CALENDÁRIO POSITIVISTA ELABORADO POR AUGUSTO COMTE
VULTOS ALEMÃES
GALL
Franz Joseph
Gall
(nasceu em
1758, em Tiefenbronn, Baden, Alemanha; morreu em 1828, em Paris)
Franz Gall:
Fez da Psicologia moderna a mais importante das ciências.
MÉDICO E
ANATOMISTA ALEMÃO FUNDADOR DA FISIOLOGIA DO CÉREBRO
AS LEIS DO PASSADO: FILOSOFIA DA HISTÓRIA.
ESTA SEMANA apresenta a Biologia em Harvey e nos sucessores. Encontram-se
Boerhaave e Sthal, os chefes respectivos da escola mecânica e da escola
espiritualista em Biologia. Lineu e Bernard Jussieu lembram os
principais problemas em relação às classificações dos seres vivos. Lamarck e
Blainville que alargaram o horizonte do Método Comparativo nos fenômenos da
vida. Broussais, que fez a integração da Patologia na Fisiologia. Gall preside
esta semana como o primeiro investigador do grande problema biológico das
funções cerebrais, que faz a passagem da ciência dos seres vivos para as
Ciências Humanas puras ou abstratas da Sociologia e da Psicologia. O chefe da
semana é Gall, que a encerra.
FRANZ GALL teve sua atenção voltada, enquanto estudava, para as
diferenças que apresentavam as fisionomias de seus colegas de escola. Depois de
sua preparação, Gall realizou cursos populares em Viena, divulgando sua teoria
da localização das funções mentais no cérebro e da “cranioscopia”, a afirmar
que a forma do crânio mostrava as diferentes faculdades cerebrais. Suas aulas
ofenderam os líderes religiosos, sendo condenadas pelo governo da Áustria e
proibidas. Três anos depois ele foi forçado a sair do país.
Em 1817 naturalizou-se francês. Foi em Paris que ele publicou sua grande
obra de anatomia em cinco volumes in-folio sobre a Anatomie et la
Physiologie du système nerveux et du cerveau, Anatomia e a
Fisiologia do sistema nervoso e do cérebro. O seu tratado sistemático em seis
volumes sobre as Fonctions du cerveau, Funções do cérebro, foi
publicado em 1825. Gall morreu em 1828 em Paris, sua sepultura ficando no
cemitério do Père-la-Chaise.
A concepção das localizações das funções no cérebro foi provada como
correta quando o cirurgião francês Paul Broca demonstrou a existência do centro
da palavra no cérebro, em 1861. Gall foi o primeiro a identificar na matéria
cinzenta do cérebro o tecido ativo dos neurônios e a massa branca como o tecido
condutor, os gânglios.
Dois resultados distintos de sua obra devem ser bem registrados.
Primeiro, a grande quantidade de observações feitas sobre a natureza
psíquica do homem e também dos outros animais, com sua importante demonstração
de que as tendências emocionais e intelectuais são inatas nos animais sem serem
o resultado das impressões recebidas pelos sentidos.
Em segundo lugar, a original concepção de Gall mostrando que o cérebro é
um conjunto de órgãos que exercem essas funções observadas nos animais. Parece
que Gall, desejando dar um choque e maior precisão a suas descobertas, chegou a
dizer que a forma exterior do crânio era a comprovação de suas afirmações. Os
discípulos de Gall criaram o nome de Frenologia para essa teoria, uma idéia que
provocou uma controvérsia para o resto da vida de Gall. E os discípulos de
Gall, com suas mentes estreitas, aprenderam somente os seus erros, como é comum
acontecer com os grandes homens.
A pioneira análise das funções psicológicas feitas por Gall repousa
sobre a comparação do homem com os animais vertebrados superiores. Franz Gall
não foi um sábio pela metade. Foi um ardente e completo inovador, dando ao
estudo da estrutura e das funções do cérebro um impulso decisivo para fazer do
estudo do comportamento individual uma ciência de observação. O que faz da
Psicologia moderna a mais importante das ciências positivas, comprovada,
verificada pela experiência.
28 DE OUTUBRO. Gottfried Leibnitz: o
presente é o seminário da geração do futuro
LEIBNITZ
Gottfried
Wilhelm Leibniz, Barão Gottfried Wilhelm von Leibnitz
(nasceu em 1646, em Leipzig,
Alemanha; morreu em 1716, em Hannover, Alemanha)
FILÓSOFO MAIOR E MATEMÁTICO ALEMÃO
CRIADOR DO CÁLCULO INFINITESIMAL
O RACIOCÍNIO CIENTÍFICO NA FILOSOFIA
MODERNA
A grande revolução do pensamento
humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do papado, da unanimidade
católica e do feudalismo.
O movimento intelectual na Europa do
ocidente nos anos 1300, século XIV até os anos 1700, século XVIII, passou a ter
duas correntes. Um movimento foi de decomposição e destruição da filosofia
monoteísta antiga e o outro movimento foi de composição e preparação da nova
filosofia positiva, clara e distinta. Homens como Kepler e Galileu, Descartes e
Francis Bacon ao mesmo tempo em que construindo a nova filosofia perturbaram o
antigo modo de pensar. A revolta começada por Descartes conduziu finalmente a
assaltos ainda mais poderosos , contra as crenças recebidas do que a ação de
alterações religiosas feitas pelos reformadores protestantes.
Descartes é o representante mais
completo do movimento duplo de composição e decomposição. Começou a grande
revolução matemática que permitiu a Newton interpretar o sistema solar.
Abriu-se o caminho para a operação destrutiva do século XVIII que afinal levou
à Revolução Francesa contra a política antiga de privilégios. Hobbes e Espinosa
continuaram o movimento de demolição. A teodicéia de Leibnitz era ainda mais
perigosa. Locke renunciou francamente ao conhecimento do absoluto divino. Hume
e Diderot demonstraram sua impossibilidade. Kant completou a operação. Eles
foram todos tanto construtores como destruidores.
O mês de Descartes da Filosofia
Moderna descreve essa importante revolução intelectual, a maior em toda a
história da sociedade humana ao estender a razão experimental a todo
conhecimento.
Nesta terceira semana se consagra o
estudo filosófico humano em suas relações com a sociedade. Seu chefe é
Leibnitz. Associados estão grandes autores que pesquisaram os princípios
fundadores das leis: Grotius, Cujas e Montesquieu; os que se dedicaram â
filosofia da história como Vico, Fréret, Herder. Segue com Winckelmann na
história da arte e Buffon na exposição das relações da espécie humana com as
outras raças animais.
Ver em 1008 C em 08 de outubro
o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes
representativos da evolução social do mês
LEIBNITZ (1646-1716) nasceu em Leipzig.
Seu pai era jurista e professor de filosofia natural na Universidade da cidade
e morreu cedo. O jovem foi então orientado por uma prudente mãe, que lhe deu
uma grande liberdade na sua educação.
O jovem Leibnitz utilizou a
biblioteca de seu pai para estudar. Entrou na Universidade aos 15 anos e dois
anos depois produziu sua primeira tese filosófica. Ele se dedicou à
jurisprudência e publicou, antes de ter a idade exigida, dois importantes
estudos sobre a filosofia das leis.
Após a morte de sua mãe em 1664, ele
foi estudar na Universidade de Altdorf perto de Nuremberg e se filiou à
Sociedade Rosa-Cruz, na qual ele adquiriu muito dos seus conhecimentos
químicos.
A amizade do barão de Boyneburg, que
estava a serviço do arcebispo de Mainz, deu a ele o acesso à mais culta
sociedade da Alemanha e lhe mostrou uma clara visão da situação política da
Europa. Nessa época, as nações procuravam sair lentamente da luta religiosa,
estando ameaçadas pelos projetos ambiciosos de Luis XIV, rei da França.
Um texto de Leibnitz pedia à França
que orientasse sua política para o Levante, para acabar com as suas ambições
contra os países do Ocidente. Com isso ele foi convidado para levar uma missão
a Paris em 1672.
Em Paris ele entrou em contato com
vários adeptos das novas idéias científicas de Descartes, como Arnauld,
Melebranche e sobretudo Huyghens. Foi então que ele tomou parte nas suas pesquisas
matemáticas pela primeira vez.
O novo espírito científico e
filosófico laico, começando com a Geometria Analítica de Descartes, deveria
chegar a seu ponto mais alto por sua própria descoberta do cálculo
transcendental.O direito à descoberta do cálculo infinitesimal foi o tema de
uma polêmica entre Newton e Leibnitz. Ambos o desenvolveram em separado, ao
mesmo tempo.
Leibnitz também forneceu a primeira
concepção clara de energia, definida como sendo o trabalho mecânico que seja
realizado no tempo. Em 1676 Leibnitz tornou-se bibliotecário e conselheiro
particular do duque John Frederick de Braunschweig-Lüneburg. John Frederick tornou-se
duque de Hanover, onde Leibnitz passou o resto de sua vida.
Leibnitz contribuiu para
completar a teoria do conhecimento, com a pesquisa das leis do
funcionamento cerebral. Mostrou que na lei de Aristóteles de que tudo
que se encontra no cérebro passou pelos sentidos, há a estrutura cerebral
que já existe no próprio organismo, sendo, assim, inata.
A regra se torna, assim: nada
que existe no cérebro que não tenha estado nos sentidos, exceto a própria
capacidade de pensar.Portanto, o próprio cérebro existe antes da
experiência dos sentidos e não entra por eles.
A teoria das mônadas foi criada por
Leibnitz para explicar todos os fenômenos da função da vida e da matéria. As
mônadas seriam centros de ação criados na origem dos tempos e que explicariam o
movimento dos corpos e a vida. O exame de cada uma poderia prever o futuro. E
Leibnitz repetia sempre que o presente está prenhe do futuro, ou seja, o
presente sempre gerará o futuro.
A luta religiosa que agitou a Europa
por um século e meio era considerada por Leibnitz como um desperdício de
forças. Tentou, assim, fazera reconciliação dos luteranos com os católicos e
anglicanos. Todas as formas de religião eram para ele de um valor
inestimável, que ele não desejava ver destruído por um antagonismo inútil.
Leibnitz morreu em Hanover em 1716,
com 70 anos. Era um homem de altura mediana com ombros largos e pernas arcadas,
capaz de passar vários dias sentado na mesma cadeira pensando ou viajando pelas
estradas da Europa, tanto no verão como no inverno. Era um patriota e um
cidadão internacional, grande cientista e um dos mais poderosos pensadores da
civilização do ocidente europeu.
Foi um gênio com o maior
saber enciclopédico depois de Aristóteles. A extensão de suas pesquisas
cobriu a filosofia e a ciência, a história, a lingüística, a geologia e os
fosseis, a ética e a política. Sua energia intelectual foi colocada a
serviço da sociedade, para o bem de todas as gerações, para diminuir o perigo e
o sofrimento dos humanos pela ignorância e pela guerra.
SANTO HENRIQUE
Rei
Henrique II, o Santo, Henrique II o Coxo, Henri II le Boiteux, Saint Henry, Sankt Heinrich
(nasceu no
ano 972 da nossa era, na Bavária; morreu em 1024, na Saxônia, Alemanha)
MODELO DE
SOBERANO DO SACRO IMPÉRIO ROMANO, SOLDADO E ORGANIZADOR
As grandes
contribuições da Civilização Feudal para o progresso da sociedade humana
A
Civilização Feudal teve como resultados principais:
1.
A guerra defensiva;
2.
A organização local em cada região;
3.
Supressão da escravidão geral na população, que permitiu o
trabalho livre com a libertação completa do trabalhador. Finalmente
a liberdade do trabalhador resultou na importante organização
permanente do moderno sistema econômico do capitalismo. Com a tradição
da honra de cavaleiro e na proteção da mulher e dos fracos pela Cavalaria
medieval.
Neste mês
são consagrados os nomes que representam a guerra para a defesa da Europa e que
fundaram as instituições locais, trabalhando para organizar cada nova nação
européia.
Foram nove
séculos de avanços e recuos, desde cerca dos anos 400 até 1300. Com muita
confusão, crueldade e crimes; mas também com muito heroísmo e uma dedicação
admirável resultando em notável progresso.
Nesta
primeira semana o tipo principal é o rei Alfredo o Grande, no domingo que
encerra a semana.
Ver
em 0617 01 B O QUADRO DO MÊS DE CARLOS MAGNO A
CIVILIZAÇÃO FEUDAL, com seu resultado geral e todos os grandes tipos humanos do
mês.
Henrique nasceu em 6 de maio de 972, em Albach, na Bavária. Ele é o
último imperador da heróica dinastia dos Saxões. Era neto de Henrique duque da
Bavária, irmão do rei Otto o Grande, e bisneto do rei Henrique o Passarinheiro.
Otto II, filho de Otto o Grande, morreu aos 28 anos e Otto III, seu
filho e sucessor, morreu sem deixar filhos, aos 22 anos de idade. Em razão
disso, Henrique, primogênito dos descendentes da família de Passarinheiro,
conseguiu obter a coroa como rei da Alemanha em 1002, aos 30 anos de idade. Por
meio de campanhas militares, feitas com energia, ele obrigou todos os seus
adversários a aceitarem o seu comando, sendo coroado primeiro em Mainz e depois
em Aix-la-Chapelle, desposando Cunegunda, filha do conde de Luxemburgo.
Sua primeira tarefa foi expulsar os poloneses invasores da Bavária e
ajudar a colocar seu cunhado como rei da Hungria. A seguir, chamado à Itália,
derrotou na Lombardia o usurpador Arduíno e foi coroado como rei da Itália em
Pávia.
Depois de campanhas na Alemanha contra os poloneses, foi à Itália para
restabelecer sua autoridade no norte e foi coroado Imperador do Sacro Império
Romano pelo papa Bento VIII em 1014, aos 42 anos, junto com sua mulher
Cunengunda como imperatriz. No altar de São Pedro ele jurou fidelidade à Santa
Sé. Cobriu a Igreja Católica com doações, e, ao voltar para a Alemanha, fez
muitos benefícios às diferentes abadias.
Em Verdun, ele pediu formalmente ser recebido como monge. O abade
primeiro exigiu do Imperador que fizesse a promessa de obediência absoluta.
Depois de sua promessa, o abade lhe deu a ordem irrecusável de voltar a tomar
as redes do seu governo. Ele ainda passou mais dez anos no trabalho incessante
da soberania do Império.
Os poloneses, sempre agitados, obrigaram Henrique a fazer a defesa da
Baviera. Ele estava de novo a ponto para entrar no sacerdócio, como cônego de
Estrasburgo, quando o papa lhe pediu para proteger a Itália contra os gregos e
os contra os mouros. Voltando à Alemanha, ele reuniu vários Concílios para
instituir as regras para a Igreja. Henrique confirmou a favor da Sé de São
Pedro, para a Igreja Católica todos os legados e privilégios de seus
predecessores.
Ele morreu subitamente em 13 de julho de 1024 em Pfalz Grona, perto
de Gotingen, Saxônia, Alemanha, com a idade de 52 anos. Até seu último suspiro
confirmou sua castidade inviolada e a virgindade da imperatriz Cunegunda,
embora tivesse, antes, submetido sua virtude à prova do fogo.
Por tal motivo e também devido aos grandes recursos que forneceu à
Igreja, Henrique foi canonizado junto com a imperatriz no século seguinte.
Henrique II é o ultimo rei da grande dinastia saxônica que governou a
Europa por 104 anos, de 920 a 1024. Soldado e organizador, Henrique
II foi quase tão importante como Henrique o Passarinheiro ou como Otto o
Grande. Como protetor e filho obediente da Igreja Católica,ele foi muito
zeloso. Nesse proceder ele seguiu a política feita por Carlos Magno. Mas,
passados 200 anos, as relações dos poderes do Imperador e do papa muito se
alteraram, exigindo muito mais energia e discrição para afirmar a independência
do soberano.
19 DE JUNHO. HENRIQUE DA ALEMANHA: a unidade e civilização do país
HENRIQUE O
PASSARINHEIRO
Henri
l’Oiseleur, Henri I da Germânia, Henry the Fowler, Heinrich der Vogler
(nasceu em
876; morreu em Memleben, na Saxônia, hoje Alemanha)
REI
FORTIFICOU A REGIÃO E A PROTEÇÃO CONTRA INVASÕES DOS BÁRBAROS
As grandes
contribuições do Civilização Feudal para o progresso da sociedade humana
A
Civilização Feudal teve a tarefa principal estabelecer:
1.
A guerra defensiva;
2.
A organização local em cada região;
3.
Suprimiu a escravidão geral na população, fundouo trabalho
livre com a libertação completa dotrabalhador resultando
na importante organização permanente do sistema econômico do
capitalismo.
Neste mês
são consagrados os nomes que representam a guerra para a defesa da Europa e que
fundaram as instituições locais, trabalhando para organizar cada nova nação
européia.
Foram nove
séculos de avanços e recuos, desde cerca dos anos 400 até 1300. Com muita
confusão, crueldade e crimes; mas também com muito heroísmo e uma dedicação
admirável resultando em notável progresso.
Nesta
primeira semana o tipo principal é o rei Alfredo o Grande, no domingo que
encerra a semana.
Ver
em 0617 01 B O QUADRO DO MÊS DE CARLOS MAGNO A
CIVILIZAÇÃO FEUDAL, com seu resultado geral e todos os grandes tipos humanos do
mês.
Os príncipes germânicos escolheram Conrad, duque da Francônia, como rei.
Com a morte de Conrad, Henrique, então duque de Saxe foi eleito pelos chefes e
aceito pelo povo no ano 920 da nossa era.
Henrique estabeleceu feudos nas fronteiras do reino ao norte, no leste e
no sul organizando o exército do país. No ano de 933 fez sua grande guerra
contra os magiares húngaros, que então eram o terror da Europa ao leste.
Derrotou os inimigos na batalha de Merseburg, perseguindo-os na Áustria, onde
construiu fortificações, salvando a Germânia durante uma geração. Conseguiu
reunir os príncipes alemães para escolher seu filho Oto como seu sucessor.
A dinastia saxônica se prolongou durante quatro gerações até a morte de
Santo Henrique no ano 1024. Henrique o Passarinheiro foi assim chamado devido à
sua paixão pela caça. Foi o fundador da unidade e da civilização a Alemanha,
agindo como um Charles Martel do reino da Germânia ao passo que Oto o Grande
teve um papel semelhante à ação de Carlos Magno.
Henrique o Passarinheiro retomou a Lorena, fundou feudos fortificados
nas fronteiras: no Eyder, em Misnia no Brandeburgo e na Áustria, reduziu a
Boêmia ao estado de vassalagem e fez com que recuassem os ferozes bárbaros do
leste da Europa. Ele foi um grande guerreiro e grande estadista.
Ao se casar
com Matilde da raça saxônica dos Witikind, ele juntou em seus descendentes o
sangue franco com o dos saxões. Foi o fundador real do reino da Germânia e da
casa imperial de Saxe.
SÃO BRUNO
Saint Bruno, Bruno the Carthusian, Saint; San Bruno
(nasceu
cerca do ano 1030 da nossa era em Colônia, Alemanha; morreu em 1101 na
Calábria, Itália)
SÁBIO
MONGE ALEMÃO REFORMADOR DOS MOSTEIROS FUNDADOR DA ORDEM DOS CARTUXOS
A regeneração moral com a compressão do egoísmo anti-social
O Catolicismo teve uma ação importante na evolução social da Idade
Média: a regeneração moral dos povos, com a educação dos sentimentos e
costumes. Esse resultado foi obtido estimulando o altruísmo, que é o sentimento
gregário, de associação, e comprimindo os instintos egoístas, os sentimentos de
proveito pessoal. Assim os violentos guerreiros se tornaram Cavaleiros para a
proteção da mulher, dos pobres, dos fracos e doentes; ao culto da sua dama e da
Mãe de Deus
Verifica-se e fica bem claro na história o papel das doutrinas
religiosas no ensino e consagração para a proteção, manutenção e
aperfeiçoamento da sociedade humana em nome de um sagrado ser superior divino.
As doutrinas anti-sociais perturbam e mesmo levam à morte da própria
congregação religiosa. Essa é a razão do supremo poder de vida ou de morte da
associação humana, suave e sutilmente exercido desde os mais remotos milênios
da evolução da espécie. Os sábios sacerdotes de todas, de todas as religiões
sentiram a força dessa lei sociológica básica. Regra que obrigou e obriga a
todos a eternamente proteger e servir ao grande organismo social humano em nome
de seus adorados e poderosos deuses. Porque caso contrário, todos morreriam com
a destruição da sociedade.
O Calendário Filosófico indica nas suas semanas quatro fases do
Catolicismo: na primeira semana os quatro primeiros séculos com seus principais
padres fundadores; na segunda semana a instituição política do papado, com
Hildebrando, o papa Gregório VII; na terceira os fundadores da vida nos
mosteiros; na última semana o controle e estímulo da vida moral da população e
o surgimento do protestantismo.
LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA
Pela primeira vez na história o poder das opiniões, do ensino e da
consagração sem armas se torna livre em relação ao poder coercitivo político
armado. É a libertação do Poder Espiritual, da liberdade de consciência, da
formação da opinião. Liberdade completa em relação ao Poder Temporal da
disciplina dos atos pela força. A liberdade dos formadores de opinião foi feita
pelo Catolicismo pela primeira vez na história do mundo. Antes do cristianismo
católico o poder político era totalitário, não havendo liberdade de consciência
em todas as civilizações passadas, para suas religiões. Comprova-se assim que o
totalitarismo como controle das consciências é de fato um regime político
retrógrado e cruel, muito antigo, bárbaro.
Desse modo se completa a instituição política da religião de São Paulo,
começada pelo imperador Constantino, continuada por Teodósio. Atinge seu ponto
culminante pelo estabelecimento final do poder político liberal sem armas do
pontífice romano sob a direção de Hildebrando papa Gregório VII.
Nesta terceira semana são indicados os fundadores da vida nos mosteiros,
que foi o grande reservatório da força moral durante a primeira parte da idade
média. Note-se, pela vida de São Bernardo que preside a semana e pela vida de
São Bento que a começa, com que eficácia essa força, desse modo colocada em
reserva, foi de fato empregada.
A semana se encerra no domingo, com a biografia de seu tipo mais
eminente, São Bernardo.
Ver em 0521 01 B O QUADRO DO MÊS DE S PAULO O CATOLICISMO com
todos os grandes tipos humanos do mês.
A filosofia moderna demonstra que toda e cada religião na história da
sociedade humana é um sistema de ensino, de educação completo em todas as
idades, para toda a vida.
O Catolicismo Romano criou um refinado sistema de ensino, de comemoração
e sagração com originais instituições, como a cuidadosa instrução dos
sacerdotes, a organização hierárquica da Igreja, a escolha dos iniciantes pelos
superiores tirados em todas as classes sociais, a organização da vida
monástica. Não merece essa época a acusação de ter sido uma noite de mil anos
de escuridão e de atraso. Na verdade a Idade Média, com seu Feudalismo e sua
Religião foi o berço da avançada civilização industrial moderna.
Desde os anos 300 o sacerdócio sabiamente elaborou os dogmas adequados à
formação de uma elevada autoridade moral do clero em caráter internacional
dentro da Europa do ocidente.
Somente por meio de uma pesquisa histórica equilibrada é que se pode
conhecer o papel importante de instituições católicas romanas como os seus
dogmas da infalibilidade do papa, do pecado original, da Santíssima Trindade,
da Real Presença do Corpo de Cristo na Hóstia Sagrada.
Foi a única forma de religião que, pela primeira vez na história da
cultura humana em todos os tempos, estabeleceu a completa liberdade dos
formadores de opinião, de seus mestres padres e confessores, livres em relação
ao poder político do governo político temporal. O Catolicismo obteve assim a
capacidade internacional de formação homogênea unificada do ensino e da
cultura em toda Europa do ocidente. Nos séculos quando o Império
Romano gradualmente se tornou um conjunto de numerosos feudos, em governos
regionais independentes responsáveis pela própria defesa.
O latim difundido pelos romanos no Império foi mantido e tornado o
idioma internacional de todos os povos da Europa. A missa rezada em Portugal
como na Alemanha era realizado na língua latina. Toda literatura e pesquisa
então foi escrita em latim .Esse emprego do latim permaneceu mesmo após a queda
do papado, só abandonado com o estabelecimento dos idiomas nacionais na
modernidade. Quando a arte e o ensino deixaram os palcos e as salas religiosas
para os lugares laicos.
São Bruno foi um sábio monge que dirigiu a educação católica e reformou
a vida monástica.
BRUNO nasceu de família abastada em Colônia, na Alemanha. Para entrar
para o sacerdócio estudou em Paris e Reims. Depois de ser ordenado padre, foi
nomeado pelo arcebispo de Reims, chanceler e diretor de estudos na diocese.
Em 1080 recebeu o convite para ser o arcebispo de Reims, que não
aceitou. Retirou-se para Saisse Fontaine, perto de Langres, no alto Marne,
França. Desejando um retiro mais austero, tão mais austero que possível, foi
com seis discípulos fervorosos na fé solicitar ajuda ao bispo de Grenoble, São
Hugo. Recebeu a indicação de ir para um vale selvagem da montanha dos Alpes
chamado de Chartreuse ou Cartuxo. A palavra Chartreuse, do francêschartre isto
é cárcere, casa pequena isolada, indica a solidão do lugar e deu o nome da
ordem dos frades cartuxos de S.Bruno. Tempos depois Chartreuse passou a dar o
nome a um licor famoso.
Bruno e seus companheiros construíram em Chartreuse suas celas, uma
igreja e estabeleceram um mosteiro, que mais tarde ficou célebre e conhecido
por sua vida em rigorosa disciplina.
No ano de 1089 o papa Urbano II, que havia sido seu aluno, convidou
Bruno para ir a Roma. Bruno obedeceu, mas a contragosto. Tendo recusado todas
as funções que lhe ofereceram, obteve a autorização de se retirar e de fundar
outro mosteiro, de nome Della Torre, na Calábria, no sul da Itália, onde morreu
no ano 1101. Foi canonizado em 1514.
A época de Hildebrando, feito papa Gregório VII, foi o tempo da melhor
tentativa de reforma da vida nos mosteiros, feita por São Bruno. A ordem dos
monges Cartuxos seguia a regra de S. Bento e continuou a ser a mais severa de
todas as ordens religiosas. Os Cartuxos se dedicaram especialmente à cópia de
livros, assim mantendo a cultura acumulada na Idade Média
04 DE
DEZEMBRO. JOHANNES KEPLER: descobriu as três leis do movimento dos astros
KEPLER
Kepler,
Johannes
(nasceu em
1571, em Württemberg, Alemanha; morreu em 1630, em Regensburg, Alemanha)
ASTRÔNOMO
ALEMÃO DESCOBRIU E VERIFICOU AS LEIS DAS ÓRBITAS PLANETÁRIAS
FILOSOFIA
DA HISTÓRIA.
Nesta primeira semana mostram-se os fundadores da Astronomia e da
Física, compreendendo a Mecânica, a Acústica, a Eletricidade. Aqui estão os
fundadores da Astronomia Moderna, Copérnico, Kepler e Tycho-Brahe, está
Huyghens que, depois de Galileu, é o principal fundador da Mecânica Celeste.
Está com Bradley que calculou a velocidade da luz; com Volta na descoberta da
eletricidade dinâmica.
A semana é presidida por Galileu.
Ver em 1203 C de 3 de dezembro, o QUADRO DO MÊS DE BICHAT
A Ciência Moderna com os grandes nomes representativos da evolução
social da ciência.
NOSSOS
ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores
figuras humanas na antiguidade
que
prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
KEPLER (1571-1630) nasceu na Alemanha,
em Württemberg em 1571 e estudou teologia na Universidade de Tübingen. Ele logo
aceitou a teoria heliocêntrica de Copérnico, com o sol parado no centro do
mundo, por influência de seus professores. Nos anos 1500 as escolas eram todas
religiosas e Kepler pensava se tornar um teólogo.
Ele nasceu em família muito modesta numa pequena cidade e freqüentou um
Seminário luterano a partir de 1589. Mas ele dizia que a Divina Providência
tinha encaminhado seus estudos para as estrelas, para a astronomia. Nesse tempo
ainda havia perseguição religiosa a quem fosse adepto da teoria heliocêntrica
de Copérnico, ainda tida como uma heresia sujeita a severos castigos.
Um professor, que tinha sido pastor luterano, lhe emprestou o livro com
a teoria proibida, que ele interpretou como sendo o plano da vontade divina,
sempre usando o vocabulário religioso. Acreditava que a bela simplicidade da
teoria dos planetas girando em torno do sol era um plano inspirado por Deus.
Ele completou seus estudos, recebendo o grau de mestre em 1591, em Tübingen.
Kepler foi para Graz, na Styria, Áustria, para lecionar astronomia.
Dedicou-se à investigação das leis que uniam os diversos elementos do sistema
solar, que seria independente das estrelas fixas. Para isso, ele, com a mais
possante imaginação, construiu hipóteses sobre hipóteses, todas audaciosas,
algumas extravagantes. Todas elas foram, sem exceção, controladas pela
observação dos fatos e sua criação indutiva chegou finalmente às soluções
procuradas.
Em Graz ele elaborou uma hipótese complexa para explicar as distâncias
entre as órbitas dos planetas, supostas, então, como de trajeto circular. Então
ele supunha que o sol emitisse uma força que diminuiria tanto mais quanto maior
fosse o afastamento do planeta, para manter os planetas em seu passeio circular
em torno do sol.
Desde 1589, Kepler manteve correspondência com o grande astrônomo
dinamarquês Tycho Brahe (1546-1601), que realizou um novo conjunto de precisas
observações dos planetas, formando uma reforma nos fundamentos da prática da
astronomia, na época. Kepler foi convidado para trabalhar com ele em 1600, na
corte do Imperador Rudolf II em Praga. Coma morte súbita de Tycho Brahe,
Kepler tornou-se o seu sucessor, passando ao estudo do planeta Marte, que
apresentava grande variação de velocidade e de distância ao sol. Ele então
descobriu em 1605 a primeira de suas leis, comumente descrita como:
“a linha tirada do sol ao planeta, o raio vetor, descreve sobre o plano
da órbita áreas iguais em tempos iguais”.
A segunda das leis de Kepler indica que os planetas descrevem órbitas em
forma de elipse, o sol ficando num dos focos da curva. As duas leis de Kepler
foram publicadas em 1609 na obra NOVA ASTRONOMIA. Mas só
depois de 10 anos é que Kepler descobriu sua terceira lei, que mostra que os
quadrados dos tempos de translação em torno do sol são proporcionais ao cubo da
distâncias médias.
Kepler trabalhou sem cessar em novas pesquisas científicas, continuando
ao mesmo tempo a construção das tabelas astronômicas que Tycho Brahe começara.
Kepler morreu de febre em 1630 e foi enterrado no cemitério de São Pedro
em Regensburg, na Alemanha. O epitáfio que ele mesmo compôs diz:
“Eu costumava medir os céus,
agora eu medirei as sombras da terra.
Embora minha alma viesse do céu,
a sombra do meu corpo jaz aqui”.
HEGEL
Georg
Wilhelm Friedrich Hegel
(nasceu em
1770, em Stuttgart, Alemanha; morreu em 1831, em Berlin)
FILÓSOFO
IDEALISTA ALEMÃO DA FILOSOFIA DA HISTÓRIA
A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
A grande revolução do pensamento humano ocorreu com o fim da Idade
Média, com a queda do papado, da religião e do feudalismo.
É quando os homens se libertam do poder do homem sobre o homem em nome
de poderes por vezes injustos e misteriosos.
A quarta semana está sob a presidência de Hume, que, na discussão da
natureza humana e da vida social, industrial e religiosa coloca as bases da
moderna Sociologia teórica abstrata. Aqui estão historiadores filosóficos como
Robertson e Gibbon; Condorcet com a teoria positiva da História; de Maistre que
fez a primeira apreciação do sistema da Idade Média sob o ponto de vista humano
e os três principais representantes do pensamento alemão moderno com Kant,
Fichte e Hegel.
Ver em 1008 01 C em 08 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES A
FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do
mês
HEGEL (1770-1831) nasceu em
Stuttgart, na Alemanha. Ele recebeu uma educação clássica que completou em
Tubingen, onde foi colega de estudos de Schelling. No certificado que ele
recebeu está declarado que ele era insuficiente, sobretudo em filosofia.
Hegel então colocou todo seu entusiasmo no estudo da história antiga.
Por algum tempo, para pagar suas despesas, ele deu aulas particulares. Mais tarde
foi para Jena, onde ele publicou um ataque contra a astronomia de Isaac Newton.
Fez amizade com Goethe, que reconheceu sua força intelectual. Ele completou sua
primeira obra filosófica, a Phänomenologie des Geistes, A
Fenomenologia do Espírito, de 1807.
Em 1816 Hegel tornou-se professor de filosofia em Heildelberg e dois
anos depois foi para Berlim, onde formou uma escola com importantes discípulos.
Hegel morreu em Berlim, de cólera, em 1831.
O grande sistema de filosofia que Hegel criou é de difícil compreensão,
por sua linguagem incompreensível. Ele mesmo costumava dizer que só um único de
seus alunos compreendeu sua filosofia, e mesmo assim, ele ainda a entendeu de
forma errada.
Hegel apresenta na Fenomenologia um texto obscuro, de difícil entendimento.
Essa forma de apresentação ilegível, fechada ou hermética pode ser vista em
autores antigos e modernos tentando pensar de forma metafísica,
isto é, de modo fantasioso, empregando entidades abstratas, sem apoio
na experimentação e na verificação. Representa uma reação muito
repetida contra o pensamento científico positivo, para retornar às crenças hoje
desacreditadas. É usada uma linguagem rebuscada para voltar às idéias antigas,
com uma aparência de novidade.
Hegel criou uma explicação do progresso por meio de um método que chamou
de DIALÉTICA. Feita uma hipótese inicial, a tese, sempre se coloca
contra ela a antítese, que, então leva a uma solução mais alta e
mais rica chamada de síntese. Portanto, o progresso está dessa
forma explicado pela luta, pela oposição da antítese contra a tese, para chegar
à solução, que seria a síntese.
O método dialético, no entanto, não tem
sua aplicação em nenhuma das descobertas do saber humano, seja na
teoria ou na aplicação prática. A idéia de que o progresso resulta da luta, da
guerra, levou à doutrina da revolução, da LUTA DE CLASSES, que explicaria o
desenvolvimento da sociedade humana através dos milênios pelo conflito
interminável entre os pobres e ricos.
A aplicação dessa doutrina por Karl Marx levou Lênin, Stalin e Hitler ao
totalitarismo comunista e nazista. O comunismo resultou em todos os países do
mundo em massacres e genocídios nunca vistos na Rússia. na China e outros
paises e levou a população a extremo sofrimento e pobreza. Foi um dos
resultados da reação contra o espírito científico do iluminismo nas
ciências humanas e na filosofia. Essa infame campanha contra a ciência
moderna foi iniciada no fim dos anos 1800s, durou em todo século XX
e que continua até hoje, em nossos dias, no inicio do novo milênio. Em
todo mundo.
No entanto, a sociologia moderna comprova que o progresso resulta, de
fato, na passagem do conhecimento de pai para filho, de uma geração para a
geração seguinte. O que é o mesmo que dizer que o progresso é feito pelo
respeito e pela veneração dos mais jovens para com os mais velhos e para com os
que já viveram. E a veneração é a forma mais alta do sentimento do altruísmo,
que é o sentimento natural, gregário, que associa os indivíduos no seu grupo.
A conclusão é de que o motor do progresso não é a LUTA, a GUERRA, mas
que o motor da história, o gerador do progresso é o sentimento
espontâneo de associação, o altruísmo, encontrado entre os homens e
até entre animais.
Hegel é tido como de leitura inacessível nos seus trabalhos da Lógica e
da Metafísica por causa do estranho vocabulário que ele
emprega.
No seu tratado da Filosofia da história o estilo é
esotérico, numa espécie de linguagem secreta. O texto esotérico só pode ser
entendido pelos leitores que forem treinados para saber o significado das palavras.
Mas Hegel na filosofia da história mostra com firmeza a unidade da
história e a filiação das gerações sucessivas.
Ele declara que a razão é a substância e a energia infinita do universo,
o que só se pode entender como uma fantasia poética fora de lugar na filosofia.
Mas, depois, ele apresenta sua filosofia como um desenvolvimento da tese de
Anaxágoras de que
“o espírito governa o mundo”.
Mas Hegel explica, então, que ele não se refere a um espírito
sobrenatural impenetrável de um deus, mas está falando das noções formatrizes,
ou seja, do conhecimento científico positivo, comprovado.
Essa é uma forma diferente de dizer que AS IDÉIAS GOVERNAM O MUNDO. Ou
seja, que o conhecimento governa, conduz a ação sobre o mundo e sobre os
humanos.
Para Hegel os grandes homens são os
agentes das mudanças quando o tempo está maduro, oportuno.
031 C
KANT: as duas realidades, a do sujeito observador e a do objeto observado
31 DE
OUTUBRO. Kant: na Crítica da Razão Pura declara a morte da
Metafísica
KANT
Immanuel
Kant
(nasceu em
1724, em Königsberg, na Prússia; morreu em 1804, em Königsberg)
SISTEMÁTICO
FECUNDO E INFLUENTE FILÓSOFO METAFÍSICO ALEMÃO
A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
A grande revolução do pensamento humano ocorreu com o fim da Idade
Média, com a queda do papado, da religião e do feudalismo.
É quando os homens se libertam do poder do homem sobre o homem em nome
de poderes por vezes injustos e misteriosos.
A quarta semana está sob a presidência de Hume, que, na discussão da
natureza humana e da vida social, industrial e religiosa coloca as bases da
moderna Sociologia teórica abstrata. Aqui estão historiadores filosóficos como
Robertson e Gibbon; Condorcet com a teoria positiva da História; de Maistre que
fez a primeira apreciação do sistema da Idade Média sob o ponto de vista humano
e os três principais representantes do pensamento alemão moderno com Kant,
Fichte e Hegel.
Ver em 1008 01 C em 08 de outubro o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES A
FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes representativos da evolução social do
mês
KANT (1724-1804) nasceu em
Koenigsberg, na antiga Prússia, hoje Kaliningrad, na Alemanha, em família de
origem escocesa. Estudou matemática e física na Universidade local e publicou
várias memórias sobre as ciências. Numa de suas publicações ele previu a
existência do planeta Urano, depois descoberto por Herschel. Em 1770 foi
nomeado professor de lógica e de metafísica.
Em 1781, depois de 12 anos de preparação, preparou sua grande obra,
a Crítica da razão pura, cuja publicação teve uma influência
de grande importância na história da filosofia. A segunda edição foi feita
depois de 6 anos, com mudanças substanciais.
Nessa época ele apresentou um ensaio de destaque sobre a filosofia da
história universal em que o homem se apresenta como cidadão do mundo.
Em 1788, em sua Crítica da razão prática,
ele procurou modificar suas doutrinas anti-religiosas da primeira obra, a Crítica
da razão pura. Ali, ele demonstrara que a Metafísica não poderia ser
considerada uma ciência, o que foi interpretado como a morte da metafísica,
decretada por um grande pensador metafísico.
No primeiro período, Kant lecionava e escrevia com ampla liberdade de
consciência, garantida pelo libertário imperador Frederico II da
Prússia. O sucessor de Frederico II ameaçou Kant com a perda de seu lugar
de professor na Universidade e perda de sua renda, caso ele continuasse com
suas publicações anti-metafísicas e anti-religiosas.
Na Crítica da razão prática, Kant procura justificar
filosoficamente as crenças religiosas e metafísicas, para não contrariar o novo
governo imperial. E perder a renda recebida como professor oficial. O que faz
depois de provar que é impossível demonstrar a existência de Deus na
primeira fase de sua vida. Foi o retorno à forma de pensar com base em figuras
de ficção imaginárias, absolutas, inverificáveis, como o Ser, o Ente, o
Imperativo Categórico e Imperativo Hipotético.
Esse é um exemplo da violência do totalitarismo do poder
político, na restrição da liberdade de consciência do pensador, invadindo o
âmbito da ação dos intelectuais, que são os formadores da opinião,
que são os líderes da sociedade, por meio da produção e ensino do conhecimento
e da informação.
Kant nunca deixou Koenigsberg, onde viveu com uma simplicidade e uma
regularidade extrema, universalmente respeitado. Ele morreu com 80 anos, em
1804.
Ele aceitou completamente as conclusões de David Hume sobre
a relatividade dos nossos conhecimentos. O que significa que as verdades ditas
absolutas, eternas, mas que não podem ser verificadas, não são claras e
distintas, como recomendava Descartes e não podem ser aceitas em filosofia como
certas e seguras, como científicas, positivas.
Kant fez um resumo metódico das doutrinas de David Hume, deixando bem
clara a existência das duas realidades, a do observador e a da coisa observada,
isto é, a existência do sujeito espectador e a existência do objeto, do
espetáculo, do que é observado.
Na filosofia moderna considera-se que esse é um caso particular da lei
geral dos seres vivos, em biologia, que afirma a subordinação
do organismo vivo ao meio em que se encontra. Em outras palavras, o
mundo exterior serve de alimento, estimulante e regulador, ao mesmo tempo,
tanto para as ações mais elevadas do pensamento como para os mais simples atos
materiais do ser vivo. É o mesmo dualismo SUJEITO e OBJETO, o que seja
subjetivo e o que seja objetivo.
1028 C LEIBNITZ pensador grande cientista e o maior
filósofo depois de Aristóteles
28 DE OUTUBRO. Gottfried Leibnitz: o
presente é o seminário da geração do futuro
LEIBNITZ
Gottfried Wilhelm Leibniz, Barão
Gottfried Wilhelm von Leibnitz
(nasceu em 1646, em Leipzig,
Alemanha; morreu em 1716, em Hannover, Alemanha)
FILÓSOFO MAIOR E MATEMÁTICO ALEMÃO
CRIADOR DO CÁLCULO INFINITESIMAL
O RACIOCÍNIO CIENTÍFICO NA FILOSOFIA
MODERNA
A grande revolução do pensamento
humano ocorreu com o fim da Idade Média, com a queda do papado, da unanimidade
católica e do feudalismo.
O movimento intelectual na Europa do
ocidente nos anos 1300, século XIV até os anos 1700, século XVIII, passou a ter
duas correntes. Um movimento foi de decomposição e destruição da filosofia
monoteísta antiga e o outro movimento foi de composição e preparação da nova filosofia
positiva, clara e distinta. Homens como Kepler e Galileu, Descartes e Francis
Bacon ao mesmo tempo em que construindo a nova filosofia perturbaram o antigo
modo de pensar. A revolta começada por Descartes conduziu finalmente a assaltos
ainda mais poderosos , contra as crenças recebidas do que a ação de alterações
religiosas feitas pelos reformadores protestantes.
Descartes é o representante mais
completo do movimento duplo de composição e decomposição. Começou a grande
revolução matemática que permitiu a Newton interpretar o sistema solar.
Abriu-se o caminho para a operação destrutiva do século XVIII que afinal levou
à Revolução Francesa contra a política antiga de privilégios. Hobbes e Espinosa
continuaram o movimento de demolição. A teodicéia de Leibnitz era ainda mais
perigosa. Locke renunciou francamente ao conhecimento do absoluto divino. Hume
e Diderot demonstraram sua impossibilidade. Kant completou a operação. Eles
foram todos tanto construtores como destruidores.
O mês de Descartes da Filosofia
Moderna descreve essa importante revolução intelectual, a maior em toda a
história da sociedade humana ao estender a razão experimental a todo
conhecimento.
Nesta terceira semana se consagra o
estudo filosófico humano em suas relações com a sociedade. Seu chefe é
Leibnitz. Associados estão grandes autores que pesquisaram os princípios
fundadores das leis: Grotius, Cujas e Montesquieu; os que se dedicaram â
filosofia da história como Vico, Fréret, Herder. Segue com Winckelmann na
história da arte e Buffon na exposição das relações da espécie humana com as
outras raças animais.
Ver em 1008 C em 08 de outubro
o QUADRO DO MÊS DE DESCARTES A FILOSOFIA MODERNA, com os grandes nomes
representativos da evolução social do mês
LEIBNITZ (1646-1716) nasceu em Leipzig.
Seu pai era jurista e professor de filosofia natural na Universidade da cidade
e morreu cedo. O jovem foi então orientado por uma prudente mãe, que lhe deu
uma grande liberdade na sua educação.
O jovem Leibnitz utilizou a biblioteca
de seu pai para estudar. Entrou na Universidade aos 15 anos e dois anos depois
produziu sua primeira tese filosófica. Ele se dedicou à jurisprudência e
publicou, antes de ter a idade exigida, dois importantes estudos sobre a
filosofia das leis.
Após a morte de sua mãe em 1664, ele
foi estudar na Universidade de Altdorf perto de Nuremberg e se filiou à
Sociedade Rosa-Cruz, na qual ele adquiriu muito dos seus conhecimentos químicos.
A amizade do barão de Boyneburg, que
estava a serviço do arcebispo de Mainz, deu a ele o acesso à mais culta
sociedade da Alemanha e lhe mostrou uma clara visão da situação política da
Europa. Nessa época, as nações procuravam sair lentamente da luta religiosa,
estando ameaçadas pelos projetos ambiciosos de Luis XIV, rei da França.
Um texto de Leibnitz pedia à França
que orientasse sua política para o Levante, para acabar com as suas ambições
contra os países do Ocidente. Com isso ele foi convidado para levar uma missão
a Paris em 1672.
Em Paris ele entrou em contato com
vários adeptos das novas idéias científicas de Descartes, como Arnauld,
Melebranche e sobretudo Huyghens. Foi então que ele tomou parte nas suas
pesquisas matemáticas pela primeira vez.
O novo espírito científico e
filosófico laico, começando com a Geometria Analítica de Descartes, deveria
chegar a seu ponto mais alto por sua própria descoberta do cálculo
transcendental.O direito à descoberta do cálculo infinitesimal foi o tema de
uma polêmica entre Newton e Leibnitz. Ambos o desenvolveram em separado, ao mesmo
tempo.
Leibnitz também forneceu a primeira
concepção clara de energia, definida como sendo o trabalho mecânico que seja
realizado no tempo. Em 1676 Leibnitz tornou-se bibliotecário e conselheiro
particular do duque John Frederick de Braunschweig-Lüneburg. John Frederick tornou-se
duque de Hanover, onde Leibnitz passou o resto de sua vida.
Leibnitz contribuiu para
completar a teoria do conhecimento, com a pesquisa das leis do
funcionamento cerebral. Mostrou que na lei de Aristóteles de que tudo
que se encontra no cérebro passou pelos sentidos, há a estrutura cerebral
que já existe no próprio organismo, sendo, assim, inata.
A regra se torna, assim: nada
que existe no cérebro que não tenha estado nos sentidos, exceto a própria
capacidade de pensar.Portanto, o próprio cérebro existe antes da
experiência dos sentidos e não entra por eles.
A teoria das mônadas foi criada por
Leibnitz para explicar todos os fenômenos da função da vida e da matéria. As
mônadas seriam centros de ação criados na origem dos tempos e que explicariam o
movimento dos corpos e a vida. O exame de cada uma poderia prever o futuro. E
Leibnitz repetia sempre que o presente está prenhe do futuro, ou seja, o
presente sempre gerará o futuro.
A luta religiosa que agitou a Europa
por um século e meio era considerada por Leibnitz como um desperdício de
forças. Tentou, assim, fazera reconciliação dos luteranos com os católicos e
anglicanos. Todas as formas de religião eram para ele de um valor
inestimável, que ele não desejava ver destruído por um antagonismo inútil.
Leibnitz morreu em Hanover em 1716,
com 70 anos. Era um homem de altura mediana com ombros largos e pernas arcadas,
capaz de passar vários dias sentado na mesma cadeira pensando ou viajando pelas
estradas da Europa, tanto no verão como no inverno. Era um patriota e um
cidadão internacional, grande cientista e um dos mais poderosos pensadores da
civilização do ocidente europeu.
Foi
um gênio com o maior saber enciclopédico depois de Aristóteles. A
extensão de suas pesquisas cobriu a filosofia e a ciência, a história, a
lingüística, a geologia e os fosseis, a ética e a política. Sua energia
intelectual foi colocada a serviço da sociedade, para o bem de todas as
gerações, para diminuir o perigo e o sofrimento dos humanos pela ignorância e
pela guerra.
0810C
KLOPSTOCK: seu poema O MESSIAS é o batismo da literatura nacional alemã
10 DE
AGOSTO. Klopstock: na língua alemã a majestade épica da sublimidade
religiosa
KLOPSTOCK
Friedrich
Gottlieb Klopstock (1724-1803)
(nasceu em
1724. na Saxônia, Alemanha; morreu em 1803, em Hamburgo)
POETA
ÉPICO E LÍRICO FUNDADOR DA POESIA MODERNA DA LÍNGUA ALEMÃ
GRANDE
POETA FLORENTINO FUNDADOR DA RENASCENÇA CLÁSSICA NA ITÁLIA
ESTÉTICA
as artes
da linguagem, da afeição e da expressão
É parte da
Filosofia. A emoção é o motor da inteligência e da atividade
A Idade Média promoveu a liberdade do povo trabalhador, com a
indústria e o comércio livre, com a sistematização do sistema capitalista de
liberdade civil. A civilização moderna, após o fim da civilização
medieval, com a queda do papado e do Feudalismo nos anos 1300, criou uma grande
variedade na atividade humana. A secularização fez a saída do ensino e das
artes de dentro das igrejas e dos conventos para os espaços laicos. As artes se
libertaram do controle dos teólogos e de seus sacerdotes, como ocorreu com a
Filosofia. Em ambos os casos sem luta, gradualmente, sem conflito.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de
revolução sem a unanimidade cristã da Idade Média. É a passagem de uma
civilização medieval da guerra de defesa para uma civilização pacífica
científica e industrial.
Triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico aos poucos
se afastando da religião, apesar do clima de revolta. É o sinal da potente
capacidade da natureza humana de produzir, mesmo em situação de desvantagem, um
conjunto glorioso de criações artísticas.
Nesta quarta semana a poesia dos sentimentos domina a semana. Aqui estão
os líricos, os místicos, panteístas, os poetas da mente humana em todas as suas
manifestações e suas emoções, desde Tomás de Kempis e Bunyan até Byron e
Shelley.
Ver em 0716 1 C O QUADRO DO MÊS DANTE, A EPOPÉIA
MODERNA, com os grandes tipos humanos do mês.
NOSSOS
ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores
figuras humanas na antiguidade
que
prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
KLOPSTOCK (1724-1803) o mais antigo dos
fundadores da poesia moderna na Alemanha, nasceu em Quedlinburg, Saxônia, em
respeitável e austera família.
Ele recebeu uma educação completa, primeiro em sua cidade natal, depois
em Iena e em Leipzig. Aos 24 anos ele publicou, em Leipzig, os três
primeiros cantos de seu poema épico DER MESSIAS ( O Messias), escrito em
hexâmetros sem rima. O tratamento em grande emoção do tema religioso criou
muita sensação. A obra foi decerto inspirada no conhecido poema de Milton, O
PARAÍSO PERDIDO.
O poema foi recebido com entusiasmo pela crítica e o jovem Klopstock
tornou-se, desde então, um poeta célebre. Dois anos depois, ele foi para
Zurich, a convite do crítico autorizado Bodmer e o ficou sendo o poeta da
época, acolhido com um entusiasmo sem limites.
Ele foi coberto de honrarias, de convites e, depois de algum tempo,
ganhou como protetores príncipes e nobres, mais um título de nobreza e ainda
duas pensões em dinheiro. Sua vida era passada nas sociedades
literárias, escrevendo suas composições poéticas e em sua vida doméstica.
Ele viajou a Kopenhagem, a Karlsruhe e finalmente para Hamburgo, onde
ele morreu, em 1803, com 79 anos de idade.
A principal obra de Klopstock é DER MESSIAS, publicada em partes, em
1748, em 1755 e em 1773. Seu espírito ficou sem parar ocupado nesse poema desde
os 22 anos até ter 50 anos de idade. A primeira metade foi publicada quando
Klopstock tinha 31 anos e se considera um grande acontecimento que um poeta tão
jovem tenha podido criar uma literatura da nação alemã plenamente desenvolvida.
A crítica da época foi unânime em admitir que Klopstock, na verdade,
forneceu um possante impulso ao nascimento de uma literatura na língua alemã. O
seu poema DER MESSIAS foi um grande avanço na arte de seu tempo.
Klopstock marcou a história da literatura alemã, levantando um grande
entusiasmo no mundo da língua alemã, que considera DER MESSIAS um poema
sublime. Ele também produziu poemas líricos, de amor, tocantes e puros, que
atraem a atenção de mitos leitores.
A epopéia sagrada possui, na verdade, preciosas qualidades. Tem elevação
de construção, força de expressão, dignidade de sentimentos e uma majestade
épica de sublimidade religiosa que parece ressoar como o som dos órgãos de uma
catedral.
O grande poema DER MESSIAS é, com todo o entusiasmo, o verdadeiro
batismo da literatura nacional alemã.
Deve-se notar que o desenvolvimento das línguas nacionais na Europa
corresponde ao abandono para sempre do latim, a língua internacional da
religião da igreja católica romana. Essa evolução é um dos aspectos do fim da
Idade Média, um dos sintomas da secularização e descontrole
religioso dos costumes na Europa do ocidente, a mais avançada civilização do
planeta. Ocorre ao mesmo tempo da perda de liderança dos sacerdotes cristãos,
com o fim do papel de formador de opinião e da liderança do papado e do clero.
É o começo da revolução científica e cultural do ocidente, que se prolonga por
mais de seis séculos. E dentro dessa revolução e dessa confusão é que nós
estamos progredindo.
0807C
TOMÁS DE KEMPIS: estilo simples mostra o bem e a felicidade fora do egoísmo
07 DE
AGOSTO: T. Kempis: a sabedoria na busca da perfeição na moralidade humana
TOMÁS DE KEMPIS
Thomas À Kempis, Thomas
Hemerken
(nasceu em
1380, em Kempen, perto de Düsseldorf, Alemanha; morreu em 1471, em
Agnietenberg, Utrecht, Holanda)
MONGE
AUTOR DA IMITAÇÃO DE CRISTO O MAIS IMPORTANTE DEVOCIONÁRIO DO
CATOLICISMO
ESTÉTICA
as artes
da linguagem, da afeição e da expressão
É parte da
Filosofia. A emoção é o motor da inteligência e da atividade
Nesta quarta semana a poesia dos sentimentos domina a semana. Aqui estão
os líricos, os místicos, panteístas, os poetas da mente humana em todas as suas
manifestações e suas emoções, desde Tomás de Kempis e Bunyan até Byron Shelley.
Ver em 0716 1 C O QUADRO DO MÊS DANTE, A EPOPÉIA
MODERNA, com os grandes tipos humanos do mês.
NOSSOS
ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores
figuras humanas na antiguidade
que
prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
TOMÁS DE KEMPIS (1380-1471) nasceu de uma
família humilde em Kempen, perto de Dusseldorf, em 1380. O nome original era
Thomas Hemerken ou Haemmerlein, pequeno martelo.
Aos 12 anos ele entrou como estudante na casa dos “Irmãos da Vida
Comum” em Deventer. Em 1406 tornou-se cônego regular da ordem de
Santo Agostinho no monastério dos Irmãos de S.Agnes perto de Zwoll, junto ao
monte de S.Agnes, na Holanda, onde foi ordenado padre e onde passou o resto de
sua longa existência.
Suas principais ocupações consistiam na cópia de livros, o ensino para
os noviços, a prédica. Ele fez também as biografias dos primeiros padres e
irmãos da “Irmandade da Vida Comum” e compôs livros de devoção. Tomás morreu na
idade avançada de 91 anos, em 1471.
O livro famoso de Tomás de Kempis tem na frente de seu primeiro capítulo
o título de
“A Imitação de Jesus-Cristo”. Uma cópia escrita à mão, sem
qualquer dúvida pelo próprio Tomás, tem a data de 1441. Está na biblioteca real
de Bruxelas e é considerado hoje como o texto original da IMITAÇÃO.
Até nossos dias, a leitura da IMITAÇÃO é recomendada, tanto no texto em
latim como na tradução em verso feita por Pierre Corneille. No ponto de vista
histórico, ela deve ser considerada como um resumo final da sabedoria moral do
catolicismo, surgido naturalmente da classe dos monges, que escapou, mais do
que todas, das tendências do humanismo clássico que imperava nos anos 1400, no
século 15, da admiração pela cultura da Grécia e da Roma antiga.
Escrito por um monge, o livro estava destinado originalmente para a
disciplina diária e edificação do autor e dos outros monges. Mas a simplicidade
de seu objetivo, sua serena e profunda sinceridade e sua beleza de sentimento,
tem servido aos mesmos fins a todos os católicos, e, em geral, a todos os
cristãos e é útil a todas as pessoas. Pode-se considerar a IMITAÇÃO uma
obra artística, estética, uma fiel pintura da natureza moral do homem.
Nenhum outro livro encontrou uma acolhida tão extensa e tão
diversificada como a IMITAÇÃO. Ele foi adotado tanto por protestantes como
pelos católicos, é lido por agnósticos e pelos livre-pensadores. Foi traduzido
para todas as línguas civilizadas e continua sendo o mais belo dos livros de
devoção que nós possuímos.
A IMITAÇÃO conta num estilo simples e pitoresco as provações de uma alma
devota, os longos esforços, o desejo ardente de perfeição, a consolação da vida
fora do amor a si mesmo, fora do egoísmo.
Conhecendo e apreciando essa bela herança da religiosidade de nossos
avós, devemos sentir como faz bem essa grande lição de altruísmo, na pureza e
na ternura.
~=============================================================
FREDERICO
Frederico II
da Prússia, Frederico o Grande, Friedrich
Der Grosse, Frederick The Great
(nasceu em
1712, em Berlim; morreu em 1786, em Potsdam, Alemanha)
IMPERADOR
UNIU A ALEMANHA COM LIBERDADE E CULTURA SECULAR ILUMINISTA
O Calendário
Histórico mostra a evolução multimilenar do homem por meio das maiores figuras
humanas do melhoramento gradual da vida humana, devido ao progresso do
conhecimento científico que prepara a nova civilização industrial moderna. São
os estadistas da nova civilização que antes obedecia as normas políticas dadas
pelo conhecimento que era sobre as divindades e passa ao saber político firme
comprovado sobre o próprio homem e sobre o mundo e seus princípios gerais.
Nesta semana
da Política estão lembrados a partir da rainha Maria de Molina de Castela os
estadistas italianos, espanhóis e franceses dos anos 1300, 1400 e 1500.
Estabeleceram o governo central monárquico concentrado reunindo no rei os
antigos poderes regionais dos barões do feudalismo. Com o enfraquecimento do
cristianismo os reis tiraram do papa muitas das funções religiosas, tais como a
diplomacia e a manutenção da paz. O rei Luis XI da França é o chefe da semana e
a encerra.
FREDERICO II nasceu em Berlim em 1712, filho do rei Frederico Guilherme
e neto de Frederico I. Como príncipe herdeiro, ele foi educado para ser um
general na guerra e um cuidadoso administrador na paz. Mas ele mostrava
preferência para a vida na sociedade, para a música e para a cultura francesa.
Frederico dedicou-se logo com entusiasmo às atividades da administração e aos
exercícios e técnicas de guerra. Ele casou-se em 1733. Nos tempos disponíveis,
estudou filosofia, história e poesia. Correspondeu-se com os pensadores
franceses, em especial com Voltaire. Escreveu o livroAntimachiavell, em
oposição às doutrinas políticas do político e filósofo Machiavelli, onde
Frederico defende o governo de paz e de cultura científica e artística.
Tornando-se imperador da Prússia aos 28 anos, em 1740, formou seu plano
de governo com a manutenção da disciplina e os meios empregados por seu pai,
mas com o ideal de aumentar o bem estar do seu país e deixar seus súditos
contentes e felizes. Sua política não seria de enriquecer com o trabalho do
povo, mas de fazer o país e seu povo mais rico. Frederico introduziu reformas
importantes, como a abolição da tortura dos tribunais, chamada de tortura
judiciária, então de uso geral na Europa. Fez proclamar a tolerância religiosa,
dizendo: “que cada um seja livre de ir para o céu do modo como desejar”. A
liberdade de imprensa foi amplamente praticada. No entusiasmo de Frederico pelo
conhecimento e pela cultura ele convidou para sua corte Voltaire e outros
pensadores importantes.
Ele afirmava que “um homem que procura pela verdade e que a ama deve
ser considerado de muito valor em toda sociedade humana”. A ação de
Frederico era muito original e voltou para ele a atenção de toda a Europa. Se
ele não tivesse entrado em suas guerras, seria difícil imaginar a que ponto ele
teria se aproximado de um governo ideal, tanto que ele foi altamente dotado de
inteligência e de capacidade de ação.
Frederico foi um guerreiro, mas ninguém detestava mais a guerra do que
ele. Ele sempre desejava a paz. Em 46 anos de seu reinado, ele passou 36 anos
em tempo de paz. Na paz, ele esteve sempre, sem parar, ocupado em administrar
seu reino seguindo as normas mais esclarecidas, as mais econômicas e mais
lucrativas. Fiscalizava nos detalhes todos os ramos do serviço público, sabia o
que cada um fazia em seu trabalho. A minúcia com que ele controlava tudo é
quase inacreditável. Frederico levava suas próprias despesas ao mínimo. Ele não
passava a maior parte do tempo no palácio, mas sim em sua casa de campo de
Sans-Souci. Chegando à velhice, continuou a cumprir seus deveres de governo com
uma paciência estôica até à morte.
Mas por que não se pode dizer que seu governo foi republicano? Sim, foi
republicano, para o bem do público, bem do povo. Foi um imperador absoluto
democrático, um governo para o bem do povo.
Frederico governou sem parlamento, não foi eleito, mas foi, na prática,
o dirigente que colocou todas as suas forças para o bem comum, de todos. O
governo unitário de um presidente ou um rei sem parlamento é, hoje, chamado de
despótico, absoluto, autocrático. O que falsamente resultaria num governo
autoritário sem liberdade.
Sempre se soube que o parlamento é um sistema que impede o governo de
governar, que impede a governabilidade. É uma grande fonte de corrupção, que
sempre mal visto pelo povo. Não há prova de que os parlamentares sejam
indispensáveis para que possa haver uma verdadeira república democrática.
Frederico mostra o espetáculo de um grande homem, culto, habilidoso,
trabalhando como um escravo para o bem de seus cidadãos, para o bem do povo
trabalhador.
A avaliação da vida de Frederico conduz a se ver nele um gênio prático
que em capacidade política se aproxima de Júlio César e de Carlos Magno; um
governo que fornece o melhor modelo de homem de Estado moderno, realizando o
ideal de Hobbes, que foi a regra de manter a autoridade com ampla liberdade.
Autoridade e disciplina mantidas na administração material, mas
desregulamentação com a liberdade de consciência, de opinião, de ensino, de
religião. A invasão do governo político coercitivo na esfera da opinião, da
consciência, da propaganda, é a principal característica do totalitarismo.
Frederico conheceu bem a noção mais importante na política moderna, a
diferença entre o que é o governo dos atos, o poder temporal, e o que é o
governo das opiniões, da consciência, que é o poder espiritual. E ele se
manteve na sua própria esfera, somente na do governo dos atos, da atividade,
apenas da administração material em meio da pluralidade de opiniões.
Não acreditando em deuses, nem na vida futura, é um exemplo brilhante e
precioso do que os motivos puramente humanos, humanistas, podem produzir.
Quando não são confundidos nem desnorteados pela direção rival de um objeto
imaginário de amor e de adoração.