do silvícola pelo branco.

            É fácil demais acusar o passado brasileiro como bode expiatório, mas é falso, histórica e antropológicamente, relacionar, em jeito de causa e efeito, os males presentes à nossa origem, mesmo porque houve, sim, no Brasil, períodos de riqueza, de honestidade, de elevação na política, de brilho nas letras. Por que só os males seriam produto da colonização e não, também, os méritos dos brasileiros? 

            O alvará do século 16 existiu; não se segue disto, que tenham vindo condenados e que estes fossem elementos perniciosos. As Ordenações Filipinas, livro de legislação que vigorou de 1603 até o Brasil independente, prescrevia degredo para o Brasil com prodigalidade, o que não implica que, de fato, houvessem degredados para cá, ao longo de trezentos anos.

            A leitura do Código Penal Brasileiro ensejará, virtualmente, a impressão de que todos os brasileiros são criminosos e de que perpetram os mais variegados crimes. Assim como ele não constitui o catálogo dos comportamentos habituais dos brasileiros, o alvará e a cominação de degredo para o Brasil tampouco indiciavam o tipo de pessoa que imigrava para o Brasil.

            Demais, a quem interessa o discurso inculpador da colonização? A quem ele serve? Por que insistir-se em culpar-se os portugueses de 500 anos atrás? Para desculpar-se, exculpar-se ou mitigar-se a culpa dos culpados atuais. A retórica da "corte corrupta", da emigração de condenados, de que "é assim desde o começo" alinha-se com o pensamento conformista e conformador, politicamente interessado em abrandar a censura moral que as pessoas imputam aos corruptos de hoje.

             Desde que o Brasil independeu, tornou-se senhor de si próprio, para bem e para mal; corrigir males e remediar erros tornou-se atribuição dos brasileiros. Se os alegados males da herança colonial persistem, é porque os brasileiros não souberam estar à altura da liberdade em que vivem. Por isto, não se culpe a "herança colonial", como se o Brasil fosse colônia ou se houvesse independido a pouco. Um dos males de que o brasileiro carece de se livrar, é o vezo de, como disse acima, de culpar a outrem pelos males que ele não sabe ou não quer erradicar. É discurso que convém muito a quem ele serve de justificação e que os sub-informados repetem acriticamente.

            Oliveira Lima, em "O movimento da independência" (Topbooks, p. 46) diz (maiúsculas minhas): "A COLONIZAÇÃO BRASILEIRA LEVADA A CABO POR DEGREDADOS É UMA LENDA JÁ DESFEITA. Nem ser degredado equivalia então forçosamente a ser criminoso, no sentido das idéias modernas. Punia-se com a deportação delitos não infamantes e até simples ofensas cometidas por gente boa. Os dois maiores poetas portugueses, Camões e Bocage, sofreram a pena de degredo na India, como Ovídio sofreu a de banimento no Ponto Euxino".

HONESTIDADE NA VIDA PÚBLICA BRASILEIRA EXISTIU (a propósito, também, da alegaçãode que a corrupção, no Brasil, é "herança colonial”).

            JOSÉ BONIFÁCIO, o velho, ao tornar-se ministro de D. Pedro I, logo depois da Independência, reduziu os salários dos ministros pela metade. De 800 mil réis, passaram para 400. No fim do mês, recebeu o seu, foi ao teatro e guardou a quantia embaixo do chapéu, na cadeira ao lado.

            No intervalo, ao regressar à sua cadeira, haviam-lhe furtado o chapéu e a soma. Teve de pedir dinheiro emprestado para pagar as suas contas. O imperador soube disto e mandou o ministro da Fazenda, Martim Francisco, irmão de José Bonifácio, pagar-lhe um segundo salário. 

O ministro recusou-se:

- Majestade, vou pedir licença para não cumprir a ordem.

- Por quê?

- Primeiro, pelo mau exemplo. Cada um tem que cuidar do que é seu. Segundo, porque o ano tem 12 meses para todos e não pode ter 13 para o um funcionário descuidado. Terceiro, porque vou dividir o meu com ele.

            Também é conhecida a honestidade de d. PEDRO II (cujo anedotário, a propósito, não coligi ainda).

            Bernardo PEREIRA DE VASCONCELOS. Na biografia que redigiu de Bernardo Pereira de Vasconcelos, Otávio Tarqüínio de Sousa assim se refere ao pagamento de salário dos deputados brasileiros, em 1826:

“[...] para o deputado mineiro [Bernardo Pereira de Vasconcelos] o subsídio [salário dos deputados], que se tornaria depois um dos atrativos do mandato popular, era coisa que não queria discutir, a que aludia com escrúpulos. A Câmara de 1826 deixara a questão do subsídio ao arbítrio do Tesouro. Pagasse-o este, segundo as suas possibilidades, a 600$, a 400$ ou a 200$ por mês. Ou não pagasse nada. “Aqui ninguém vem pelo dinheiro”, disse Batista Pereira. Paula Sousa propusera o subsídio mínimo; com este alvitre ficou de acordo Bernardo de Vasconcelos. Prevaleceu afinal a importância de 600$000. Três anos mais tarde, o mesmo Vasconcelos proporia o subsídio de 8$ diários e concordaria com o de 6$400, lembrado pelo deputado Maia”. Bernardo Pereira de Vasconcelos, Livraria José Olympio, 1972, p. 36.

            Manuel DEODORO da Fonseca, chefe militar da proclamação da República, seu presidente provisório e seu primeiro presidente constitucional.

Nos meses finais do império, sendo primeiro-ministro o Visconde de Ouro Preto, este ofereceu-lhe o título de barão de Alagoas, em meio a uma distribuição generalizada de títulos e comendas aos oficiais generais do exército e da armada, como forma de cooptá-los em favor do regime. Deodoro recusou, como também Benjamin, a quem igualmente se ofereceu um baronato, e ainda, em Curitiba, Ermelino de Leão (que seria barão do Alto da Glória): não se deixavam corromper com títulos.

            Sendo presidente da república, recebeu a visita, no palácio do Itamarati, de um indivíduo que, para lisonjeá-lo com segundas intenções, deu-lhe um retrato de Deodoro em rica moldura, gentileza que muito o sensibilizou.

            Dias depois, voltou a procurá-lo o ofertante e solicitou-lhe um emprego excessivamente rendoso e cujo provimento dependia de concurso. O general explicou-lhe as condições em que poderia nomeá-lo, ao que ele replicou-lhe: "É que V. Excia. não se recorda de mim; eu sou a pessoa que ofereceu o seu retrato..." E Deodoro exclama: "Ah!, bem sei, bem sei, bem; estou na obrigação..." e saca do bolso 70 réis com que lhe pagou o retrato.

            O indivíduo relutou em aceitar, porém o presidente insistiu e obrigou-o a passar-lhe este recibo: "Recebi do Sr. generalíssimo Deodoro da Fonseca, a quantia de 70$ de um retrato do mesmo Exmo. Senhor que lhe ofereci no dia 2 de agosto findo, sem ser por encomenda. Capital Federal, 8-11-1890. - M...B...". (Ernesto Sena, Deodoro: subsídios para a sua história. Senado Federal, 1999, p. 182).

            Marechal do Exército, condecorado várias vezes, presidente da república, ao morrer, deixou à sua viúva as suas economias, a ninharia de nove contos.

            Um sujeito propôs negociata a FLORIANO PEIXOTO, em que este, presidente da república, seria sócio de rendosa empresa, cuja criação dependeria ,apenas, da concordância dele. Floriano respondeu ao tipo que, sim, serei sócio ...quando houver deixado a presidência.

            BENJAMIN CONSTANT Botelho de Magalhães foi tenente-coronel e professor de matemática na Escola Militar do Rio de Janeiro. Positivista, foi pregoeiro da república, encabeçou os cadetes na sublevação da madrugada de 14 para 15 de novembro; constituída a república, foi ministro da Guerra, e da Instrução Pública, Correios e Telégrafos.

            No final do império, recusou o título de barão; sob a república, foi o único dos ministros do primeiro gabinete que não disputou eleições. Ao morrer, em 1891, não tinha casa própria: vivia de aluguel, do seu soldo.

            Raimundo TEIXEIRA MENDES, representante máximo do Positivismo no Brasil, até 1927, data da sua morte, e autor da bandeira da república, interveio dezenas de vezes nos assuntos públicos e na atuação dos governos, por meio de publicações episódicas, em que exprimia a sua opinião doutrinária, com independência e desassombro.

            Em certo domingo, ao retirar-se da Igreja Positivista do Brasil, em que predicara, o prefeito do Rio de Janeiro ofereceu-lhe carona, o que ele recusou, para que não se lhe acusasse de aceitar favores do governo...

         O marechal RONDON, positivista que sempre se assumiu como tal, recebeu da Associação Comercial de Manaus banquete em regozijo pelo estabelecimento, por ele, da linha telegráfica entre Manaus e Cuiabá, que traria incalculáveis benefícios ao comércio da primeira. O bródio decorreu no dia do aniversário da mulher de Rondon, Aracy (13 de dezembro), a quem a Associação Comercial fez presente de um colar de pérolas. Ao recebê-lo, para a sua mulher, Rondon agradeceu e recusou-o: “Não é, entretanto, possível à minha esposa, esposa de um simples oficial, usar as pérolas de um tão valioso colar, em desacordo com o nosso modesto padrão de vida. Aceitai-o, pois, de volta, com os meus mais comovidos agradecimentos”. (Ester de Viveiros, Rondon conta a sua vida. Biblioteca do Exército, 2010, p. 310-311).

            Antonio Augusto BORGES DE MEDEIROS, positivista, filho de pai pernambucano, juiz em Pouso Alegre (MG) e desembargador no Rio Grande do Sul, formou-se em Direito em São Paulo, foi constituinte em 1891 e governou o Rio Grande do Sul por 24 anos, de 1898 a 1908, de 1913 a 1915 e de 1916 a 1928. Era Positivista, discípulo de Augusto Comte. Não tinha casa; morava de aluguel. Ao deixar o governo, voltou para a casa que alugava. Não tinha do que viver, nem dinheiro com que pagasse o aluguel.

             Amigos sugeriram-lhe: 
- Doutor Medeiros. temos uma solução. Ponha uma tabuleta na sua janela: - "Advogado". E logo terá a maior e melhor banca de advocacia do Rio Grande.

- É verdade. Mas não posso. Todos os membros desses tribunais e os juízes, atualmente em atividade, foram nomeados por mim. Logo, não posso advogar no Rio Grande.
 
Para sustentar-se, a sua mulher costurou para fora até morrer, em 1957. Ele morreu em 1961, aos 97 anos.

            ANTONIO CHALBAUD BISCAIA, meu avô materno, foi promotor de Justiça de 1933 por diante, Procurador-Geral do Estado, Procurador-Geral de Justiça, chefe de Gabinete da Secretaria da Viação e Obras Públicas, Secretário de Estado da Viação e Obras Públicas, Secretário de Estado da Agricultura duas vezes, Deputado Federal, presidente do Fundo Telefônico (depois, Telepar). Construiu uma casa imensa na rua Lamenha Lins, 213 (em Curitiba), que pagou por empréstimo junto à Caixa Ecônomica, que amortizou de 1946 a 1976, mês por mês, enquanto exerceu os seus inúmeros cargos de confiança, no governo do Estado. Quando deputado federal, no R.J., alugou apartamentozinho em Copabacana, em que uma das suas filhas dormia na sala, por falta de espaço. Viajou, em vilegiatura, uma só vez na vida (para Minas Gerais). Levou vida financeiramente mediana sempre, em moço foi literato e orgulho-me de ser-lhe neto.



segunda-feira, 17 de agosto de 2015

TEORIA CEREBRAL DE AUGUSTO COMTE

Prezados Colegas e Amigos
Seguem alguns artigos que esclarecem o tema sobre a Teoria Cerebral de Augusto Comte.
Saúde, com respeito e fraternidade,
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SOBRE  Franz Joseph  GALL
                                                                                Bananal, 05 de Homero de 211
                                                                                  Bananal, 2 de Fevereiro de 2000

 

Prezado Senhor Redator Chefe, Peter Hintereder,


            Mais uma vez quero manifestar a minha alegria em poder receber a Revista Deutschland, e ao mesmo tempo tomei coragem, com a devida prudência, em ao ler os artigos,  analisá-los, sempre por um enfoque científico, segundo a Doutrina  Positivista de Augusto Comte.

            Desejo-lhe informar que Augusto Comte deve a um cérebro alemão, Franz Joseph Gall (1757 – 1828), as bases de sua Teoria Cerebral, que este grande gênio alemão iluminado, filósofo, anatomista, cranioscopista, organologista e fisiologista, desconhecido e desprezado ainda hoje; foi quem levou Augusto Comte, a concluir que a descoberta feita por este cérebro Alemão, relativa à sede cerebral dos sentimentos egoístas e altruístas, como descoberta mais importante  dos tempos modernos, superior mesmo, ao duplo movimento da Terra, que imortalizou Nicolau Copérnico (1473-1543)  e Galileu Galilei  (1564-1642); e eu, complemento que esta descoberta que é mais profunda que  as de Jonnes Kepler ( 1571-1630), Isaac Newton ( 1642-1727),  e das de Albert Einstein ( 1879-1955) .

            Na realidade esta descoberta veio fazer desmoronar, de uma vez, por todas, as concepções teológicas e metafísicas, na parte mais importante das cogitações humanas, correspondentes aos nossos atributos superiores – Os Sentimentos. Daí por diante, não foi mais preciso invocar a graça divina para explicar o amor às ações humanas, e nem é necessário mais, as nossas Inteligências, debaterem-se na discussão interminável sobre a realidade ou não de suas entidades abstratas: o eu, o psiquismo, a consciência, etc.

            O Homem ama porque tem os órgãos do aparelho do amor; assim como vê, porque tem os órgãos do aparelho visual; e ouve, porque  tem os órgãos do aparelho auditivo.
            Foi Gall – com sua obra : “ Sur Les  Fontions du Cerveau et Sur Celles de Chacune de Ses Parties”   - F. J.  Gall – 1825 – 6 volumes , que fez a distinção entre os órgãos dos Sentimentos egoístas e os órgãos da sociabilidade, que Augusto Comte, mais tarde determinou de Altruístas.
Esta descoberta, há mais de 190 anos, esclareceu nossas concepções sobre os fenômenos Morais, tornando-se assim, das mais úteis em relação à Educação de nossa natureza; ao Julgamento comum dos indivíduos; à Medicina ( que se vê assim esclarecida sobre as moléstias cerebrais); à Criminologia, tornando-se mais fácil o julgamento dos criminosos. E finalmente, tornara-se uma das bases da instituição da Doutrina Positivista, depois de receber a retificação e a sistematização de Augusto Comte; com base nas informações complementares de Cabanais (1757-1808), a respeito das relações entre o pisco e o soma e vice e versa; por Broussais (1772-1838) fundador da patologia positiva; por Bichat (1771-1808) fundador da biologia; e podemos citar a influencia de Blainville (1778-1850) um dos últimos grande biologistas; e Lamark (1744-1829), que foi o instituidor da série das espécies e da influencia do meio.
Não é por ser do século  passado que o filósofos não têm valor, nas suas previsões de hoje – Augusto Comte, afirmou da existência futura de uma única moeda na Europa, dentre outras coisas. Chegou a sugerir a esfinge de Carlos Magno; a França adotou por outros caminhos  a mesma esfinge, no seu Euro, provavelmente sem saber da proposição feita por  A . Comte. Não deu o nome de União Europeia, mas codificou a futura existência de uma República Ocidental, que uniria os países Europeus, há mais de 160 anos.- que visão do futuro da Humanidade teve também este cérebro, mais que privilegiado, por conhecer as Leis Naturais da Fatalidade Suprema.

            Por isso, mais uma vez os Alemães são responsáveis por ações de desbravamento científico positivo, que foi por evolução e persuasão, absorvido por outro filósofo francês, de visão mais  geral, com noção profunda de síntese, e elevado sentimento altruísta, em definir o quadro sistemático da “Alma”, que expressa as 18 funções do cérebro, localizado a onde não importa; o que importa  é que explicam o comportamento individual do ser Homo-sapiens, sapiens, no que tange a sua estrutura Moral. E se existe função, existe naturalmente um órgão.

            Este Senhor Gall, foi e será um dos grandes Vultos da Humanidade, que não pode ser esquecido, pelo desprezo, que na época napoleônica, lhe foi imputado – A . Comte também sofreu com os Acadêmicos.

            Gall se perdeu quando se dedicou de mais aos detalhes e não à síntese de suas experiências; Augusto Comte as organizou e sintetizou, depois de 13 tentativas esquemáticas, no Quadro Sistemático da “Alma”.

                        “Cada vez mais, os mortos  necessariamente comandam os vivos” .

            Vamos promover uma Homenagem ao Senhor F. J. Gall, que deveria ter recebido o Prêmio Nobel, se existisse na sua época tal condecoração; pois somente depois de 124 anos, em 1949, o Dr. Walter Rudolf Hess - Suíço tomou as glórias, com Nobel sobre esta descoberta científica, à muito tempo, já definida por Gall, a respeito dentre outras coisas, que o cérebro era um aparelho e não um único órgão.

            Sabemos hoje,  que a “Alma”  ocupa  territórios  bastante grandes  do Telencéfalo  e do Diencéfalo, nos quais  se encontram  as estruturas   que integram o Sistema Límbico, a Área  Pré-Frontal , o Hipotálamo, o Tálamo e o Tronco Encefálico - que participam  da  formação e das atividades  de  nossa “Alma” – Segunda a visão científica Positivista.

 Sem mais para o momento e no aguardo de notícias,

                                                                       Atenciosamente,
                                                           Saúde , Respeito e Fraternidade
                                                     P. A . Lacaz / Positivista
P. S. - Os comentários sobre os artigos da revista No. 6/99 segue em nova oportunidade.  
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 AOS PSIQUIATRAS E AOS NEUROLOGISTAS
 Bananal, Homero de 213
 Bananal, Fevereiro de 2002


Aos Psiquiatras, Neurologistas,
Psicólogos e Sociólogos

A ideia e a vontade de escrever este artigo foram provocadas pelo Senhor Pedro Paulo Rocha, que ao responder para o Sr. Mac, me fez primeiramente escrever o bilhete abaixo, que está acompanhado, do seu E-mail a este Senhor Comunista.


Caro Pedro Paulo,

            Não sei o que o Senhor Mac escreveu, mas deste conjunto de manifestações que você externou, abordando vários temas simultaneamente, dentro do mesmo contexto, vou disciplinar os tópicos  e semi cartesianamente, dentro de um raciocínio científico, lhe informar, com base na Teoria Cerebral de Augusto Comte, que já lhe enviei, mas como você, aparentemente só acredita em tudo que vem dos USA, como fonte de verdade e útil, para todos nós deste planeta; vou de passagem, antes de escrever, o artigo em anexo, lhe informar com o intuito, de melhor conhece-lo , sem ofende-lo; que em 5/07/2000, apareceu no Jornal UOL - que 1/3 dos Americanos (USA) são doentes mentais, pois não estão dentro dos parâmetros da Harmonia Mental, do Homo-sapiens. 

Por que será?! 

No meu ponto de vista estes dados estão baixos. Pois  nossos irmãos dos USA, foram iludidos com esta Democracia Capitalista e não Policiada, que o tempo lhes mostrarão, como foi mostrado aos Russos, o grande engodo em que haviam mergulhado, com o Comunismo. Colocando figuradamente, podemos afirmar que quando a " Entropia Moral Positiva da Sociedade Americana, atingir zero, ela impludirá, para um grande Buraco Negro", onde todos nós seremos tragados.( vide 2008) O que se espera é que os Americanos percebam estas verdades, antes que isto aconteça, para seu próprio bem, e o nosso, mudando o rumo, para evitar esta desgraça. 

O futurismo aqui externado tem fundamento científico, com base na Doutrina Positivista. Pois hoje em dia é voz corrente, que os USA são comandados pelos extremistas teologistas judeus, e desorganizados pelos de origem italiana e espanhola, provocando uma situação, quem sempre paga no sofrimento é o povo Americano. Quando lhe enviei o artigo Patologia dos USA você disse que não iria propagar junto aos seus, porque o meu artigo era prolixo, e que eu deveria resumi-lo ou melhorá-lo. Ou o artigo contem muitas verdades que contrariam suas bases, por isso você, não propagou? Esta é a verdade! Não tem problema algum, caso seja esta a verdade?

Você me fez procurar executar, com satisfação, uma leitura dinâmica em vários trabalhos de psiquiatria de fonte positivista e não positivista, de livros científicos, e não de jornais, como esta citação do UOL, que foi a única não fidedigna, mas tem fundamento real, pela análise científica positivista.

Do seu amigo, que lhe deseja,
Saúde, com respeito e Fraternidade,
Paulo Augusto Lacaz

Data:Domingo,3deFevereirode2002-10:13
Assunto::FORUM


Meu caro Mac

Inicialmente, permita-me dizer-lhe que me surpreende saber que se preocupar com pobreza e miséria é um atributo de comunista. Que eu saiba, ou todos nós nos preocupamos com ela ou seremos engolidos pelas multidões crescentes de miseráveis que proliferam como ratos, nos cortiços das cidades.

Mas a avassaladora criminalidade que apavora a todos e da qual ninguém está livre, não tem na miséria a sua real fonte. Se ela fosse a causa motivadora, desnecessária seria a barbárie que cerca os crimes, com frequência cada vez maior, e nem justificaria a permanência, na criminalidade, daqueles que, com seus "ganhos", há muito tornaram-se prósperos marginais.

O segredo está na Mente, que dirige o corpo e comanda suas ações e movimentos.

Com sua enorme complexidade, a mente permite que cada indivíduo tome consciência emocional do meio, execute e compartilhe atividades com os seus semelhantes enquanto, simultaneamente, monitora o ambiente e regula todos os sistemas orgânicos, nos mantendo vivos e conscientes.

É a mente o que o ser humano tem de mais precioso. É ela que nos faz livres, dá sentido e meta às nossas vidas. É ela que nos faz perceber a nós mesmos, ter auto consciência, usar a reflexão, prever e planejar. É ela que nos permite armazenar lembranças de toda uma vida, analisar o passado e aprender com ele, para aplicar esse aprendizado no trabalho futuro. É ela que nos serve para transmitir tradições e cultura aos nossos descendentes, enriquecendo o conhecimento.

Porém, é a mesma mente, capaz de realizar prodígios, que nos leva a destruir o meio ambiente, ferir, torturar e matar o nosso semelhante, desestruturando até o sistema social, colocando em risco a vida sobre a face da Terra.

O crime acompanha o ser humano, de forma constante, ao longo da história da humanidade. É fruto de desvios de uma característica mental que, nos primórdios do desenvolvimento social, era fundamental para a sobrevivência: a Violência. Uma habitante oculta do sistema emocional.

Desvios patológicos, fruto de lesões, mal formações e até viroses, ou decorrentes de drogas que interferem no funcionamento cerebral e geram pensamentos macabros ou delirantes, são a fonte do crime.

Estudos realizados nos presídios demonstram que mais de 50% dos crimes bárbaros são perpetrados por uma classe de indivíduos portadores de PSICOPATIA. Segundo pesquisas atuais o psicopata revela um distúrbio no sistema límbico. Este sistema, tendo a amígdala como elemento chave, é o responsável pela resposta emocional.

O psicopata é incapaz de desenvolver afetividade, como a maioria de nós e isto são irrecuperáveis e irreversíveis.

Abrange aqueles que, a despeito de nível intelectual e inteligência, exteriorizam distúrbios permanentes de conduta, de natureza ética ou antissocial. "Os psicopatas são notoriamente, conhecidos por serem completamente desprovidos de remorso, mesmo diante da prática de atos, os mais cruéis. A incapacidade de sentir qualquer tipo de piedade ou ter o mínimo problema de consciência é um dos defeitos emocionais mais intrigantes". (* Coleman, Inteligência Emocional, pg. 121)

E as mesmas pesquisas revelam que mais de 30% dos presidiários são portadores de psicopatias.

A tese de que lesões ou alterações no cérebro podem prejudicar o comportamento é confirmada por pesquisas do Dr. Adrian Raine, da Universidade da Califórnia. Ele descobriu que bebês do sexo masculino que sofreram complicações no parto têm probabilidade três vezes maior de praticar crimes violentos que aqueles que não se expuseram a este fator. Raine estudou 4.629 bebês dinamarqueses nascidos entre setembro de 1959 e dezembro de 1961. As crianças afetadas representavam apenas 4,5% do grupo, mas praticaram 18% dos crimes violentos da cidade. Os resultados podem ser aplicados a um outro estudo em que Raine descobriu, usando a tomografia por emissão de pósitrons (PET), que o cérebro de muitos assassinos têm lesões na região pré-frontal (que regula o comportamento agressivo e as emoções). Segundo ele, complicações no parto podem ser uma das causas das lesões. (* Medical Tribune - 15/12/94).

Estudos mais amplos e recentes, realizados pelo cientista Dr. Antônio Damásio, demonstraram que bebês que sofreram lesões traumáticas, frequentemente revelam uma tendência para atos anti sociais e até para o crime.
Mas, nos tempos modernos, um poderoso fator externo vem atuando sobre o cérebro, desviando-o de sua normalidade: as DROGAS.

A droga não só produz uma forte perturbação temporária, como o seu uso, a longo prazo, produz lesões mentais irreversíveis.

E não é difícil perceber que, por detrás da criminalidade atual, a droga está sempre presente.

Há outros fatores envolvidos, porque este é um problema complexo, que não pode ser facilmente rotulado.
Mas a grande verdade é que a DROGA é o grande e maior inimigo!

Com a palavra os psiquiatras e os neurologistas.
Pedro Paulo

Vamos a exposição do tema:

Aos Psiquiatras, Neurologistas,
Psicólogos e Sociólogos

A ideia do Homem isolado da Humanidade é uma  abstração, tão viciosa em Medicina como em Política.  A . Comte

O Homem se agita e a Humanidade o Conduz.  A . Comte

         Não sou nem psiquiatra nem neurologista, no entanto um estudioso autodidata em psicologia e sociologia científicas, mas dentro do conceito acadêmico, sou químico; mas como na Doutrina Positivista somos ensinados a estudar tudo que se relaciona com as Artes e com as Ciências, sem nos tornar charlatões, achei por bem externar aquilo que venho aprendendo, nesta área em questão, para pôr aos estudiosos e especialistas,  que realizem suas análises aos temas abaixo descritos, com vista a não satisfazer o meu egoísmo, e sim procurar propagar para terceiros, isto é, Viver para Outrem, afim de que haja melhoria na Ordem que nos domina.    
        
         Sendo a Medicina uma Arte, que até pouco tempo foi empírica, e hoje é sistemática, devido as Ciências Biologia,  Química, Física, Astronomia e Matemática, e para aqueles que tiveram a sorte de poder ter lido as obras de Augusto Comte, tomando conhecimento das Ciências Sociologia Positiva e Moral Positiva, por isso, conseguindo perceber as grandezas das influencias científicas entre o Homem e a Humanidade e vice versa, e seus reflexos ao campo da Saúde e dos quadros patológicos psicossomáticos do Ser Humano; vou procurar resumidamente transcrever os comportamentos deste Aparelho – “ A Alma” , vista de forma científica; que esclarece toda esta barafunda teológica  e metafísica, infelizmente ainda dominante.

         Por forma didática, segue em anexo o Quadro Sistemático da Alma, e descrições das varias modalidades de se analisar o Encéfalo. Bem como uma palestra proferida pelo autor deste artigo – A Harmonia e os Transtornos Mentais, que esclarece detalhes sobre este tema.

Como o tema é vasto, achei por bem escolher uma diretriz, a fim de disciplinar e nortear a exposição, tomando como tema principal A Influência dos Fatores Sociais, sobre a Degeneração da Espécie Humana. Tese Apresentada pelo Psiquiatra Dr. Jefferson Sensburg de Lemos, em 1902, que ainda possui fortes traços de metafísica, em suas exposições, no entanto serve de roteiro, para este trabalho. Tese esta realizada na cadeira de Clinica Psiquiátrica e de Moléstias Nervosas, da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Foi interno de Teixeira Brandão, de Juliano Moreira e de Márcio Néry. Foi inspirado na Psiquiatria Social, haurida do Positivismo, que manteve contato com o Dr. Aníbal Silveira, Positivista; Professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Jundiaí; Fellow em Fisiologia Cerebral em Chicago; que foi professor de meu Tio Carlos da Silva Lacaz, Professor de Dermatologia-Microbiologia e Doenças Tropicais, da Faculdade de Medicina de São Paulo, e do meu atual amigo, Psiquiatra-Psicoterápico  Dr. José Cássio Simões Vieira – Positivista cassimov@uol.com.br , que surgiu graças a INTERNET. Não deixando também de registrar a Tese da Dra. Lúcia Coelho – Teoria da Personalidade A . Comte - A . Silveira; o Livro de Paulo Augusto Lacaz ( A Ciência Moral Teórica Positiva – Sistema Universal das Concepções, Próprias ao Estado Normal da Humanidade – Segundo Augusto Comte).

1) Introdução.

Não há dúvida, que é fato consumado, pela observação popular, que o numero de alienados e neuropatas tende a aumentar progressivamente, nestes nossos tempos ditos modernos ou melhor dizendo contemporâneo. O crescente  número de psiquiatras e psicólogos, prova  esta tendência.

Para quase todos aqueles que estudam, os problemas da Desarmonia Mental, não é a Civilização, mas são as Ideias Religiosas, os Regimes Políticos e as Metodologias do Ganho Econômico - Financeiro, as grandes causas da Degeneração das Sociedades, de hoje em dia.

Sendo a Civilização os resultados dos fatores sociais do Progresso, onde estão enquadradas as lutas religiosas, as lutas de mercado, as lutas econômico-financeiras, as lutas entre os regimes Políticos, as lutas ou disputas entre indivíduos nos seus trabalhos; as disputas, pelo melhor ganho salarial e de cargo, as lutas entre as empresas e seus mercados, e as guerras militares entre nações, as guerras civis e etc.

Estas lutas não podem figurar numa classificação de fatores sociais ao lado da Civilização.

A Civilização implica numa ideia de uma evolução progressiva da Sociedade; onde há verdadeira civilização há fartura de Vida.

Nunca se poderá dizer que o excesso de Vida em um Indivíduo, pelo enfoque biológico, traz sua degeneração; por isso, nunca se poderá compreender  que uma civilização progressista, seja causadora da degeneração dos seus órgãos sociais; por isso, tudo que se tem trazido, pela análise metafísica, como a causa, da degeneração das sociedades atuais, não é mais do que o efeito causado por ela; o imoral, a depravação dos costumes, embriagues, o fumo, a luxúria, a gula; uso de tóxico; o sexo por excesso, assassinatos, roubos, barbaridades, raptos, crimes hediondos, suicídios e etc. são grandes efeitos e não as causas da degeneração. Isto nada garante uma análise científica, pois não expressa uma Lei Natural, que se conhecendo os fenômenos, podemos prever os fatos.

Para analisarmos os fatos, isto é, para conhecermos  as Leis que fazem ocorrer os fenômenos da degeneração das sociedades contemporâneas, vamos  verificar se alguma vez, já se observou este aniquilamento da Vida, por graus sucessivos, terminando na eliminação completa de uma agremiação humana. Isto se consegue através da história, onde são numerosos os exemplos de civilizações, que decaíram depois de terem deslumbrado a sua época, com o seu esplendor e sua força. 

 Se formos buscar a origem dos povos mais antigos, encontramos  a confirmação desta verdade registrada nas suas crenças.

A ideia que sempre dominou na Índia, na Pérsia, no Egito, em quase toda antiga civilização oriental, foi a da “ existência dos ciclos” ; teoria segundo a qual o gênero humano deveria forçosamente  extinguir-se depois de gozar na Terra, algumas épocas de prosperidade; e isto não era mais, que o resultado da observação, transmitida pela psicologia coletiva, da decadência das gerações, que as haviam precedido.

Do mesmo modo, em todas as teogonias que dominaram a antiguidade, encontramos implicitamente contidas, as ideias, sejam de progresso, sejam de regresso da Sociedade.

Podemos ao analisar a crença dos Santals e as crenças análogas, de um grande número de populações primitivas, que elas estão em relação estreita com a evolução da psicologia coletiva do progresso, e ao mesmo tempo, com a história dos  estados sociais correspondentes.

Na crença dos Santals, as gerações passadas, no fundo dos seus túmulos, observavam os seus filhos com intenções caridosas, no entanto as “almas” habitantes do túmulo distribuíam por toda parte, toda sorte de maldade. Observamos nesta crença a mesma forma dualista do bem e do mal, governando o mundo, que dominou em todas as teogonias ( conjunto de divindades, cujo culto, registra o sistema religioso de um povo politeísta). Não faziam, nada mais nada menos, que refletir em entidades  abstratas o que observavam  de bom ou de mau, nas ações da coletividade; eram o princípio criador e destruidor. Os Santals, populações pacíficas, tinha a chave do progresso, e por isso julgavam-se dominados pelo princípio do bem. Outras populações, no entanto, preocupavam-se mais com o “espírito” do mal; era que nelas dominando os elementos desfavoráveis, viam a ruína e a destruição alastrarem em suas fileiras.

Ao se estudar as civilizações da Índia, do Egito, da Pérsia e da Judeia, a crença destas civilizações colocam a suas origens na idade do ouro, provando assim que nelas , a soma dos males  ultrapassa a dos bens, pelo menos, que elas eram mais sensíveis aos primeiros que aos segundos.

A Pérsia concebe a história geral, como uma série de evoluções, cada uma delas presididas por um profeta. A sucessão destes períodos prepara o reino de Ormuzd, depois  da completa destruição do mundo por Dahak ou o Demônio – No entanto todas elas iam, a pesar de observarem sua decadência, formulando crenças, numa futura idade do ouro, onde todas poderiam gozar das bondades eternas.

Anteviam, provavelmente, instintivamente uma regeneração dos estados sociais em que se achavam.

Quando no mundo greco-romano trava-se a luta  intelectual , que deu origem ao nascimento da metafísica, marcando um novo período, uma nova evolução do mundo social; esta nova aquisição da Humanidade, não se estabelece  sem um grande desperdiço de potencial, que abala as instituições, então vigentes, trazendo oscilações contínuas; épocas de prosperidade e de aniquilamentos sucessivos, que influíram na alma dos poetas e dos filósofos que foram surgindo, e deixaram estampados em suas obras os estudos sociais  que naquela época dominavam.

“Os homérides, isto é, os rapsodos que cantavam as poesias de Homero (Século. XII a C.) , com todos os publicistas ligados aos destinos das instituições decadentes, são naturalmente pessimistas: de todos os seres que respiram e que rastejam na superfície da terra , não há nenhum mais infeliz que o homem; no transformismo social que se completa sob os seus olhos, não vê senão ruína e desolação: os homens como são hoje, são inferiores aos das gerações precedentes”  De Greef – Le Transformisme Social – pag. 24.     

Hesíodo (Século VIII a.C.), em suas poesias procurou dar uma explicação religiosa da decadência do povo grego. Formula a teoria das 5 idades da Humanidade, cada uma representada por uma raça. Estas raças vão decrescendo de valor psíquico e moral, com exceção da quarta, que se torna um pouco melhor que a precedente, até a Quinta, a raça de ferro, da qual ele é um dos representantes.

Quando os elementos científicos da filosofia grega começam a dominar sobre as crenças religiosas, embora com explicações metafísicas, os filósofos das diferentes escolas, em seus sistemas otimistas ou pessimistas, deixam transparecer o estado de progresso ou de regresso da sua época. A escola Jônica é puramente otimista.

Tales, Anaximandro, Anaximenes, Heráclito, Hipócrates Heródoto, e etc. Formularam sistemas, onde se encontram as primeiras concepções sobre a evolução natural.   
  
Em prosseguimento a luta de Atenas, que dá  em resultado as divisões das Classes, aparece Aristófanes com um pessimismo exagerado.

Xenofonte procura explicar a decadência da monarquia persa, pela extensão do luxo e da preguiça. O movimento social é para Platão, uma evolução circular; a degenerescência social  não tem outra causa, senão o deslocamento dos fatores sociais.

Em Roma, pela fácil assimilação da civilização grega, e sendo ela dotada de grande conteúdo metafísico-científico, convincente para a época, dentro de pouco tempo, os filósofos romanos, põem-se a par das teorias  da evolução  social. As mesmas doutrinas gregas aparecem nas obras dos poetas: Epícoro, Lucrécio, Políbio, Virgílio e Cícero, tais são os filósofos prosadores e poetas que mais se ocuparam das questões sociais e do progresso.

   Mas dentro de pouco tempo a fabulosa riqueza de Roma, entrou em ruína. Horácio e Ovídio nas suas Metamorfoses, tornam-se pessimistas e relatam a caducidade do império romano, que não tardou extinguir-se totalmente.

Quando o cristianismo aparece na Judeia, vem impregnado de um desanimo perante aos problemas sociais. É o filho de Deus, que vem salvar o Mundo, de sua destruição. Mas impotente para livrá-lo desta ruína, só pôde e pode, apelar, para o ente sobrenatural, o único capaz de melhorar a sorte da Humanidade, numa vida de além-túmulo.

“ O Meu Reino não é deste Mundo” . Socialmente falando isto é muito grave, Jesus não percebeu que com esta atitude, veio provocar um estado de degenerescência do Império Romano; sem querer atacou as suas mais altas formas intelectuais e morais, promovendo pouco a pouco a redução de suas funções reflexas e automáticas, até que todo o seu organismo  viesse a se dissolver.

Desta forma vemos a degenerescência humana existir em todas as épocas da antiguidade, ser diferentemente compreendida e interpretada seguindo as crenças religiosas e as doutrinas filosóficas que dominaram em cada uma delas.

O Mundo Ocidental da Idade Média, sendo uma continuação do mundo greco-romano, não poderia deixar de ser infectado ou contaminado, dos mesmos elementos de degenerescência. Não obstante as suas fusões com o bárbaros invasores, de seus domínios, mesmo com a inoculação de elementos vigorosos, não pôde regenerar  as suas populações depravadas e imorais.

O aparecimento do Cristianismo, devido as grandes lutas entre as antigas civilizações, não há dúvida, foi uma nova doutrina, uma das maiores aquisições da Humanidade; no entanto sua concepção não podia deixar de conter grandes imperfeições. E o Catolicismo, de base no Cristianismo, veio por sua vez poderosamente influir na vasta decadência da Idade Média, onde a degenerescência da espécie humana atingiu o seu apogeu.

A sociedade ia passar por uma grande transformação, após o aparecimento do Catolicismo/Cristianismo, última concepção teológica, com o surgimento do reino da metafísica, no entanto devido a decadência da Idade Média, houve um grande retardo.

O Catolicismo/Cristianismo tolhe o progresso científico e superexcita os sentimentalismos altruístas, dando destaque a Pureza dos Santos e não a Ternura entre a Mulher e o homem, como exemplos de conduta. Todos querem ser profetas. Surge a crença do fim do mundo, no ano mil. O Catolicismo/Cristianismo não pôde logo ser compreendido pela multidão. A unificação dos sentimentos que ele deveria trazer, tornando a psicologia coletiva, mais uniforme, e o caráter social mais estável e evolutivo, não foi possível  de ser realizado, a curto prazo, devido ao misticismo cristão, ter que travar árdua luta com o paganismo.

  A crença nas almas, nos anjos, nos demônios, nos deuses de toda espécie; juntam-se as crenças dos mágicos, dos feiticeiros, dos vampiros, dos lobisomens, e de toda esta confusão, vai gerando as formas dos delírios, isto é, de loucura, que se propagam na forma de delírios epidêmicos. A instabilidade cerebral denuncia a degeneração, que vai devastando as populações. Um ataque de histeria, é muitas vezes o ponto de partida, de uma epidemia que empolga toda uma população.

E como maior prova de decadência, as torturas e as fogueiras, são os corretivos empregados aos pobres loucos, consideradas na época entidades demoníacas.

No meio de toda esta agitação, surgem numerosas guerras, de todos os poderes entre si.

Após terem decorrido 10 séculos de lutas onde parecia que tudo ia se extinguir; vão ocorrendo lutas mais intelectuais; onde a influencia dos Árabes, que durante esta época fazem grandes descobertas científicas, e faz-se notar aos poucos aqui pelo Ocidente, o aparecimento de grandes vultos, como o Roger Bacon (1214 – 1294) – [No século XIII, inglês Roger Bacon (1214-1294) opôs-se à escolástica, ao sustentar que a tradição não é o único meio de acesso à verdade. Propôs que só o saber rigoroso, utilizando-se de um método que tivesse por base a matemática, possibilitaria que se atingisse a verdade. A concepção de Roger, além de permitir considerá-lo um dos precursores do pensamento científico moderno, constitui uma antecipação do método experimental, ao valorizar o papel da experiência na elaboração da ciência]. e  Pico Mirandola, {(Pico della Mirandola, Giovanni (1463-1494), filósofo e humanista italiano. Erudito dialético e de brilhante oratória. É autor de Heptaplus (1489), um relato místico da criação do Universo}; que tornaram-se os precursores da Renascença e da Reforma. Grande absurdo Social que a Igreja Católica deixou acontecer.

As Pessoas que têm o cérebro povoado de Deuses, anjos, arcanjos, demônios, gênios e almas teológicas, compartilhadas com as imagens reais; Que defensivos encontram nas suas doutrinas, para não caírem na loucura, quando por qualquer circunstancia, forem atacados pela apreciação destes entes ditos sobrenaturais, isto é, por alucinações?

            Como os teologistas, católicos e os protestantes, que aconselham a penitencia, a e mortificação da carne, se resguardam racionalmente das reações perturbadoras, do corpo sobre o cérebro?
           
Os Positivistas encontram nas suas convicções um apoio para estas perturbações de que for cometido. Como todas as garantias científicas, nada tem de absoluto; mas é o único com quem se pode contar.

Todo esse mundo ideal de entes extra-humanos é substituído pela contemplação, conscientemente subjetiva das gerações que passaram e das gerações que hão de vir.
           
Se por ventura, a Emoção exaltada pelo sentimento, torna nítida e vivazes as imagens subjetivas dos entes adorados; fazendo com que escutemos as suas vozes e enxerguemos as suas imagens; ao nível de mesma "nitidez", que as imagens reais e objetivas; os positivistas, sabem que estas visões, não são de mortos ressuscitados, cujo o conhecimento destes mortos objetivamente, mas vivos subjetivamente, só podem encontrar na meditação, aquilo que realizaram em vida objetiva.
           
Não é permitido invocar conselhos e ordens que recebeu nos encantos de seus prazeres. Não pode então, crer na realidade objetiva dos Deuses de seu Culto; quando esta realidade, já houver cessado pela morte.
           
Também lhe é proibido entregar-se, tanto aos excessos egoístas, que degradam e conduzem ao idiotismo, como aos exageros da mortificação, que torna o homem, incapaz de servir ao seu semelhante, o que predispõe para todas as perturbações doentias, inclusive a loucura.

Aceitando resignado as fatalidades, que não pode modificar, aproveita a flexibilidade superior dos problemas morais, para suprir, com o aperfeiçoamento próprio, as imperfeições de sua situação. E contenta-se com os entes que adora, com a convivência que resulta da recordação saudosa, de seus benefícios e de suas virtudes; sabendo que não há outra imortalidade, além da assimilação, pelas gerações atuais, das conquistas realizadas pelas gerações que passaram.
           
Aqueles que com tais armas fracassam no batalhar da existência, só tem que lamentar a própria fraqueza, isto é, o seu frágil caráter.

Si fractus illabatur orbis, impavidum ferient ruinae .
Se o mundo desabasse sobre ele; ele seria ferido pelas ruínas, impávido ( sem medo)
        Este exame parcial nos revela que a situação teológico-metafísica, é a mais favorável para predispor o homem à loucura; visto que a crença em um mundo sobrenatural, torna possível todas as divagações, sem falar na excitação contínua, que os sentimento egoístas do orgulho e da vaidade, tem origem nestas crenças, teológicas-metafísica.
           
Mas cumpre reconhecer que o perigo cresce quanto mais predominar a fase metafísica.
           
Felizmente, os grandes homens do catolicismo, dispondo do vago inerente ao seu Dogma, instituíram verdadeiros aparelhos de segurança, contra as alucinações pessoais. Foi assim que as visões, podem ser ao mesmo tempo obras do demônio ou de Deus. Os doutores Romanos estabeleceram a competência, exclusiva da classe espiritual, os Sacerdotes, e especialmente o chefe da hierarquia, para decidir, caso a caso.
             
Esta atitude mostra o alcance social e moral do Dogma da Infalibilidade Papal – Prerrogativa atribuída ao Papa, para que os Católicos não errem em questões pertinentes à Fé e aos Costumes; quando pretende conferir uma orientação universal.

Já o Protestantismo, quebrando esta garantia, e pondo o crente em comunicação direta com Deus, pelo dogma do livre arbítrio, favorece o desequilíbrio mental. Porque simplesmente, o dogma neste caso, é favorável a desenvoltura da Vaidade e do Orgulho, comprimindo a Veneração; isto é, destrói as bases de todas as disciplinas, principalmente a Social.

O estado revolucionário deísta ou ateu agrava esta situação, pela proclamação absoluta do livre exame, por tal forma, que cada um, afeta hoje tirar de si, por uma inspiração monstruosa, todas suas crenças.

O resultado dessa desorganização, do regime católico, criando o protestantismo, tem sido a exacerbação contínua dos instintos egoístas, e a compressão dos sentimentos Altruístas, cujas influências os teologistas atribuem à Graça Divina; e os revolucionários pretendem substituir pelo interesse bem entendido.
            .
                        Realmente nesta época ocorreu uma reação para alterar a existente organização depauperada.
 
            Assim, a Idade Média nos parece ser um organismo, cujo  comandos superiores, não tem a força inibidora capaz, de superar os desmandos dos comandos inferiores, aparentemente dominada por uma grande Neurose - nevrose. Durante todo este tempo a sociedade retrocedeu ou evoluiu. Algum elemento lhe faltava para  corrigir  aquele descalabro. Em um regime Feudal, onde deveria suceder uma luta pela divisão de classes, com a divisão do trabalho, ocorria a aliança de uma superexcitarão sentimental, alimentada pelo catolicismo/cristianismo; onde deveria dominar mais do que nunca, um poderoso elemento intelectual.

Foi o que trouxe a Reforma, sucedendo ao catolicismo, no que diz respeito ao livre exame ou livre arbítrio e a liberdade de  consciência. Assim podemos dizer que, Giordano Bruno na Itália, Descartes na França e Francisco Bacon na Inglaterra, podem ser considerados os Paes da Filosofia Moderna.

Foi então que a Humanidade renascendo de suas cinzas, entra de novo no caminho dito do progresso,  equilibrando-se nos fatores sociais daquela ruína. A ciência começa a fazer novas descobertas, entrando no domínio da metafísica.

A Psiquiatria dá o primeiro passo: um licântropo – louco que se acha transformado em lobo – licantropia., condenado a morte  pelo lugar-tenente criminal de Angers – cidade do oeste da França, foi enviado pelo parlamento de Paris, para um hospício de loucos.

Neste momento todos os filósofos deixam em suas obras , concepções sobre o progresso da Humanidade.

Depois de uma reorganização de 300 anos, aparece  a biologia, e assim a ciência caminha para o estado Positivo, nasce a Sociologia Positiva com Augusto Comte e o delineamento da Ciência Moral Positiva, a Ciência da Construção.

Mas temos notado que mesmo com toda esta força, um progresso contínuo ainda não se efetua. Ainda dominado pelo espírito de conquista, o mundo ainda se entrega a guerras de extermínio e as guerras de disputas de mercado, nas guerras de falta de trabalho, de competição. Algumas Nações depois de atingirem um elevado grau de glória, despencam vergonhosamente. Lembremos a Revolução Francesa, em 1789, uma verdadeira crise  nevrótica, que atingiu todo o povo francês; no entanto foi a única saída, para um alerta ao Mundo .

Não tem nenhuma Civilização, que marche progressivamente, sem ser acompanhada de uma degeneração que não deixa de dominar e de se ampliar.

Segue em anexo um documento que registra o numero de mortos, para garantir o regime democrático ( ~100.000.000 ) e o numero de mortos para  garantir o regime comunista ( ~ 100.000.000 ), até este último século passado; fora o numero de mortos entre Israelenses e Palestinos - A Guerra da Bestialidade; ( 300.000 até 1997 ) conflito entre dois povos profundamente ignorantes socialmente, por ainda estarem na fase da inteligência teológica das mais atrasadas da espécie humana; sendo um mais violento e bárbaro que o outro; e infelizmente um dos lados é alimentado pelos USA, reconhecidamente um País de elevada cultura científico-tecnológica, o País mais rico do Mundo, no campo Material, mas, o mais pobre de toda a Humanidade, no Campo Moral Positivo. Augusto Comte em 1854 – no seu quarto Volume do  Sistème de Politique Positive – pag. 443/444, já alertava – «  On confirme l´insuffisance générale des deux première phases d´après leur examen spécial, d´abord temporel, puis spirituel. En écartant le budget théorique et l´armée permanente, elles semblent conduire le peuple central vers le type américain, qui caractérise le principal essor de l´anarchie occidentale. »  
       

 2) As Leis Naturais
Vamos agora examinar como encontrar os parâmetros das Leis Naturais, que alteradas geram a degenerescência, que tem acarretado a destruição de tantas antigas sociedades, e que ainda ameaçam dissolver, nos dias de hoje, o trabalho evolutivo de milhares de gerações.

Para facilitar a exposição, vamos apresentar de antemão as conclusões que os senhores poderão chegar, e que alguns poucos já chegaram:

1 – que na própria história das sociedades humanas, existem as condições de se conhecer as Leis Naturais, que usadas com parâmetros egoístas, provam a degeneração Social; e por sua vez a degeneração Individual, esta última, devido ao não cumprimento das Leis Naturais da Ciência Moral Teórica Positiva.

2) que os fenômenos sociais são preponderantes na interação com os fatores individuais;

3) que nunca poderemos estudar esses fenômenos sem a ajuda das Ciências Biologia, Sociologia Positiva e Moral Teórica Positiva.

            As teorias da degenerescência, depois que se libertaram das influencias teológico-metafísicas, que lhe davam um caráter fatídico, fazendo coincidir sobre a Humanidade, a maneira dos destinos antigos, passando hoje a considera-la, como um fato do domínio; dos processos biológicos gerais. A luz das teorias da evolução, a degenerescência, tornou-se um fato de ordem geral, sendo um fenômeno natural, e como uma necessidade seletiva, bem como um adjuvante dos fatores que concorrem para a evolução individual e social.

Se a degeneração é um fato tão natural como a evolução; os fenômenos de degeneração hão de ter a mesma origem,  mas “ parâmetros e intensidades cartesianas opostas”, isto é egoístas e Altruístas, e leva-nos para melhor compreende-la e estudá-la no que tange aos seus fenômenos; vamos primeiramente registrar algumas considerações sobre a onde os maiores detalhes podem ser encontrados no Livro A Ciência Moral Teórica Positiva, composta da Existência. (nutrição, evolução ou desenvolvimento e reprodução); da Saúde e da Enfermidade.

        Todos os problemas da VIDA, podem ser esclarecidos pelas Leis Naturais que expressam a  : A Influência do Meio ou da Vida Social, na  Moral, isto é, na “ Alma” e no Soma e vice versa; a { Hereditariedade dos Caracteres Genéticos (A Nutrição, A Saúde, A Enfermidade e A Reprodução)  e a Seleção Natural  (o Desenvolvimento ou Evolução - ) } MORAL

Desta forma podemos hoje em dia, interagir as Influencias Individuais –ou Morais ou Psíquicas com as Sociais ou Coletivas, e vice versa, com vista à esclarecer, de uma vez por todas, os complexos problemas da Vida, de maneira científica, cujos os fenômenos  representam resultados de ações de Leis Naturais.

Coube  a  Augusto Comte (1798 –1857) até 1857, ter deixado escrito todas as principais bases da Ciência Moral Teórica Positiva – A Ciência da Construção, para que as explicações subjetivas e objetivas do comportamento humano, pudessem trazer as verdadeiras explicações dos fenômenos sociais e individuais do mesmo. Mas que somente nos dias de hoje, está sendo possível colocar neste trabalho, devido a Pierre Laffitte, Dr. Robinet, Luis Lagarrigue e o autor que vos apresenta o assunto.

 Estes detalhes na Ciência Moral Teórica, podem ser encontrados, neste livro acima citado, do autor que vos escreve, no Capítulo A Teoria da Vida – que associa a Moral a Biologia.

            Quanto a explicação com base na Ciência Biologia,  que dá o sustentáculo à  Ciência Sociologia Positiva e esta por sua vez, à Ciência Moral Positiva, vamos didaticamente descrever primeiramente o enfoque biológico.

A Ciência Biologia : Do estudo da composição material, resulta o laço subjetivo que une, pela química, a cosmologia à biologia, ou o estudo da materialidade ao da vitalidade; isto é, da natureza  morta ao mundo vivo. A base essencial do estudo dos seres organizados, isto é, o conjunto das leis relativas a Vida Vegetativa, está com efeito, no conhecimento dos fenômenos Bio-físico-químicos que estes seres apresentam. A subordinação das funções da Animalidade propriamente dita às da Vegetabilidade Fundamental  ( a única vida característica dos vegetais) estabelece a coordenação das considerações particulares à ciência biológica, de acordo com a sua complicação crescente e sua generalidade decrescente. Além disso, a Biologia, que cientificamente constitui o indispensável termo intermediário, para ligar a cosmologia (as Ciências Física e Química) à Sociologia; isto é, a Ordem Exterior à Ordem Humana, enriquece a lógica positiva, com um processo dos mais importantes:  A Comparação. Ela realiza uma realização verdadeiramente decisiva, pela instituição da Biotaxia, isto é, da série que permite ligar entre si, subjetivamente, todos os seres dotados de vida; do duplo movimento interior de decomposição  e recomposição; assim como dos fenômenos zoológicos, que nela geralmente se superpõem, desde de os tipos mais ínfimos – os micro organismo unicelulares, até o termo supremo da escala biológica – O Homem.

        Esta imensa hierarquia, só pode ser subjetiva, e jamais comporta a plena realidade exterior, tais como os tipos inassimiláveis, devido a singularidade de sua organização, a fixidade das espécies demonstra, por si só, a impossibilidade  de formar  com todos os seres vivos, uma série objetiva ininterrupta.

        Como seu preciso conhecimento, exige uma classificação, o método só vence esta dificuldade, estabelecendo a necessidade lógica e o caráter perfeitamente subjetivo, ou relativo ao Homem, de semelhante construção: o que permite por conseguinte, aperfeiçoá-la pela subtração de tipos rebeldes e pela adição hipotética dos termos que faltem. 

É desta forma que a Biologia, filosoficamente cultivada, estabelece uma gradual transição, entre o Mundo exterior e a Existencia Social, manifestada pela Humanidade.

            A importância de tal ciência e suas intimas relações com o conhecimento da natureza humana, faz-nos deixar registrar as bases essenciais sobre as quais  a Biologia se repousa.

            Sendo a anatomia o estudo da estrutura de tudo quanto tem vida, que representa o aspecto estático da Biologia dos corpos organizados, em estado de repouso, mas prestes a agir.

Sua principal incumbência, depois de ter estabelecido o princípio da necessidade, de um grau qualquer de organização, como condição indispensável, para as manifestações vitais, mesmo as mais rudimentares, tem sido, desde Aristóteles, constituir esta imensa escala biológica, ao mesmo tempo objetiva e subjetiva, pelo conjunto graduado dos seres vivos.

Quanto a fisiologia, que constitui a parte dinâmica da biologia, consiste essencialmente em fatos gerais, subordinados entre si, mas inteiramente distintos, cujo conjunto, explica, quer as funções contínuas da vida de nutrição, quer as funções intermitentes da vida de relação.

O fato mais geral que caracteriza a Vida, é o duplo movimento intimo e contínuo de assimilação e desassimilação, próprio de todos os corpo organizados, e que seu conteúdo, sofre sem cessar, em virtude das relações com o meio em que se acham colocados. Assim, esta Lei da Nutrição,(1) constitui a base de todos os estudos fisiológicos.

  Logo podemos pela Lei do Desenvolvimento e do Declínio(2), que termina com a morte; seu resultado constante gera a Lei da Reprodução (3), segundo a qual a conservação da espécie, compensa a perda do indivíduo. Assim se expressou Augusto Comte : “ A principal propriedade do conjunto dos seres vivos, consiste na aptidão, de cada um deles, de reproduzir, um ser semelhante, como ele próprio provem, sempre de uma fonte análoga. Não só, não há existencia orgânica, que emane da natureza  inorgânica, mas além disso, nenhuma espécie poderia resultar de outra qualquer, superior ou inferior, salvo as variações limitadíssimas, embora muito pouco conhecidas, que cada uma delas comporta. Existe, pois, um verdadeiro abismo verdadeiramente intransponível, entre o mundo vivo e a natureza inerte; e mesmo em menores graus, entre os diversos modos de vitalidade.”  Catecismo Positivista – 2a Ed. 7a Conferência.

Com relação as Cinco Leis Naturais que coordenam a Vida Animal, três subjetivas e duas Objetiva, vamos poder defini-las como abaixo:

1)  A Primeira Lei Natural (4), consiste na necessária alternativa, de exercício e repouso, característica de toda  Vida de Relação, Sensação e Movimento, sem executar nossos mais nobres atributos: os sentimentos, a inteligência e a atividade (Bichat)

2)               A Segunda Lei Natural,(5)  que, como em todos os outros casos , supõe a precedente, embora não resulte dela, consiste na tendência, que possui toda função intermitente, de se tornar habitual; isto é, de se reproduzir espontaneamente, depois de cessado o impulso primitivo (Lei do Hábito) – esta Lei encontra o seu complemento natural na faculdade de imitação; aptidão de imitar os outros; pelo menos em todas as espécies animais, dotadas de simpatia, resultando da aptidão de se imitar a si mesmo, ou de renovar atos espontâneos, já realizados. (Cabanis).

3)    
A Terceira Lei (6) subordinada  à do Habito, consiste no aperfeiçoamento um tempo anatômico e fisiológico, inerente a todos os fenômenos de relação: sensitivos, motores, sentimentais, intelectuais e práticos; isto é, relativos a atividade e ao caráter. No tocante a cada um deles , o exercício tende a fortalecer as funções e os órgãos que o desuso prolongado, chega a atrofiar.

4)  A Combinação das Leis do Hábito com a do  Aperfeiçoamento,(7) determina uma sétima Lei Vital, que merece cientificamente, uma apreciação distinta, embora ela não seja logicamente, mais do que uma conseqüência necessária das precedentes: é a da Hereditariedade. Toda Função ou estrutura animal, sendo perfectível até um certo ponto, à aptidão de todos os seres vivos, de reproduzirem seus semelhantes; poderá desde então, fixar na espécie as modificações suficientemente profundas, sobrevinda do indivíduo. Daí resulta o aperfeiçoamento limitado e contínuo, sobretudo fisiológico, mas até anatômico, de qualquer raça, pelas regenerações ou crescimentos sucessivos, tanto mais perceptíveis, quanto mais elevada for a espécie, por ser assim mais modificável e mais ativa.  Augusto Comte – Catecismo Positivista.

Assim poderemos medir a diferença, do ponto de vista abstrato  e do ponto de vista  concreto, comparando a teoria Positiva , com a  esclarecida concretamente por Darwin e seus seguidores, como uma Lei Complementar 

        5) A Oitava Lei Natural, SELEÇÃO NATURAL- Evolução:

       Foi Charles Darwin (1809 – 1882) quem, incitado pela publicação da descoberta de Alfred Russel Wallace (1823 – 1913 ) de seu princípio da Seleção Natural, estabeleceu em 1859, a Teoria da Evolução, na obra A Origem das Espécies.

       Mais tarde, os estudos de Gregor Mendel (1822 a 1884), retomados no final do século XIX, demostraram o que Darwin insinuou vagamente: que a hereditariedade é particular, não combinada. Sejam ou não os descendentes formas intermediárias entre seus pais, eles herdam e transmitem partículas hereditárias separadas, que hoje em dia denominamos genes. Os genes únicos e separados se distribuem de forma independente através das gerações, como nas cartas de um baralho.

Se a herança é particular, a seleção natural pode atuar. Como estabeleceram pela primeira vez o matemático britânico G. H. Hardy e o cientista alemão W. Weinberg, não existe uma tendência própria de desaparecimento dos genes do “conjunto” de genes. Se isso acontecer, será por causa de processos fortuitos, ou da Seleção Natural. A versão moderna do darwinismo, chamada de neodarwinismo, está baseada nesta idéia, elaborada entre os anos 1920 e 1930 pelos geneticistas R. A. Fisher, J. B. S. Haldane e Sewall Wright.

A teoria genética moderna da Seleção Natural pode ser assim resumida: os genes de uma população de animais ou plantas que se entrecruzam sexualmente constituem um “conjunto” de genes. Os genes competem neste “conjunto” da mesma maneira que as moléculas primitivas que se reproduziam faziam-no no “caldo” primitivo. Na prática, a vida dos genes do “conjunto” de genes transcorre de duas formas: ou assentando-se em corpos individuais que ajudam a construir, ou transmitindo-se de um corpo ao outro, através do espermatozóide ou do óvulo, no processo de reprodução sexual. Qualquer gene que se origina no “conjunto” genético é resultado de uma mutação ou erro aleatório, no processo de cópia dos genes. Uma vez que se produziu uma mutação nova, esta pode se estender através do “conjunto” genético, por meio da mistura sexual. A mutação é a última origem da variação genética.

       Existem várias razões que explicam a causa da frequência de variação dos genes: imigração, emigração, deslocamentos aleatórios e Seleção Natural. A imigração, emigração e desvios aleatórios não têm demasiado interesse do ponto de vista da adaptação, embora na prática possam ser muito importantes. No entanto, a Seleção Natural é fundamental para explicar a melhora da adaptação, a complexa organização funcional da vida e os atributos de progresso que, discutivelmente, podem-se classificar como evolução. Alguns têm mais qualidades para sobreviver e reproduzir-se do que outros. Os organismos cujas características para sobreviver e reproduzir-se são melhores, tenderão a contribuir com mais genes para os “conjuntos” genéticos do futuro do que aqueles cujas características sejam más para esta finalidade: os genes que tendem a formar organismos bons serão predominantes nos “conjuntos” genéticos. A Seleção Natural traduz-se nos diferentes níveis de sucesso que alcançam os organismos na sobrevivência e reprodução: isto é importante por causa dos requisitos necessários para a sobrevivência dos genes no “conjunto” genético. A persistência do mais apto, é devido a conservação das diferenças e variações individuais favoráveis, e a eliminação das variações prejudiciais; assim disse Darwin.

    A Hereditariedade dada pelos Caracteres Genéticos e a Seleção Natural atuam somente como elementos conservadores, e fator ativo, que a todos prepondera, é dado pela Influência do Meio, com a reação ao uso e caracteres humanos, no que tange  a sua acomodação, às condições do ambiente - etológica do indivíduo; neste meio, isto é, no meio cósmico ou biológico, onde o indivíduo encontra as ações e as reações, que resultam nas suas variações, que se fixam na espécie, através da Seleção Natural e dos Caracteres Genéticos. 

            Pois é do meio que o Indivíduo vive, que partem as influencias que determinam suas variações. É através da luta travada entre o indivíduo e o meio em que ele vive, que resultou seu transformismo, para que viesse ocorrer sua adaptação.

            Intervindo os outros fatores, a conservação  dos caracteres genéticos favoráveis, foi que prevaleceu com a Seleção Natural, a não permanecia dos elementos desfavoráveis, que não poderiam ter lugar.

              A Seleção Natural tornou-se assim, um dos processos mais preciosos da evolução individual, evolução que se fazia facilmente pela força das circunstancias; evolução que tornava-se  eminentemente progressiva e definitiva para os indivíduos de uma espécie, ou para  a espécie que sobrevivesse.

            A mesma evolução intensiva apresentava o homem, quando vivia em estado de bárbaro. Com efeito, só tendo que lutar com os elementos que lhe eram opostos pelo meio cósmico e com a concorrência dos outros animais, e de seus semelhantes; o homem ou vencia nesta luta, se era forte, ou era vencido, e eliminado se era fraco; não havendo possibilidade da transmissão à gerações sucessivas dos elementos defeituosos.
             
            Se admitirmos que a eliminação dos fracos não se efetuasse, que não encontrasse direito a vida somente os indivíduos cujo potencial, fosse de sobra, para poderem opor certa reação contra o meio que determinasse sua adaptação, mas que também, os de potencial reduzido, pudessem subsistir, juntamente com os primeiros. É evidente que estes fracos elementos, tendo que concorrer, com os elementos fortes que muito facilmente os levariam de vencida; e teriam que encontrar meios  de subsistência menos vantajosos; e já não só poderiam  se adaptar ao meio, em que tinham nascido, mas sofreriam deste meio ações, que ainda mais lhe diminuiriam a resistência. O fator hereditário, entraria em ação, determinando a conservação, na descendência, deste potencial enfraquecido, que  teria mais que sofrer, as oposições do meio, e assim, nesta progressiva baixa, chegaria a um ponto mínimo, onde o tipo degenerado apareceria esculpido nas alterações da morfologia e da fisiologia do indivíduo.

        Estes fracos indivíduos ainda iriam concorrer devido as suas uniões, para enfraquecer  a descendência dos mais dotados, e tolheriam de maneira desvantajosa, a evolução progressiva.. Sem a eliminação determinada pela Seleção Natural, apareceriam os tipos degenerados, e a evolução individual encontraria uma grande resistência.

            Assim sendo, este fato que não era possível ser observado, antigamente, começou tomar desenvolvimento, desde quando o homem organizou-se em Sociedade. Desde a constituição das Famílias primitivas, a proteção mútua, ia determinando a conservação relativa destes elementos enfraquecidos, até que hoje, nas sociedades civilizadas, o aperfeiçoamento da Moral Positiva, fazendo surgir, o Sentimento de Humanidade, isto é, a subordinação do egoísmo ao Altruísmo, embora outra coisa não lhes conceda, garante-lhes, pelo menos, a Sociedade, o direito de Vida. Desta forma podemos dizer que só com a constituição da Sociedade, começaram aparecer os tipos degenerados.

            Mesmo que isto não tenha ocorrido, ao observarmos o que se passa atualmente, deveríamos nos ater que a degeneração ocorre em todas as espécies animais, que vivem sobre a Terra, e que só aparece nas espécies que se organizaram em Sociedade, e principalmente na Sociedade Humana.

            Isto já nos indica claramente, que é na própria sociedade que devemos encontrar as causas da degeneração!

            Por outro lado, a Ciência Biologia, nos ensina que a Evolução Natural é a consequência das variações  individuais determinadas pelas influencias do meio. Essas variações dependem da necessidade de adaptação do indivíduo, neste meio.

            Podemos já deduzir como uma verdade, que o grau de variação, depende da complexidade deste meio, e que ela cessa desde que o indivíduo esteja perfeitamente adaptado à ele. Não havendo o desperdício de potencial, determinado pelo esforço de adaptação, com certeza não pode haver degeneração. Onde não há evolução não há degeneração.

            Eis porque as espécies animais que não vivem em sociedade, não se degeneram: porque não mais evoluem. Não se dá o mesmo com o indivíduo humano.

            Ensina-nos a Ciência Sociologia Positiva, que o Indivíduo na Sociedade, não é mais do que um elemento componente de outro Aparelho ou Organismo mais complexo. Não mais influenciado que as outras espécies, pelo meio cósmico, ao qual está adaptado; no entanto o Indivíduo faz parte de um outro meio mais complexo; um meio ainda instável, que ainda não entrou em equilíbrio; e que não entrou em equilíbrio, e que forçosamente, há de trazer variação de outra ordem, aos elementos, que compõem as variações intelectuais, que não poderiam existir sem ele. Estas variações intelectuais tem de ficar sujeitas, às mesmas leis que as variações primitivas; vão aparecer as variações vantajosas, de adaptação do Indivíduo no meio social, e consequentemente o desperdício de potencial e o seu resultado, é a degeneração.

        Um microrganismo mono celular, que vive no meio líquido, ou substrato, ficou mono celular, desde que sua variação necessária, se completou. As células do organismo animal encerradas num meio mais complexo, tiveram que sofrer mutação, por divisões sucessivas, chegando até as mais complexas, como as do córtex cerebral, no Encéfalo.

            O Homem, célula do novo organismo – o Organismo Social, há de sofrer mutações desde Barbárie até a um estado, que é difícil de prever, se não houver uma Educação, de base Altruísta, com vista a melhorar a Sociabilidade Humana. E como a evolução Individual não se efetuou, até hoje, senão a custa da degeneração  de milhares de células do seu organismo, assim também a evolução social, não chegará ao seu termo, senão depois da degeneração de milhões de indivíduos; a menos se conseguirmos, pela Educação dos Sentimentos subordinar o egoísmo ao Altruísmo e se no primeiro caso as causas da degeneração, não poderiam partir de outra parte, senão do meio orgânico; também no segundo, não podem ser encontrados em outros pontos, senão no Meio Social.

            Assim se desejarmos saber como ocorre a degeneração humana, devemos conhecer as Leis Naturais, que comandam os fenômenos, biológicos, sociológicos e morais.

            Para nos basear de maneira científica, nas investigações destes fenômenos, há necessidade dos leitores se aprofundarem no conhecimento dos Dogmas Positivos – no que tange as 15 Leis Naturais da Fatalidade Suprema ou Filosofia Primeira ou Princípios Universais, {que consistem em relações abstratas, as mais gerais que os fenômenos possam apresentar. São independentes da própria natureza destes fenômenos, e comuns a cada uma das grandes categorias de acontecimentos, que a Ordem Real – as Ciências - apresenta. São  Subjetivas ou Objetivas, isto é, relativas ao Homem e ao Mundo; que considerada em conjunto, nada mais é que a sistematização científica das ideias humanas, ou a explicação real do mundo e do Homem, de acordo com o regime das Leis Naturais, que substitui, em todos os sentidos, o reino das vontades divinas; consiste, essencialmente, na aplicação da noção de lei à todos os fenômenos reais, objetivos e subjetivos, ou na concepção científica da ordem universal, cosmológica, vital, social e moral. Por conseguinte, devemos desprezar as causas, que constitui um gênero de pesquisa, ao mesmo tempo inacessível e vão. Desprezar os porquês, vindo a só se preocupar com o COMO, isto é, com as Leis efetivas dos Fenômenos de qualquer gênero, com as suas relações reais e constantes. Finalmente substitui o absoluto pelo relativo, e renuncia a síntese objetiva, baseada numa causa primeira, única, e onigeradora, para só admitir leis múltiplas, cuja coordenação só é realizável subjetivamente, em relação ao Ser Supremo Coletivo, Contemplador do Ambiente, A HUMANIDADE. Ao mesmo tempo, a filosofia repousa inteiramente na separação, entre o concreto e o abstrato, na divisão entre a Ciência e a Arte. Só especula sobre a existencia, sobre os fenômenos que a compõem, mas de modo algum sobre os seres que manifestam este fenômenos, cujo o estudo especial fica reservado, para a prática – ou tecnologia. No ponto de vista lógico, a Filosofia Positiva institui, com total renovação, um estado mais perfeito da modalidade humana}; nas Leis Naturais das Ciências ou  Filosofia Segunda ou Ordem Real ( Matemática, Astronomia, Física, Química, Biologia, Sociologia e Moral) , no que se refere, a Sociologia Positiva e finalmente a Ciência Moral Teórica Positiva e a Arte da Educação, pela Moral Pratica Positiva.

Resumindo : Pela Visão Concreta

        É a Ciência que tem por Objeto os Organismos Vivos dos reinos { viria, monera, [protista ], metáfita e metazoa) ou { vírus, bactérias, [ Protozoários e Algas-Monocelulares], Vegetal e Animal; e de seu funcionamento; a Biologia  tem por Fim, o estabelecimento  das relações pelas quais conhecendo-se um órgão encontramos a sua função ou, conhecendo uma função determinamos o órgão que corresponde a esta função; a Biologia também tem por Fim o estabelecimento das relações pelas quais, conhecendo a modificação fisiológica ( metabólica e/ou morfológica), podemos encontrar o seu sintoma correspondente; ou ,  vice versa, e conhecendo um  sintoma  podemos determinar que modificação orgânica ocorreu, criando condições de que este sintoma se manifeste. Nota : A palavra sintoma , aqui neste caso é aplicável  tanto em relação  a fisiologia normal quanto a patológica. A Biologia tem por Método a comparação, que é o modo de raciocinar  pelo qual induzimos mediante a contemplação de fenômenos semelhantes .


Ciência Sociologia:

“ Esta ciência estuda a existência Social, as Leis Naturais dos fenômenos Religiosos, Políticos e Científicos, onde o homem vivendo em sociedade, vive em uma ordem humana coletiva” . Augusto Come – Filosofia Positiva – Vol. IV,V e VI; Política Positiva Vol. II, III e IV; Catecismo Positivista – Depois da morte de Augusto Comte, Pierre Laffitte, não cessou de ensinar a Sociologia concreta e Abstrata, a história dos principais agentes da evolução humana Os grandes vultos da Humanidade, 2 volumes, Paris 1875 . Na Inglaterra os Senhores Congreve ,Beesly,  G. e V. Lushington, Bridges, F. Harrinson, J. C. Morison e etc. , não cessaram de reproduzir, sob diversas formas, o idêntico ensino apresentado por Pierre Laffitte. E uma série de outros artigos e livros, que foram escritos na Segunda metade do século XIX, e estão dentro de uma realidade que foi propositadamente abafada e escondida, pelos que desejam consciente ou inconscientemente este estado  predominante de Educação, com base no egoísmo humano; onde predomina em nome da liberdade imoral a repressão por  conflitos de toda ordem; pensando que só por disputa é possível  melhorar as condições da Vida Social, visando aprimorar os produtos para serem vendidos, só com vista ao lucro, não para o bem dos outros. e etc. Se todos forem educados para fazer o bem dos outros, isto é, Viver para Outrem e Viver às Claras, tendo O Amor por Princípio, a Ordem por Base e o Progresso por Objetivo, encontraremos a Paz na Humanidade. Mas não é o que pensam os Educados teologicamente, com Deus e as Guerras; nem os capitalistas individuais, com a democracia; nem os capitalistas de Estado, com o comunismo.

A Ciência Social, isto é, a Sociologia Positiva, compõe-se de duas partes: uma que constrói a Teoria da Ordem – A Sociologia Estática, e a outra, que desenvolve a Teoria do Progresso -  A Sociologia Dinâmica. Maiores informações a respeito desta ciência, sob o enfoque Científico, isto é, Positivo, será fornecido,  para cada um que se manifestar separadamente, interessado.

Resumindo: Sociologia é a  Ciência  que tem por  Objeto o Organismo Social  e o  Seu  Desenvolvimento , isto é,  o Estudo da  Ordem e do Progresso ( Normal e {Patológico[ Ordem Retrógrada e Progresso Anárquico ]} ) de uma Sociedade; a Sociologia tem por Fim           o estabelecimento das relações Naturais  através das quais , sendo conhecidas  a formação e a             estrutura de uma Sociedade, podemos prever as suas condições  presentes e  futuras  de             existência e de seu comportamento ; a Sociologia  tem por Método a  filiação histórica que é o modo de raciocinar pelo qual induzimos através da  contemplação de fenômenos sucessivos. Nota : Devido ao fato de que  na investigação sociológica tem-se  como fontes de       observação dos  Vestígios   Religiosos(Sentimentos); Científicos (Inteligência) e de  Política ( Ações- Caráter), não se pode como na Moral conhecer  tão profundamente  os  fatores Afetivos  que   criaram tais vestígios; isto não significa que não tenham estado presentes, isto é participado, pois  nada é indiferente  perante  o Sentimento , apenas , a parte sentimental é     profundamente analisada na  Ciência  Teórica Moral Positiva .
               
        Ciência Moral Teórica Positiva:
      Caso não existisse, depois da morte de Augusto Comte, o Senhor Pierre Laffitte (1823-1903), o discípulo preferido do Mestre dos Mestres, por ter tido competência e  a capacidade de ter abraçado integralmente a Doutrina Positivista; em assimilá-la, em comunicá-la e em ensiná-la, em cada uma de suas partes; de ter defendido dos ataques que ainda sofre, este dilúvio de críticas incompetentes e mentirosas, de agressões imprudentes ou falsas, teria o Positivismo caído em um profundo esquecimento ; ou teria passado ao estado de curiosidade bibliográfica e não teria visto este período de discussão pública e de vulgarização, indispensável ao seu advento.

            Não teria, principalmente atingido esta ação que neste momento por meio da Internet, que vindo lhe reincorporar a vida pública contemporânea, traz de volta Pierre Laffitte; e também não podemos nos esquecer de Miguel Lemos, Teixeira Mendes e Luis Lagarrigue, e muitos outros, como uns dos elementos de coordenação e de iniciativa das mais originais e dos mais importes do Progresso da Humanidade.    

        A Ciência Moral Teórica, a ética, é mais Sintética que qualquer outra. É para ela que todos os aspectos abstratos, anteriormente estudados, concorrem espontaneamente, para construir o guia geral da razão concreta.

            Augusto Comte, “ estabelece a princípio, as Leis da Simples da Materialidade ( a Matemática, a Astronomia, a Física, a Química); depois a Biologia constrói, sobre esta base, a Teoria da Vitalidade. Finalmente  a Sociologia subordina à este duplo fundamento, o próprio estudo da existência coletiva.

              Embora a Sociologia  seja necessariamente mais completa, do que as precedentes, ainda não abrange tudo, o que constitui a natureza humana, pois nela, os nossos principais atributos, não se encontram ainda suficientemente apreciados.

            A Sociologia considera essencialmente no Homem, a Inteligência e a Atividade ou Ação ou Caráter, combinadas com todas as nossas propriedades inferiores, mas sem ser diretamente subordinados aos sentimentos que as dominam.

            Este desenvolvimento coletivo, faz  sobretudo sobressair nosso surto teórico e prático. Nossos sentimentos só figuram em sociologia, mesmo na Estática, pelos impulsos que exercem sobre a vida comum, ou pelas modificações  que recebem dela. Suas Leis Próprias, apenas podem ser estudadas  pela Moral , onde adquirem  a preponderância, devido a sua dignidade superior, no conjunto da natureza humana; onde Augusto Comte percebeu as Leis Naturais da Moral Positiva, e sintetizou os Sete Teoremas que constitui a Ciência da Construção = A Ciência Moral Teórica Positiva.

        
Maiores informações a respeito desta ciência, sob o enfoque Científico, isto é, Positivo, pode ser encontrado em:           http://livrospositivistas.blogspot.com.br/2014/05/moral-positiva-pierre-laffitte-21-ffev.html e http://www.doutrinadahumanidade.com/livros/ciencia_moral_positiva_r22.pdf
               
                       
Em Resumo :   A Ciência Moral Positiva, que tem por Objeto a  Natureza Humana  individual ; em seus aspectos Afetivo , Intelectual e Prático ;  a Moral tem por Fim  o estabelecimento das leis Naturais que permitem  prever o comportamento de uma existência humana , colocada em determinadas condições  Objetivas e Subjetivas , e , também , a previsão  das modificações  que  possa sofrer esta mesma  existência humana , por influências  Interiores  e Exteriores. A Moral tem por Método a construção  , que é  o modo  de raciocinar  pelo qual se aceitam ou se rejeitam  proposições segundo a sua compatibilidade  ou incompatibilidade,  com o resultado de induções ou deduções anteriores . O que foi dito anteriormente se refere  a Moral-Teórica .  Além da Moral Teórica está a Moral Prática que  institui os meios gerais  de aperfeiçoamento humano em seu tríplice aspecto: Afetivo(Pela subordinação sistemática do egoísmo ao altruísmo);Intelectual ( Pela subordinação Sistemática da Análise  à Síntese );e  Prático (Pela subordinação Sistemática  do Progresso à Ordem) .

       
            Mas para não deixar sem resposta, vou concluir sem demonstrar as existência das Leis Naturais, que comandam a geração destes fenômenos; deixando a procura do conhecimento, destas Leis, para aqueles cujo sentimento, a inteligência e o caráter, se simpatizem em estudar a grandeza desta Doutrina, que é a Doutrina Positivista; a fim de aglutinarmos um maior número de homens e Mulheres, que desejem, que a Humanidade realmente rume para uma posição de equilíbrio Harmônico, onde predomine a subordinação do egoísmo ao Altruísmo, do direito aos Deveres, da análise à Síntese, e do progresso à Ordem.

            A conclusão dos fatores de degenerescência Humana, vão ser expressos aqui, pelas suas Tecnologias, referentes as Ciências Biologia, Sociologia e Moral Positiva; que são : as Enfermidades Somáticas, provocados por agentes externos e internos;  Enfermidades Sociológicas e Enfermidades Psíquicas –respectivamente; Todas Expressas em Ação -; com base nas suas respectivas ciências. Mas vale para dar sustentáculo de visão de Destino ou Fatalidade Suprem as 15 Leis Universais, comuns a todas as Ciências. Mas para isso há, necessidade de estudarem  estas Leis e suas aplicações, sugiro que seja pelo  Livro : Manobre Você Mesmo o Seu Destino – de P. A . Lacaz e Hernani Gomes da Costa. Onde encontramos as Leis Estáticas e Dinâmicas ou da Evolução do Entendimento; as Leis da Racionalidade, Leis da Estabilidade da Ordem Universal; Leis da Modificabilidade da Ordem Universal; Leis da Subjetividade. Que diagnosticam os vários estados normais e patológicos, que vive, viveu ou viverá a Humanidade.       
                                              
        Vamos aos fatores de degenerescência Humana ocorrida PELAS NÃO ADEQUADAS APLICAÇÕES DAS TECNOLOGIAS DE CADA UMA DAS CIENCIAS OU DAS ARTES, ABAIXO INDICADAS.

1)   Biologia :

A Nutrição : Excesso de Gordura, Animal e Vegetal, Sal, Açúcar, Café, Chá, Produtos Químicos, Pimenta, Cigarro, Tóxicos e Produtos Químicos Farmacêuticos { Psicoanalépticos (Grupo das Afetaminas, Grupo das Piperidina; Grupo da  Mono-Amino-Oxidase e  Grupo dos Derivados Tricíclicos) ; Psicolépticos (Hipnossedativos, Tranquilizantes; Derivados Fenotiazínicos; Alcalóides da Rauwolfia e Butirofenas); Psicodislépticos ( Alucinógenos ou Alucinogênicos   = Maconha , Mescalina, LSD, Psilocibina e Psilocina; Bebidas Alcóolicas - Pinga, Cerveja, Whisky e etc.) . Poluição Atmosférica e Terrestre. Alimentação por produtos Trangênicos. Intoxicação pela pele = cremes, shampoos e sabonetes, pastas de dente, Corantes de Cabelo; pigmentos ou corantes orgânicos alimentícios, de alta toxidade, principalmente os amarelos. Conservantes e Estabilizadores Alimentícios. Pesticidas, Herbicidas e Inseticidas. Etc. .Influencia das radiações, na geração dos produtos hormonais.

            Além de causarem deturpação no metabolismo orgânico, criando doenças passageiras; algumas criando degenerescência das células, provocando doenças graves; outras afetam a estrutura genética da formação dos óvulos e dos espermatozoides, criando degenerescência da estrutura do DNA, nos cromossomas, provocando degenerescência das gerações futuras.

            As epidemias e todas as moléstias infeciosas têm ocorrido para degeneração da espécie humana – A Falta de Higiene – Profilaxia

            O Filho de um sifilítico é sempre um enfraquecido, e a tara se apresenta desde as simples alterações  constitucionais até as anomalias  de organização mais profundas  do sistema encefálico – isto é, a Idiotia.

           
O Sexo : O excesso de sexo, com necessidade de não procriação, provoca pré-disposição mórbida, que deixa o soma sujeito ao desenvolvimento de todas as infecções, afora as que resultam de práticas sexuais imprevidentes e imorais.

O Fumo, já é nosso conhecido, pelas propagandas de combate ao seu uso, gerador de várias doenças, dentre elas, o câncer de pulmão. Alcatrão Cancerígeno.

Tóxicos – Procurar ler o Livro  - Tóxico - de Vicente Greco Filho.- Editora Saraiva.


Seleção Natural – Evolução

            A deturpação que o desenvolvimento científico, vai criar, com as descobertas das técnicas de  engenharia genética – clonagem – trazendo evidentemente, grande benefícios para a Humanidade; mas não há dúvida que irá surgir, em maior escala, devido ao estado de sentimento egoísta que predomina, grande aberrações imorais para  serem filtradas, para o próprio bem da Humanidade. Para isso, necessitamos, de pregações, e não somente de leis, que não serão cumpridas, na sua maioria, para bloquear  os possíveis danos a nossa espécie; mostrando as consequências, das sugestões Imorais. Vide artigo de P. A . Lacaz – Biobomb3.doc


2)   Sociologia

Muitos produtos alimentícios, são gerados, pela Sociedade. Indicados no Item – 1 Biologia - Nutrição, Estes produtos muitas vezes utilizados de forma inadequada, tornando-se tóxicos; nascidos das anomalias de produção no meio social, isto é, na Sociedade, os Psicoanalépticos, os Psicolépticos e os Psicodislépticos, são os que de forma  inadequada de uso, se transformam em veementes venenos para a Sociedade Humana; deturpando a evolução  da Civilização Humana – isto é, A  Ternura e A Pureza da Humanidade; levando-nos, em muitos casos para o lado, inicial da loucura e depois levando o indivíduo para a Idiotia.

            Falemos sobre alguns deles: O Álcool, o Fumo e os conhecidos por Tóxicos.

Primeiramente o mais consumido de todos, e o maior deturpador das Gerações Futuras.
           
Da mesma forma, que as células do organismo humano, por um desvio de sua função, muitas das vezes excretam, produtos tóxicos, também na sociedade, se dá um fato idêntico: derramam na corrente  circulatória social, grande numero de alimentos e bebidas tóxicas. Dos produtos tóxicos nascidos da anomalia de produção social, é o álcool, que de todos sobrepuja, pela qualidade de sua produção e de consumo, principalmente nas nações mais ricas, ditas as mais civilizadas, o mais danoso.

Os orientais embriagam-se  com o haschick e com o ópio; os ocidentais buscam de preferencia  a embriagues alcóolica e a  cocaína.

Álcool sem controle do abuso de seu consumo, é de consequência, das mais danosas e desoladoras.   

            O Álcool é um tóxico dos mais perigosos, por que seus efeitos manifestam-se lentamente, Só aparecem as conseqüências muito tempo depois de seu uso contínuo, mesmo em reduzidas doses frequentes. Só se percebe o efeito violento quando ingerido em grande quantidade, pois os danos externos do comportamento logo se nota. Mas o dano maior, tanto faz com grandes quantidades ou pequenas doses constante, pois o feito é o mesmo. Danificação das células cerebrais.
           
As perturbações que o álcool  determina são as mais variadas, de acordo com o grau de resistência de cada um . Vão desde simples irritação local, à gastrite alcóolica, até as profundas perturbações  da nutrição, a plena degeneração gordurosa das vísceras. 

Sendo o Álcool um produto tão comum e de preço relativamente baixo, e sendo as bebidas alcóolicas de agradável paladar, mistificando o tóxico que encerram; que não classe alguma da sociedade que faça exceção ao uso destas bebidas; e que a mínima causa justifica o motivo da ingestão destes venenos.

 Por isso, podemos dizer que esta Sociedade em que vivemos é uma sociedade intoxicada pelo Álcool; o homem de hoje em dia, na sua maioria tende em uma velocidade grande de se degenerar; se por acaso, não se lhe colocar uma barreira ao alcoolismo.
 
Quanto as epidemias, elas normalmente dão o seu inicio, ocorrem em maior intensidade, nas populações já depauperadas, devido as causas de dificuldades  econômicas , lutas políticas, guerras , etc.

Se não fossem as migrações, entre povos de mesma raça, com os devidos cuidados da imigração, talvez a espécie humana tivesse tido uma dissolução completa.

Quanto ao Sexo, as suas funções sociais, pois na realidade a separação dos dois sexos, exige uma união, que supõe a separação do ofícios, para um certo resultado comum. É uma associação a dois; logo seguida de uma corporação de um terceiro ente, quando da associação dessa associação rudimentar – os Filhos – necessitando de proteção, mesmo que seja por pouco tempo, dando surgimento ao instinto materno.

O sexo além das relações antissociais, que são de tudo a consequência. Esta tem pago maior tributo o sexo feminino, a vitima eterna da sexualidade masculina desalmada, e hoje em dia da liberalidade sexual feminina, cujo principal resultado é a dissolução das famílias, consequência inevitável de todas as infidelidades conjugais.

A destruição da família, faz com que a maioria dos seus filhos, (90%) se tornem agressivos, violentos, rebeldes, por isso adotando condutas, de procura de tóxicos, de bebidas alcóolicas, com o fim de esquecer da falta de carinho, de apego e de bondade, que recebiam dos seus progenitores. Com vista a agredi-los pelas atitudes que tomaram em se separarem, e se entregarem à outros que nas suas mentes, não transmitem segurança à reciprocidade dos seus sentimentos. E mesmo que transmitisse não são seus verdadeiros país, sempre fica a dúvida sobre a verdade do sentimento. Paira o medo da falsidade. A Dúvida, só perturba, ela mata a harmonia! Mas a maioria dos jovens entra no tóxico, pela curiosidade, pelo que contam as suas amizades, da euforia, das visões = período da imitação. etc..

Quanto aos tóxicos, segundo a organização  Mundial de Saúde, que define a toximania, como um estado de intoxicação periódico, nocivo ao indivíduo e a Sociedade, definido pelo termo dependência  e drogas que determinam dependência.         
       
3)   Moral Positiva

As perturbações que o álcool, que é um toxica, do grupo dos Psicodislépticos – Euforizantes, determina  as mais variadas perturbações, de acordo com o grau de resistência de cada um . Vão desde simples irritação local, na perturbação do estado emocional, junto ao Encéfalo; provocando o delírio agitado, o delírio alcóolico simples, e a maior parte das alienações mentais ,podem ser atribuídas  ao álcool.

O Alcoolismo é um dos grandes fatores dos crimes, de suicídios por depressão, como os criminalistas e psiquiatras podem referendar.

Não só a degeneração orgânica, isto é, do soma, mais ainda do psíquico, que influenciam na formação da “ Alma Humana “  das gerações seguintes, no que tange ao Sentimento, a  Inteligência, a Memória e ao Caráter. Não há dúvida, que o álcool é um produto que lesa as células, principalmente os neurônios, já que a maioria dos alcoólatras declarados, já são indivíduos degenerados; não se pode negar, que uma dosagem diária, frequente, possa determinar, no fim de algum tempo a degeneração na descendência dos indivíduos, que a ele se entregam.

Grande número de psiquiatras confirmam que o indivíduo procriado na ocasião da embriagues, de um dos seus progenitores, nasce com a tendência à Idiotia.

É evidente que em menor escala alcóolica, não se atinge a idiotia, perceptível, mas provoca danos irreversíveis em menor escala.

A soma  dos casos de alienação mental, dos suicídios e principalmente dos crimes e dos delitos causados pelo alcoolismo, torna-se cada vez maior  em todos os países ditos civilizados, que de civilizados, não tem nada.

Logo após as grandes guerras sempre correram grande epidemias, devido a fraqueza moral da população, estar desgastada, com estado emocional negativo, isto é, a depressão, provocando estado de demência, devido a perdas de parentes e de amigos, com falta de apetite, febres, fraqueza, disponibilidade para  as doenças, principalmente as epidêmicas

O casamento dos muitos jovens, onde ainda não ocorreu a completa formação da estrutura do DNA, isto é, dos cromossomas femininos e masculinos, com certeza geram espécies  descendentes atrofiadas física e mentalmente.

O sexo torna-se responsável por inúmeros distúrbios viciosos, as vezes monstruosos, que acarretam alterações  orgânicas  da vida vegetativa, da inervação sensorial e motora, e da estabilidade do encéfalo. A exaltação deste instinto, com todas as reações egoístas que desperta , altera assim não só a vitalidade individual; sendo um dos grandes fatores etimológicos de todas as moléstias, como ainda compromete a descendência, pela degenerescência de uma prole, saído de genitores já enfraquecidos pelos excessos sexuais. Torna-se fatal a transmissão hereditária, de uma vitabilidade nevropática anormal, e de grande numero de cerebropatias, das quais as mais comuns são a idiotia, a demência precoce e a psiconevroses epiléptica.

A disposição a idiotia, nota-se muito comumente na puberdade, com a entrada em cena do instinto, que até ai dormia, caso uma conveniente educação não tenha conseguido  normalmente orienta-lo. O adolescente torna-se distraído, com pouca inteligência, desmemoriado, com fraca capacidade de síntese ; só se preocupando com as minúcias que facilmente conduzem às obsessões. Sobrevêm o retraimento do caráter, as angústias e o definhamento corpóreo. Com o decorrer, surgem as graves alterações cerebrais da demência precoce ou loucura, incontestavelmente  ligadas aos distúrbios iniciais do instinto sexual; confirmadas, pelas alucinações, manifestações demoníacas de íncubos e súculos. A satiríase e a ninfomania, não manifestações físicas destas exaltações. Os epilépticos são grandemente sexuais.

As alterações sensoriais e motoras que são sempre acompanhadas levam os neurologistas a considera-la como simples nevrose, no entanto os psiquiatras com mais propriedade, enquadram-na entre as psiconevroses.
           
Uma das maiores preocupações morais do sacerdócio católico da Idade Média, foi a repressão do instinto sexual, pela celebração da castidade. E ao mesmo tempo os católicos operaram a dignificação feminina, promovendo o casamento indissolúvel, que defendia a mulher contra as inconstâncias  caprichosas do homem. Hoje a desordem moral traz o surgimento de uma nova geração que tende a provocar a destruição de sua própria espécie.

TÓXICOS  - Fatores Etiológicos das Dependências das Drogas  - Psicodinâmica dos Vícios – Livro - Tóxicos – Vicente Greco Filho – Editora Saraiva.-1992 . Por não Ter tempo de resumir este tema, favor  consultarem este Livro, que traz substancial  matéria sobre o assunto.

                                  4)   Arte da Educação – Educar os Sentimentos – É mostrar os  Exemplos, para se Educar os Sentimentos; isto é, subordinar o egoísmo ao Altruísmo; principalmente, com relação aos instintos de ambição ( orgulho e vaidade), que tem necessidade de serem disciplinados ou depurados em seus excessos. Estes dois  instintos, necessário a vida social, como intermediários entre  a Personalidade Fundamental e a Verdadeira Sociabilidade, tornando-se o maior tropeço para a disciplina em geral, e portanto para os progressos individuais e sociais, quando se desenvolve além do limite normal.

O excesso do orgulho obscurece a inteligência, impedindo-lhe de ver a realidade, quando esta contraria as demasias do amor-próprio. O Orgulho dificulta, no orgulhoso a correção dos seus atos, com a retificação dos erros  da inteligência; Este empecimento, ou tudo que passa sem mesmo o indivíduo se conta do ocorrido, tornando-se um fenômeno inconsciente; ou esse emperramento se realiza deliberadamente, em plena consciência, o que certamente é pior. Isto constitui a teimosia. Dificilmente o orgulhoso confessa os seus erros; quer os mentais, quer os da conduta; mesmo quando os tenha reconhecido  rigorosamente errados.

O aperfeiçoamento pessoal e social exige por isso, a disciplina deste perigoso instinto. Mas para que a correção deste seja eficaz, é necessário, que seja instituída, desde o berço e continuada durante a infância e a adolescência, sem o que será difícil de ser corrigida quando adulto.

O Orgulho é o pior dos conselheiros na vida social cotidiana.

A Educação do Orgulhoso, é iniciado na infância com a contrariedade da privação de uma gulodice, de um passeio ou de um brinquedo, ou das brincadeiras com algum companheiro; e se a criança for afetuosa, mas no entanto orgulhosa, , devemos nega-la um beijo ou afeto.. A experiência  repetida esclarecerá o sua inteligência, fazendo-a reconhecer o prejuízo que traz a disposição à teimosia, e a grande vantagem da obediência ou submissão, que é a virtude que se opõem ao orgulho. Devemos simultaneamente induzir o sentimento da Veneração. Para isso há necessidade de Educar , subordinando o egoísmo ao Altruísmo.

5)  Arte Jurídica – Os Deveres subordinando os direitos – Vide trabalho deste autor – Conselho Moral da ONU9.doc; Direitos01.doc

6) Arte Política – O respeito Hierárquico, é base das relações Políticas. O Cumprimento das Disciplinas – Individuais Doméstica; Cívica, Ocidental, Oriental e Planetária -  A Noção Profunda de Veneração; a profunda noção de República. – Viver para Outrem – Viver às Claras :  tendo O Amor  por Princípio a Ordem por Base e o Progresso por Objetivo

7)Arte Médica – O Sacerdócio – o Não Comércio da Medicina.

8)        As Artes do Belo – ou Belas Artes : Poesia, Pintura, Escultura, Música, Arquitetura, Mímica ; Filme ( Vídeo –Televisão – Internet) – Teatro; maximizar estas artes no caminho da Expressão dos Sentimentos Altruístas, para propagar a minimizarão dos egoísmo humanos. Por isso que a censura ao egoísmo tem que ser realizado o mais depressa possível; e não deixar que as Famílias tomem a decisão de  administrar tal censura. Ela deve ser  realizada pelos Sacerdotes das Religiões que pregam o AMOR; e fiscalizados pelas Associações de Famílias consagradamente Moralistas, com sobrenome na Educação; indicados pela Cúria da Igreja Católica Apostólica Romana

Hoje em dia, pelo esfriamento do Catolicismo, Augusto Comte sintetizou bem a situação, dizendo: “ O que caracteriza a revolução moderna, é que sobre o ponto de vista Temporal, todos pretendem mandar, e ninguém quer obedecer; e no ponto de vista espiritual, o que é mais grave, todos pretendem ensinar, e ninguém quer aprender.” 
           
                       
Esperando ter contribuído, com seu acervo científico, despeço-me, e estou às ordens para você ai em Curitiba, entrar em contato com o Cel. Roberto Oliveira, meu amigo, teologista, e coordenar uma Palestra , nos moldes que realizei recentemente no CEP – Centro de Ensino do Pessoal do Exército, aqui no Rio de Janeiro, no Forte do Leme. São três horas de palestra: 25 transparências, em retroprojetor. O Tema é : O Positivismo.

Se o assunto lhe interessar, vamos prosseguir, nos detalhes.

Sem mais para o momento, desejando-lhe

Saúde, com respeito e Fraternidade.

P. A . Lacaz / Positivista

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TRANSTORNOS DA SEXUALIDADE

Darei início, a este dito complexo tema, pela visão da Arte Médica, pelo enfoque Psiquiátrico, e depois muito resumidamente, uma explanação da personalidade e da sociabilidade do homossexual, pelo enfoque científico, isto é , Positivo, no contexto da Doutrina Positivista, no que tange a Moral e a Sociabilidade, destes núcleos patológicos de humanos.   
 Podemos dividir  os Transtornos Sexuais  em dois grandes grupos, os das perturbações das relações sexuais normais, isto é, a Impotência, a Frigidez e o Onanísmo; e as Perturbações Sexuais, tais como : Exibicionismo, a Pedofilia, a Sodomia, o Fetichismo, o Sadomasoquismo, a Necrofilia, a Cleptomania, o Transvestismo e a Homossexualidade.
 Vamos nos deter na Homossexualidade, que é a atração erótica por pessoas do mesmo sexo. Se formam pares de homens ou mulheres homossexuais ativos, que se unem com companheiros ou companheiras, mais positivos. Homossexualidade pedofílica : atração de homens adultos por rapazes.

            Podemos qualificar a homossexualidade em dois grandes grupos:

A)    Homossexualidade congênita-constitucional : Em resumo podemos ainda como não freqüentes, displasias intersexuais; em homens: estigmas corporais femininos, e sobre tudo formas de expansão e tendências femininas (brincar com bonecas, bordar, etc.  ) ; nas mulheres: constituição física do tipo masculino, inclinação para as profissões  e interesses varonis. O homossexual congênito não sofre por seu transtorno. Nos casos típicos deseja como companheiro, um indivíduo do mesmo sexo e sexualmente normal ( o homem homossexual deseja o homem normal). Existe a tendência a instabilidade social.

      B)    Homossexualidade adquirida : Se observa de preferencia em personalidades de tipo infantil e com  retardo do desenvolvimento mental, para o lado da idiotia. Transtorno do desenvolvimento sexual, devido a frequência, a uma intensa fixação e sedução materna ou paterna: o horror a incesto, se desloca para outras mulheres ou homens, segundo o caso; o Paciente sofre  por sua perversão e constantemente recorre aos psiquiatras e/ou aos psicólogos. Existe uma forte tendência a instabilidade social.

A medicina tem sugerido a psicoterapia profunda ou psicanalítica, mesmo com escasso resultado, especialmente na homossexualidade – facilitar uma socialização; normalmente  por sedação medicamentosa, do impulso sexual. Em caso de indivíduos de alta periculosidade, sobretudo nos pedófilos, sugere-se a reclusão em hospícios  ou a castração.

Esta sugestão drástica, só é indicada, aos sexuais perversos, psiquicamente pouco diferenciados e rebeldes  a TODA OUTRA TERAPIA. A INTERVENÇÃO CIRÚRGICA, NÃO DEVEM SER PRATICADAS ANTES DOS 25 ANOS,  E SÓ COM O CONSENTIMENTO DO PACIENTE. O EFEITO SE APRESENTA AO CABO DE 3 A 9 MESES. Deste ponto de vista Moral Teológico e Moral Científico, não existe objeção alguma, quando a indicação é correta. É preferível tratar desta forma, do que enviar o doente de manicômio, para um reformatório de prisão normal, onde o pobre do paciente vai Ter que usar “sainhas” , para satisfazer os tarados, normalmente com o vírus da AIDS, que cumprem penas de morte, roubo e etc.

Quanto as consequências físicas e psíquicas da castração, vou deixar registrado, pois a fonte bibliográfica cita, e tenho a impressão que os interessados também, gostariam de tomar conhecimento: As consequências físicas , são a obesidade, distribuição feminina das gorduras e dos cabelos ; transtornos vegetativos – sufocações, crises sudoríficas, vertigens, transtornos circulatórios; dores nas regiões genitais, transtorno do apetite e do sono, hipertensão e envelhecimento prematuro.

Quanto as consequências psíquicas, podemos citar a diminuição da intensidade dos instintos egoístas – nutrição, sexo, orgulho, vaidade, destruição, construção e a posse -  tranquilização geral e Sociabilização – instinto Altruísta. Os pacientes castrados se mostram mais disciplinados, mais estáveis, mais laboriosos. Entretanto podem apresentar hipocondria, disforia, adinamia, conduta litigante, irritabilidade e suscetibilidade aumentadas, sentimentos de inferioridade, ideias de prejuízo e depressões. A apreciação destes transtornos, influi na personalidade básica e na atitude geral do indivíduo, no campo da sociabilidade.   
Esta visão de cunho restrito, pela observação, da Arte Médico Psíquica, já demonstra  o distúrbio na “ALMA” dos homossexuais.

Por uma visão mais geral, podemos constatar, que desde que na animalidade, quando os sexos se separaram, sobreveio a necessidade de um estímulo interior, a fim de aproximar os dois entes, que devem concorrer para o grande fenômeno biológico da perpetuação da espécie. Sem ele, que necessita ser suficientemente enérgico, as espécies tende a desaparecer.

 Este estímulo constitui-se assim, como uma função indispensável, bem caracterizada, e como toda função, não pode deixar de ser exercida, por um órgão particular, correspondente ao instinto sexual ou da conservação da espécie.

Nem todos os seres vivos exigem, para sua reprodução, a separação dos sexos, Em muito os dois sexos se encontram no mesmo indivíduo; são sexualmente ambivalentes, hermafroditas ou monoicas, e é este o caso mais comum dos vegetais. Não podemos nos esquecer do fenômeno da partenogênese; que não exige a fusão de dois elementos celulares, para a reprodução do novo Ser.

A reprodução, este grande fenômeno biológico, é um dos que mais tem despertado a curiosidade científica. Mas será ele mais misterioso, com os seus códigos genéticos, que a simples gravitação planetária? E até hoje , já se chegou a desvendar o mistério da gravitação planetária? Dela nada mais sabemos além das Leis Naturais de Kepler e de Newton, que apenas nos revelam como os corpos celestes gravitam, e jamais por que gravitam; nem nos dizem nada sobre a intima natureza do fenômeno, que os faz percorrer eternamente as mesmas órbitas, com apenas fracos limites de variação.

 E quais as Leis Naturais, até hoje conhecidas relativamente aos fenômenos de reprodução, aliás, muito mais complexos, que o da simples gravitação, por ser um fenômeno biológico?

Podemos afirma que NATURALMENTE é apenas um: todo ser vivo provém de outro ser vivo semelhante. A Clonagem não é uma reprodução Natural. É uma aberração artificial. Não é Moral.

Todas as outras Leis mendelianas ou não, representam apenas, uma tantas particularidades interessantes dos fenômenos de reprodução, mas sem este caráter geral, isento de exceção, que caracteriza as verdadeiras Leis Naturais. Esta constância invariável (salvo no grau de realização) é que lhes dá  esse caráter de uma fatalidade imutável e intransponível.

 O que podemos constatar é que a reprodução diforma, é o modo mais comum, entre os vertebrados, principalmente entre os vertebrados superiores, enquanto entre os invertebrados, os moluscos, os crustáceos, etc., onde se frequentemente se observa o hermafrodismo e as partenogênese.  Existem outras formas de reprodução, mais simples, em seres inferiores a estes citados; como nos vegetais a esporulação, a germinação e a simples divisão, observadas nos seres unicelulares, isto é, nos microrganismos. Quanto aos vegetais, basta muitas das vezes um galho, um pedaço de troco ou de raiz, ou mesmo uma folha.

 De posse destes dados duas indicações  gerais podem ser colhidas:

A)    Quanto mais evoluído o Ser, quanto maior o número de órgãos, que o compõem, quanto mais a sua organização é diferenciada, mais exige a unidade total, e mais especializado, se torna  o fenômeno da reprodução.

B)    A separação dos sexos, constitui um aperfeiçoamento do fenômeno, o que fica mais claro, reconhecendo-se que ele marca o ponto de partida, de uma existência superior, a existência social, que tem aí a sua origem, mais rudimentar e mais remota.

            Na realidade, a separação dos sexos, exige um concurso, que supõe a separação dos ofícios, para um certo resultado comum. É uma associação a dois; logo seguida da incorporação de um terceiro ente, quando o produto desta associação rudimentar  - os filhos – necessitam de proteção, mesmo quando só por pouco tempo. Surge assim uma terceira função, exercida por outro órgão, correspondente ao instinto materno ou de posse.

            Desde então  constitui-se , com todos os elementos, o primeiro grau desta existência social – A FAMÍLIA, cujo fundamento está, assim na própria constituição  biológica do animal. No entanto, estes dois instintos, assim como o nutritivo, são exclusivamente pessoais. Pontos de partida  de uma existência superior, eles nunca chegariam a constitui-la, se não surgissem  outros instintos que conduzissem o animal  a Ter uma existência  menos egoísta. Por isso, ao lado do instinto sexual, surge o apego, amor entre iguais, ao lado do instinto materno, surge a bondade – amor para com as crianças.

            Um fenômeno pode supor ou exigir um outro, sem no entanto derivar desse outro. Poderíamos assim, conceber sem dificuldade, que o apego e a bondade, surgissem  sem a necessidade dos estímulos sexual e materno; dadas umas tantas circunstancias , ou condições mais favoráveis da natureza animal.. O certo é que existe uma afinidade intima entre os dois instintos altruístas e os dois instintos egoístas, como se pode observar , ainda hoje na espécie humana.

 Uma relação semelhante entre o instinto nutritivo e a veneração – amor ao superior,: o filho tende sempre e espontaneamente a venerar, por gratidão, o seres que primeiro os nutrem e protegem.

Já dizia Teixeira Mendes, que o sorriso do lactente é a primeira oração que ele  dedica à sua Mãe.

Tais são os verdadeiros fundamentos biológicos da Sociabilidade Animal, cujo completo desenvolvimento, nos três graus: Família, Pátria e Humanidade, teria de caber a espécie superior.

 Mas nós mesmo sabemos muito bem , mesmo com a nossa experiência, que a maior energia é dos instintos egoístas (nutrição, sexo, orgulho, vaidade, construção, construção e o de posse); assim como o seu maior número em relação aos instintos altruístas (Veneração, apego e bondade), na proporção de sete para três, o que tornou a evolução social, cheia de grandes dificuldades; às vezes, se transformam, ainda em nossos dias, em verdadeiros cataclismos.
 A própria inteligência humana, junta a dificuldade moral à dificuldade intelectual; sendo a influencia desta, muitas vezes perturbadora, mantendo este “ fatal divórcio, entre  a inteligência e o sentimento; que constitui a principal dificuldade humana. (Política Positiva Vol. I, pagina 611. Augusto Comte.  

 Pelo que já foi dito, não deixa dúvida, que o instinto sexual, é depois do instinto nutritivo, o mais egoísta, o mais enérgico e o mais perturbador entre todos os outros.  

Por isso, a disciplina no seu uso e na sua forma de uso, deve ser muito bem  definida e educada para não vir perturbar a evolução da Humanidade e nem criar transtornos de formação imoral nas gerações seguintes.

            Sendo a Família o primeiro núcleo social, ela deve ser muito bem estruturada, para educar seus filhos à um nível Altruísta, para que ocorra  a maximização do AMOR, onde os primeiros passos do ser humano, recebe os primeiros tratamentos psíquicos, de carinho materno, de bondade no seio da Mãe; sem nenhuma intenção sexual.

            Como podemos concordar com esta aberração, de casais homossexuais, criarem ou adotarem “filhos”. Não há dúvida que estas crianças sairão altamente egoístas, antissociais, violentas e taradas por sexo, à todo momento.

            Analisando por absurdo, caso todos os seres  de uma hora para outra , se tornarem homossexuais, a nossa espécie não perpetuaria, acabaria. A homossexualidade é danosa, para a evolução da Humanidade.

            Já tivemos no passado, como no período da decadência do Império Romano, a predominância da Imoralidade, dos bacanais, dos homossexuais, frequentando os palácios romanos, criando as mentiras, os ódios, os elogiando o orgulho e a vaidade dos fracos do poder; período da queda moral, que colaborou com a destruição da sociedade romana, devido a esta tolerância e na Grécia Antiga  a plena aceitação provocando, com certeza o desequilíbrio social.

            Como o Senhor Fernando Henrique Cardoso, propôs tamanho absurdo ? Será que é para conseguir voto, neste sistema imoral em que vivemos?       Depois vai ao Vaticano e beija a mão do Santo Padre.

            Vou solicitar aos Professores de História, e outros homens cultos, para enriquecer a parte histórica – Grécia Antiga e a Queda do Império Romano, no que tange as orgias, aos homossexuais e suas influencias nas crises Governamentais da Época.

            Sem mais para o momento, e esperando ter atendido ao pleito daqueles que tinham interesse em saber a opinião científica, sobre este tema da homossexualidade em sociedade, me despeço, desejando,

            Saúde, Respeito e Fraternidade,
                        P. A . Lacaz / Positivista
 BIBLIOGRAFIA  CONSULTADA:
 
            1)     Compendio de Psiquiatria – TH. Spoerri – Editora Tory - 1965
2)     A ALMA Humana – Funções Cerebrais – Dr. Jefferson Sensburg Vieira de Lemos – Psiquiatra –Edição do Autor – 1981
3)     Ano Sem Par  - R. Teixeira Mendes – Vice Diretor do Apostolado Positivista do Brasil  - Rio de Janeiro –1900
4)     Sistema de Política Positiva de Augusto Comte - 1854
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27 de Moisés de 212
27 de janeiro de 2001

Palestra – Realizada na Faculdade de Medicina de Jundiaí - SP
A Harmonia e os Transtornos Mentais
Um delineamento a respeito da Teoria Positiva dos Estados de Saúde e Patológicos da "Alma", residente no Encéfalo, denominados :
Razão,
Loucura,
Alienação e
Idiotismo.
Segundo Augusto Comte
Escrito por R. Teixeira Mendes e
Adaptado e Atualizado Cientificamente, para Palestra, por P. A . Lacaz,

Quero neste momento agradecer ao Mestre dos Mestres, Augusto Comte; e parabenizar seus discípulos: Dr. M. G. Audiffrent; o Sr. Sacerdote Positivista R. Teixeira Mendes; o Dr. Aníbal Silveira – Prof. de Psiquiatria desta Faculdade de Medicina de Jundiaí – Pós Graduado em Fisiologia Cerebral, em Chicago, nos USA; e o Dr. Jefferson de Lemos, médico Psiquiatra Social, que muito colaboraram e utilizaram a Teoria Cerebral, a Filosofia Positiva, o Tratado de Sociologia e etc. de Augusto Comte, para obter suas Conclusões na: Etiologia, na Patologia, na Fenomenologia, nos Diagnósticos; nas Terapias e na Prevenção ( Higiene Mental e Profilaxia Psíquicas).

            E agora, quero render as minhas homenagens, a Equipe de psiquiatras, Chefiados pelo Dr. Joacy Salles de Barros, bem como a Bibliotecária desta Faculdade de Medicina, Senhora Aiko Chibukawa, que se simpatizaram pelo assunto, e me deram esta oportunidade, de reativar o Positivismo, neste espaço da Arte Médica.

            Desejo enfatizar e deixar registrado, que não sou psiquiatra, mas sou um profundo estudioso do Positivismo, das Obras de Augusto Comte, nos seus originais, e fui considerado pela Associação Internacional Positivista, em Paris, como um Religioso e Político Positivista, localizado no Brasil; como pode ser visto no "site" www.multimania.com/clotilde/urls.htm , devido aos meus artigos e minha Pagina – www.doutrinadahumanidade.com  . Jamais terei a ousadia de clinicar, mas tenho o DEVER, de passar aos Senhores, que estudam e se dedicam à Psiquiatria e Psicologia, com vista a amenizar o sofrimento daqueles, cujas "Almas, penam", aqui na Mãe Terra; as conclusões cientificamente fabulosas, que se chegam, por meio desta Doutrina.

 I) Vamos primeiramente compreender a concepção Geral do Homem, em toda sua complexidade.
II) Em segundo lugar, vamos examinar as condições do equilíbrio cerebral, de onde resultará, a noção precisa, dos estados denominados, Razão, Loucura, Alienação e Idiotismo. Desta forma, isto nos conduzirá a percebermos a conexão entre o Problema Mental e o Religioso (Doutrina).
III) Em terceiro lugar, para apresentar breves reflexões sobre a Instituição do tratamento que convém ao Organismo Humano, no que tange a Loucura.
IV) E Finalmente, em quarto lugar, vamos examinar a evolução histórica, na pré-disposição para gerar as Perturbações Mentais. Moléstias da Alma.

Antes de mergulharmos nestes quatro itens, seria de bom alvitre, que os senhores tomassem conhecimento do que é o Positivismo. Para isso irei projetar rapidamente, algumas transparências, para elucidar esta Doutrina.
E retornaremos em seguida, ao tema desta palestra, que ficaria solto, sem a devida visão Sintética da Doutrina, que dá o sustentáculo à Psiquiatria Positiva. Para se conhecer o Positivismo, nos originais de Augusto Comte, é necessário estudar 8 anos; 6 horas por dia, no mínimo; e nos dois primeiros acompanhado de um conhecedor do assunto.

(I) Concepção Geral do Homem.
A) Para podermos analisar o Homem, como qualquer outro ser vivo, exige-se que se considere o seu Organismo e o Meio, sob cujas influências, este organismo surge, se desenvolve e termina

O HOMEM
B) Para que possamos compreender o Organismo Humano, há necessidade de se distinguir o Corpo (Soma), da "Alma" (Psico) .

·         Corpo ( Soma), que se compõe de:
- Uma parte Vegetativa – As Vísceras
- Duas partes Animais
           Ativa ----- Os Músculos
Passiva ---- Os Sentidos (8)

A "Alma" (Psico), que está localizada no Encéfalo – representada por 18 funções Cerebrais, Concebida por Augusto Comte, cuja demonstração categórica coube à Gall, mas que falhou; e que até hoje, os acadêmicos, provavelmente por ingratidão, procuram denegrir; ela explica cientificamente, todo o comportamento da saúde e da patologia psíquica.
            Entre o Corpo e a Alma, existem relações, que foram percebidas desde a Teocracia*, mas que somente P. J. G. Cabanis – pelo seu livro Rapports du Physique et du Moral de l’ Hommé 1824. 1844, 8a Edição; que dignamente esboçou, esta última fase da idade revolucionária, sobre este tema;

·         O Corpo atua sobre o cérebro, por intermédio do Sistema Vascular e do sistema Nervoso Sensitivo.
·         O Cérebro, por sua vez reage sobre o Corpo, pelos nervos motores e nutritivos.
                       ·     O   estilo de governo baseado no império das vontades divinas, o governo se impõe pela herança natural, onde o povo se subordina.
           
Estas ações e reações são regidas pela grande Lei Natural, que preside a todos os fenômenos mútuos; lei esta, a 12a Lei da Filosofia Primeira ou da Fatalidade Suprema – conhecida como Lei da Mutabilidade ou Lei da Equivalência ou ainda Lei da Ação e Reação, que diz : "Existe sempre equivalência entre a reação e a ação, se a intensidade de ambas, for medida de acordo com a natureza de cada conflito".

            Eis em resumo, a concepção sintética do nosso organismo, tal como resulta da elaboração científica. A Complexidade e as relações recíprocas dos seus elementos, conduziram a velha forma do consensus ( acordo unanime – tudo é solidário, tudo concorre, tudo conspira); mostrando a dificuldade do problema humano. Desta forma basta evidenciar a irracionalidade de procura-se a Saúde do Corpo, separado da Saúde da Alma.
 Isto é um absurdo, separar a Medicina da Moral.

 Desta forma, fica totalmente sem base, de um modo incontestável, a inqualificável monstruosidade, que constitui a radical e plena especialização médica, cuja pretensão, é conhecer e tratar de forma isolada, os fenômenos que por sua natureza, repugnam qualquer fracionamento.

 Mas no regime em que vivemos, hoje em dia, no capitalismo democrático, exige que o tempo seja dinheiro; e por isso não temos tempo de formar Médicos Sacerdotes, e sim muitas das vezes Médicos Mercenários, para o "mercado da Patologia".

 Esta indissolubilidade do nosso Organismo, é uma das bases, da Instituição Sacerdotal no Positivismo; que prescreve, que o Sacerdote seja Médico, e que o Médico, seja Sacerdote.

O Meio – C) Vejamos agora O MEIO, onde o Homem Vive.

 Normalmente concebe-se O Meio, por forma que não corresponde à realidade; por que só se levam em conta, as influencias "cósmicas" – chuva, vento, frio, calor, terremotos, etc.; mas na verdade, cada um de nós sofre ações de duas categorias de fenômenos:

                                                              Uns Físicos e
Outros Sociais

Por isso, a vida de cada homem, não depende somente das condições planetárias; mas também da civilização, onde ele se forma, e se desenvolve; isto é, onde ele VIVE.
 Por isso, é importante reconhecer, que a maioria das influencias físicas, só afetam o indivíduo, através da espécie; porque a espécie vai cada vez mais modificando a sede de sua existência ou morada.

Resumindo, cumpri distinguir dois Meios para o Homem:
·         Mundo e a
·         Humanidade
As influencias Cósmicas atuam diretamente sobre o "Soma", mesmo as irradiações cósmicas, que agem sobre as glândulas cerebrais, alterando os metabolismos hormonais.

As influências das Ações Sociais, agem na "Alma", que reside no Encéfalo, por meio da qual, cada indivíduo, se liga mais especialmente ao Passado e à Posteridade (gerações futuras); visão subjetiva.

Ao passo que o Público, isto é, as gerações que compõem a atualidade – no Presente, atua como sendo um mundo Objetivo, isto é, externo.

 Assim resulta, que o Conhecimento e o Destino do Homem, não só supõe a composição do seu organismo, no seu conjunto; e mais ainda; ser impossível semelhante compreensão, sem o pleno conhecimento, do duplo meio que o envolve.

Augusto Comte, exigiu que o Médico e o Sacerdote, fossem Filósofos, com o objetivo, deles virem a ter uma noção ampla, do Conjunto do Ser Humano.

 No entanto, hoje em dia, levantam-se todas as mediocridades, interessadas na desordem social, se opondo e dificultando o preenchimento de tais condições; mesmo com estas imposições revolucionárias, fica evidente, que o Problema Humano não importa sizão.

O que acabamos de explanar, foram preliminares indispensáveis, para as apreciações especiais, dos diferentes estados mentais, cujos os exames vamos nos dedicar, a partir deste momento.

 (II) Exame das condições do equilíbrio cerebral, de onde resultará, a noção precisa, dos estados denominados, Razão, Loucura, Alienação e Idiotismo. Desta forma, isto nos conduzirá a percebermos a conexão entre o Problema Mental e o Religioso (Doutrina).

 Cérebro e suas Funções : Conforme a demonstração original de Gall, o cérebro é um conjunto de órgãos, isto é, um Aparelho; e que, de seu funcionamento resultam todas as manifestações psíquicas. Estas manifestações são sempre complexas, pois supõe a convergência de todos os órgãos cerebrais; e de todo o organismo. Pois o cérebro sem o corpo não pode funcionar.

 Mas esta complexidade não impede que uma análise, dos fenômenos psíquicos, conduza a assinalar, as funções elementares, de cuja convergência resultam as funções mais ou menos complexas.

 Gall, foi o primeiro à tentar, este exame com base positiva, falhou por que lhe faltavam antecedentes lógicos e científicos, que se resumem na construção da Ciência Sociologia. Multiplicou sem necessidade os órgãos elementares; o que não impediu ao seu gênio, de acertar em mais de um caso; alem do que, a seu trabalho foi imprescindível, para expor cabalmente o problema.

 Augusto Comte, depois de discutir o método indispensável, a tão delicada análise, e mostrar que o método, se resumia por um lado, em subordinar a Indagação Anatômica ao exame Fisiológico; e por outro lado, comprovar a inspiração sociológica pela comparação zoológica, formulou o Quadro Sistemático da Alma.

 Desta construção resulta a divisão do cérebro, em duas regiões desiguais, sendo a posterior consagrada ao Sentimento e ao Caráter, a anterior à Inteligência.

Os Órgãos da Inteligência estão em concessão com o Mundo, pelos aparelhos dos sentidos ou sensitivos. Os do caráter também se comunicam com o exterior pelo sistema nervoso motor. Os da inteligência só têm relações com os outros órgãos, vegetativas e animais.

 Além disso, os órgãos cerebrais têm comunicações mutuas por meio de nervos destituídos de nevrilema.

 O equilíbrio cerebral faz-se espontaneamente pela natural preponderância do sentimento sobre o caráter e sobre a Inteligência. Mesmo nos casos em que se acha que o Sentimento está subordinado à Inteligência; o que não é verdade pois de fato o que ocorre, é que a inteligência fica subordinada aos Sentimentos egoístas : a vaidade, o orgulho e quase sempre a cobiça.

                    a) Assim, se predominar o Altruísmo, pensa-se e age-se por Amor.
                    b) Caso predomine o egoísmo, pensa-se e age-se por interesse.

            No primeiro caso, o equilíbrio é estável, porque a supremacia do Altruísmo exige apenas a subordinação e não a destruição das sugestões egoístas. Acresce que essa supremacia dá a Inteligência os mais amplos destinos; pois os sentimentos generosos são os promotores dos pensamentos gerais. Os grandes pensamentos vêm do Coração, disse Vauvenargues.

            No segundo caso, é forçosamente instável o equilíbrio, porque a multiplicidade dos instintos egoístas e seu poder, os fazem sucessivamente aspirar o comando.

 Estas considerações já demonstram que o equilíbrio mental não será possível senão ocorrer a subordinação da Inteligência ao sentimento Altruísta; de sorte que o papel da Inteligência, consiste essencialmente em procurar, linhas de raciocínios para realizar esta digna submissão.

            Além disso, é fácil mostrar que a inteligência não poderia encontrar em algum lugar, ponto de apoio, ao se examinar, o modo pelo qual se formam as concepções.

                   Aristóteles formulou o axioma primordial, de que nada existe na inteligência                      que não venha pelos sentidos.

Leibnitz, devido as aplicações viciosas deste enunciado, completou , afim de introduzir a espontaneidade mental: exceto a própria inteligência.

Logo em seguida, veio Kant que deu à este Princípio, sua formula sistemática, pela distinção entre o Objetivo e o Subjetivo.

     Locke, Hume, Diderot e outros concorreram para por esta verdade fora de qualquer contestação, examinando-a sob diversos aspectos.

O resumo de todos estes trabalhos, com relação às concepções humanas, as normais como as anormais; as leis científicas, como as idealizações estéticas; os planos técnicos, as criações teológicas, as fantasias metafísicas, os delírios dos loucos, etc; tem sempre uma parte Objetiva e uma outra Subjetiva.

 A parte Objetiva teve origem, nas imagens exteriores, que por abstração deram as idéias, que pelos seus conjuntos deram os Pensamentos – então a parte Objetiva, corresponde aos elementos do Pensamento; a parte Subjetiva é a interação destes elementos dos Pensamentos.

            Isto é tão fatal, como o Sol emana calor.

            Ora senhores, como o ser humano está limitado a oito sentidos ( tato, musculação, gustação, caloração, olfação, audição, visão e eletrição), é provável que no mundo, pode passar-se uma infinidade de fenômenos , que para nós, são como se não existissem. Ainda mais: os nossos sentidos são imperfeitos, e jamais conseguiremos torná-los perfeitos.

            Portanto, mesmo quando as ligações por nós introduzidas, para agrupar os elementos fornecidos pela contemplação do mundo, pudessem ser, a reprodução fiel, das relações reais; com certeza, a insuficiência inevitável dos materiais, tornaria impossível a representação absoluta da realidade.

            Cabe aqui, questionarmos, se ao refletir, todo o desenvolvimento científico, para provar à Sociedade, quanto o nosso poder Indutivo e dedutivo, é inferior a complexidade dos dados fornecidos pela Observação, poderemos razoavelmente, aspirar e descobrir no Mundo , o princípio coordenador dos Pensamentos?

            Considerando esta situação precária da inteligência, e analisando, se nos resta outra linha de ação, senão aplicar as poucas forças, que possuímos à solução das questões que o amor social reclama.
            Que mais digna missão à ser dada a Inteligência, do que consagrá-la a indicar os meios capazes de habilitar-nos, à satisfazer as aspirações generosas !
Considerações desta ordem levaram Augusto Comte a condenar a cultura da Ciência para a Ciência; da Arte pela Arte.

 Pois podemos notar que o Pensamento que não visar o bem geral, é uma divagação, não é uma concepção onde simultaneamente ocorre o real, útil, certo, preciso, orgânico, relativo e social.

 Essa subordinação da Inteligência ao Altruísmo, é a primeira condição da Harmonia Mental. Mas para realizá-la definitivamente é necessário o conhecimento das Leis Naturais Gerais, que regem essa subordinação; pois, tais Leis constituem os princípios universais do Dogma Positivo, e codificado por Augusto Comte de Filosofia Primeira ou Fatalidade Suprema.
            Ocorridas antes da Teoria da Abstração, estas Leis Naturais marcam o inicio da Instrução Enciclopédica. Este ensino, segundo o Positivismo deve ser ministrado pelo Sacerdote, aos jovens de 14 à 21 anos; abrangendo as ciências: matemática, astronomia, física, química, biologia, sociologia e moral teórica e pratica.

 (Mostrar a Transparência com enunciado das 15 Leis Universais) Vide estas leis no Livro Augusto Comte para Todos - http://www.doutrinadahumanidade.com/livros/augusto_comte_para_todos_viii.pdf

 Neste momento, já estamos de posse das ferramentas, e podemos compreender em que consiste os estados mentais, denominados: loucura, alienação, idiotismo e razão.

Antes de tudo, cumpre distinguir, segundo o Dr. M. G. Audiffrent, no seu Livro "Des Maladies Du Cerveau et de L’ Innervation" – 1874 – a loucura e a alienação.

A alienação consiste na impossibilidade, em que se acha o indivíduo de harmonizar sua conduta, com a sua situação.

É evidente, por este raciocínio, que um doido é um alienado; mas a recíproca não é verdadeira.

 Há indivíduos que conhecem a sua situação, no entanto não tem em si, força de vontade para se adaptar à ela. Por exemplo, são os casos dos movimentos irresistíveis. Os indivíduos nessas condições são Alienados, mas não são loucos.

 As nossas concepções (Ato de criar mentalmente), como já vimos, tem uma parte Objetiva e outra Subjetiva; para que a concepção seja normal, isto é , corresponda ao estado da razão, é imprescindível que ela represente o Mundo, com o grau de aproximação exigido, pelas nossas necessidades morais, intelectuais e práticas.

E para julgar se uma concepção, está nestes casos, é preciso atender ao Conjunto das Leis Naturais da Fatalidade Suprema. Todas as vezes que não for assim, a concepção é mórbida, isto é, gera doenças: sendo que se pecar por excesso de subjetivismo, assinala o estado de loucura; e se pecar por excesso de objetivismo, marca o estado de idiotismo. Donde se percebe que a Razão é o meio termo, pois a loucura e o idiotismo são os extremos.
            As mesmas Leis Naturais mostram que o Estado de Razão, nada tem de absoluto: como todas as concepções científicas, ele é relativo. Tal modo de pensar, que em certa época, e em certos indivíduos, constitui prova de loucura, em outras épocas, e em outros indivíduos é plenamente normal.

            Para julgar as concepções; isto é, ao se analisar os atos de se criar mentalmente, ou conhecer as Abstrações, é necessário lembrar, que entre as Leis Intelectuais, ( as 4/5/6/7/8/9 Leis do Grupo das Plenamente Subjetivas – da Filosofia Primeira); umas são Estáticas,(4, 5 e 6) isto é, verificam-se por toda parte e em todos os Tempos; e outras, as Dinâmicas (7, 8 e 9) só podem ser verificadas em civilizações que já possuam uma longa evolução.

            As Leis Estáticas do Entendimento são sempre respeitadas no Estado de Razão. Assim a concepção normal é sempre a mais simples, a mais simpática e a mais estética, de acordo com os dados adquiridos; as impressões são sempre mais vivas e mais nítidas, do que as imagens subjetivas, o que nos liberta das alucinações habituais; e finalmente, a imagem normal, é preponderante, o que nos preserva da incoerência. Estas três Leis Naturais, representam o Mundo como fornecendo à inteligência, o alimento, o estimulante e o regulador. Quando da loucura, pelo contrário, há sempre a complicação das hipóteses; as imagens interiores tornam-se tão nítidas, que as impressões ou imagens externas, podem até passar despercebidas; e finalmente ao mesmo fenômeno, correspondem imagens, as mais extravagantes.

            No entanto, as Leis Dinâmicas do Entendimento, onde o equilíbrio resultante das Leis Estáticas é susceptível de diferentes estados; leva-nos à concluir, que a suprema lei lógica, consistindo na formação da hipótese mais simples, mais simpática e mais estética, de acordo com os dados obtidos; compreenderemos que estes diferentes estados estáticos, variando à medida que a vida individual ou coletiva se prolongam, por isso, a concepção normal também deve mudar. Esta mudança é sempre regida pela mesma lei, porque a complicação normal é invariavelmente destinada à representar o conjunto dos dados, da maneira mais simples, mais simpática e mais estética. Por exemplo, basta considerar a série de hipóteses imaginadas sobre a forma da Terra, e encontraremos a verificação do que acabo de expor.

            Primeiramente a Terra foi considerada Um Plano; depois uma esfera e finalmente uma Elipsoide.

As três Leis Dinâmicas do Entendimento: Lei da Evolução Intelectual, Lei da Evolução Ativa e Lei da Evolução Afetiva, especificam o caminho em que se operam essas transformações. Estas leis nos mostram, como as duas ultimas Leis do 1O Grupo de Leis – Tanto Objetivo como Subjetivo: a Lei da Imutabilidade e da Modificabilidade, que caracteriza o Estado Positivo, representam dados que não podem expressar as Fazes Anteriores ( Fetichista, Teológica e Metafísica).

            Assim os Politeístas e Monoteístas, Gregos, Romanos, Judeus, Maometanos, Protestantes e os  Católicos, que esperaram e esperam, conseguir todas as transformações, invocando as vontades dos Deuses ou do Deus; não levam em conta as mencionadas Leis Naturais; e nem por isso estão loucos.

 Isto porque, com os dados cósmicos, sociais e morais de que eles dispõem: a crença em que tudo é governado pelo arbítrio de entes sobrenaturais, constitui a hipótese exigida pela 1a Lei – Lei da Relatividade – ou das Hipóteses. Mesmo assim não estão livres de freqüentes alucinações; por faltar-lhes uma teoria científica que explique a sensação; que permita ratificar as perturbações que elas expressam. Mas, espontaneamente, a vida pratica, corrige os desvios, que tem origem na essência destas crenças, subordinando todos os aspectos da natureza humana às necessidades sociais. Mas, é somente quando a existência se complica, pela multiplicidade dos elementos e das relações, que o empirismo, torna-se insuficiente para garantir essa preponderância da vida coletiva.

            Quanto as Leis do 3o Grupo, que são principalmente objetivas, não são exclusivamente morais, mas com certeza, elas se verificam na existência humana, e explicam uma série de circunstancias, de outra forma que não leva em conta a inteligência humana, isto é, onde se processam as leis do entendimento.

            O resumo, do que ficou dito, é que os estados de loucura ou de idiotismo, só podem ser julgados tomando para termo de comparação, a fase Mental da Humanidade Contemporânea do Indivíduo. Um maior subjetivismo ou um maior objetivismo, marcam a tendência para a loucura ou para o idiotismo, respectivamente. Mas cabe aqui alertar, que estas fases mentais, devem ser apreciadas, tomando em consideração, o conjunto das leis naturais, que regem a existência e o desenvolvimento de nossa espécie. Desconhecendo estas leis, o empirismo conduz a substituir o Público pela Humanidade; e decidir do estado mental, pela comparação com a generalidade dos contemporâneos.

            Esta pratica, permite sempre acertar, quando a diferença, entre o Indivíduo e a Atualidade, facilita ele voltar, à um estado mental, já transposto, pelas pessoas, com quem ele convive. Mas quando as contradições resultam de achar-se o indivíduo, mais adiantado do que o comum dos homens contemporâneos, e desta forma o exame sendo-lhe impossível; é fácil contemplar-se o espetáculo, de entes queridos do indivíduo, saturados de um subjetivismo doentio, repreenderem de loucos ou de idiotas, os que não creem na mesma fantasia.

 Este fenômeno é apenas transitório; porque a evolução tende elevar todos os Homens ao conhecimento dos resultados científicos. Uma vez realizada essa transformação, à um certo grau, cessará a discordância entre os juízos do bom senso vulgar, e as indicações dos verdadeiros teoristas ou cientistas.

 Aqui, cabe uma pergunta: Quais são as condições para que haja ocorrência da Loucura?
            Não há duvida que se pode conceber a priori, um excesso de subjetivismo, por doença própria dos órgãos intelectuais. Mas quando se reflete na fraqueza intelectual da inteligência, não se pode deixar de reconhecer; que tais casos devem constituir uma raridade. Mas na hipótese de lesão de tais órgãos , é antes presumível o idiotismo.

 A Loucura supõe quase sempre uma Emoção exaltada, que torna impossível uma Harmonia Mental, pelas reações da parte dos Órgãos do Sentimento, sobre os Órgãos da Inteligência. Estes Sentimentos podem ser de origem Altruísta, como são citados em alguns casos, do que os empíricos chamam de "mania religiosa" – predominante principalmente, naqueles que leem e releem constantemente a Bíblia, e ficam nas praças publicas pregando as palavras do Senhor; num subjetivismo teológico, quase puro; sem nenhuma outra atividade.

            Mas quase sempre o motivo, parte do sentimento egoísta; sendo o materno, o orgulho e a vaidade, os que fornecem o maior número de loucos, segundo o Dr. Audiffrent.
            A atividade representa um papel eminente na manutenção do equilíbrio cerebral. Muitas vezes, a loucura é devida, não tanto aos exageros do sentimento, mas devido a insuficiência do Caráter, sobretudo no que se refere a Perseverança.

            A excitação dos órgãos do Caráter, a prudência, a coragem e perseverança, podem produzir alienação sem loucura; mas pode também, excitando quaisquer dos órgãos do Sentimento, com quem estão relacionados, determinar a Loucura. A Alienação pode também ser devida a uma exaltação Sentimental, ou mesmo, a uma perturbação visceral.
            Além das causas do desequilíbrio da Alma, pode a loucura ser proveniente das reações vegetativas. São as loucuras desta categoria, que fornecem a maioria da cura, atribuídas ao emprego de medicamentos.

 Para completar estas rápidas e sintéticas explicações, vamos acrescentar, que a excitação vegetativa determinante da loucura, pode ser favorecida, por um regime alimentício anômalo; por falta ou por excesso; mas neste ultimo caso, é mais provável o Idiotismo.

            Cabe aqui mostrar o Quadro dos Principais Sintomas Peculiares à Loucura e ao Idiotismo - extraído da Obra – Des Maladies du Cerveau Et De L’Innervation, pagina 690 – 1874, do Dr. M. G. Audiffrent -

            Podemos assim concluir que a Harmonia Mental, bem como o Equilíbrio Funcional de qualquer parte do Organismo, supõe a Harmonia do Conjunto. Assim, um ponto lesado, reage sobre o sistema, e pode acarretar a violação dos limites, de variação compatíveis, com a existência racional. Daí a grande complicação do problema humano, isto é, a dificuldade de conseguir e manter a unidade funcional.

            Como foi visto, que para realizar a harmonia cerebral, é necessário um sentimento predominante; mas o sentimento pode apenas suscitar desejos, de cuja satisfação, cabe a inteligência indicar os meios; que a atividade ou caráter tem que realizar. Segue-se que, uma vez aceita a preponderância Sentimental, como base; compete a Inteligência dissipar, pela estabilidade da ORDEM que revela, as Emoções {(Flutuação Sentimental ( egoísmo x altruísmo)}. A Partir deste ponto, a Atividade pode por em pratica os projetos, que o AMOR Social venha inspirar à Inteligência. Foi assim que Augusto Comte, resumiu, em uma Máxima:

"Agir por Afeição e Pensar para Agir".

            Resumindo, o equilíbrio orgânico, supõe um Sentimento Predominante, combinado com uma imagem coordenadora, para conduzir à uma Prática contínua.

 Estas condições de equilíbrio, não se realizam sem a convergência dos Seres, e da Espécie; isto é, da Humanidade. Não somente porque a Humanidade é o único ente capaz, de determinar o desejo definitivo, bem como instituir a ideia fundamental e assinalar a pratica invariável; mas também, porque constitui o meio, em que vive o indivíduo, e se este meio não tiver estabilidade, o indivíduo também não pode tê-la.

 O Objetivo das Religiões, é atingir e manter a Unidade Moral e Social ( mas hoje em dia, só se vê predominar o interesse por dinheiro, isto é, a unidade Material). Todas elas deveriam ter como principal objetivo, encontrar soluções desse problema supremo, por caminhos mais ou menos aproximados, conforme os Tempos e os Lugares; o desenlace coube a Augusto Comte. Tomando por princípio o Amor Universal; por Base, o conhecimento Científico da Ordem, que nos domina; e por fim, isto é, por objetivo, o aperfeiçoamento contínuo do Homem. Assim o Positivismo liquidou o empirismo tateável e inaugurou a conciliação sistemática da Ordem com o Progresso.

III) Reflexões Gerais, Sobre a Instituição do tratamento dos estados anômalos do Psico, especialmente o da Loucura.

Rompido o equilíbrio mental, quais as condições para restabelecê-lo?

 Esta questão nos conduz a apresentar algumas reflexões gerais sobre o tratamento dos estados anômalos do organismo e em especial o da Loucura.

 O conhecimento dos antecedentes é o elemento indispensável para a instituição dos meios curativos, porque são eles que fornecem os dados necessários para julgar da origem do mal. Os casos de perturbações devidas às reações vegetativas, são sem dúvida as mais acessíveis ao empirismo médico. Mas os Médicos não dispensam o recurso às influencias morais destinadas à por o cérebro, em condições de melhor reagir.

 A loucura caracterizando-se por um excesso de subjetivismo, faz com que todos os esforços, devam se concentrar, em fazer predominar as correspondentes imagens normais, a cada impressão. Assim, as imagens, sendo tanto mais vivas, quanto mais os sentimentos a afetem; a consequência, é que a convivência com as pessoas da família, com os animais domésticos e os amigos, constitui o meio , mais seguro para chamar um Homem à razão.

            Por que a imagem de um estranho, como a de um objeto qualquer, que não impressione fortemente os sentimentos altruístas, podem fortemente despertar as fantasias do delírio.
 No estado de excitação cerebral, em que se acha o doente mental, o louco, cada nova impressão, constitui um tema propício e oportuno para divagações. É indispensável justamente, cercá-lo dos entes queridos, cuja imagem normal, tende a prevalecer, com mais espontaneidade, sobre aquelas que a agitação da Alma faz aparecer.

            Assim, por exemplo, é mais fácil ver uma irmã, uma esposa, uma mãe, um amigo de confiança, para que o doente volte a realidade, e compreenda que tem ao seu lado, os entes que de fato ai estão, do que deparar e contemplar um desconhecido.

            No caso dos familiares, o pensamento repousa, sobre uma ideia grata, traz mil outros pensamentos suaves; o indivíduo não precisa esforço para aceitar a realidade.
            No segundo caso, no ambiente com um desconhecido, o seu cérebro tem que trabalhar muito mais, para esclarecê-lo: quem é, por que razão está ali ?; o que quer este desconhecido, que nunca viu ? Assim, a Alma incapaz de ponderação, com os delírios que se vão sucedendo, vai se habituando naquele estado, e a volta à posição normal, é cada vez mais difícil.

            Ai do louco, que desconhece os entes queridos, cujo laços o prende, aos mais fortes dos sentimentos, os altruístas.

            Neste momento cabe, indagarmos, quais os cuidados da vida interesseira, que se possa comparar aos carinhos domésticos, e as delicadezas da amizade?

            Que assalariado é capaz de seguir a todo instante, o melindroso inferno, para surpreender os momentos favoráveis, a uma intervenção mais ativa ou para fazer recuar os motivos da aflição, que forem surgindo, neste pobre doente ?

            Quem vai livrá-lo, de se entregar às suas próprias cogitações, tanto mais poderosas, quanto mais isolado ele estiver ?

 É inútil insistir por mais tempo, em considerações, cuja evidência é do conhecimento de todos.
 Estas evidências tornam-se claras à irracionalidade do proceder, daqueles que constituídos de qualquer concepção teórica, sobre o Homem; levados por um empirismo do falar, entendem que a obrigação, é a de segrega-lo da Família, e entregá-lo a si mesmo, justamente, quando ele mais carece de apoio e de dedicação, no ceio dos seus entes queridos.

            Um cérebro que se debate no meio de Fantasmas, o empirismo médico, subtrai os pouquíssimos degraus, que permitiriam construir a escala dos entes reais, e, não contentes, os arruína com violentas* repreensões.

*É evidente, que falamos em geral, por que não desconhecemos os casos particulares, que aconselhamos a retirar o louco, pelo menos momentaneamente, da influencia dos seus entes queridos; quando falta em casa, quem contenha as suas manifestações perigosas, ou quando é preciso evitar conflitos morais no seio da família.

            O Positivismo, segundo Comte, alerta aos médicos, que se objete enumerar casos de restabelecimentos por esses processos, que mais parecem imaginados, para fazer enlouquecer, do que curar a loucura. Pois que, se as estatísticas de cura, bastassem para demonstrar, que todos os processos terapêuticos têm eficácia; pois verificamos, que todos eles invocam crescimento de número de sucesso.

** A História da Medicina, que pode ser encontrada, no Livro de F. J. V. Broussais - Examen de Doutrines Médicales – 3a Edição – 4 volumes – Paris 1829 – 1834, está ai para confirma-lo . o Principal livro de Broussais, foi Cours de Phrénologie*** – 1836. ***Teoria sobre o Caráter e as Funções Intelectuais Humanas, baseada na configuração do crânio. De acordo com a opinião de Hipócrates, que dizia, que o Juízo é difícil e a experiência falas .

            Não basta contemplar a coincidência dos fenômenos, para concluir da sua correlação; as dependências sentimentais, só podem ser conhecidas, por um exame, para o qual raríssimos médicos são competentes. O que faz crer que em grande quantidade de homens capazes, é a facilidade com que, ao serem descobertos estes fenômenos, por um diminuto numero de gênios, quando as condições sociais as tornam oportunas; tais dependências de fenômenos, podem mais tarde serem assimiladas, por nós que temos a inteligência vulgar. Como esta assimilação ainda não se tornou geral, é provável que os poucos, que bem ou mau às realizam, protegidos pelos privilégios dos acadêmicos e pela ignorância da maioria, possam fazer acreditar, numa capacidade que realmente não possuem.

Aliás é fácil de se verificar, e nós mesmos diretamente damos conta dos motivos gerais, que explicam as curas, por todos os métodos.

            O primeiro método, estão nas Leis da Persistência, em virtude da qual o organismo perturbado, por qualquer circunstancia, tende espontaneamente voltar ao equilíbrio, isto é, à Saúde. E como os limites de modificabilidade na espécie humana, são os mais amplos, em virtude da terceira Lei da Filosofia Primeira; o organismo supera, mesmo aquelas perturbações, devidas à intervenção médica, quando esta não vai além de certo ponto.

            O segundo método, reside nas reações do moral, sobre o físico; o médico atuando beneficamente, no maior número dos casos, pela confiança que inspira, mais do que pelas drogas que receita.

            O terceiro método resulta dos cuidados prestados ao regime do meio físico e alimentar, não só furtando o organismo às influencias diretas do meio cósmico, como modificando a alimentação; semelhante cautela é de máxima importância; porque, graças a este regime, o cérebro fica menos perturbado, pela reações corpóreas, e pode melhor reagir e restabelecer o equilíbrio funcional da ALMA ou Psique ou Mente.

Finalmente se junta a todas estas considerações, que na quase totalidade dos casos graves; e que não são os habituais – todos os processos são igualmente impotentes, e antes aceleram do que retardam o doloroso desfecho.

            Isto que acabamos de expor, não nos leva à concluir que o médico seja inútil; mas no entanto para julgar do alcance dessa intervenção, é preciso levar em conta, uma serie de elementos, ordinariamente desprezados, pelo empirismo e pelos profissionais e pelo publico não maliciosos, sem falar no frequente charlatanismo de muitos profissionais.

            O Modo como se vulgarmente se apreciam os casos específicos, é ainda uma prova da estreiteza do ponto de vista médico, atual. Com efeito, não se pode desconhecer que as substancias assimiláveis, devam atuar, diversamente sobre cada ponto do organismo, em virtude da observação de Bichat, sobre a vitalidade particular de cada tecido. Mas daí tirar conclusões, que os modos de desequilíbrio orgânico, mais ou menos análogos, isto é, o que se chama a mesma moléstia possa ser dissipado, por uma única substancia invariável, abstraindo das desigualdades individuais, é simplesmente uma irracionalidade.

Augusto Comte no seu leito de morte, Disse: a medicina oferece um vício lógico, capital: tem regras gerais para casos particulares.

            De acordo com o Positivismo, a Saúde, constitui a harmonia de todas as funções, corporais e psíquicas; e a moléstia é a desarmonia dessas funções; e como tal afeta todo o organismo. A maior das perturbações de certas funções, e a lesão correlativa mais perceptível de certos órgãos; não autorizam a desconhecer o caráter sintético das alterações patológicas, e eleger os vários modos de desequilíbrio funcional, em tipos autônomos, isto é, que não sofrem ações externas.

            Por outro lado, o organismo doente, é regido pelas mesmas leis que o organismo são, - segundo a grande Lei de Broussais, " as Doenças , são a expressão , por via de Excesso ou de Falta, nas intensidades que compõe a Equação da Saúde; o estado que compõe este equilíbrio é conhecido como Saúde; donde a Terceira Lei da Filosofia Primeira – Lei da Modificabilidade – Todas as Modificações na Ordem Universal, limitam-se à intensidade dos atributos, cujo o arranjo permanece inalterado; é a generalização. Para elucidar o que foi dito , vamos dar um exemplo na biologia: o Câncer e a Necrose, são a reproduções celulares manifestadas em seu superávit e em seu déficit, respectivamente.

            Daí se conclui que as substancias estão dispostas em duas categorias: conforme são assimiláveis ou não assimiláveis; as primeiras são alimentos em certa dosagem; excitantes numa dosagem maior e calmantes em uma dosagem menor. Esta é a lei geral que Augusto Comte deu à terapêutica. Dela resulta a explicação racional desse fato, que o empirismo sensato, muitas vezes tem reconhecido; por saber que basta a modificação do habitual regime alimentar, para muitas vezes restabelecer o equilíbrio psíquico perdido.

Vejam só, seja qual for a racionalidade que atingir a Arte Médica, ela jamais dispensará a observação clínica, para a formação dos seus profissionais; e o recuso por parte destes aos meios cujo o alcance, um sábio empirismo houver demonstrado. Mas no futuro os indivíduos estarão em melhores condições, para precaver-se contra as perturbações, de que hoje somos vítimas.

            Em primeiro lugar, não sofreremos os abalos profundos e os trancos de uma sociedade revolucionária.

 Em segundo lugar, uma educação sólida, instituirá o regime nutricional de acordo com nossa constituição física, moral e intelectual – psicossomática.

O Culto da Humanidade desenvolverá o Altruísmo; o egoísmo será preservado dos excitantes materiais , e das leituras depravadas; ao mesmo tempo a situação política proporcionará o lar de acordo com as prescrições higiênicas e morais; e permitirá um salário que, tomando por baseia organização geral da vida doméstica, libertará os Homens comuns da miséria e do luxo.
Nestas condições, as perturbações doentias pouco afligirão os indivíduos.

            Mesmo ai, o Médico será um conselheiro, tendo para esclarecer as luzes do enfermo, além do conhecimento habitual que resultará dos contatos provenientes da sua função sacerdotal.

 Estas reflexões parecem-nos suficientes para que se julgue, se a situação moderna, justifica os privilégios de que se acha investida a corporação medica, e sobretudo se aprecie o valor lógico e científico da especialidade em geral, e particularmente no que se refere a medicina cerebral, de hoje.

 IV) Exames das diversas fazem da Evolução Histórica, nas predisposições, para desenvolver as moléstias da Alma.

            No período fetichista a loucura é rara. Mas no período teológico e na metafísica, que garantias tem o homem contra a loucura, além das reações espontâneas da vida prática?

Indivíduos que creem na existência de entes fantásticos, não suscetíveis de verificação, e dotados de grande poder de intervenção nas atividades terráqueas.

            As Pessoas que têm o cérebro povoado de Deuses, anjos, arcanjos, demônios, gênios e almas teológicas, compartilhadas com as imagens reais; ? que defensivos encontram nas suas doutrinas , para não caírem na loucura, quando por qualquer circunstancia, forem atacados pela apreciação destes entes ditos sobrenaturais, isto é, por alucinações ?

            Os teologistas, católicos e os protestantes, que aconselham a penitencia, a e mortificação da carne, como eles se resguardam racionalmente das reações perturbadoras, do corpo sobre o cérebro?

            Os Positivistas encontram nas suas convicções um apoio para estas perturbações de que for cometido. Como todas as garantias científicas, nada tem de absoluto; mas é o único com quem se pode contar.

Todo esse mundo ideal de entes extra-humanos é substituído pela contemplação, conscientemente subjetiva das gerações que passaram e das gerações que hão de vir.

 Se por ventura, a Emoção exaltada pelo sentimento, torna nítida e vivazes as imagens subjetivas dos entes adorados; fazendo com que escutemos as suas vozes e enxerguemos as suas imagens; ao nível de mesma "nitidez", que as imagens reais e objetivas; os positivistas, sabem que estas visões, não são de mortos ressuscitados, cujo o conhecimento destes mortos objetivamente, mas vivos subjetivamente, só podem encontrar na meditação, aquilo que realizaram em vida objetiva.

 Não é permitido invocar conselhos e ordens que recebeu nos encantos de seus prazeres. Não pode então, crer na realidade objetiva dos Deuses de seu Culto; quando esta realidade, já houver cessado pela morte.

 Também lhe é proibido entregar-se, tanto aos excessos egoístas, que degradam e conduzem ao idiotismo, como aos exageros da mortificação, que torna o homem, incapaz de servir ao seu semelhante, o que predispõe para todas as perturbações doentias, inclusive a loucura.

 Aceitando resignadas as fatalidades, que não pode modificar, aproveita a flexibilidade superior dos problemas morais, para suprir, com o aperfeiçoamento próprio, as imperfeições de sua situação. E contenta-se com os entes que adora, com a convivência que resulta da recordação saudosa, de seus benefícios e de suas virtudes; sabendo que não há outra imortalidade, além da assimilação, pelas gerações atuais, das conquistas realizadas pelas gerações que passaram.

            Aqueles que com tais armas fracassam no batalhar da existência, só tem que lamentar a própria fraqueza, isto é, o seu frágil caráter.

Si fractus illabatur orbis, impavidum ferient ruinae .
Se o mundo desabasse sobre ele; ele seria ferido pelas ruínas, impávido ( sem medo)

            Este exame parcial nos revela que a situação teológica-metafísica, é a mais favorável para predispor o homem à loucura; visto que a crença em um mundo sobrenatural , torna possível todas as divagações , sem falar na excitação contínua, que os sentimento egoístas do orgulho e da vaidade, tem origem nestas crenças, teológicas-metafísica.

    Mas cumpre reconhecer que o perigo cresce quanto mais predominar a fase metafísica.

            Felizmente, os grandes homens do catolicismo, dispondo do vago inerente ao seu Dogma, instituíram verdadeiros aparelhos de segurança, contra as alucinações pessoais. Foi assim que as visões, podem ser ao mesmo tempo obras do demônio ou de Deus. Os doutores Romanos estabeleceram a competência, exclusiva da classe espiritual, os Sacerdotes, e especialmente o chefe da hierarquia, para decidir, caso a caso.

            Esta atitude mostra o alcance social e moral do Dogma da Infalibilidade Papal – Prerrogativa atribuída ao Papa, para que os Católicos não errem em questões pertinentes à Fé e aos Costumes; quando pretende conferir uma orientação universal.

            Já o Protestantismo, quebrando esta garantia, e pondo o crente em comunicação direta com Deus, pelo dogma do livre arbítrio, favorece o desequilíbrio mental. Porque simplesmente, o dogma neste caso, é favorável a desenvoltura da Vaidade e do Orgulho, comprimindo a Veneração; isto é, destrói as bases de todas as disciplinas, principalmente a Social.
            O estado revolucionário deísta ou ateu, agrava esta situação, pela proclamação absoluta do livre exame, por tal forma, que cada um afeta hoje tirar de si, por uma inspiração monstruosa, todas as suas crenças.

            O resultado dessa desorganização, do regime católico, criando o protestantismo, tem sido a exacerbação contínua dos instintos egoístas, e a compressão dos sentimentos Altruístas, cuja as influências os teologistas atribuem à Graça Divina; e os revolucionários pretendem substituir pelo interesse bem entendido.

            O desuso das praticas disciplinares instituídas no Passado até o Catolicismo, envoltas na condenação, que feriu de morte o teologismo, colocou o cérebro dos ocidentais, em uma instabilidade, que torna precária, não só a harmonia mental, mas também a saúde do Soma.
            É o que facilmente se compreende, quando se sabe que, em consequência da evolução, as relações entre o cérebro e o corpo, tem se tornado cada vez mais intimas.

            Daí, a explosão de todas essas manifestações doentias, peculiares a situação moderna; e que tem por base a produção, espontânea ou artificial, de fenômenos nervosos, mal interpretados, como o magnetismo, o espiritismo, etc. assim surgem freqüentes casos de loucura, cujo delírio revela ao observador competente, a exaltação característica da moléstia ocidental. Mas que hoje em dia já está contaminando a própria China Fetichista.

            Sei que estou criando muitas simpatias e umas antipatias, pois sei que neste momento são muitos convencidos da minha verdade, mas são pouco convertido a minha Doutrina. A maioria recua, e limita-se a uma vaga simpatia, quando se não transforma em inimigos rancorosos.

            Vale dizer, que Religião, cada um escolhe a sua, pois depende do Sentimento que o domina, do nível de sua inteligência e do Caráter de suas ações.

            Cada um está em uma fase de Evolução. Os Positivistas respeitam todas as Religiões.

            Espero ter colaborado com a Alma dos Senhores, tornando-os mais simpáticos às verdades Científicas do Positivismo, e aproveito a oportunidade para agradecer e elogiar a sabedoria dos Senhores, citando duas máxima de Confúcio 540 aC.

            Só os Sábios, não se irritam com o falar dos outros.
Somente o Sábio e o Idiota não mudam de opinião, pois o sábio sabe, e o Idiota, escuta, mas não ouve, e enxerga, mas não vê .

Saúde, Respeito e Fraternidade,
Muito Obrigado
P. A . Lacaz
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                                                                                                                                                   Bananal, 08 de Arquimedes de 2
Bananal, 01 de abril de 2001
                                                                                 

A

Psicologia Científica Positiva de Comte

e a

Psicanálise Metafísica de Freud.


            Freud e os freudianos, nada acrescentaram de novidade, no que há de verdade em sua doutrina; mas desenvolveram muito mal, as suas idéias, quando  provavelmente tomaram conhecimento da obra de Augusto Comte, no que tange a Teoria Cerebral, isto é, o Quadro das 18 Funções da Alma Humana, sem ter a hombridade de revelar a origem, bem como os fundamentos das suas pesquisas no campo da psicologia, isto é, da Moral; ou estas pesquisas, representam o ultimo esforço empírico do materialismo científico, no caminho da verdade.

             Como alguns dos discípulos de Freud, como Carl Gustav Jung, Otto Rank e Alfred Adler, citam Augusto Comte, mais de uma vez, é possível que a primeira hipótese seja a mais correta, pois a obra do Mestre dos Mestres – Augusto Comte, não lhes era desconhecida.

             O que de real existe nos Freudianos, é a preponderância que dão na sua teoria, aos Sentimentos comandarem a inteligência e o caráter; o que constitui o fundamento da Teoria de Augusto Comte. Mas analisando o mais difícil problema psíquico, sem a utilização de raciocínios científicos positivos, eles caíram no vago metafísico e no objetivismo materialista, que constitui os dois vícios lógicos dos pesquisadores  científicos, de hoje em dia.

            Por isso, o principio fundamental da Teoria Positiva da Alma, { a preponderância dos Sentimentos sobre a Inteligência e a Atividade ou Caráter – que as mais vulgares observações deixam registradas} não foi aproveitado em toda a sua plenitude, para instituir a sua arquitetura  científica.   

            Se isto não tivesse acontecido, em vez de só admitirem estar dominando a nossa natureza Moral o instinto sexual, teriam que aceitar que os nossos atos, assim como os nossos pensamentos, desprezam a existência  de outros instintos, cuja influencia move estes pensamentos e estes atos, sem que muitas das vezes possamos percebe-los.

            Assim o instinto nutritivo, muito mais forte, mais dominador do que o próprio instinto sexual; que se manifesta em sua completa expansão, durante toda a nossa vida; desde o nascimento até o túmulo( salvo o caso de moléstia), enquanto que o instinto sexual, só entra realmente em cena, da puberdade, ao fim da maturidade ( salvo os casos de aberração).
            O Instinto Sexual (conservação da espécie), é tão subordinado ao instinto nutritivo ( conservação do indivíduo), que embora intimamente ligados; o primeiro tende a enfraquecer-se e mesmo a anular-se, desde que não haja uma suficiente nutrição individual. A este respeito , a sabedoria Católica reconheceu, quando pelo seu autorizado Sábio, Thomas de Kempis*, disse no seu livro a Imitação de Cristo; que refreando a gula, mais facilmente refrearás todas as tendências carnais. *( 1380 – 1471 – da Segunda metade do século XV, autor da mais sublime epopéia moral do Catolicismo; cujo manuscrito original, está na biblioteca real de Bruxelas, datada de 1441)                
            Cabe neste momento ao leitor, procurar primeiramente tomar conhecimento, da Teoria Cerebral de Augusto Comte, para melhor conhecer e interpretar o que estamos abordando cientificamente. Vide o livro Manobre Você Mesmo o Seu Destino, onde se encontra detalhadamente explicado este assunto, referente as 18 funções da Alma, pelo enfoque Científico. Isto é, com base nas três manifestações Estáticas  da Alma Humana:  Amar, Pensar e Agir; e por isso, o seu entrelaçamento Dinâmico, fica indicado pela formula : Agir por Afeição e Pensar para Agir.

 Prosseguindo; indagamos: e o Instinto Materno?

            Por acaso os animais principalmente as fêmeas, não cuidam dos filhos por instinto; não os defendem  até a morte contra as agressões exteriores?

            E ainda, nos próprios animais, o instinto materno ou de posse, não se combina com o instinto altruísta de bondade, para construir o Amor Materno? Esse instinto não apresenta nas aves, até o ponto de esquecerem a própria necessidade de conservação, fazendo-as morrer de inanição, no período do choco durante o qual o instinto materno as domina inteiramente?
                       
        Quem ainda poderá contestar que a cólera, a violência, que vão até ao assassinato; a conduta demolidora, sarcástica, o da contradição, etc., não sejam movimentos oriundos, de outro instinto, também bastante  enérgico, muitas vezes indomável, o instinto destruidor ?

            E o Instinto Construtor, que conduz os animais à melhorarem as condições do seu habitat, impelindo-os à construírem suas moradas, muitas vezes com tanto engenho?

            E o Orgulho, instinto que os leva ao domínio, não só dos seus semelhantes; mais ainda dos animais de outras espécies, e da própria natureza física exterior?

            E a Vaidade, instinto que os move, principalmente no caso humano, a esse desejo de ser admirados em si mesmos, ou em outras obras, e que sendo o menos prejudicial a Outrem, torna-se o mais tolerável, e muitas vezes  mesmo pitoresco nos seus excessos?

            Para ser lógico, o Sr. Freud deveria ter admitido todos estes instintos e não reduzir tudo ao Instinto Sexual, e só vagamente, muito por alto, referir-se ao instinto nutritivo e ao materno; e ainda ao instinto combativo ou de destruição; e aos instintos Sociais, os Altruístas, que para ele e seus discípulos, pouco influi na nossa vida Moral. Belo Absurdo.

 Mas não é só isso.

 Do mesmo modo que os animais vertebrados superiores, possuem todos estes instintos, que os conduzem ao amor de si mesmos, isto é, os instintos egoístas : gerando a Personalidade; ainda possuem outros instintos, que os levam, ao Amor de Outrem – Altruísmo, gerando a Sociabilidade. 

            E não há outra forma para se explicar, que o Apego ( amor entre iguais, isto é, entre irmãos, amigos etc.) entre muitos animais, principalmente nas Aves, como exemplo o cisne e também entre os elefantes ( Vide Buffon – Histoire Naturelle des Animaux), que chegam à instituir um amor conjugal indissolúvel, que poderiam servir de padrão à muitos Homens. 

Que o cão, já por muitos apreciados leve a sua gratidão, pela Veneração (amor ao superior) ao ponto de suportar todas as misérias e mal tratos, que muitas vezes o homem lhe inflige. E do mesmo modo que o Apego e a Veneração , não podemos de esquecer outro pendor, a Bondade, que não pode fugir, naquele que nasceu Bom.

            Não há duvida, que possuímos Sentimentos quer Altruísta quer egoísta, que dominam a nossa natureza moral e impulsionam todas as nossas ações, bem como os nossos Pensamentos; seria preciso que se subvertessem os princípios biológicos mais solidamente estabelecidos, para pretender que tais instintos ou funções, se originem dos órgãos da Inteligência, ou dos da Atividade, cujas funções são tão diferentes; ou mesmo das vísceras – fígado, pulmões, estômago, coração etc. , como se pensava antes de Gall.

            Estas funções ou instintos dos Sentimentos, não podem deixar de possuírem órgãos próprios, isto é, não podem deixar de partir, cada um deles, de um grupo de neurônios, que imprimam aos outros órgãos da inteligência e da atividade, às tendências que constituem a sua específica natureza. Eles proporcionam os desejos, que em si mesmos, impedem o raciocínio; mas que ligados aos outros órgãos , pela trama cerebral, inspiram tais ou quais ideias, cujo o conjuntos destas ideias formam os Pensamentos, e nos conduzem a agir no sentido da sua satisfação. Conforme a intensidade de sua manifestação, isto é:  o grau do Entusiasmo, eles se apresentam como: desejos, pendores, paixões e impulsos. Por isso, agimos sempre por afeição; mas como temos inteligência, e ao sermos normais, pensamos sempre, antes de agir.  Quando o sentimento é intenso, isto é, nervoso ou ativamente doentia, de elevado grau egoístico, pode levar-nos a agir antes de pensar, e ocorrer o Instinto ou a função.

            O tipo fisiológico normal, da ação movida pela função ou instinto, sem a concordância da inteligência, está na criança, que ao nascer, logo procura satisfazer o instinto nutritivo, o primeiro, que desponta.
           
            Caso Freud estivesse animado do mesmo gênio e do mesmo conjunto de sentimentos altruístas do ilustre precursor de Augusto Comte, o Grande Gall, não poderia ter deixado de admitir, para cada função ou instinto, uma cede cerebral, isto é, um órgão, que lhe fosse exclusiva. Mas como a sua formação de educação sentimental tinha origem nas raízes teológicas do velho Testamento – de fundo altamente egoísta, fortalecido por seus próprios  e aguçados  sentimentos sexuais, procurou linhas de raciocínios metafísicas, que o deixou ficar no vazio, pretendendo reduzir tudo a um único instinto ou função, aceitando a contradição biológica de admitir uma função sem órgão, indefinida, difusa; confundindo-se com a própria concepção Dinâmica da Vida, correlata à concepção estática de organismo, e não à de Órgão, que se liga a concepção de Função. É a sua Libido, isto é, a sua paixão sexual.

            Augusto Comte tem toda razão quando diz que, a descoberta de Gall, relativa a cede cerebral dos Sentimentos foi a maior descoberta dos tempos modernos; porque ela marca, a extinção da  teologia e da metafísica, no domínio das ciências superiores (biologia, sociologia e moral), tornando-se mais importante que a descoberta do movimento da Terra, realizada por Galileu Galilei, que o fez para as ciências inferiores (astronomia, física e química).

            Quem não tiver tido a capacidade de aceitar a renovação de Gall, por mais tratos que der a sua inteligência, nos remanejamentos destas ciências, nada poderá fazer de positivo, isto é, de real e verdadeiramente útil. Terá que continuamente renovar o mesmo caminho já trilhado, pelos antecessores de Gall. Como por exemplo, em relação à Ciência Moral, que estuda a Alma Humana, chame-se de psicologia funcional  ou estrutural  - como se fosse possível separar o estudo dos órgãos dos das funções e vice versa; chame-se de psicanálise, com o seu subconsciente, os recalcamentos, as sublimações, as transferências, os deslocamentos, as condensações, os simbolismos, os complexos, etc., que redundam nas mesmas e contínuas e constantes discussões, gerando dúvidas, complicações, nomenclaturas, barafundas, confusão, que se jogam mais com as palavras ou mesmo com a imaginação, do que com fatos verdadeiramente reais.   
 
              Porém é lamentável e custa crer, que hoje em dia, homens de ciência possam negar, que esta noção  fundamental da existência no Cérebro, de grupos  de células que sejam afetas à diferentes extintos, cujo conjunto representa a base Sentimental de toda a nossa vida cerebral; - aceite-se isso, cuja realidade ficou taxativamente demonstrada na obra de Gall – “Funções do Cérebro”, e todas as dúvidas e complicações desaparecerão como por encanto. Chega de discussões meramente acadêmicas, está chegando a hora de se agir.
            Que dificuldade poderá haver em se reconhecer, por exemplo, que um grupo de neurônios, os que constituem a função do instinto nutritivo, cuja sede está sendo controlada pelo Diencéfalo, mais precisamente no Hipotálamo; e que se acham ligadas com todos os aparelhos de nutrição; que estes mesmos grupos de células, estejam ainda ligados, por condutores nervosos destituídos de membranas, à outros órgãos cerebrais, seja do movimento para estimular  a ação, seja da inteligência, para estimular o trabalho mental ?

            Que o mesmo, que ocorre no texto acima citado, também sucede com os instintos sexual e materno, alias os únicos, que alem das reações cerebrais, que todos provocam, matem ligações  diretas com os órgãos corporais, no todo ou em parte ?

           O estimulo que tem origem em cada um desses grupos de neurônios sentimentais, pois cada função tem que ser exercida por um órgão, que lhe é correspondente, tem um modo particular de afetar o conjunto do cérebro e mesmo do organismo, que se exerce em uma determinada direção, e para este fim exclusivo, caracterizado pela natureza das ligações existentes entre eles e os outros órgãos cerebrais ou dos órgãos somáticos. É um fato semelhante ao que se passa numa pilha elétrica, ligada a uma lâmpada ou a um aparelho motor. A pilha é como se fosse o órgão sentimental; a lâmpada a inteligência; o motor  o órgão da ação. Os três elementos físicos isolados nada produzem por si mesmos. Mas uma vez ligados, determinam os efeitos elétricos da luz e do movimento. No aparelho cerebral dá-se um fato semelhante. Cada um dos conjuntos do aparelho da Alma Humana, isolados nada produzem. Uma vez ligados, uns reagem sobre os outros, e determinam os fenômenos dos Sentimentos, da Inteligência e da Ação. Mas cada uma das três manifestações psicológicas ou anímicas, isto é, da Alma, tem  seus próprios órgãos, cujas funções não podem ser exercidas  pelos outros órgãos.

Esta é a realidade da questão, que não pode ser mais posta em dúvida, senão pelos que ainda estão dominados pela teologia, que apelam para o sobrenatural, ou pelos metafísicos que se contentam com palavras.

            Conforme a predominância de cada um destes três conjuntos da alma, na elaboração dos pensamentos, podemos distinguir três espécie de lógica : a dos Sentimentos, as das Imagens e as dos Sinais – segundo Augusto Comte. O Mestre dos Mestre explica  a lógica dos Sentimentos como sendo a combinação das imagens por meio dos sentimentos.

            Segundo um princípio de Gall, em que Augusto Comte considera luminoso, a contiguidade dos órgãos é determinada pela analogia das funções. Por isso, os instintos mais enérgicos, o nutritivo, o sexual e o materno, que se ligam aos órgãos  somáticos, ficam na parte posterior e inferior  do encéfalo, sendo que os dois da conservação do indivíduo e da espécie tem por sede o cerebelo. Acima deles, ainda na parte posterior  do cérebro se localizam os outros quatro instintos egoístas.

            Porém, os sentimentos Altruístas tem uma maior ligação com o exterior, pois não só no exterior podemos encontrar os objetos de nossas afeições, mais desprendidos de nossa personalidade. Por isso, acham-se mais próximos da Inteligência, na parte superior e inferior do cérebro.

 Entre as duas regiões sentimentais egoísta e Altruísta, ficam os órgãos da ação ou caráter, afim de receberem o impulso simultâneo de uma ou de outra das duas regiões sentimentais, Ninguém mais contesta que a sede dos Sentimentos, fica na região denominada rolândica, ou suco central; que é um suco profundo e geralmente contínuo, que percorre obliquamente a parte superior do hemisfério, separando os lobos frontal e parietal. Inicia-se na face medial do hemisfério, aproximadamente no meio de sua borda dorsal, e a partir deste ponto dirige-se para diante e para baixo, em direção ao ramo posterior do sulco lateral, do qual é separado, por uma pequena prega cortical. É ladeado por dois giros ou sulcos com circunvoluções cerebrais, paralelos; um anterior, giro pré-central, e outro posterior, giro pós-central. As áreas situadas adiante do suco central, relacionam-se com a motricidade ou caráter ou ação; enquanto as situadas atras deste suco, se relacionam com a sensibilidade.

   Alguns dos instintos ou órgãos egoístas  ligam-se mais estreitamente entre si do que outros, conforme os resultados que tendem à reforçar-se. Assim é fácil reconhecer no homem, a maior combinação do instinto sexual, do instinto da destruição e do instinto do orgulho; já na Mulher ocorre entre  os instintos materno, construirão  e o da vaidade, o que é muito lógico. A superioridade do instinto feminino, no que se refere a sociabilidade, fica manifestada desta forma, mesmo em relação a parte egoísta, que é mais enérgica no homem.

 O instinto nutritivo é o centro coordenador de todos os outros instintos egoístas, como o Sentimento da Bondade é o centro coordenador do Altruísmo.

Assim em ultima análise, resulta que a unidade afetiva, na subordinação do instinto conservador ou nutritivo à Bondade.
      
         Os complexos de Freud, de encadeamento tão complicado e artificial, ficam no que tem de real, explicados pelas ligações entre todos os instintos, com predominância de uns ou de outros, conforme as diferenças individuais. No que tange também a sua  sublimação, não é mais do que a subordinação do egoísmo ao Altruísmo. Para que haja sublimação, é necessário que os instintos egoístas fiquem de fato reduzidos, pelas exigências sociais, permanecendo com todo o seu poder dinâmico, que fatalmente acarretaria, segundo as circunstancias do meio ou do próprio indivíduo, todos os malefícios que Freud atribui ao recalcamento do subconsciente. Isto não é mais do que, aquilo que sempre foi chamado de Educação. No entanto, Augusto Comte indicou com precisão a significação deste desejo supremo da Humanidade, em elevar o nível Moral de seus filhos. O que Freud fez, foi nada mais que substituir o termo, Educação, tão bem apropriado; pois educar, quer dizer elevar o nível de sociabilidade, por outro de significação impreciso e vaga, segundo o costume vicioso da metafísica. Por outro lado Augusto Comte, que só criou dois neologismos, a palavra Altruísmo, para exprimir o amor à outrem , e a sociologia, para exprimir a ciência  social, ele criou, e também deu a chave  do problema da Educação, com seu quadro da Alma Humana.

            Educar não é mais do que exercitar o Altruísmo e deixar esquecido o egoísmo, sem procurar exageradamente reprimi-lo; o que poderia dar um resultado maléfico o inverso.        
                        
 A existência dos órgãos  sentimentais ou afetivos, mostra que o problema é perfeitamente sanável; pois que por um dos princípios mais elementares da biologia, onde o exercício desenvolve conjuntamente o órgão e a função; enquanto que a falta de exercício os diminui e atrofia.
            O problema fundamental humano torna-se atributo ou propriedade característica do Culto e não somente do Dogma Científico; é um problema Moral e não Político, e muito menos econômico; é um problema da Arte de Educar - Educação, mais profundamente é um problema de ordem Religiosa; e o seu ofício só pode ser exercido pela Mulher e pelo Sacerdote; e não pelos Órgãos Oficiais, isto é, do Poder Temporal ou Material. Isto pode ser comprovado, ao se estudar a Teoria Cerebral Positiva, fundada por Augusto Comte. EDUCAR É SUBORDINAR O EGOISMO AO ALTRUÍSMO. É MEXER COM OS SENTIMENTOS, VISANDO SOCIABILIZAR OS HUMANOS. Instruir é ensinar as ciências as artes e o regime, no caso do positivismo , o Regime Sociocrático - SOCIETOCRÁTICO.

            Quanto a Teoria dos Sonhos, não pode ser atribuída à Freud, pois Augusto Comte  alerta para o papel que pode representar, uma analise positiva dos Sonhos, com vista a conhecer-se a verdadeira realidade de nosso estado  sentimental, revelado pelas imagens, que este estado sentimental (o único que fica mais desperto durante o sono) faz surgir.
            A este respeito, Freud faz uma análise muito sutil e complicada, enquanto o Mestre dos Mestre – Augusto Comte  é simples, claro e real, na suas exposições sobre o Sonho.
            Rignano (citado por  Carlos  Baudouin no seu livro – Etudes de Psicanalise) sustenta que as moléstias do raciocínio, são no fundo, moléstias do sentimento; e acrescenta que os fenômenos da atenção (aplicação cuidadosa da mente, isto é, as ações de origem dos órgãos da Inteligência) se reduzem à fenômenos sentimentais. Ele está ligeiramente correto. No entanto, não assimilou inteiramente o  conceito de Augusto Comte. O Genial Reformador, sustenta que a grande maioria das moléstias, não só cerebrais como mesmo as corporais ou do soma, tem origem sentimental, próxima ou remota, e é neste principio positivo, que se baseia e cria toda  a Teoria  da moléstia e da saúde. Vide o Livro a ser editado, de P. A . Lacaz –  com o título ainda não escolhido - A Bíblia Científica / O Futuro Testamento / A Ciência Moral Teórica Positiva ou  A Síntese  Subjetiva da Moral Científica.

            Na verdade, se o equilíbrio orgânico de que resulta a saúde, sempre depende da harmonia convergente das condições  interiores e exteriores, que atua  sobre o organismo, como um todo; o que equivale em ultima analise, ao equilíbrio entre o cérebro e o corpo; também é incontestável que na espécie humana onde deve predominar  a sociabilidade sobre a personalidade; a influencia do cérebro é decisiva, bem como é nele que o estado sentimental domina a questão. Assim podemos garantir que não havendo entre o estado de saúde e o de moléstia, senão diferenças de grau de manifestação dos fenômenos, segundo a leis do Grande Brousssais (1772 – 1838 )*, a situação não muda na interpretação dos fenômenos mórbidos – ( *subordinou a patologia à fisiologia, realizando as aspirações de  Boërhaave (1668 – 1738 )  que reconheceu a preponderância  biológica do sangue, e a necessidade de subordinar a Arte Médica à ciência Biologia.)

            Por isso, a moléstia se manifesta quando os limites da variação, na intensidade dos fenômenos, que atuam sobre o organismo, ultrapassam  os limites de variação, compatíveis com a saúde, para mais ou para menos.

            A agitação sentimental, isto é, a Emoção, resultante do predomínio da personalidade – egoísmo sobre a Sociabilidade – Altruísmo, deixa o organismo por demais susceptível á todas as outras influencias, capazes de gradativamente   romper o equilíbrio da harmonia orgânica.

            Quanto ao Cérebro, não é difícil perceber, quanto a nossa natureza moral  depende dos nossos órgãos sentimentais.

            A inteligência a conselheira, e o caráter a execução, são apenas os ministros do coração ou sentimento.

                        O Sentimento é que dá o impulso e a diretriz a todos os nossos pensamentos  e a todos os nossos atos.

                          Para que haja, não só o equilíbrio cerebral  como a corporal, é necessário que a personalidade ( de origem do egoísmo ) se subordine à Sociabilidade ( de origem do Altruísmo), pela pacificação de todas as nossas emoções elevadas e de alto grau de intensidade, sobrepondo a lucidez e a razão. Somente assim teremos conseguido não somente a saúde  da “ Alma”, como a do corpo ou soma.  
           
            Para aqueles que ainda estão na fase metafísica, como a grande maioria dos atuais psicólogos, convido-os para executarem uma experiência. Que admitam, mesmo por um instante, que é realidade o que acabamos de dizer em relação a nossa natureza moral. Raciocinem mesmo por diversão, com estes poucos dados disponíveis, procurando  esclarecer tudo que se relacione com a Psicanálise de Freud, e com grande satisfação verão como todas as nebulosidades irão se dissipar.

                        Mas, para melhor ilustrar o fenômeno do Sonho, devido a sua importância e sua complexidade, vamos nos estender mais um pouco; mas de antemão  sugerimos que os leitores  tomem conhecimento da Teoria Cerebral de Augusto Comte, que pode ser encontrada no Livro Manobre Você Mesmo o Seu Destino, de autoria de P. A . Lacaz e H. G. Costa, onde a “Alma Humana” é bem apresentada cientificamente, segundo Augusto Comte.
   http://livrospositivistas.blogspot.com.br/2015/06/manobre-voce-mesmo-seu-destino.html
                        
Ao observarmos que o fenômeno do sono, se subordina a grande Lei Natural da Intermitência, que consiste  na necessidade alternativa de exercício e repouso, característica de toda vida de relação, sensação e movimento, sem excetuar nossos mais nobres atributos: afeição, inteligência e atividade. (Bichat 1771 – 1802 ) – Símbolo da Ciência Moderna, Bichat representa a Biologia, penúltima das ciências da Escala  das Enciclopédicas, que pode desenvolver independente da Filosofia; Bichat simboliza a ciência, pois a Biologia envolve a Química, e portanto a Física, a Astronomia e a Matemática. Fundou realmente a Ciência da Vida, ao estabelecer a relação entre os organismos e o meio; e o conceito dos tecidos comuns aos diversos órgãos, que determinam as funções do organismo, cuja vida de relação se subordina à nutrição. Glorifica-se a ciência Moderna que chegou a fundar a nova disciplina, desde logo mental e em seguida social e por fim moral, da existência humana. Esta grandiosa evolução estabeleceu a Fé Demonstrável, que constitui o Dogma definitivo do Gran Ser - e  as Divindades Positivas o constitui – Família, Pátria e Humanidade. O término desta evolução exigia não só a transformação do espirito teológico, isto é,  da inteligência  que funciona o seu raciocínio, por meio da fase teológica, onde Deus explica tudo, em científico, por intermédio da metafísica, mas também no advento da mentalidade positiva, isto é, que seja real, útil, certo, preciso, orgânico, relativo e sobretudo social. Durante a primeira fase da revolução ocidental, sec. XIV e XV, a ciência continuou a evolução grega, conservada pelos Árabes. Surgiram as investigações químicas e anatômicas; e desta forma os médicos, foram simultaneamente alquimistas, astrólogos e algebristas. Porém na Segunda fase dos XVI e XVII, a Ciência Moderna manifestou o seu caráter próprio, personificado em Galileu Galilei (1564 – 1642), com o grande desenvolvimento da Matemática e da Astronomia, com a iniciação da Física e com o prosseguimento dos estudos químicos e biológicos. A partir da terceira fase do século XVIII até a fundação da Religião da Humanidade, a Ciência Moderna efetuou suas construções  definitivas em Matemática e Astronomia, representadas por Isaac Newton (1642 – 1727). Por outro lado, as concepções fundamentais da Química e da Biologia representadas por Lavoisier,  Bichat e Gall , conduziram ao Supremo Mestre Augusto Comte à construir a Escala Enciclopédica  e a completá-la com as grandes concepções da Sociologia e da Moral Positivas. A influência angélica da Clotilde de Vaux, que lhe permitiu construir com as concepções positivas, o Dogma religioso do Gran Meio, do Céu, do Fluido, do Gran Fetiche, da Vegetalidade, da Animalidade, do Gran Ser (Família Pátria e Humanidade).

   Lei esta que obriga a supressão periódica de toda vida animal ou de relação, pelo adormecimento da sensibilidade e do movimento, e portanto, de toda a região cerebral, que a eles se liga – a Inteligência e a do Caráter. Porem a região sentimental do cérebro mantém-se desperta, salvo o repouso alternativo de suas duas metades simétricas.

 Quando o sono é profundo, como nas primeiras horas do fenômeno, ou nas ocasiões de grande fadiga física ou mental, não se verificam sonhos. São nos momentos que precedem o despertar, ou quando a afetividade se acha exaltada ou agitada, que principalmente eles aparecem. Em virtude da ausência de estímulos exteriores dos sentidos e da retificação interior da região meditativa da inteligência, é só pela formação da imagens (a parte passiva), que eles se desenvolvem; e estas imagens obedecerão inteiramente a lógica dos sentimentos, única  e dominante.

 Os sonhos serão da natureza do estado afetivo, e se formam e se combinam segundo os sentimentos que simultaneamente ou alternativamente dominarem a cena. Jamais poderíamos buscar uma lógica nessas imagens, em si mesmas. São muitas vezes as mais bizarras, as mais inverosíméis, as mais tumultuosas, se quisermos encontrar alguma correspondência entre estes quadros interiores e a realidade exterior, mas revelam inteiramente toda a realidade interior do estado afetivo. Os elementos dessas imagens representam os fragmentos das impressões recolhidas pelos sentidos, em todos os tempos e em todos os lugares, quase sempre as mais recentes; mas a sua combinação fica inteiramente à mercê dos sentimentos dominantes.

  Notamos que essas imagens são principalmente visuais, porque o sentido da visão é o que mais fornece os quadros mais comuns da vida real. Os cegos só sonham com as imagens instituídas pelo sentido do tato. São ainda concretas e não abstratas, representam principalmente os seres e não os fenômenos; porque também, a contemplação dos seres nos é habitual. No entanto imagens abstratas podem surgir durante o sono, principalmente nas pessoas de cultura científica. Mesmo a meditação pode ser despertada. Então um trabalho mental iniciado em vigília pode continuar, enquanto se dorme. 
        
 Daí a manifestação dos sonhos quase simbólica – o estado sentimental ou afetivo é representado por uma imagem qualquer, por mais extravagante que seja, mas sempre relacionada com ele.

 É um fenômeno análogo ao que ocorre quando ao dormir, uma sensação se desperta pela excitação exterior. Como exemplo podemos indicar: em noite de inverno, um pé se descobre; e o indivíduo sonha que está atravessando um rio, ou que um cirurgião lhe opera o membro por meio de anestésico local. A sensação de frio despertou imagens correspondentes à ela, mas sua arquitetura foi toda arbitrária. Entretanto qualquer que fosse a representação simbólica seria relacionada com o frio e não com o calor; ou com qualquer outra sensação.

  Objetivando sintetizar o assunto, o que predomina no sono é a lógica dos sentimentos, ficando-lhe a lógica das imagens inteiramente subordinada; e a dos sinais, quase inteiramente suprimida.

  Com relação a este ultimo ponto abordado, notemos que nos sonhos não usamos sinais fônicos e gráficos, por isso é que estes se originam da ligação entre as sensações e as contrações, cujo adormecimento constitui a característica da lei da intermitência. Eles só se despertam, isto é, aparecem, no fenômeno do sonambulismo, que à consiste em um estado mórbido. É por esta razão que  muito raramente ouvimos as palavras das personagens durante os sonhos; e também porque  os sons são raramente ouvidos, do mesmo modo que as cores vivas não aparecem. A presença destes elementos das imagens deve ainda fazer supor um estado patológico latente.

  O sono inteiramente normal é raro, porque raras também são as pessoas verdadeiramente normais do cérebro e do corpo, nesta vida contemporânea. O sono normal deveria ser tranquilo e profundo e os sonhos só deveriam mostrar  imagens despertadas por bons sentimentos. No entanto, as perturbações sentimentais, raramente hoje em dia, comportam este estado Emocional, e o sono é quase sempre incompleto, e mais ou menos agitado; e nos sonhos, as imagens revelam a natureza egoísta dos sentimentos dominantes. Então, o instinto conservador desperta imagens correspondente a cobiça – riquezas, perdas de bens materiais, etc.; o sexual desperta imagens aos prazeres materiais – sensual; os destruidores, trazem imagens de lutas, violências, assassinatos; o orgulho e a vaidade, trazem imagens ambiciosas de domínio e de felicidade, de luxúria, etc. .
      Os sentimentos se combinam desordenadamente, e também as imagens surgem desorganizadas, e esta desorganização é tanto maior quanto maior for  a agitação sentimental, isto é, o grau da Emoção. Por sua vez, o estado do soma influi sobre a região sentimental, por meio dos órgãos nutritivo, sexual, nos homens; e por meio dos órgãos maternos na Mulher; e que se ligam aos respectivos nervos, aos instintos correspondentes do aparelho cerebral. O instinto conservador quando exaltado, principalmente quando existe o habito de dormir após as refeições, é que determina os sonhos terríveis, que são conhecidos por  pesadelos.

A agitação sentimental ou estado de grande Emoção pode chegar a excitar a região motora, surgindo o sonambulismo, de que a excitação verbal é um equivalente; com isto, surge o falar durante o sono, normalmente balbucia um conjunto de palavras  muitas vezes desconexas.

        Para resumir, os sonhos se apresentam como uma cena muda, em claro e escuro. As imagens são visuais e geralmente concretas; e em sínteses pitorescas ou dramáticas  simbolizam o estado real de nossos sentimentos.

                        Estas poucas notas a respeito  da verdadeira teoria dos sonhos, espero que sejam suficientes para poder  esclarecer  aos metafísicos e teologistas que ainda insistem em  discutir, um assunto que  desde Augusto Comte, está esclarecido de forma científica.

            Muitos como Freud até hoje apelam para o subconsciente, para os recalcamentos e para a supressão da censura. Não é difícil reconhecer sua sutileza,  e que apenas aflorou à realidade, sem nela ter penetrado, para conhecer realmente de forma cientifica a realidade da questão. Com efeito, substitui-se o subconsciente pelos instintos, os recalcamentos pela luta entre o Altruísmo e o egoísmo – O Estado Emocional, e a censura pela retificação originada da região meditativa da inteligência – há necessidade do leitor tomar conhecimento da Teoria da Abstração, para poder melhor compreender o funcionamento dos órgãos da inteligência, e desta forma terá conhecimento do verdadeiro panorama sobre o fenômeno do sonho.

                   A Psicanálise de Freud, não é mais do que a pesquisa dos sentimentos dominantes, durante o sono ou vigília; e como tal, não é nenhuma e não foi nenhuma nova descoberta; salvo apenas o nome, pois não é de hoje que todos nós procuramos penetrar nos arcanos ou mistérios da Alma Humana; mas esta questão já estava cientificamente esclarecida à mais de 150 anos, pelo Mestre dos Mestres, Augusto Comte. Mas podemos também solicitar as respostas das Mães, em relação aos seus filhos, e dos amantes entre si, para nos certificarmos do que estamos cientificamente  apresentando.

            Freud só trouxe à questão do sono, um novo nome para explicar o caso, sempre os nomes, trazendo mais uma vez, uma explicação metafísica  e confusa.

 Se em vez do subconsciente e de sua obsessão sexual, tivesse admitido a existência cerebral de varias funções egoístas e altruístas, teria abordado o problema de modo  verdadeiramente positivo, isto é, real, útil, certo, preciso, orgânico, relativo e social, e teria incontestavelmente sido útil à Ciência; como muitos foram e são à Matemática, à Astronomia, à Física, à Química, à Biologia, à Sociologia e à própria Moral Positiva, onde entre as Sete Teorias, que a compõe, encontramos a Teoria Cerebral de Augusto Comte, onde se analisa a “Alma Humana”, de forma científica, e não metafisicamente ou teologicamente.

            Se por acaso existisse essa relação entre a doutrina de Freud e a verdadeira  Teoria da Alma Humana, desenvolvida por Augusto Comte, seria o caso de aceitá-la; mas não é assim. Uma coisa é colocar as questões em termos reais, claros, precisos, que não deixem duvidas ou sofismas; e outra é abordá-las incompletamente, sem penetrar-lhes no âmago, deixando lugar a toda dúvida e confusão.

            O ponto nevrálgico do problema está em aceitar-se a tríplice constituição cerebral – Sentimental, Intelectual e Ativa.

              Não somente a Inteligência como a Atividade, mas também o Sentimento, são funções distintas, bem como os seus respectivos órgãos; e através desta constatação é que consiste a maravilhosa descoberta de  Gall.

            Mas essa constituição cerebral não pode ser revelada pelos simples métodos Objetivos, que subordina a analise dos órgãos ao estudo das funções. Tal é o ponto capital, que teria de permitir a solução do problema.

            Eis o que diz Augusto Comte sobre a teoria dos Sonhos:

            “ Ao constituindo a dinâmica social, lastimei o desuso a que o monoteísmo sujeitou as especulações do politeísmo sobre esse grande fenômeno (sonho), e antecipei-lhe a reabilitação sistemática, no estado final da razão humana – (Estado Normal). Pode-se agora conceber-lhe a origem positiva, que será desenvolvida no tratado prometido. ( o de Moral Positiva, que infelizmente não foi escrito devido a sua morte prematura). A tríplice influencia acima indicada ( dos aparelhos nutritivo, da sexualidade e da maternidade), permite apreciar as relações diretas (dos nervos correspondentes, sobre os instintos cerebrais), e mesmo as indiretas (pelo sangue), que a supressão das relações exteriores deve introduzir na vida interior, quer corporal, quer cerebral. Mas isso supõe, que realizando um voto à Cabanis, se tenham formado, primeiro do sono das noções superiores que ainda prevalecem. Segundo minha teoria cerebral, este estado nunca apresenta um caráter puramente passivo, pois que a vida sentimental, nele persiste tanto quanto a existência vegetativa. Diretamente imperceptíveis uma da outra, produzem resultados apreciáveis, modificando a inteligência e mesmo a atividade mais profundamente do que  a sua influencia se complica com o meio. Tal é o principio segundo o qual a ciência sagrada ( A MORAL ) poderá sistematizar a interpretação subjetiva dos Sonhos, de modo a regular seu curso por impressões convenientes, cerebrais e corporais”  ( Política Positiva, pag. 240)

            Sintetizando, infelizmente, todos estes fenômenos da Alma, de difícil interpretação sem base científica, elaborada por Freud, que pretendeu formar uma  doutrina tão irracional como imoral. Ele embaralha tudo, isto é, todas as funções intelectuais, simples e complexas, e tudo isso ele mistura, sem se dar conta do que está fazendo, com os Sentimentos.. Aí está a irracionalidade. Quanto aos Sentimentos, que ele, aliás, com os restantes dos psicólogos, confunde com as idéias, cujo o conjunto formam os Pensamentos. Freud considera que só há um único instinto dominando  no conjunto da existência humana, desde o berço  até o túmulo – aqui a Imoralidade.

 Para ele como para os Psicólogos, consciência é apenas o que está vivamente, num dado momento na  Inteligência. (Primeiro erro).

  Sub-consciência é o conjunto de lembranças que podem ser facilmente evocadas              ao campo da consciência. (Segundo Erro).  

 A Inconsciência é representada pelo conjunto das lembranças, que dificilmente                    podem ser desprezadas, porque representam idéias que foram voluntárias ou                      involuntárias para serem ai recalcadas , pela Educação, por serem julgadas                  antissociais, ou porque  por qualquer circunstancia, nos foram penosas, cujas                           lembranças nos fariam sofrer. (Terceiro Erro)

Assim para ele existe no cérebro, um recanto misterioso para onde recalcamos tudo que é, ou julgamos ruim – nosso “ refugium pecatorum” -

Em dadas circunstancias, quando a consciência (o censor), perde a energia recalcante (metafísica), estas lembranças esquecidas, quase sempre pecaminosas, podem então voltar ao campo da consciência. A luta entre o inconsciente e o consciente; quando é grande, pode determinar muitas moléstias, principalmente nervosas, as obsessões, etc. 
.
 O Sr. Freud evidentemente confunde consciência com memória. Consciência, supõe muitas vezes memória, sem contudo confunde-se com ela. Os dois fenômenos são diferentes, embora exijam para a sua normal realização, o justo funcionamento dos órgãos intelectuais, no seu conjunto. A memória evoca à consciência, os estados anteriores de nossa existência. Isto é um fenômeno. Mas a memória tanto difere da consciência, como estas, dos outros estados complexos da inteligência: imaginação, juízo, razão, etc. . Tanto assim, que uma pessoa pode Ter muita imaginação e pouco juízo; muito juízo sem grande memória; muita memória com fraca consciência, ou inversamente; bastante consciência com fraca memória. Estes fenômenos são todos correlatos, mas diferentes quanto ao estado de inteligência a que se aplicam.

 Por outro lado,  pode-se ainda reconhecer , que a inconsciência de Freud não representa mais que as disposições de sentimentais anteriores, as emoções, que foram adormecidas ou sopitadas, e cujas relativas imagens, se perderam  ou ficaram esquecidas. Estas Emoções só poderão ser então despertadas, se as ideias ou imagens correspondentes, puderem ser por sua vez, evocadas. Mas se a Emoção se desperta, as imagens também podem voltar, juntamente com ela. Como se vê, o fenômeno da memória, fica por ele confundido, com o fenômeno sentimental ou afetivo.

 Segundo explica Freud, a inconsciência seria senão um grau inferior da consciência. Mas isso é ainda confundir o significado de uma palavra onde consciência é uma coisa; e o inconsciente é o oposto. Agora, entre uma  e outra, é que há graus intermediários de consciência diminuída, ou seja, se assim desejarmos  chamá-los , de estados subconscientes.

 Ao lado de sua extravagante teoria, o metafísico alemão, juntou o seu método de cura – a Psicanálise – O papel deste, consiste em revelar à consciência, a chaga oculta que a faz sofrer. E por uma maravilha  curativa, desde que a ideia opressiva se manifeste nítida, no campo da consciência; ai o fenômeno da  obsessão desaparece como por um encanto.

 O principal inconveniente deste método, é que o médico e o paciente, tem que possuir bastante paciência para não desanimar, porque esta escavação do inconsciente, leva no mínimo 3 anos, para dar o resultado prometido.  E o que normalmente acontece, é que o paciente se entrega aos conselhos dos sentimentos do medico, e fica preso à todas as decisões e  às sugestões  de outro cérebro. Normalmente o psicólogo não cura o problema patológico, provocando dependência eterna do paciente, e faturamento garantido por muitos anos.

 Como se vê tudo altamente artificial e muito errado; bem como transformar o organismo humano, em um grande aparelho sexual, torna esta doutrina uma grande e espantosa aberração!  

 Os nossos avós diriam, com muita inteligência, que Freud tomou a nuvem por Juno*; ou ainda julgou os outros por si mesmo.

 Assim, vamos parar de discutir e  vamos agir, cientificamente.
  Saúde, Respeito e Fraternidade,
 P. A . Lacaz / Positivista
 Saturno era o marido de Ops, deusa da abundância. Além de Júpiter, que era o soberano dos deuses, entre os filhos de Saturno encontravam-se Juno, Netuno, Plutão e Ceres. Juno, na mitologia romana, rainha dos deuses, mulher e irmã do deus Júpiter. Era a protetora das mulheres. Nada tem haver com nuvem; Aparentemente Freud estava em um estado patológico de  mais para loucura do que para idiotia. O seu estado normal não devia ser de harmonia mental?

Bibliografia Consultada


·         O Ano Sem Par – Elaborado por R. Teixeira Mendes – Apóstolo Positivista – Vice Diretor do Apostolado Positivista do Brasil – Templo Positivista – Editado em 1900.
·         Tese – Da Influência dos Fatores Sociais sobre a Degeneração da Espécie Humana - do Dr. Jefferson Sensburg de Lemos. Cadeira de Clinica Psiquiátrica e Doenças Nervosas – Da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro - 1902
·         Assuntos Médicos Sociais – Dr. Jefferson de Lemos, Vice Diretor de Assistência  à Psicopatia -  1935 – Hospital  Nacional de Alienados - Rio de Janeiro.
·         Meditação Sobre a Medicina – Breves considerações entre o Físico e o Moral  - Dr. Jefferson de Lemos – 1924 - Revista “O Hospital” – Vol. 5 / 7– Rio de Janeiro.
·         A Alma Humana – Funções Cerebrais - Dr. Jefferson de Lemos - 1981
·         O Que é Psicologia? – Artigo Publicado nos anais da  VIII Reunião de Positivistas – 1986 – Químico e Professor, Dr. Ruben Descartes de Garcia Paula. Positivista, Membro da Igreja Positivista do Brasil – Rio de Janeiro.
·         Introdução à Psicanálise de Freud – Biblioteca Básica de Filosofia  - Michel Haar Edições 70 Ltda. – Lisboa – Portugal – traduzido do francês- 1979.
·         Compendio de Psiquiatria – TH. Spoerri -1965 – Editora Tory S/A  - Barcelona – Espanha .

                                                    DADOS COMPLEMENTARES:

   
SISTEMA NERVOSO CENTRAL


PARTE FISIOLÓGICA -ASPECTO DINÂMICO DAS FUNÇÕES ORGÂNICAS - FUNÇÕES  OPERACIONAIS FÍSICO QUÍMICAS DO ENCÉFALO - SISTEMA LÍMBICO - PROGRAMAS E SISTEMAS DO ENCÉFALO .

Principais Funções dos Órgãos  do Sistema Nervoso Central e Periférico já Confirmados Hoje em dia - 1997 - não contrariando as  indicações  contidas nas Obras do Filósofo Augusto Comte.

A   PARTE FISIOLÓGICA -ASPECTO DINÂMICO DAS FUNÇÕES ORGÂNICAS - FUNÇÕES  OPERACIONAIS FÍSICO QUÍMICAS DO ENCÉFALO.

I) Sistema Nervoso Central
            1) Encéfalo                     
                   1.1 Cérebro
                            1.1.1 Telencéfalo
                                                          1.1.1.1 - Lobo Frontal - Área Motora Principal do Cérebro - Caráter e                                                                                                  Inteligência  - Centro Cortical da Palavra Falada.
                                                                         Raciocínio -  Olfato.
                                                                                                 Sentimento - ligado ao Sistema Límbico e Hipotálamo                                                                                                                                            Parte não Motora do  Lobo Frontal- Ligado ao,                                                                                                                                                 Sistema  Límbico - Raciocínio , Memória .
               
                                               1.1.1.2 -Lobo Temporal - Parte importante do Sistema Límbico e controle                                                                                                         do Sistema Autônomo.
                                                                                                         Memória Recente.             
                                              
                                               1.1.1.3 - Lobo Parietal - Área Septal - Prazeres                                                                                                   
                                               1.1.1.4 - Lobo Occipital - No Córtex - Ligação com  os órgãos visuais                                                                                                1.1.1.5 - Lobo Central  -  Ínsula
                                               1.1.1.6 - Face Medial
                                               1.1.1.6.1 - Corpo Caloso - Conecta áreas corticais dos dois Hemisférios ,                                                                                                         exceção das do lobo Temporal.; o corpo caloso permite a                                                                                                         transferencia  de conhecimentos  e informações  de um                                                                                                          hemisfério  para outro, fazendo com que eles  funcionem                                                                                                              harmonicamente; seção cirúrgica faz  a incapacidade  de                                                                                                     descrever  objetos  colocados  na mão esquerda , embora                                                                                                   os reconheça.
                                                                             
                                                               1.1.1.6.2 - Fórnix - Órgão que faz a ligação do Hipocampo aos Corpos Mamilares -
                                                                                             ligado ao Sistema Límbico.     
                                                                              1.1.1.6.3 - Septo Pelúcido - Nada encontramos sobre a sua funcionabilidade
                                                               1.1.1.7 -Córtex - Substancia  cinzenta que se dispõe numa camada fina , na                                                                                                superfície do cérebro e do cerebelo; o córtex é  funcionalmente                                                                                          heterogêneo: possuindo áreas  sensitivas , motoras e de  associação.
                                               1.1.1.8 - Massa Branca
                                               1.1.1.9 - Hipocampo - Estrutura do Sistema Límbico relacionada                                                                                             principalmente  com a estabilização do comportamento da “Alma”.
                                               1.1.1.10 - Ventrículo -  São espaços
                                               1.1.2 - Diencéfalo
                                                        1.1.2.1 - Tálamo - Função de Sensibilidade - Todos os  Impulsos sensitivos ou                                                                                                  sensações , antes de chegar ao córtex , param em um núcleo                                                                                            talâmico, fazendo exceção  apenas os impulsos olfatórios ; o                                                                                                         tálamo distribui às  áreas  especificas  do córtex; Sensações                                                                                                    que recebe das  vias leminiscas, integrando-os e                                                                                                                                                                Algumas sensações como os relacionados à  dor,                                                                                                          temperatura e tato protopático, já são  interpretados em nível                                                                                              talâmico . O tálamo possui  função motora, emocional   ,e                                                                                               com a ativação  do ativadora do córtex. Mas a sensibilidade                                                                                                           talâmica , ao contrario da  cortical não é discriminativa, e                                                                                                   não permite  o reconhecimento da forma e do tamanho  de                                                                                                 um objeto pelo tato Esteregnosia  
                                               1.1.2.2 - Hipotálamo- Possui funções muito numerosa  quase todas ligadas a                                                                                                       Homesostase , isto é,  com a manutenção do meio                                                                                                               interno , dentro de limites compatíveis com o                                                                                                                      funcionamento adequado  dos diversos órgãos de                                                                                                         controle do sistema nervoso autônomo ; regulador da                                                                                                         temperatura  corporal; regulador do comportamento                                                                                                            emocional; regulador do sono  e da vigília;  regulador da                                                                                                     ingestão de água e de alimentos; regulador da                                                                                                    diurese;  regulador do sistema  endócrino; regulador  e                                                                                                               gerador   dos ritmos  circadianos.   

                                               1.1.2.3 - Epitálamo- Possui formações  Endócrinas e não endógenas  ; a                                                               formação Endócrina  mais importante é a glândula Pineal ; as formações não endócrinas ,                                                 pertencem ao Sistema Límbico; se relacionando com  o comportamento emocional e o                                                          reflexo consensual . A glândula Pineal excreta o hormônio Melatonina; as funções deste                                                 órgão são  ainda controvertidas ; inibe as gônadas ; regula os ritmos circadianos; o                                                            “relógio interno” ; regula  a atividade  imunológica.
                                              
                                               1.1.2.4 - Subtálamo - Regula a Motricidade Somática.  Lesões do Núcleo                                                                             Subtalâmico, provocam uma  síndrome  conhecida  Henibalismo; caracterizada                                                                  por  movimentos  anormais das extremidades . Estes movimentos  são muitos                                                                               violentos  muitas vezes, não desaparecem nem com o sono, podendo levar o                                                                                doente a exaustão.

                                               1.1.2.5 - Glândula Pineal - Vide  Epitálamo
                                              
                                               1.1.2.6 - Glândula Hipófise - Tem ação Primordial  sobre os testículos e                                                          os ovários, produzindo certos tipos  de hormônios excruciais  à reprodução, tanto                                                            feminino como  masculino.                                              
                                               1.1.2.7 - Corpo Mamilar - Nada obtivemos neste momento sobre  a sua                                                            ação  funcional
                                               1.1.2.8 -Pituitária - O controle  do crescimento  e  alguns distúrbios corporais                                                                                            são causados  pelos hormônios gerados  nesta glândula
        
                            1.1.3 - Núcleos da Base e Centro  Medular - Núcleos da base do                                                                                                         Encéfalo- influência sobre as áreas motoras do córtex  no                                                                                                   movimento voluntário já iniciado , e pelo próprio                                                                                                planejamento do ato motor- a degeneração de suas                                                                                                             células provoca a Síndrome de   Alzeimer (demência Pré                                                                                                    Senil)  onde ocorre uma perda de memória e de                                                                                                  raciocínio abstrato subjetivo - Área do centro do cérebro                                                                                                    - linguagem.
1.2 - Tronco Encefálico- O Papel  do tronco Encefálico é  agir  basicamente  na  Expressão das Emoções.

                                               1.2.1  Mesencéfalo- A substância cinzenta  do mesencéfalo possui papel  regulador   de certas                                                                                      formas  de comportamento  agressivo.
                                               1.2.2 - Ponte- Atua nos nervos faciais -Síndrome  de  Millard-Gubler, impedindo o movimento dos                                                                 olhos ; afeta também o nervo Trigêmeo
                                               1.2.3 - Bulbo- Afeta a  metade da língua;  afeta  os músculos  da faringe e laringe; afeta a metade                                                                      do corpo, Síndroma de  Wellemberg ; Provoca a perda da sensibilidade térmica;                                                                                perda da sensibilidade dolorosa da metade do corpo.
                               1.3 - Cerebelo - Manutenção do equilíbrio  e da postura , controle do tônus muscular ,                                                                            controle  dos movimentos  voluntários  e aprendizagem motora.
               
                       2) Medula  Espinhal -Possuem  neurônios responsáveis pelo sistema respiratório;                                                            quando agredidos por vírus que destruam  os neurônios motores , temos a                                                                     poliomielite. Responsável pelo  sentido de posição e movimento;                                                                                           responsável pela perda  do tato ; responsável pela perda da sensibilidade                                                                                vibratória.

II) Sistema Nervoso Periférico


1) Nervos
1.1 Espinhais : São aqueles que fazem  conexão com a  Medula  Espinhal , e são responsáveis pela enervação do Tronco, Membros e parte da Cabeça. São em número de 31 pares, que correspondem aos 31 seguimentos  medulares  existentes.
                              
1.2 Cranianos : São os que fazem conexão com o Encéfalo. A maioria deles se liga  ao tronco encefálico, excetuando-se  os nervos olfatórios  e  ópticos que  se ligam  respectivamente  ao Telencéfalo  e ao Diencéfalo.

2) Gânglios : Com relação a alguns nervos e raízes nervosas , existem dilatações constituídas  principalmente de corpos de  neurônios;  conhecidos como  os gânglios . Do ponto de vista funcional  existem os gânglios  Sensitivos e os Gânglios Motores Viscerais.

                                3) Terminações  Nervosas : Nas extremidades das fibras nervosas, situam-se  as terminações nervosas,                                          que do  ponto de vista  funcional  são de dois tipos : Sensitivas (Aferentes) e Motoras (Eferentes)


 Parte Fisiológica - Orgânica

Divisão do Sistema Nervoso  Com Base em Critérios  Funcionais

Podemos  dividir o Sistema Nervoso em Sistema Nervoso de Vida de Relação ou Somático,  e o Sistema Nervoso da Vida Vegetativa ou  Visceral.


                1) Sistema  Nervoso  Somático - É aquele que  relaciona  o Organismo com o meio ambiente, por                                                                                              meio de impulsos.

                                               1.1   Aferente

                                   1.2   Eferente
               
                2) Sistema Nervoso Visceral -  É aquele que se relaciona  com a inervação e controle                                                                                                     das estruturas viscerais.
                                               2.1 Aferente

                                   2.2 Eferente  ou  Sistema  Autônomo

                                                                              2.2.1 Simpático
                                                          2.2.2 Parassimpático

 Parte Fisiológica - Aspecto Dinâmico
     Organização  Morfofuncional
 do
    Sistema Nervoso

·          Nos mais primitivos dos seres Vivos , sempre existe a necessidade  deles se ajustarem continuamente  ao meio ambiente para sobreviver. Devido a esta necessidade, três propriedades do protoplasma  são essencialmente importantes : irritabilidade, condutibilidade e contratilidade. Isto acontece  até em  Sociedade, a começar pela célula  a Família.

                As células responsáveis por estas operações são conhecidas como neurônios, isto é, células nervosas, com prolongamentos  designados oxônios, cujas as extremidades desenvolve-se   uma formação especial   conhecida como receptor. O receptor transforma vários tipos de estímulos  físicos ou químicos   em impulsos nervosos ou sensações , que podem então serem transmitidos  ao efetuador ( músculo  ou glândulas).

                Nos animais superiores existe  uma união de  neurônios, de diversos tipos   unidos  de formas diferentes ,para formarem  elementos nervosos avançados  e sofisticados,  cujo  grupamento  se forma o Sistema Nervoso Central.

                Este sistema nervoso recebe impulsos nervosos ou sensações , vindos de certos tipos de células nervosas - Neurônios Aferentes, conhecidos também por  neurônios sensitivos- que através do seu Axônio , cujo o terminal  a Sinapse , que está acoplado a um outro neurônio receptor - conhecido como Neurônio Eferente , se for de um músculo- é codificado como, neurônio  motor se for de um Glândula - promovendo uma contração ou uma  secreção. Estes  Neurônios pertencem  ao Sistema Nervoso Autônomo .
               
                Estes elementos envolvidos formam o que conhecemos por Arco  Reflexo Simples

 Cabe aqui deixar registrado  que existe  um tipo de  neurônio, o de  Associação , que  promoveu  nos vertebrados  um grande numero de   Sinapse,  aumentando a complexidade do sistema nervoso  e permitindo   a realização   de padrões  de comportamento  cada vez mais elaborado.

Os  Neurônios  Sensitivos  ou Aferentes , cujos corpos estão nos Gânglios  Sensitivos, conduzem para a  medula  ou para o tronco encefálico (Sistema  Nervoso Segmentar)  impulsos nervosos ou sensações que tiveram as suas  origens nos receptores,  situados na superfície - na pele,  ou no interior  - vísceras , músculo e tendões do animal.

                Os prolongamentos centrais destes neurônios,  ligam-se  diretamente (reflexo simples)  ou por meio de  neurônios  de associação  aos neurônios motores (somáticos ou viscerais), os que levam   o impulso ou sensações   aos músculos  ou as glândulas, formando-se assim  , arcos reflexos  mono e polissinápticos.

                Exemplo :

                Tocamos a mão em uma chapa quente . Neste momento , é importante  que o sistema nervoso  supra-segmentar  - Cérebro e  Cerebelo , seja  “informado”  do ocorrido. Assim os neurônios sensitivos ligam-se  a neurônios de associação,  situados no Sistema  Nervoso  Segmentar.  Estes  neurônios de associação levam estas  sensações ou impulsos ao cérebro , onde o mesmo é interpretado , tornando-se consciente  e manifestando-se como dor. O Primeiro é a sensação de calor - a caloração, depois vem a retirada reflexa , e por fim vem a dor. A mão é retirada devido a caloração.

                As fibras que levam ao Sistema Nervoso  Supra-Segmentar  as informações recebidas do Sistema Nervoso Segmentar , constituem as grandes vias  ascendentes  do sistema nervoso.

                As  Ações  Subsequentes  após a dor,  demandam  uma série de movimentos que envolverá  a execução   de um ou vários atos motores  voluntários. Neste momento os neurônios do Córtex Cerebral  enviam uma  “ordem” ou melhor   “Ordens Codificadas” , por meio das fibras descendentes   aos neurônios motores,  situados no  Sistema  Nervoso  Segmentar,  informações   sobre o grau de contração e descontração  tridimensional  e, envia por meio de vias descendentes  complexas , impulsos  capazes de coordenar  a resposta  motora , via cerebelo.          


Parte Fisiológica- Aspecto Dinâmico Operacional Físico-Químico e Biológico do
                                                              

Sistema Límbico

           
Na fase medial de cada Hemisfério Cerebral  observa-se  um Anel  Cortical contínuo constituído  pelo Giro do Cíngulo, Giro Para-Hipocampal e Hipocampo.  Este Anel Cortical , contorna as formações   inter-hemisféricas e foi  considerado por Broca , como  um Lobo Independente  , o Grande Lobo Límbico( de Limbo = Contorno) . Este Lobo é Filogenéticamente muito antigo, existindo em todos os vertebrados.

                O Lobo Límbico, está  relacionado  ao Hipocampo e Tálamo, unidos  no  circuito de Papez. Desempenham funções, como a elaboração  do processo  subjetivo central  da Emoção,  mas também   participa da  expressão  de tais emoções . O Lobo Límbico pode ser   conceituado como um  Sistema  Relacionado   Fundamentalmente   com a regulação dos processos   Emocionais   afetando o sistema nervoso autônomo.  

Parte   Fisiológica   da   “Alma

                        Áreas Encefálicas Relacionadas com a  Alma. 
Introdução :
            O comportamento do estado da Alma, isto é, das 18 “Funções Vetoriais do Encéfalo”, indicadas por Augusto Comte, afetado internamente, primeiramente  e primordialmente  pelo “órgão” do Sentimento (10) (3 altruístas e 7 egoístas), que gera o Estado Sentimental, que por sua vez é acompanhado, subjetivamente, por um vetor Subjetivo E , que externa a harmonia ou desordem entre os Sentimentos  Altruístas e o egoístas ; cujo o grau  de oscilação, deste vetor subjetivo E, que definimos como Emoção, isto é,  o seu conjunto expressa  o Estado Emocional  do Ser :  complementando: é a  forma ou modo de externar os Sentimentos.

            Esta Emoção também  ocorre acompanhada simultaneamente  de  um componente do “órgão” da Inteligência”, a Expressão ( mímica, oral, escrita etc) , cuja a intensidade  e facilidade de Comunicação gerada ,vai depender  do nível de Pensamento, que por sua vez  depende  da lucidez do conjunto das  Idéias, que estão armazenadas  nas Memórias.
            Isto tudo  acoplado ao Caráter ( prudência, perseverança e coragem) .

Esta parte dita subjetiva da interligação  do Sentimento, com a Inteligência  e com o Caráter  do Ser, a Medicina Moderna, codifica  de “ Conjunto Emocional Central Subjetivo”, que para os Positivistas  é  um velho conhecido, e explicado, pela Teoria da Abstração - por meio da Contemplação e da Meditação.

            E por outro lado, a Expressão ( oral , escrita e mímica) gera a Comunicação , que a Medicina Moderna  codifica  como “ Conjunto Emocional Periférico, cuja a ação  recai sobre  o Soma (somático), sobre  as Vísceras (visceral) e podemos dizer agora, com certeza,  sobre  a Sociedade(social) .

            Os  distúrbios ou as harmonias viscerais , provocadas pelas Emoções, promovem por sua vez, outros distúrbios  ou outras harmonias, que inicialmente não constavam  do Soma,  do próprio Encéfalo e da Sociedade,  de forma patológica  ou de saúde.

            Como não havia Prêmio Nobel em 1825, Gall  não foi agraciado  e somente mais tarde, quase 120 anos depois,  Hess veio a confirmar  o que Gall já havia escrito  nos seus  6 volumes- Sur les Fonctions du Cerveau et Sur  Celles de Chacune de ses Parties-  a respeito  dentre  outras coisas, de que o cérebro  era um aparelho e não  um único órgão.

            Sabemos hoje que a “Alma” ocupa  territórios  bastante grandes  do Telencéfalo  e do Diencéfalo, nos quais  se encontram  as estruturas   que integram o Sistema Límbico, a Área  Pré-Frontal , o Hipotálamo, o Tálamo e o Tronco Encefálico - que participam  da  formação e das atividades  de  nossa “Alma” -

            Existe uma teoria que admite que o Encéfalo seja  formado de diversos Sistemas de Programas-Software, semelhante  ao que ocorre com os computadores, que participam de diversos Órgãos-Hardware ; segue a ideia de alguns “programas”:

1) Viver e Escolher; 2) - Crescer , Reparar e Envelhecer;  3) Pensar; 4) Evoluir ;5) Controlar e Codificar ; 6) Repetir ; 7) Despregar, desdobrar ; 8)  Aprender , Recordar  e Esquecer ; 9) Tocar, Sentir e Lastimar ; 10) Ver ; 11) Necessitar, Nutrir e  Avaliar ; 12) Amar e Cuidar ; 13) Temer , Odiar e Lutar ; 14) Ouvir , Falar e Escrever ;15) Saber e Pensar ;16) Dormir Sonhar e  Estar Consciente ; 17) Ajudar , Ordenar e Obedecer; 18)  Desfrutar , Jogar e Criar; 19) Crer e Venerar ; 20) Concluir e Continuar etc.

            Do ponto de vista neuroquímico, os territórios  encefálicos  relacionados , com a “Alma”, são afetados pela alteração  da concentração de alguns dos seus  componentes, aqui  não eletrônicos de uma placa de CPU de computador mas, de produtos químicos, que alteram  o  Estado Emocional ; estes produtos  ativos ou melhor, estas substâncias  ativas  , onde podemos destacar os peptídeos, os opiáceos e as monoaminas, estas últimas originárias em grande parte nos neurônios do Tronco-Encefálico. A riqueza destas áreas em monoaminas, em  especial, noradrenalina, serotonina e dopamina, é muito importante, tendo em vista  que muitos medicamentos utilizados em  psiquiatria  para tratamento de distúrbios  do comportamento(ação) e da afetividade(sentimento), agem modificando o teor de  monoaminas encefálicas. Recentes  pesquisas provam que  algumas monoaminas  e o opioide endógeno beta-endorfina, exercem  uma ação moduladora  sobre a memória.

Vide mais informações no Livro: 
http://www.doutrinadahumanidade.com/livros/ciencia_moral_positiva_r22.pdf  

Artigos:
http://sccbesme-humanidade.blogspot.com.br/2012/12/teoria-positiva-da-abstracao.html
http://sccbesme-humanidade.blogspot.com.br/2012/12/blog-post_4278.html
http://www.doutrinadahumanidade.com/Palestra%20AMAN%20IV%20[Compatibility%20Mode].pdf nos slides 22/23/24/25 e 26